Lembranças escrita por Natalia Beckett


Capítulo 58
You know you're not the only one


Notas iniciais do capítulo

Florzinhas e cravinhos! Tudo bem? Ofereço esse capítulo novinho para os meus leitores sofredores que fizeram o ENEM. Força na peruca meu povo! E agora é hora de relaxar. ;)
Gente, eu demorei como tinha avisado certo?
Porém, contudo, todavia... Muá arrumou um job. Então minha visita vai ficar um pouco mais escassa. Mas nunca irei sumir até finalizar nossa jornada ok? Que como eu já disse... Está perto minha gente.
Boa leitura a todos e aconselho para ler junto com o cap. em modo repeat a música do Kodaline - One Day - https://www.youtube.com/watch?v=r6erwk3rKIY



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Kodaline-One Day

Não sei dizer que horas eram exatamente quando acordei com um cobertor em cima de mim e um braço sobre o meu ombro a incomodar. Foi quando olhei para a televisão e realizei onde eu estava, o que eu estava fazendo e em quem eu estava dormindo sobre. Tentei sair bem devagar, não sei dizer ao certo porque, mas não queria acordá-lo. Fiquei de pé e o observei se ajeitar numa posição mais confortável e voltar ao sono. Sorri minimamente. Depois de uma espreguiçada caminhei até meu quarto a procura de roupas limpas e um bom banho quente. Minhas intenções ao mesmo tempo em que eram as mais puras possíveis, também eram as mais sórdidas. Não era somente a vontade do banho que me enredava para aquele banheiro naquele momento, eu também ansiava por ficar mais apresentável na frente do Rick. Eu não deveria ansiar tanto por uma reconciliação, afinal, parte do meu coração ainda estava muito magoado com o Rick. Mas ao mesmo tempo eu gostava da ideia de seduzi-lo para depois apenas fugir, me fazer de desentendida. Seria um bom castigo.

Antes que eu pudesse terminar de desligar o chuveiro ouvi a voz do Rick chamar por mim.

– Kate?

– Eu já estou saindo. – Informei de dentro do banheiro.

– Desculpa, só queria saber se você estava por aqui... Vou te esperar na sala...

– Tudo bem! – Respondi enquanto vestia meu jeans.

Pude ouvir os passos dele se distanciando. Vesti minha blusa de gola e sai do banheiro soltando o cabelo preso dentro da roupa. Dei-me o direito de estremecer ao ver o Rick parado de frente à tela do meu computador observando o papel de parede onde se encontrava eu e ele nos castelos de areias no Hamptons. Ouvindo minha presença ele se vira para mim com um sorriso nos lábios. Um sorriso saudoso.

– Será que eu posso acreditar que vou poder voltar em próximos festivais, muitos outros festivais, com você do meu lado – Ele baixou o olhar, sorriu como quem prepara uma piada e completou. – e de quebra com o tal sobrenome “Castle”?

– Quem sabe do futuro Rick? – Mesmo me importando, dei de ombros. Ele não vai me ver se render. Não hoje. – O que você prefere para o almoço? Chinesa, tailandesa ou italiana?

– À sua escolha. – Ele falou e se levantou da cadeira.

– Vou pedir italiana então... – Caminhei até a porta do quarto. De repente sinto a mão do Rick segurar meu braço me impedindo de continuar à caminho da sala. Viro-me para ele assustada. Nossos olhos se encaram ardentemente. Oh, Céus! Ele não estava pensando em...

– Sua gola... – Senti a saliva descer apertada em ambas as gargantas. – Está... Tá... Tá enrolada aqui... – Ele pôs as duas mãos ao redor da minha gola enquanto arrumava vagarosamente cada mísero detalhe. Minhas mãos pressionavam os braços dele como se tentasse inutilmente fazer ele se afastar o mais rápido possível. Ora, eu só estava involuntariamente o fazendo demorar mais tempo. –“Que estúpida!” – pensei comigo mesma enquanto soltava seus braços. Ao menos se aqueles olhos azuis deixassem de encarar meus olhos e minha boca tão profundamente enquanto deslizava suas mãos nas proximidades da minha nuca... Eu precisava arrumar alguma forma de escapar da situação que se formava.

– Acho que a nevasca cessou um pouco... – Eu nem ao menos tinha olhado pela janela. A cortina do meu quarto nem totalmente aberta estava. Como quem despertasse ele retirou as mãos do contato com o meu corpo. Eu em reposta soltei seus braços, respirei fundo e mesmo percebendo certa mágoa dele pela tentativa frustrada, prossegui firme na decisão. – Se for pedir comida é melhor agora. – Sugeri engolindo seco e puxei as mangas da camisa que cobriam meus pulsos. Dei as costas para aquela situação que quase me tirou o prumo e rumo para a sala. Rick, já sentado novamente no sofá, permanece calado. Um silêncio constrangedor se instala dentro de casa.

Friamente eu ignoro, não sendo esse meu real desejo. Fico “escondida” na cozinha com o falso pretexto de arrumar algumas coisas antes do almoço chegar. Distraída entre retirar pratos da lavadora de louça e guardar, não ouvi a entrega chegando, só me dei conta quando vi Rick com as sacolas nas mãos.

Com comentários relacionados estritamente ao sabor da comida e ao frio que devia estar fazendo lá fora, almoçamos praticamente em silêncio. Ele me ajudou a arrumar as coisas depois do almoço. Estava quase tudo terminando até Rick tentar novamente uma aparente investida.

– Kate... – Ele falou como um sussurro com a boca logo atrás do meu pescoço enquanto eu fechava a porta da lava-louças. Senti meus pelos arrepiarem. Ele precisava ir embora. Agora! – Queria dizer algo antes de sair. – Ainda de costas eu lhe dou permissão acenando positivamente com a cabeça.

– Só aconselho que seja rápido para não correr o risco de voltar a nevar na hora de você sair. – Avisei com certo ar brincalhão. Na verdade, por questão de segurança, tudo que eu queria naquele momento era ver o Rick cruzando aquela porta da sala.

– Queria falar sobre... – Ele se aproximou de mim e eu recuei. Senti o balcão bloquear mais um recuo de minha parte. Senti-me encurralada. –... Na verdade, acho que é mais um aviso. – Em nenhum momento o senti parar de se aproximar de mim e aquilo estava me tirando parte da razão.

– O que você quer avisar? – A voz quase não saiu pela minha boca.

– Eu vou esperar por você. Não importa o que aconteça. E eu sei que você ainda pode estar bem magoada comigo e eu não lhe tiro a razão, mas você, assim como eu, sabe que o que existe aqui – ele tocou meu coração e o dele fazendo movimento de vai e volta. – não morre ou desaparece assim tão fácil.

– Rick...

– Psiu... – Ele pôs o dedo indicador nos meus lábios me silenciando. – Por favor, não diz nada. Eu quero apenas que você reflita. Kate... – Ele suspirou. –... Eu posso ter certa habilidade para escritor e ser razoavelmente bom com as palavras, mas quando se trata de descrever como eu me sinto perto de você... Nenhuma palavra é boa o suficiente. – Ele deslizou delicadamente a mão direita sobre meu rosto o acariciando.

– Por favor... – Supliquei em sussurro.

– Eu ainda quero que guarde algo com você enquanto estiver pensando sobre o próximo passo a se dar. – Sentia cada milímetro do seu corpo encostar-se ao meu e exercendo certa pressão. Eu queria com toda minha força racional desviar meu olhar do dele, empurrar ele pra longe do meu corpo e “castiga-lo” por ter sido tão “babaca” comigo, mas eu simplesmente não conseguia. Nem ao menos um sussurro eu conseguia fazer sair da minha boca. Boca essa que logo após buscar um último suspiro sentiu saudosamente a boca que há tanto tempo não encontrava.

Um beijo profundo que fez meu corpo amolecer e meus braços segurarem ao redor de seu tronco. Céus! Como eu senti falta desses lábios, do nosso beijo, da forma com que ele acariciava minha nuca durante o beijo, a forma como nossos corpos se encaixavam numa dança perfeita nesse momento que eu tanto senti falta. Senti Rick buscar por mais espaço, eu até agora me pergunto, “Como negar?”. Oh, meu Deus! Estar ali era tudo que eu não podia, mas era tudo que eu mais queria. Ai como eu o odiava por isso! E como o amava ao mesmo tempo. Suas mãos desceram ao encontro da minha cintura e sentir aquele conhecido caminho do seu toque a pressionar a pouca carne que adornava a área do meu abdômen não ajudava nem um pouco a agir com a razão. Arfei ainda dentre seus lábios. O ar já me faltava, mas aquilo não me importava naquele exato momento. De repente, sinto Rick se afastar voluntariamente e descansar as mãos, antes ávidas e intensas, na minha cintura. Não pude não exibir um ar questionador ao erguer minha sobrancelha e encarar seu semblante. Ainda recuperando o ar ele fala.

– Guarde isso com você... Lembre... Lembre-se disso antes de tomar qualquer decisão sobre... Sobre nós. – Falando isso ele deposita um beijo no meio de minha testa, vira as costas, puxa o sobretudo e o gorro do cabideiro, abre a porta da sala, joga o olhar uma última vez sobre meu corpo estático ainda encostado no balcão e fecha a porta me deixando ali sozinha, eu e meus pensamentos.

– Filho da mãe! – Xinguei em voz alta após sair do estado de transi que ele havia me deixado.

Como ele podia fazer aquilo com tamanha cara de pau e tranquilidade? Céus, eu tenho que admitir que realmente não me enxergo sem ele perto de mim. Mas... Mas, que filho da mãe! Só Richard Rodgers para me despertar tanta raiva e amor simultaneamente.


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Notas finais do capítulo

E agora meu povo?! O que deve tá acontecendo na cabecinha da nossa Kate hein? Rick balançou o coreto! Ui ui ui.
Sei que tava todo mundo querendo uma reconciliação nesse capítulo, mas pf não me batam. Foi legal vai... Admitam... =D
Espero vcs nos comentários. Sugestões e críticas são sempre bem vindas. ;)
Beijocas lindinhos e lindinhas. :*