Lembranças escrita por Natalia Beckett


Capítulo 53
Trying to understand.


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, estou até com vergonha de vocês. Eu bati o recorde de demora para renovar a fiction dessa vez não foi?
Gente me perdoa? Não me abandonem... =(
Eu comecei a estudar história na federal essa semana. Eu ainda estudo de manhã, fora o curso de inglês... Enfim! Deu um nó nos meus neurônios!
Eu me comprometi, comigo mesma, a escrever e postar todo final de semana. Porém, vão haver finais de semana no qual eu não vou estar em casa (como o próximo). Eu faço curso de guia de turismo e viajo com uma certa frequência. Gente eu espero muito que vocês entendam. Sério!
Tentarei postar cerca de 2 capítulos por fim de semana, para não deixar vocês tão "deprimidos" de seg. à sex..

Aviso aos nossos aventureiros e aventureiras que a nossa jornada está quase chegando ao seu fim. Antes de novembro pretendo escrever "fim" nessas páginas.
Então, será frequente alguns cortes temporais. Fiquem atentos!
Esse capítulo está tranquilo. Quando houver cortes temporais aviso aqui nas notas ok?

Boa leitura florzinhas e cravinhos! :D
Amo vcs!



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Anteriormente em Lembranças...

As palavras do Rick ficaram passeando em minha mente. Será que realmente tudo que Vick queria era chamar minha atenção, ser compreendida? Algo parecido com uma possível solução pairou na minha mente. Eu poria em ação assim que a palestra acabasse. Levantei-me da grama decidida a tentar mudar essa situação da melhor forma possível.

A palestra foi bem legal. Deu para entender como funcionaria esse primeiro semestre. Estava ansiosa para a primeira aula. Passei o fim de tarde na biblioteca e aproveitei um momento livre para ligar pros meus pais. Não contei nada para eles sobre a Vick. Acho que está mais do que na hora de eu saber lidar com meus problemas sozinha.

Voltei para o alojamento um pouco depois das 19 horas. Entrei no quarto e me surpreendi com a presença da Vick que estava recostava sobre a cama.

– Oi Vick. – Falei enquanto fechava a porta. Ela não me respondeu. – O-I! – Ela me encarou furiosa.

– O-I! – Ela respondeu mal humorada e logo em seguida pôs os fones de ouvido se voltando para o quadrinho que lia.

– Espera! Eu queria falar com você... – Ela arfou.

– Olha só, se for pra ficar de mimimi de novo é melhor nem falar nada!

– Relaxa tá ok? Eu só queria falar sobre um acordo.

– Acordo? Do quê que você tá falando hein? – Ela se ergueu na cama, fechou o quadrinho e retirou os fones de ouvido.

– É o seguinte... Eu e você temos hábitos bem diferentes, não podemos negar. Você faz coisas que me incomodam muito! – Ela revirou os olhos. E pegou um dos fones de volta. Eu me aproximei mais querendo chamar a sua atenção. – E por mais que eu não veja, aposto que tenho também comportamentos que te incomodam.

– E? – Ela perguntou com certo deboche.

– Bom. O que eu proponho é o seguinte; vamos cada uma fazer uma lista de 10 coisas que mais gostamos. E ai quem sabe podemos achar algo em comum? Talvez isso ajude a aliviar a barra por aqui. – Ela tentou segurar o riso, mas acabou dando uma imensa gargalhada. Eu cerrei o cenho demonstrando minha indignação.

– Isso é ridículo! Quantos anos você têm? 12? – Ela gargalhou novamente. Eu apenas a observava e respirava fundo. Sabia que não seria fácil. – Eu não vou fazer nada disso! O quê que te deu hein? Não conseguiu mudar de quarto e agora quer me bajular?

– Vick, não é isso... Eu estou tentando conviver com você! Só isso! Será que há alguma possiblidade disso acontecer? – Tentei falar o mais calma possível.

– Ah, claro! Finge que não existe e pra mim fica tudo ótimo. – Ela riu sarcástica.

– Olha! Você ficar criando caso comigo não vai ser bom pra nenhuma das duas. Caramba! Qual o seu problema? Ninguém pode se aproximar de você que você morde? – Deixei escapar no som da minha voz a irritação.

– Olha só, eu não sou o tipo de garota que vim ao mundo para bajular ninguém. Quer ser minha amiga? Ótimo! Quer ser minha inimiga? Melhor ainda! Mas não venha bancar a empática porque isso você não é.

– Vick, você acabou de me rotular. E quer saber, você faz isso o tempo todo! Aposto que não sou sua única vítima. Eu pretendo passar cerca de 5 anos aqui dentro, e eu acho que você também pretende. Não dá pra fingir que eu não existo ou que você não existe. Podemos nunca ser melhores amigas, mas temos que nos suportar. No mínimo! Então pare de me rotular! Pare de ficar julgando quem eu sou! Você não me conhece! EU NÃO TE CONHEÇO! E tudo que estou propondo nesse acordo é que nós possamos nos conhecer. Será que isso é tão difícil assim pra você? – Ela me encarava pela primeira vez sem expressões de sarcasmo ou gozação.

– Prazer, Victoria Jones Price, 17 anos. Curto punk rock, sou de Nova Jersey, gosto de alguns quadrinhos como Elektra. –Olha! Eu também curto Elektra. – Tenho pavor de ratos, amo M&M’s e cerveja. – Tirando a cerveja, assino em baixo, eu pensei. – Eu toco guitarra e jogo pôquer como ninguém... Acho que já tá de bom tamanho. – Ela cruzou os braços e respirou fundo.

– Ótimo! – Sorri. – Prazer Vick. Sou Katherine Houghton Beckett, tenho 17 anos também. Sou até que bem eclética. Conheço algo de punk, mas não sou uma fã assídua. Sou de Nova York, curto Nebula 9, livros e quadrinhos de ficção, policial e ação. E sim, Elektra é um dos meus favoritos. – Ela me olhou incrédula. – Também não gosto de ratos, mas é só nojo mesmo, não é pavor. Adoro M&M’s também. Já foi na loja deles em Nova York? – Ela respondeu negativamente com a cabeça. – Nossa! Você ia enlouquecer!... Enfim, eu já estou morrendo de saudade de casa. E você?

– Uau! Ok... – Ela suspirou. – Não sinto saudades por enquanto. Acho que Stanford foi a melhor escolha que eu fiz. Quero distância dos meus pais. Mas gostaria de ter meus amigos loucos por aqui. Mas vem cá, posso te fazer uma pergunta?

– Tudo bem. Manda.

– Porque essa bússola pendurada no pescoço? Tem problema de memória, coisa do tipo? Perde-se pra voltar pra casa?

– Óbvio que não né! – Revirei os olhos. – Foi um presente de alguém que eu me importo.

– Namorado. – A encarei como se o Rick fosse um grande segredo. Não era, mas eu bem queria que fosse por enquanto.

– É... – Afirmei timidamente.

– Hun... Antes de vir pra cá eu conheci um cara. Mas as inscrições já estavam feitas. Não tinha o que fazer. – Ela parecia decepcionada. – Foi difícil pra vocês não foi?

– Sim, mas olha, se não se importa eu preferia não entrar nesse assunto.

– Foi mau ai, K-Becks. Bandeira branca então? Posso acender a luz do quarto quando eu chegar de madrugada de novo?

– Engraçadinha! – Ela sorriu. Eu revirei os olhos antes de me render a um tímido sorriso. – Claro que não! Mas isso é outra história. Por hoje já chega. Vamos manter a aparente calma que se instalou nesse alojamento.

– Por mim tudo bem. Fechado?

– Fechado!

Ainda trocamos algumas palavras naquela noite. Nada muito pessoal. Discutimos calmamente sobre conjunto de regras da universidade. Quase pegamos uma briga na escolha do M&M mais gostoso. Ridículo, eu sei. Mas isso tudo gerou uma descontração. O clima ficou menos pesado. Bem menos pesado! Ela ainda se demonstra um pouco arredia. É quase uma T.P.M. constante, mas eu estou disposta a ser mais relevante. Não posso querer também um conjunto de regras dentro desse quarto que apenas atendam minhas necessidades. É difícil viver uma vida inteira como filha única, tendo seu próprio espaço e do nada ter que conviver com alguém como a Vick. De todos os ângulos que eu imaginava sobre Stanford, esse era o único que passou despercebido. Acho que o momento de “choque” já passou. Agora é hora de encarar a realidade. O primeiro passo já foi dado. Ainda faltam muitos passos, eu sei, mas já me sinto preparada para os demais.


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Notas finais do capítulo

Corre corre que tem mais... :D



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