Lembranças escrita por Natalia Beckett


Capítulo 51
Stanford


Notas iniciais do capítulo

Meus lindos e minhas lindas, tudo bem?
Tentei e consegui não demorar muito. ;)
Agradeço sempre e enormemente o carinho de vocês meus amorecos! Muito obrigada florzinhas lindas que transmitem amor nos comentários.
Sem mais milongas, vamos à Califórnia! o/


P.S.: Tem musiquinha no meio ok?
Boa leitura. :D



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E lá estava eu com meus fones no volume máximo, sentada ao lado da janela no avião. Rick preparou uma playlist especialmente para mim. As músicas em sua maioria são animadas. Ele disse que é uma forma de manter-me minimamente alegre até chegar à Stanford.

A despedida foi feita de longos abraços e lágrimas que brotavam dos meus olhos e dos olhos da mamãe. Papai tentou ao máximo se fazer forte, mas acabou deixando uma gota do líquido salgado escorrer do seu olho. Por mais que me doesse eu fiz Rick me prometer que não me encontraria no aeroporto. Tudo estava sendo tão árduo para mim. Ter que me despedir dos meus pais já era bastante complicado para eu ainda ter que lhe dar com o Rick no mesmo cenário. Preferi me despedir dele na noite anterior. Ele foi lá para casa e devolveu meu Ipod raptado no dia anterior com essa playslist já pronta. Ele entregou-me um envelope pequeno com a quantia que faltava para a moto que iria comprar. Foi algo doce, não houve muitas lágrimas. Era como se nossos corações estivessem envolvidos com a chance de fazer tudo dar certo. Fixei na minha mente que os meses passariam mais rápido do que poderíamos imaginar. Rick aderiu a essa linha de pensamento também.

Horas seguidas de viagem e meus pensamentos volta e meia me traíam e me faziam acreditar que eu não tinha a força necessária para mudar minha própria mente. A aeromoça me ofereceu algo em algum desses momentos que minha mente viajava internamente. Uma senhora sentada ao meu lado me observava curiosamente. Eu apenas a ignorava e fixava o olhar nas nuvens a passar pela janela. Quando cansava, voltava minha mente para um livro que escolhi para ler durante a viagem. Por mais que eu tentasse me distrair, algo tentava me pôr para baixo frequentemente. Pus as mãos sobre o rosto e tentei respirar fundo pela milésima vez. A senhora que me observava resolveu iniciar assunto.

– Primeira vez que viaja sozinha?

– Oi? – Perguntei retirando os fones de ouvido.

– Oh, imagino que seja por causa da universidade, certo?

– Sim. – Confirmei de forma tímida.

– Pela sua carinha creio que tenha sido Stanford, adivinhei?

É. – Confirmei ainda tímida.

– Seus pais devem estar orgulhosos de você!

– Sim, estão. – Respondi e discretamente voltei meu olhar ao livro.

– Desculpa se atrapalhei sua leitura, não quis ser intrometida, mas essas horas de voo me deixam entediada. Mas não se preocupe, não irei interromper novamente. – Ela me despertou certo dó. Decidi dar-lhe certa atenção.

– Tudo bem, senhora...

– Oh, pode me chamar de Hellen.

– Kate. – Sorrimos mais naturalmente.

A senhora e eu até que nos demos bem. Ela devia ter por volta de 60 anos e tinha uma voz doce e gentil. Contou-me que morava na Califórnia há mais de 20 anos, mas tinha como origem Boston. Ela voltava de Nova York após passar uma semana com seu filho e curtir seus netos. Ela contou parte de sua vida, inclusive que seu filho mais velho resolveu ir para Nova York após uma boa proposta de emprego. Hellen informou que pela sua experiência, meus pais sofreriam muito mais com minha distância do que eu. Foi legal conversar com ela. Ajudou o tempo a passar e me acalmou. Logo estávamos pousando em San Francisco.

Henry estava à minha espera. Trocamos saudações e embarcamos no seu carro até o Campus de Stanford. Sentindo-me ainda meio que perdida ainda demorei algum tempo para identificar meu quarto no dormitório. Eu dividiria o quarto com mais uma menina que ainda não havia chegado. Liguei para meus pais e avisei que havia chegado.

https://www.youtube.com/watch?v=hamKl-su8PE

Comecei a desfazer a mala e arrumar as coisas no espaço que me pertencia quando a menina adentrou no quarto. Loira com mechas azuladas nas pontas, alta, magra, um piercing no nariz e parte de uma tatuagem que sobressaia na parte exposta do ombro. Vestia calça jeans com um grande rasgo na região do joelho, além de uma blusa preta que caia sobre o ombro dela. A blusa também seguia o modelo de rasgos e alfinetes de segurança. Ela era visivelmente roqueira.

– Você deve ser a Katherine Beckett, não é? – Ela me encarou jogando a própria mala no chão.

– Sim. E você deve ser a Victoria Price.

– Pode me chamar de Vick, porque se eu ouvir meu nome completo novamente eu tornarei sua vida um inferno. – Em seguida ela se jogou na cama.

– Ok! Vick. – Falei o nome dela de forma pausada e já irritadiça.

– Mas eu também não vou me dar o trabalho de ficar te chamando de Katherine Beckett o tempo todo... – Ela me olhou de cima a baixo – K-Becks é melhor.

– K-Becks?! – Quem ela pensa que é pra sair me dando apelidos?

– Qual o problema? É um apelido legal! Confia em mim. Se eu for te apelidar pelo que penso que você seja, tenho certeza que ai sim você não vai gostar.

– O que você veio fazer aqui em Stanford Vick? – Eu não conseguia não usar o tom irritado.

– O mesmo que você oras! Além de mais um pouco. – Ela riu maliciosamente.

– Olha Vick, eu só espero não arrumar confusão ok?

– E quem falou em confusão aqui? Talvez diversão... Mas confusão não foi citada nessa conversa. – Ela ria debochada. Era incrível como aquela garota conseguia me irritar no primeiro minuto de contato.

– Você entendeu o que quis dizer. Por favor, né?

– Ok K-Becks! Você que manda. Mas aposto que você iria sorrir mais se seguisse meus conselhos e estilo de vida. Você é muito tensa. Relaxa ai vai!

– Só me deixa na minha e eu também deixo você. Entendido?

– Ui! Ameaças? Ah, vejo que você já começa a apresentar potencial para andar comigo. – Eu revirei os olhos e respirei fundo.

– Eu vou deixar você arrumar suas coisas e me deixar em paz. Vou ver se como algo, e se você por acaso mexer em alguma coisa minha você vai ver o quão pior que você eu posso ser! – Falei cerrando o cenho e em tom firme e seguro. Peguei as chaves, o celular e a carteira e bati a porta saindo do quarto.

Eu não tinha nem 20 minutos naquele lugar e essa menina já se caracterizou como o inferno da minha graduação. “É Kate, você tá com uma sorte que eu nunca vi!”. O céu de repente se transformava em inferno.


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Notas finais do capítulo

E ai florzinhas e cravinhos? O que acharam? Será que essa Vick vai dar problema pra Kate?
Criticas e sugestões? Espero vocês nos comentários! ;)