As Melhores Lembranças... escrita por Kokoro Tsuki


Capítulo 1
As Melhores Lembranças... Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Então pessoas, que tal ler uma história de AnoHana? Olha, essa é a primeira que escrevo sobre o tema, então tenham piedade com qualquer erro, Okay? Sintam-se a vontade para criticar, desde que sejam construtivas. Por enquanto é só, eu sinceramente espero que gostem.



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Agora eu penso sobre minha vida, tudo oque aconteceu até hoje deve ter algum significado que eu desconheço. Volto para casa, cansado do trabalho, tiro meus sapatos de qualquer jeito. Para não irritar minha esposa os deixo fora de casa.

Ouço múrmuros vindos da cozinha, provavelmente dela e de minha filhinha pequena, decido não incomoda-las e vou jogar uma água no corpo, não quero descontar nelas o estresse que meu chefe me fez passar.

Enquanto a água quente caiu sobre meu corpo nu, penso em como cheguei até aqui, em quantos anos se passaram, afinal, já tenho vinte seis, trabalho e formei minha família, como cresci tanto?

Se meu pai estivesse conosco diria o quanto isso era fofo. Rio só de pensar nisso, mas depois me sinto entristecer, sinto falta dele, e minha princesa também sente falta do avô.

Desligo o chuveiro e saio, nem me atrevo a gastar água demais, esse mês já têm muitas contas para pagar, e ainda mais que minha mulher não está podendo trabalhar.

Suspiro ao me trocar. Acho que preciso de roupas novas, mas nem posso me preocupar com isso agora, irei deixar para depois, tenho minhas prioridades agora.

Ando calmamente até a sala e pego meu jornal, pelo jeito aquelas duas nem me perceberam aqui, traidoras! Rio sozinho ao pensar nisso, abro meu jornal e começo a folheá-lo, nada de interessante.

Resolvo coloca-lo na mesinha, mas derrubo algo, droga! Agora tenho de abaixar para pegar! Quando faço isso percebo que aquilo não era algo qualquer, e sim uma coisa que me recordava bem, nossa última foto.

Lembro-me agora, estamos no verão, faz mais dez anos que a Menma se foi, deixando-nos apenas em cinco, novamente.

Não me esqueço do fim do verão com você

Sonhos para o futuro, grande esperança

Acredito em nos encontrarmos de novo agora, em agosto ou em dez anos.

Lembro-me bem, sua voz ainda soa em meus ouvidos, consigo lembrar como ela gritava, chorava, era até mesmo um pouco irritante, Menma sempre falava na terceira pessoa. Chamava-me de JinTan.

As melhores lembranças...

Ela era uma menina chorona, e bem solitária quando nos conhecemos, e eu, que naquela época não aguentava ver ninguém, quieto em seu canto me aproximei, e a chamei para se juntar a nós. Agora tenho certeza que fiz a escolha certa.


Aquele instante transitório quando nós nos encontramos nos cruzamentos a meio caminho de casa

Você me chamou, "vamos caminhar juntos para casa"

Eu estava envergonhada

Escondendo meu rosto com minha bolsa

Mas a verdade é que eu estava realmente feliz

Eu tentava me aproximar dela de qualquer maneira, até chamei para ir embora comigo, Menma ficou tão corada, Meu Deus! Até enfiou a cabeça dentro da bolsa, ri muito naquele dia, e ainda rio ao me lembrar.

Ah, uma flor bonita, fogos de artifício no céu

É um pouco triste

Ah, a circulação do vento ao correr do tempo

Tão feliz, tão divertido

Tínhamos muitas aventuras

Na nossa base secreta

Nosso primeiro verão juntos, andamos por aquele bosque, que crianças ingênuas éramos. Encontramos uma casa velha, e nos aproximamos, parecia abandonada, tinha até um bilhete que dizia “Façam dela oque quiser.”

E foi aí que resolvemos, essa seria nossa Base Secreta, onde nasceram os ‘Super Protetores da Paz’, que idiotice, sinto um sorriso se formar em minha face, amo essa lembranças.

Foi lá que tudo começou e que tudo terminou, foi lá, que graças a minha idiotice, em sair correndo como um covarde, que nós a perdemos, perdemos nossa preciosa Menma.

Eu sabia que até o fim

Você berraria de seu coração "muito obrigado"

Segurando as lágrimas para dizer "adeus" com um sorriso

É triste, as melhores lembranças

Eu pensei que simplesmente podia pedir desculpas no dia seguinte, que tudo ficaria bem, mas não, o destino prega peças. Meu pai entrou correndo em casa, ouvi-o gritar o apelido da Menma, e me contar, tentei não chorar, mas foi impossível. Nós sempre brigamos, nos despedimos, dizíamos que nuca mais íamos nos ver ou nos falar, porém, aquele foi um ‘Adeus’ definitivo.

Ou pelo menos eu achava.

Ah, as férias de verão acabarão cedo

Ah, o sol e a lua estão sendo amigáveis

Tão triste, tão sozinho

Nós brigamos bastante, também

Na nossa base secreta

Dez anos se passaram, crescemos e os Protetores da Paz mudaram, ou melhor, tentavam parecer mudados, tentamos, mas não foi possível esquecer o sorriso e a voz irritante de Honma Meiko, a Menma.

Eu nem ia a escola, mas quando chegou o verão, tive a impressão de ouvir passos em casa, pensei ser ladrão, depois tive a impressão de estar louco, e tive certeza quando a ouvi chamar.

‘’JinTan!’’

– Jintan! Oque está fazendo? – minha mulher me chamou, viro-me para ela que estava encostada na parede, sorrindo e acariciando seu barrigão de quase nove meses.

– Lembrando, Anaru. – respondo ao ver a moreno se aproximar de mim a sentar o sofá, pegou a foto de minhas mãos e me olhou alegre, não sentia mais ciúmes da Menma, apesar de saber que eu amava nossa amiguinha de infância, também sabia que foi graças à albina que estávamos juntos. – Essa foi um das melhores épocas de nossas vidas, não é?

– Com toda certeza! – a morena murmurou sem tirar aos olhos da fotografia, vi seu sorriso aumentar, com certeza, estava se lembrando dos bons momentos que passamos juntos.

Eu sabia que até o fim

Você berraria de seu coração "muito obrigado"

Segurando as lágrimas para dizer "adeus" com um sorriso

É triste, as melhores lembranças

Quando a Menma voltou, Anaru chorava muito, queria meio que se livrar dela, para que pudéssemos ficar juntos, tão idiota quanto eu. Lembro que quanto voltei para escola por um tempo, tive que lhe defender das pessoas que ficavam comentando do Motel. Gritei para olharem para mim, disse que ela tinha cara de Motel, a moreno ficou furiosa comigo e me tirou de lá, a força.

Depois disso Anaru brigou com sua mãe e se mudou para a Base Secreta junto com Popo, não sei ao certo se ela gostava de tê-la ali ou não, eu queria que voltasse para casa, mas foi difícil a convencer.

Havia nada para fazer a respeito da repentina mudança de escola

Escreverei cartas, farei ligações,

Por favor, não esqueça de mim

Para sempre na nossa base secreta

Yukiatsu se sentia tão mal quanto eu, também sentia a culpa pela sua morte, a presilha que lhe deu tempos depois Tsukuro ganhou uma parecida com a sua, essa outra que queria que você fosse embora, então Anaru ficaria comigo, e ela com o moreno, outra besta.

– Tsukuro ficou mais bonita com o cabelo curto. – Anaru comentou encostada sobre meu ombro, eu podia sentir seu calor, coloquei minha mão em cima de sua barriga, nossa segunda menininha chutou.

– Concordo. – murmurei beijando sua barriga, oque a fez corar. Meu Deus! Meninas ficam vermelhas por tudo! Ninguém merece! Isso é um pouco chato, mas me faz rir.

Conversávamos e conversávamos no fim do verão

Vendo o pôr do sol, depois vendo as estrelas

Nunca esquecerei das lágrimas que correram pelo seu rosto

Até o fim você acenaria para mim, eu sabia que não esqueceria

Então só com isto, para sempre, num sonho...

Tentei impedir de soltar os fogos, não queria que você fosse embora, não queria! Mas não havia mais tempo... Virei-me e a vi ali, parada, me olhando. Nada tinha acontecido.

Não devia, mas fiquei feliz, desculpe, não tinha sido capaz de realizar seu desejo, estava feliz por dentro, mesmo assim não sabia oque realmente sentia.

Levei-a para casa, você dormiu rápido, te deixei ali, na sala. Ouvi meu celular tocar, Yukiatsu me chamou para a Base Secreta, conferiu mais uma vez para conferir se estava mesmo no mundo dos sonhos, e sai o mais rápido que pude.

– Ainda não acredito que todos se sentiam culpados! Pensei que a culpa era só minha! – Anaru disse sorrindo, eu a retribui, a logo vi aparecer por trás do sofá àquela coisinha pequena com cara de felicidade.

– Culpa do que? – perguntou nossa mais velha, de apenas três anos, nossa primeira filha, nossa própria Meiko. – Oque houve mamãe?

– É uma longa história! – respondi a colocando em meu colo, sorri para ela, acho que já é hora de saber sobre a tia Meiko. – Mas vamos te contar tudinho!

Não esqueço do fim do verão com você

Sonhos para o futuro, grande esperança

Acredito em nos encontrarmos de novo agora, em agosto ou em dez anos.

Corremos por todo o bosque a sua procura! Onde estava? Por que tinha sumido? Apareça logo! Já realizou o desejo da minha mãe! Estou chorando! Vamos Menma!

Apareça!

– Oque é aquilo? – Anaru apontou. Espera! Aquelas são as folha do diário da Menma?

Corremos para elas, cada um pegou uma folha, nossos nomes estavam escritos nelas, era a letra da Menma, sem dúvidas, aquela letra horrível só podia ser dela.

Eu sabia que até o fim

Você berraria de seu coração "muito obrigado"

Segurando as lágrimas para dizer "adeus" com um sorriso

É triste, as melhores lembranças...

Me recordo até hoje do que estava escrito, nos fez chorar, e muito.

“Para Tsukuro:

“Eu amo seu jeito gentil”

Para Yukiatsu:

“Eu amo seu jeito sempre esforçado.”

Para Popo:

“Eu amo seu jeito engraçado”

Para Anaru:

“Eu amo o seu jeito tão sofisticado”

Para Jintan:

“Eu te amo Jintan. Meu amor por você é daqueles de querer se casar”

Ela definitivamente tinha conseguido, me fez chorar, está feliz? Isso não tem graça! Menma!

– Oque é isso? – perguntei a mim mesmo num tom de voz alto, acho que ela ouviu – Oque é isso, Menma? Nós estamos brincando de esconde-esconde certo? – eu não sonsegui controlar as minhas lágrimas, chorava mais do que podia, tido o choro que prendi por dez longos anos. – Então, a menos que achemos você... Isso nuca vai terminar! – gritei por fim – Cadê você?! – depois de alguns gritos selos os outros se juntaram a mim, aposto que estava chorando não? Menma, cadê você?

– Estou aqui! – era sua voz não é? Anari foi a primeira a te ver encostada naquela árvore, eu podia ver a felicidade misturada com a tristeza na face de cada um de nós, em cada um dos Super Protetores da Paz. – Eu não acho que é apenas o meu nome que você querer dizer certo? A Menma é realmente muito ruim n esconde-esconde. Pode dizer, JinTan.

– Oque?

– Acho que agora é adeus de verdade, ok? – disse, podia ver a luz do pôr-do-Sol atravessa-la, isso queria dizer que... Ela...?

– Eu li sua carta! – os gritos de Popo me chamaram a atenção, ele estava com a mensagem de Menma nas mãos, sorria e chorava ao mesmo tempo. – Eu também te amo, Menma!

– Eu também te amo!

– Eu te amo, Menma!

– É claro que eu te amo muito também!

Viu Menma? Todos eles te amam! Te amam tanto quanto eu.

– Adeus não é um sentimento de um lado só, sabia? – Popo continuou, ele é tão bom em te fazer chorar quanto eu, né? Se brincar estou chorando agora mesmo. – Não é, JinTan?

Só tenho que agradecer, agradecer por realizar o desejo de minha mãe, quem dera eu tivesse percebido antes. Talvez tivesse chorado com ela ainda em vida, e você não precisasse se sacrificar para isso, não precisaria morrer, mas se aconteceu foi por que era preciso. Eu te amo, Menma.

Tenho certeza que você também se lembrou, de quando éramos pequenos, que cena ridícula, extremamente ridícula.

Não se preocupe Menma. Nós vamos nos encontrar novamente, nem que seja daqui dez, vinte, trinta, quarente verões! Vamos passar mais tempo juntos, brincar, conversar. Ser novamente os Super Protetores da Paz! Nós seis! É uma promessa! Isso não é uma ‘Adeus’! Jamais será! Então, aí vai!

– Menma, nós te achamos!

– Vocês... – te vi se levantar com muita dificuldade e sorrir para nós, sua voz irritantemente doce estava chorosa, estava realmente transparente. – Me acharam... – essas foram suas últimas palavras, mas, mesmo assim, Menma continuou sorrindo até o final.

Conversávamos e conversávamos no fim do verão

Vendo o pôr do sol, depois vendo as estrelas

Nunca esquecerei das lágrimas que correram pelo seu rosto

Até o fim você acenaria para mim, eu sabia que não esqueceria

Então só com isto, para sempre, num sonho...

Não esqueço do fim do verão com você

Sonhos para o futuro, grande esperança

Acredito em nos encontrarmos de novo agora, em agosto ou em dez anos

Eu sabia que até o fim

Você berraria de seu coração "muito obrigado"

Segurando as lágrimas para dizer "adeus" com um sorriso

É triste, as melhores lembranças...

As melhores lembranças..

– Isso é lindo, papai! – Meiko exclamou olhando para mim, só que não a respondi, eu e Anaru estávamos ocupados demais. – Papai?

Por quê? Por que diabos estou chorando? Faz dez anos que tudo isso aconteceu, Anaru também está chorando? Tenho que acalma-la, o médico disse que ela não podia viver fortes emoções, mas mesmo assim se recusava a parar a me dar a foto, por algum motivo não estava muito preocupado, eu confiava nela, sei que Anaru é capaz de cuidar de nossa segunda princesinhas, nossa querida Hana.

Pensando bem, essas são as melhores lembranças que eu podia ter, acho que agora sei qual o nome da flor que vimos aquele dia.


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Notas finais do capítulo

Então? oque acharam? Espero que tenham gostado, deixem seus deliciosos comentários, okay?