Kise gostava de observar Aomine dormir após o sexo. Gostava de acompanhar a leve respiração dele, a pele morena reluzente pela luz ou pelo suor e gostava também de ouvir quando ele fazia alguns barulhinhos devido ao cansaço ou porque ele simplesmente respirava pela boca, tendo seu rosto apoiado no travesseiro.

Naquele momento, Kise observava Aomine adormecido de bruços – ambos completamente nus, não esquecendo este detalhe – e algumas gotas de suor espalhadas pelo seu corpo, que remanesciam mesmo após o loiro tendo ligado o ar condicionado, deixando o quarto com uma temperatura mais agradável. Aquela cena era extremamente sexy para o loiro, pois alem do suor, havia também a fraca luz noturna que entrava pelas cortinas que ambos nem se preocuparam em fechar, pois estavam muito ocupados trocando carícias selvagens, trazendo um sorriso ao copiador da (antiga) Kiseki no Sedai devido às lembranças de mais cedo.

Kise observou novamente o corpo medianamente musculoso do moreno, até que se deteve em uma de suas mãos. Esta tinha os dedos levemente fechados e o modelo lembrou-se da época em que eles integravam a Teiko e em como Kuroko e Aomine batiam os punhos após o mais alto pegar um passe do azulado e fazer a cesta. Era um gesto contínuo já que eles eram uma dupla invencível. E isso causava um pouco de inveja em Kise, pois quanto mais eles repetiam isto, mais próximos ficavam e eventualmente deixavam o loiro para trás.

E isso doía demais.

E também o deixava deveras entristecido, pois sempre quisera compartilhar um gesto como aquele com o companheiro e não apenas a cama. Podia não parecer, mas Kise achava que simples gestos como um abraço valiam mais do que milhares e milhares de promessas e palavras ao vento. A imagem de Kuroko e Aomine passou em sua mente em um loop e o loiro achou que poderia tentar também.

Então, levado pela emoção do pensamento, cautelosamente bateu com seu próprio punho levemente no semifechado do outro, abrindo um sorriso logo em seguida. Mas o sorriso durou pouco, pois ele mesmo sabia que aquilo não era um gesto íntimo deles, então não era como se significasse muito. Mas ainda assim, sentiu-se um pouco mais próximo - sentimentalmente falando - do moreno e por mais deplorável que parecesse, o deixou feliz.

Ainda sendo cuidadoso, o loiro abriu os dedos de Aomine e depositou sua mão na dele, encaixando de mau jeito seus dedos nos dele. Eles apenas se tocavam de leve, mas foi o suficiente para o loiro abrir outro sorriso como se fosse uma criança que acabara de receber um presente.

Neste momento, Aomine virou-se de lado e ronronou como um gato sonolento, puxando Kise e encaixando-se atrás dele, repousando seu queixo no ombro alheio. Kise não pôde deixar de corar e ficar surpreso, mas apenas puxou o lençol – com muita dificuldade e cuidado para não acordar de vez o moreno - que estava enroscado na cama e cobriu-os, pois percebera que Aomine só fizera aquilo porque estava com frio e bom, ele mesmo já estava sentindo alguns leves arrepios de frio.

Kise sorriu uma última vez antes de entrar no mundo dos sonhos, pois percebera que mesmo que Kuroko tivesse compartilhado momentos maravilhosos com o moreno dentro das quadras, o loiro tinha algo melhor e mais especial: o coração do bruto e arrogante Aomine Daiki.