— Do que mesmo você queria falar? — Akemi perguntou.

Eu a chamei para tomar um chá comigo.

— Bem... É sobre a Katherine! — Respondi então. — Ela é teimosa, fica nervosa facilmente e está sempre entrando em brigas... Mas ela é uma boa garota. Ela é gentil, corajosa, e está sempre tentando o seu melhor para ajudar as pessoas.

— Como uma Garota Mágica, isso é uma falha grave. — Disse Akemi. — Gentileza, gera ingenuidade. Coragem, gera imprudência. Não há recompensa para a devoção. Aquelas que não conseguem entender isso não são adequadas para se tornarem Garotas Mágicas. É por isso que a Mami perdeu a sua vida...

— Não diga isso! Katherine está bem. Porém, não quero que o que aconteceu com você e a Mami, aconteça com ela também. O que eu devo fazer?

— Você está preocupada com ela, não é, Madoka?

Fiz que sim com a cabeça.

— Não há nada que eu possa fazer por ela, então... Então, por favor... Seja amiga dela e não lute com ela, como as coisas eram com você e a Mami! Será mais seguro se vocês forem atrás das bruxas juntas do que sozinha.

— Eu não quero fazer promessas falsas. Sugiro que você desista da Katherine. Ela não deveria fazer um contrato. Esse foi o meu erro. Eu deveria tê-la protegido, assim como protegi você.

— Então...

— Aceitarei a responsabilidade porque esse é um erro irreversível. Similar à maneira como uma pessoa não pode ser trazida de volta da morte, não há salvação para essa alguém, uma vez que ela se tornou uma Garota Mágica. Fazer um contrato significa desistir de tudo o que você tem por um desejo. — Ela me disse.

— Então você desistiu de todas as garotas, Akemi?

— Sim. Não vou pedir pelo seu perdão. Independente de quão pesados pelos meus pecados, eu devo continuar a lutar.

Ela pegou sua bolsa e levantou-se da mesa.

— Parece que eu desperdicei seu tempo, Madoka. Me desculpe.

...

Katherine, Kyuubey e eu fomos à procura de bruxas.

Chegamos em um beco, onde a pedra da alma de Kath brilhou. Ela abriu um portal e entramos como de costume. O que havia ali não era uma bruxa, mas sim, um familiar. Kath lutou com ele, até que alguém fechou o portal.

— Espere. O que você pensa que está fazendo? — Uma menina de cabelos vermelhos disse.

— Está fugindo. — Katherine gritou e saiu correndo.

A menina de cabelos vermelhos que também era uma Garota Mágica apontou sua arma para Kath. Era uma lança.

— Você não pode dizer só por olhar? Não era uma bruxa, era só um familiar. Eles sequer carregam Grief Seeds.

— Mas se não fizermos nada sobre eles, alguém pode morrer. — Defendeu Kath.

A Garota Mágica deu uma mordida em seu pão.

— Você deveria só esperar até ele matar alguém, e virar uma bruxa. Então você poderia conseguir Grief Seeds. O que você acha que acontecerá com os seus pintinhos se quebrar os ovos?

— Está dizendo que devíamos só olhar enquanto isso mata pessoas? — Minha amiga protestou.

— Você definitivamente é estranha. — Ela deu outra mordida no pão. — Você não sabia? Devem ter ensinado a você sobre a cadeia alimentar na escola. As bruxas comem humanos fracos, e nos as comemos. É a lei da natureza. É como separamos os fortes dos fracos.

A menina saiu andando na direção da Katherine, que consequentemente recuou. Cada passo que “Cabelos Vermelhos’’ dava para frente, Kath dava para trás.

— Não me diga que você fez um contrato com ele somente pela justiça e a paz!

— E daí se for isso? — Kath embainhou sua espada e foi para cima da menina.

Ela fazia todo o esforço do mundo, enquanto cabelos vermelhos nem sequer se movia.

— Se juntar a nós por um motivo tão idiota... Você me irrita. — Ela disse, batendo em Katherine com a sua lança. Ela voou longe.

— KATHERINE! — Gritei. Ela estava jogada no chão.

— Por que você não esfria a cabeça e pensa um pouco? — A garota falou, virando as costas.

Kath se levantou. A menina parou.

— Bom... Isso é estranho! Aquele golpe deveria ter te deixado de cama por três meses.

— Katherine, você está bem? — Perguntei.

— Por ela ter se tornado uma Garota Mágica desejando pela saúde de alguém, seus poderes regenerativos são incríveis. — Kyuubey disse.

— Quem diabos te ouviria? São por pessoas como você que a Mami está... — Ela não completou.

— Com quem você pensa que está falando? — Cabelos vermelhos gritou. E foi na direção de Katherine. Colocou sua lança para frente, e ela se esticou. Era uma habilidade da arma. Katherine foi atingida e caiu no chão. A Garota Mágica podia esticar sua lança até onde ela quisesse, sendo assim, esticou-a até alto no céu e depois se jogou de lá de cima, dando um golpe final.

— Kyuubey, por favor. Faça-as parar. — Supliquei.

— Não há nada que eu possa fazer. Apenas Garotas Mágicas podem interferir. Porém, há um jeito de você ajuda-la. E você sabe como...

“É verdade” — Pensei.

— Eu quero... — Falei em voz alta.

Akemi apareceu do meu lado.

— Não é preciso.

Foi como se o tempo tivesse parado.

A Garota da lança atingiu o chão, porém não Katherine.

Ela reapareceu na minha frente.

Mas quem a colocou ali?