S.o.s. escrita por Vespertilio


Capítulo 8
Abrace o capeta.


Notas iniciais do capítulo

Não consegui responder todas as reviews, por falta de tempo. Responderei em breve.
Esse vai em especial pra Robecca, que falou a frase inspiradora desse capítulo.
Beijos de luz pra todos vocês e boa leitura.



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– Como assim não vão casar? – Ângela perguntou com um tom preocupado, mas seu semblante feliz demonstrava o contrário. Ela estava radiante. Maldita.

– Como assim não vamos casar? – Edward me cutucou. A expressão confusa que estava sem seu rosto minutos antes agora se dissolvendo, como se me desafiasse.

– Você sabe o porquê. – Cuspi entre dentes. – E vocês também sabem.

– É o medo de subir no altar novamente? – Distingui a voz de minha avó das demais, e ela apareceu no meio da pequena multidão.

Olhei para os rostos confusos a minha frente. Todos eles pareciam fazer a mesma pergunta: “Porque essa idiota, idiota, idiota e idiota, da Isabella, está terminando com esse gostoso, gostoso, gostoso, gostoso e gostoso mais algumas vezes, do Edward?”. E, se eles perguntavam-se aquilo, só poderia significar uma coisa: Eles não haviam escutado toda a conversa. Uma onda de alívio me tomou. Era como se eu estivesse em um baile de máscaras, com a horrível impressão de que minha máscara estava caindo, entretanto, ao colocar a mão sobre o rosto, lá estava ela. Protegendo-me.

– Qual é, Bellinha! – Um grande e sorridente Emett veio até mim. – Você sabe que esse meu irmão nunca te abandonaria. – Fez um bico e apertou minha bochecha, como se eu fosse um bebê. Ouvi algumas gargalhadas a minha volta. – O Edward pode ser um cachorrão desgraçado, mas não é um viado que nem o Mikegay.

Fiz uma careta ao ouvir Edward ser tratado como “cachorrão”, entretanto, ele não fez o mesmo. Ao virar para o lado para encarar meu noivo, ou que quer que ele fosse naquele momento, vi que segurava uma risada. Tornei a olhar para meu cunhado, para todos os efeitos, depois para a minha família, pelo menos a parte que estava ali. Ângela, Jenn, meu pai – Charlie-, Vovó Abbie, Tias Irina e Eunice. Mas eu os via mais como letreiros, era como se houvessem frases piscantes em suas testas, respectivamente: “Há, a Bella se fudeu!”, “Agora eu tenho chances com esse gostoso do Edward *joga cabelo*”, “O que minha filha está fazendo dessa vez?”, “Pobre netinha... Mas cadê os meus biscoitos?”, “Aposto que perdeu o bebê”, “Oh pobre Bella”.

– Não é isso, gente... – Murmurei. O que merda eu ia falar? – Eu só quero, eu só queria... Eu não sei como contar. – Bufei e encarei Edward.

– VOCÊ PERDEU O BEBÊ? – Tia Irina gritou. E bingo, o letreiro estava certo.

– Oh! Pobre, Isabella... – Completou Tia Eunice, balançando a cabeça em negação.

– Acho que essa conversa vai demorar. – Começou minha avó, e eu já sabia o que viria a seguir. – Vou pegar biscoitos.

Meu pai não falou nada, apenas me encarava. Encrava Edward. Emett. Depois voltava o rosto para mim. A expressão de minhas irmãs era de pura vitória, e quando elas se olharam um ar de competitividade lançou-se entre elas. Abbie havia se retirado do quarto junto com Tia Eunice, e a outra Tia. Irina, que eu secretamente chamava de Rapariga de quinta, sorria para mim. Como quem diz: “Chupa, fracassada”. Aquilo era de mais. Eu precisava falar a verdade. Respirei fundo e abri a boca.

– Eu não estou grávida, porque nunca estive grávida.

– Jura? – Jenn franziu o cenho.

– Edward e eu nunca transamos! – Berrei.

– Vai me dizer que você é virgem? – Emett rolou os olhos.

– Não sou! – Dei-lhe uma tapa no braço.

– O Edward cachorrão virou uma florzinha? – Desta vez a ironia não era para mim. – Porque o Edward cachorrão que eu conheço, e que tomo como meu irmão e exemplo. – Emett colocou a mão no peito de forma teatral. – Nunca, nunca, nunca, deixaria a Bellinha em abstinência sexual. E – Colocou a outra mão sobre a minha cabeça. Lá vem... – A Bellinha que eu conheço, e que contou para a Rose de todos os seus devaneios sexuais com o meu irmão. O que, família, eu devo dizer que foi um pouco nojento de ouvir. Não ficaria tanto tempo sem...

– Emett! – Eu tinha tamanha consciência do meu estado vermelho tomate. E aquelas palavras nem eram verdadeiras!

– Relaxa, o seu pai tem plena consciência da sua não virgindade.

– Tenho sim. – Charlie, meu pai, se pronunciou pela primeira vez.

Foi impossível não rir.

Não que a raiva houvesse passado, não que a vergonha tivesse se extinguido. Mas era impossível não rir perto de Emett. Ele fazia as situações mais tensas, virarem um mar de piadas. Será que Rose conseguia brigar com aquele marido? Achava muito difícil. E era muito difícil também que uma parte de mim não ficasse triste. Triste pela maravilhosa família Cullen, que seria minha família, para minha família, mas não para mim. Eu não os conheceria. Não como sendo noiva do Cullen mais gostoso, pelo menos.

– Não sem proteção, Emett. – Edward socou o irmão de forma brincalhona. Eu invejava a forma como eles se tratavam, queria ter aquilo com minhas irmãs. – Bella, por favor, vamos conversar.

– Eu já tomei minha decisão, Cullen.

– Isabella, porque está sendo tão rude com seu noivo? – Meu pai indagou. Desta vez, caminhou até mim. Eu podia ver nos seus olhos a decepção. Ele pensava que eu estava desistindo do casamento dos sonhos, imagine se ele soubesse que esse casamento nunca existiria...

– Pai, ele não é meu noivo. – Lágrimas rolaram por minhas bochechas.

– Sou sim! – Protestou Edward.

– Não, não é! – O empurrei.

– Você não pode terminar comigo...

– Eu não terminei!

– TU ÉS LOUCA, MULHER? – Emett me puxou pelo braço, e me sacudiu duas vezes. A cena bizarra fez Irina e minhas irmãs rirem. – Uma hora diz que não é noivo, que não vai casar, depois diz que não terminou nada. – Mais uma sacudida. – Pega leve com o Ed, Bellinha. Tudo bem que o cérebro dele parece um pouco mais avançado, mas ele ainda é loiro.

– Um loiro mais inteligente que você. – Edward mostrou-lhe a língua em um gesto infantil, Emett levantou o dedo do meio em resposta. Aquilo me fez pensar em como aqueles dois foram quando crianças.

– Por favor, Emett. – Pedi e ele me soltou. Voltei à atenção ao meu pai. – Desculpe.

– Não me peça desculpas Isabella. – Ele murmurou. – Não sou eu quem está prestes a deixar uma pessoa que claramente é apaixonada por mim – Apontou para Edward – Assim como eu sou por ela. Não sou eu quem está desistindo do que me parece um amor verdadeiro, por um problema idiota. Problema que eu nem sei qual é, mas tenho certeza que é idiota. Minha filha, Bells – Sussurrou. – Eu sei que relacionamentos não fáceis. Mas você precisa aprender que no amor é preciso engolir o orgulho às vezes, abrir mãos de certas coisas. Não seja cabeça dura, meu bem. Dê uma chance ao seu noivo, dê uma chance a si mesma. – Beijou o topo da minha cabeça.

– É isso aí, grande Swan. – Emett socou o ar. – Bonitas palavras, bela moral!

– Vamos embora daqui. – Meu pai rolou os olhos e arrastou todos para fora do quarto. Entretanto, antes de sair Emett me sussurrou:

– Bella, você já está no inferno. Então abrace o capeta.

E ficamos eu e ele – meu “”””””””noivo”””””””” – sozinhos.

Várias coisas passaram em minha mente. Rostos, vozes. Uma das mais fortes era a do meu pai, como sempre. Suas últimas palavras, ecoando em minha mente. Fazendo-me pensar, e pensar. Como, em dois dias minha vida virara esse caos? Eu não sabia dizer. Talvez, minha vida tivesse virado um caos há muito, quando eu entrei no escritório de certo chefe. Um chefe muito gostoso. M-u-i-t-o.

– O que você quer fazer afinal? – Perguntou depois de um tempo.

Encarei-o e outra voz surgiu em minha cabeça. A de Emett.

– Vou abraçar o capeta. – Respondi.

E então Edward abriu os braços.


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Notas finais do capítulo

AUSHAUSHAHASUHAU Só pra constar:
— Não tenho como escrever capítulos maiores (falta de tempo)
— Vou postar o próximo capítulo no DOMINGO.
— Provavelmente, a fic terminará no capítulo 20.
Beijo de luz, amém.