S.o.s. escrita por Vespertilio


Capítulo 14
Rede de mentiras


Notas iniciais do capítulo

Meus deuses, tenho que dizer que tô apaixonada por vocês. Não me abandonaram, não abandonaram a fic. Que amores :3
Bem, bem, bem, hoje só quero desejar uma ÓTIMA leitura.
PS:. Não ignorem as notas finais, avisos importantes por lá.
Até daqui a pouco.



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Às vezes sofremos desilusões por conta das mentiras que as pessoas contam. É preciso ter preparo para isto. As pessoas mentem, e isto é um fato.
Mas é preciso, também, saber separar o joio do trigo. Há pessoas que mentem, deliberadamente, por que querem o teu mal. E há aquelas que mentem por que gostariam de te ver melhor, ou de serem melhores pra você.
Algumas pessoas podem achar que a realidade pode ser apresentada melhor se fantasiada um pouco, e aí a mentira é quase inocente, mais se assemelha a um desejo ou a um sonho, e não se deve subjugar o valor destas pessoas por isso.
Em alguns casos, podemos dizer que a mentira é como uma casca, que uma vez descoberta, deve apenas ser jogada fora. Nas pessoas, assim como entenderia um bom boticário, o que vale não é o frasco, mas a essência.

– Acho que eu não entendi direito. Você e o Jacob armaram isso tudo, junto com a vovó Abbie e o meu irmão? – Charlie apenas acenou com a cabeça, àquela era a quinta vez que eu fazia a mesma pergunta. - Você nunca esteve doente, nunca quase morreu... Charlie!

– Desculpe, Edward. Mas quando Emmet contou, depois que vocês foram embora, a história verdadeira de vocês... Eu tinha que ajudar. Minha mãe teve uma ideia, e eu aceitei de pronto. Ligamos para Jacob e ele aceitou nos ajudar. Sabíamos que se eu estivesse aqui não teriam como ficar separados. Você e Isabella teriam que continuar fingindo um relacionamento. Até perceberem o óbvio. E, pela noite de ontem, presumo que perceberam.

– Charlie Swan... – Olhei para meu sogro e sorri, uma gargalhada rompeu do meu peito. Espontaneamente. Eu amava aquele homem! – Obrigado! Muito obrigado!

– Obrigada pelo quê? – A voz feminina e curiosa de Isabella assustou a mim e a seu pai, quando surgiu do nada.

Se eu contasse a ela sobre a armação das nossas famílias o sorriso que ela sustentava no rosto sumiria num instante. Se eu contasse a ela que o pai dela nunca esteve a beira a morte, que tudo não passou de mentira sobre mentira, formando uma grande rede, ela se enraiveceria. Ficaria com raiva de Charlie. Eu não queria aquilo. Ela já havia brigado com a irmã por minha causa, brigar com o pai, com quem ela tinha a melhor das relações familiares, estava fora e questão. A minha única alternativa era mentir.

– Obrigado por gravar o jogo de ontem para mim. – Dei de ombros tentando parecer casual. – Bem, não tive oportunidade de assistir o jogo porque nós meio que fizemos as pazes e...

– Tá, tá, tá, tá, tá bom! – Ela colocou as mãos em cima da minha boca e me encarou com os olhos arregalados. Depois respirou fundo e olhou para seu pai. – O Edward demorou tanto pra descer que eu fiquei preocupada, achei que tinha acontecido algo com o senhor, pai. Está tudo bem?

– Isabella, claro que está. Eu e o Edward só estávamos conversando sobre o jogo. Coisas de homem, meu bem, coisas de homem.

Minha noiva revirou os olhos e saiu marchando para fora do apartamento. Pisquei para Charlie e a segui. Eu já havia perdido muito tempo com aquela nossa conversa e estava realmente atrasado para o trabalho. Desde a minha “semana” de férias, não tive mais notícias dos negócios, que ficaram a cargo de Jasper, marido da minha irmã mais nova. Sinceramente? Aquilo me preocupava muito. Jasper poderia ser um bom homem, mas não era um bom homem de negócios.

Dirigi em silêncio até a Cullen enterprises, Isabella parecia entretida com uma corrida de gotas de chuva, que escorriam pelo lado de fora do vidro fechado. Coloquei um dos meus CDs favoritos no rádio do carro, e deixei que apenas a música, e o barulho das gotas de chuva sobre o metal, embalassem nossa viagem. Eu gostava daquilo, da forma como podíamos ficar calados e ainda assim completar todo o espaço vazio. Só por estar ali, um ao lado do outro.

– Meu Deus, que saudade disso aqui. - Isabella praticamente gritou, assim que entramos na sala.

– Eu também estava com saudades, Bella. Mas não passamos nem uma semana longe…

– Exato, estávamos perto. Perto de mais. Perto da minha família, daquela loucura toda… - Ela bufou jogando-se na minha cadeira. - E acabamos fazendo meu pai piorar.

Ouvir aquelas palavras saindo da boca dela, trouxe uma tonelada de culpa para cima dos meus ombros. O pai dela não estava doente, nunca estivera. E, mesmo que no começo eu não soubesse da armação da família da minha noiva, isso não aliviava em nada meu fator culpa.

– Bella eu tenho que fazer uma ligação.

– Pode fazer. - Ela sorriu me estendendo o telefone celular.

– Eu tenho celular, Bella. - Remexi no meu bolso e peguei o pequeno aparelho branco, isso a fez revirar os olhos - Sério, eu preciso fazer uma ligação. Em particular.

– O quê? Vai ligar pra Victoria? - Rosnou e eu não contive a gargalhada.

– Como você sabe sobre a Victoria?

– Eu trabalho aqui há seis meses, Cullen. Atendi muitas ligações da “sua ruiva amorosa” - Ela fez uma péssima imitação da voz de Victoria, ri mais uma vez. - Até parece que é engraçado… Vai ligar pra ela por quê? Vai avisar do casamento? Vai chama-la pra madrinha? Já vou avisando que eu não quero aquela vadia da voz rouca no meu casamento.

– Tudo bem, Swan. Quando você arranjar alguém que queira casar com você, é só não convidar a Vic. - Fiz o tom mais sério que pude.

– Vic? Vic? Você e a vadia são assim? Íntimos? E ela te chama de Edinho? Ou de… - Minha noiva parou a frase bruscamente e me encarou com fúria nos olhos, enfim a ficha havia caído. - Achar alguém que queira casar comigo? Acho que você esqueceu que somos noivos, não é?

– Você mesma me jogou na cara que era tudo mentira. Não foi? - Arqueei a sobrancelha para provoca-la ainda mais. Eu tinha vontade de rir ela estava levando aquilo a sério.

– Você não pode dizer isso depois de ontem… Não pode.

– Posso.

– Era isso que você queria, só sexo?

– Exatamente. Queria transar com a minha nova secretária. Por isso inventei que era noivo dela, me aproximei da família e tudo mais. Mas agora que eu já tive o que queria, vou me aproveitar da minha ruiva sensual, da voz rouca. E você, Isabella Swan, está demitida.

Ela me encarou com aqueles olhos castanhos enormes por um longo tempo. Então gargalhou e correu para cima de mim, me enchendo de tapas instantaneamente. Apesar da dor, porque as tapas de Isabella eram reais, eu não conseguia parar de rir. E isso parecia instiga-la a aprofundar a agressão.

– Seu idiota, nunca mais me dê um susto desses ouviu? - Segurei seus punhos a fim de parar as tapas, e vi que lágrimas escorriam de seus olhos. Decidi que era hora de falar a verdade. Ou, pelo menos, a parte que eu podia falar.

– Hey, meu amor. Não se preocupe ok? Você é a única que eu quero. Agora e sempre. Se não ficou claro pra você, eu vou repetir: Eu te amo, Isabella. Eu te amo.

Bella pareceu me analisar por um tempo. Ela sempre fazia isso quando tentava se decidir entre duas coisas. Neste caso, eu imaginava, que a decisão dela era entre: Verdade e mentira. Aquela era mais uma das manias que eu aprendera a amar durante os seis meses de convivência que tivemos. A expressão que ela fazia me lembrava de seu primeiro mês de trabalho, quando eu a falei que estava demitida.

– Você está brincando, não é? – A minha secretária perguntava com o cenho franzido.

– Você? Você? – Tentei parecer o mais rude possível, queria intimida-la.

– Desculpe-me, senhor. O senhor, senhor Cullen. Está brincando, não é?

– Não. Eu não brinco menina.

– Não brinca? Não brinca? – Aquela era a primeira vez que eu via aquela expressão no rosto dela, deixei que continuasse, queria ver até onde ela enfrentaria a mim. – E toda essa palhaça agora, o que foi? Você – ela ressaltou bem esta palavra – não estava brincando? Claro que estava. Isabella Swan, faça isso. Carregue minhas bandejas. Ponha meu café... O dia todo me fazendo correr, me fazendo, me fazendo... Fazer milhares de coisas! Pra isso? Pra me demitir no fim do dia? – Ela deu uma pausa e respirou fundo. – Senhor Edward Cullen, eu desejo, com todo o meu coração, que você tome no...

– Opa! – Interrompi antes que Isabella pudesse concluir o desejo. – Calma, Bella. – Levantei-me e andei até ela – Eu estava brincando, eu jamais demitiria alguém como você.

A minha funcionária não demitida me encarou e me analisou por um longo tempo. Os olhos me varreram de baixo até em cima, até pararem em meus olhos. Ela fez uma careta. E então sorriu. Soltando o ar pesadamente dos pulmões.

– Claro que não ia demitir, eu sou uma funcionária exemplar. – Aproximando-se mais de mim, de modo que eu quase podia ouvir as batidas de seu coração ela sussurrou – Mas eu me demito.

– O quê? – Quase pus o cérebro pela boca.

– Brincadeira, chefe. Só queria saber o que o senhor faria se fosse o contrário.

Dizendo isso ela saiu. Me deixando sozinho com a minha certeza. Certeza de que eu estava sim apaixonado por aquela mulher. Fodidamente apaixonado.

– Eu também te amo, Cullen.- Sorri abobadamente com as palavras que me despertaram das minhas lembranças. Lembranças de um tempo, em que tudo que eu desejava era ouvir aquelas três palavras vindas dela. Beijei-a profundamente e o mundo ao redor pareceu sumir. Como sempre acontecia.

– Puta merda, hein. Eu pensei que isso aqui fosse uma empresa de respeito. - Uma voz, já muito conhecida por mim, interrompeu minha cena de amor.

– Puta merda digo eu! - Exclamei arrancando risadinhas de Bella. - Que caralho você tem na cabeça? Já ouviu falar em ser anunciado antes de entrar?!

– Já. - Meu irmão revirou os olhos. - Mas o que porra eu posso fazer se você e sua secretária estão ocupados de mais se comendo? Se ninguém me anuncia, eu entro.

– Não foi esse a educação que eu lhe dei, querido. - Rosalie entrou na sala, sorrindo e exalando elegância, como sempre. - Olá, coisa linda.

– Olá, Roselinda. - Respondi a sua brincadeira no mesmo tom, e ela riu. Rose era uma das melhores pessoas que eu conhecia. E eu era muito grato por meu irmão ter encontrado alguém como ela.

– Bella! - Emmett correu para abraça-la. - Que saudades de você.

– Eu também senti saudade, Emm. Principalmente dos seus palavrões.

– Acho bom que você tenha vido pra cá. – Interrompi sua conversa com Bella. Eu tinha de falar com meu irmão o quanto antes. Ele me devia explicações. - Precisava falar com você, já ia te ligar.

– Claro que ia ligar...- Ele andou até mim e me deu um abraço, a ironia, como sempre, era o cargo chefe das suas frases - Mas aí você tropeçou na boca na Bella, deu nisso né? - Ele fez um gesto obsceno com as mãos.

– Cala a boca seu miserável. - Estapeei sua cabeça com um pouco de força de mais. E começamos a nossa troca de socos de mentira.

– Bella – Escutei Rosalie chamar. - Vamos deixa-los a sós.

Contei três segundos até a porta ser aberta e então fechada novamente. Eu e Emmett estávamos sozinhos.

– Fala aí, Mané. O que é tão importante? – Indagou jogando-se em minha cadeira, que mais parecia um ímã para folgados.

– Você me deve explicações, Mané.

– Devo? Eu casei com você por acaso? – Revirei os olhos. – ROSAAALIIIEEE.

– Por que você está chamando ela, seu idiota?

– Pra avisar que nos separamos. Tadinha, vai sofrer tanto.

– Deixa disso Emm. – Gargalhei, era impossível, para qualquer um, se manter sério diante do meu irmão. – Preciso saber, por que você se uniu com a família da Isabella?

– Então o seu Swan te contou? – Fiz que sim com cabeça. – Será que não é óbvio, Edward? Eu fiz isso porque te amo, cara. Você é o meu irmão. Tu é um Mané? É. Mas eu te amo mesmo assim, ou justamente por isso. Não queria você sofrendo pelos cantos por causa dessa mulher. Se ela não gostasse de você, tudo bem, eu ia só te consolar. Só que, puta que pariu, ela também é louca por você. – Não esperei que ele terminasse de falar. Dei no meu irmão o mais apertado dos abraços. – Eu sei que menti, mas foi pro seu bem.

– Tudo bem, eu só espero que Bella não descubra nada sobre você a família dela.

– Descobrir o quê? - Meu coração deu um salto, quando uma curiosa Isabella entrou na sala pela porta recém-aberta.


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Notas finais do capítulo

NUSS! Posso dizer o que eu mais gosto neste capítulo? O Emmett dizendo que ama o irmão. Não é a coisa mais linda?!
Eu sei que vocês estão me achando cruel por terminar o capítulo desta forma BUT é a vida MUHAHAHAHAHAHAHAHA. Não me odeiem.
Well, vamos aos avisos de que eu falei?
—- Este é o 14º capítulo, o que significa que teremos mais 6, totalizando 20 (avá?). As postagens, a partir de hoje, serão regulares e pontuais. O que isso significa? A fic terá uma hora e um dia certo para postagem. Nem antes nem depois. (A não ser que minha internet caia, como aconteceu ontem.) E qual será esse dia e essa hora? Todas as terças-feiras, às 17:35/17:40 (uma média no horário porque nunca se sabe).
—- Quando esta fic acabar vou escrever outras de Crepúsculo? Não sei. Sinceramente. Mas, se vocês quiserem ver mais um pouco do que eu escrevo, recomendo Danger. (Sim, estou fazendo uma auto-recomendação hahaha).
—- "Te mandei uma mention no twitter e você nem respondeu" MIL DESCULPAS. Eu adoro quando alguém me tuíta dizendo que gosta das minhas fics, ou coisa do tipo. E tento responder à todos, mas nem sempre é possível, meu tempo livre tá um nada ultimamente.
—- "Você não respondeu meu comentário" EU ADORO COMENTÁRIOS, de verdade, morro cada vez que recebo um. E respondo todos. Mesmo que eu demore, eu vou te responder.
—- "Lê minha fanfic?" Leio sim. Eu adoro quando alguém me indica uma fanfic ou me pede dicas de como escreve-las.
Enfim, era só isso. Queria tirar as dúvidas recorrentes e dar infos novas. Só pra deixar claro, nosso próximo encontro será dia 10/06 (terça-feira).
Vejo vocês nos comentários, não é?
Beijos de luz