S.o.s. escrita por Vespertilio


Capítulo 11
Revira e volta


Notas iniciais do capítulo

Um viva pra quem conseguiu postar o capítulo na data certa? hahahahaha
Algumas pessoas falaram que odiaram o final e pá, mas gente, eu avisei, aquele era o final das narrações da Bella. Afinal, se eu não colocasse um ponto de vista dele nessa história ia ficar muito confuso. E, eu sei que já está confuso, mas as coisas vão se esclarecer aos poucos.
OBRIGADÃO pelas reviews, estou lutando para responder todas, e vou responde-las. Well é só isso por enquanto, boa leitura.



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Caminhei até o carro depois de me despedir da grande família da Bella. Eu sentiria falta de toda aquela gente e de toda aquela loucura. Eu sentiria falta porque aquele momento seria uma coisa única, e, pelo rumo que as coisas tomaram, eu nunca teria algo parecido novamente. Ri fraco. Aquela situação era uma das mais irônicas da minha vida. Porque havia sido Emett a me alertar dos perigos daquela mentira, e eu não o dera ouvido.

– Você sabe que isso vai dar em merda, não é Edward? – Meu irmão repetia aquilo pela não sei que ésima vez. – Você não pode chegar pra família da sua funcionária e se apresentar como noivo dela, é insano! E veja bem Edward, é tão insano que até eu, EU – Ele bateu no peito – o mais insano dos Cullen, estou te repreendendo.

– Por favor, Emett – Rolei os olhos. – Todos nós sabemos a loucura que você fez pra conquistar a Rosalie.

– Mas eu nunca decidi fingir um relacionamento para família dela, sendo que nem a mais interessada sabia...

– Amor... – A voz de Rose soou manhosa, e ela abraçou o marido – O Ed só está sendo romântico, e isso é tão fofo. Por que você não ajuda seu irmão?

– É, amor, por quê? – Indaguei irônico.

– Essa garota está aí, trabalhando com você, há seis meses. Não tem mesmo como saber se ela gosta de você ou não? – Ele sentou-se ao meu lado, colocando uma mão no meu ombro.

– Bem, a Bella é um pouco maluquinha e tudo mais, então não tem como saber o que ela realmente gosta, acho que ela é um mistério...

– Não dá pra ir direto ao ponto, porra? Sei lá, chega na minha e fala: Eu e tu, tu e eu, 18h, minha sala. E pimba!

– Você é mesmo muito idiota, Emett! – Gargalhei alto. – Você sabe que eu sou péssimo com garotas, sempre fui, desde criança... E, uma coisa é ficar com mulheres casualmente, mas a Bella, ela tem um quê de especial... Ela é inteligente e bonita, e nem se dá conta disso.

– Ed, você é gostosão cara. Se eu fosse uma mulher te pegava numa boa. Quer dizer – Me olhou da cabeça aos pés – Dá pro gasto pra alguém de 28 anos, que vive enfurnado em um terno feio.

– Ah! Muito obrigada, mano. É... Reconfortante – Emett abriu um grande sorriso. – Mas então, você vai me ajudar ou não?

– Vou, claro que vou. Por dois motivos. - Fez o “um” com os dedos - Eu sou teu brother – Levantou mais um dedo, para formar “dois” – E se eu não te ajudar meu casamento acaba.

Emett tinha razão durante todo o tempo. Aquilo ia dar merda, aquilo deu merda.

Coloquei as malas no carro. E esperei que Isabella terminasse de se arrumar. Não sei quanto tempo se passou, mas quando ela desceu seu cabelo. Sempre revoltoso, estava preso em um coque frouxo. Seus olhos estavam vermelhos, e ela tentara encobrir as olheiras, inutilmente, com maquiagem. Atrás dela apareceram meu irmão, Charlie, e a vovó Abbie. Sorri e caminhei até eles. Definitivamente, eu ia sentir muita falta daquelas pessoas.

Isabella deu um abraço rápido no pai e na avó, e caminhou até o carro sem dizer uma palavra. Emett foi atrás dela, batendo em meu ombro ao passar por mim. Olhei para Charlie, ele parecia abatido e fraco, como se fosse desmaiar a qualquer minuto. Um traço de preocupação passou por mim, aquelas pessoas, aquela família, havia me cativado de uma maneira, que deixaria uma marca eterna. Apertei a mão do meu “sogro” e ele murmurou um “boa sorte”, virou as costas e entrou. Olhei para a mais velha da família, o aniversário dela não havia sido dos mais felizes, não depois de suas duas netas saírem no tapa por causa de um homem praticamente desconhecido. Esperava ver mágoa e raiva em seu rosto, entretanto ela me sorria.

– Meu querido Edward – Abraçou-me apertado. – Você sabe que as coisas vão se ajeitar não sabe?

– Eu tenho minhas dúvidas, vovó. – Murmurei.

– Dúvidas todos temos, meu bem. – Me libertou do abraço, mas deixou uma de suas mãos em meu ombro. Eu queria abraça-la novamente, ela tinha um jeito reconfortante de abraçar, que fazia com que os problemas sumissem, enquanto o abraço durasse. - O que não pode é perder as esperanças. Não é por que a Isabella pensa de um jeito que você pensará igual, não é mesmo? Minha neta é uma boa garota, mas já foi muito magoada, e tem certo receio de se abrir novamente. Eu sei que ela parece uma idiota atrapalhada às vezes. E ela o é. Mas ninguém tem só um lado, você sabe, não sabe? – A mão que estava em meu ombro apertou-me fracamente. – Mas vocês dois tem que entender uma coisa: Ninguém vive uma mentira por muito tempo, por mais verdadeira que ela seja.

Ela continuou:

– Vocês podem achar que enganaram a todos, e enganaram mesmo. Entretanto, esta é a vantagem de ser tão velha quanto eu, alguns truques são tão velhos quanto nós, e acabamos aprendendo a identificá-los. – Abbie sorriu – O pior, meu querido, é que estão enganando a vocês mesmos. E é nesta mentira que não podem viver. Podem coexistir com ela, é bem verdade. Mas viver? Ah! Isto não. Bem, se meus conselhos valem de alguma coisa, escute bem este, chega de mentiras. Agora eu vou fazer os meus biscoitos.

– Vovó! – Chamei e ela virou-se na entrada da porta, só para me olhar uma última vez. – Muito obrigado.

Fui até o carro, encontrando uma Isabella risonha. Isso claro, porque estava com Emett. Aquele era um talento natural dele, fazer as pessoas rirem por mais tristes que estivessem. Meu irmão e melhor amigo desde que eu aprendi a andar. O cara que entrou em todas enrascadas comigo, até na vez que quase fomos expulsos da escola. E, mesmo a culpa sendo toda minha, ele assumiu parte dela.

– Oi. – Ela disse. – Emett estava me contando das aventuras de vocês quando crianças.

– Espero que ele não tenha contado muita coisa.

– Não, o resto você conta durante a viagem. – Meu irmão piscou para mim.

– Não vai conosco? – Bella indagou.

– Vou ficar aqui por mais uma hora, depois vou pegar meu carro. – Ele deu de ombros – Divirtam-se e juízo.

Despedimos-nos rapidamente do meu irmão, e dei partida no carro. Sintonizei o rádio numa estação qualquer. Ela batia os dedos no banco de couro ao ritmo da música, e apesar no silêncio entre nós, a sensação que eu tinha era de alívio. Meu celular começou a tocar escandalosamente no banco traseiro. E dei uma pausa na música para pegá-lo. Entretanto Isabella foi mais rápida e jogou-se entre as brechas dos bancos frontais para apanha-lo. Seu pé bateu em minha cabeça, o que me fez perder momentaneamente o controle do carro, rodamos duas vezes no asfalto antes que eu conseguisse estacionar o volvo.

– Desculpe Edward. – Ela murmurou com o rosto vermelho – Eu só queria...

– Nos matar? Puta que pariu Isabella... – Soltei o ar pesadamente – Eu ainda sou muito jovem pra morrer.

– Quer saber? Vai se lascar, Cullen. – Atirou o celular, que já havia parado de tocar em mim. – Está me tratando que nem um idiota desde ontem, eu não tenho culpa okay? Não tenho culpa se a Jenn acha que pode roubar tudo o que é meu.

– Tudo o que é seu? – Abri um largo sorriso, aproximando meu rosto do dela. – Então aquela briga toda por ciúmes?

– Ciúmes? – Ela ficou vermelha, mais do que já estava. – Não, nada de ciúmes. Foi só uma forma de dizer.

– Foi ciúmes sim.

– Não.

– Sim.

– NÃO!

– Isabella, ciumentinha, ciumentinha... – Gargalhei. – O que e falei pra você é verdade, Bella. E eu quero que você saiba que eu...- Meu celular tocou novamente. Peguei e atendi sem ver quem era. - Cullen falando.

– Eu sei Mané. – A voz do meu irmão soou do outro lado, mas apesar do habitual uso de xingamentos, sua voz parecia tensa.

– O que houve? – Indaguei.

– Edward, você e a Bella precisam voltar. O Charlie não tá legal não, cara. Ele passou mal, muito mal. Não sei, acho que ele pode...

– Morrer? – A palavra saiu sem controle da minha garganta, e Isabella me olhou com olhos arregalados.

Dei partida no carro. Desta vez fazendo o caminho de volta. De volta para o lugar de onde nunca deveríamos ter saído.


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Notas finais do capítulo

Bem, o próximo capítulo eu devo postar na quinta. Ele já está pronto e tudo mais, só tenho que ver umas coisinhas por aqui. AH, outra coisa, alguém me perguntou se o Ed ia contar do começo, como deu pra perceber, não. Mas vão rolar algumas lembranças dele, dos seis meses com a Bella e pá. Enfim , é isso, até a próxima.