Troca de Casal? escrita por Bianca Scariot


Capítulo 3
Se arrisque mais


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, mas um capitulo então.
Obrigada ao que estão comentando, me deixam muito feliz.
Esse capitulo ficou meio Gralu, mas só pra deixar bem claro, é Nalu e Gruvia.
Boa leitura.



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Lucy on:

Acordo me, mas não sinto a mínima vontade de levantar. É como se não tivesse motivos pra eu sair daquele quarto. E realmente não tem. Diferente do dia passado, hoje chovia, e forte. Hoje eu não estava feliz sem motivo, e sim triste e o motivo tem nome e endereço. Agora não é questão de querer esquecer, agora é questão de precisar esquecer. Essa historia de namoro do Natsu, isso esta acabando comigo. E aquelas palavras que ele disse, vem e vão, em meio de tantas lembranças, “Eu e Juvia estamos namorando”. E não a jeito de tentar me distrair, eu sempre vou acabar pensando nele.

Ouço uma batida na porta. Por um instante me veio à cabeça ser ele, mas conhecendo o Natsu, ele não bateria na porta, ele só entraria.

–Lucy chan? -Escuto do outro lado da porta, uma voz fininha e doce, só poderia ser a Levy.

Fiquei quieta com um tempo, na expectativa que ela ache que eu não estava ali e fosse embora. O que não deu muito certo, por que a baixinha atentada, como dizia Gajeel, entrou porta a fora.

–Isso são horas de estar na cama Lucy? -Ela perguntou.

–Horas? Como assim, que horas são? -Perguntei a ela.

–Quase 15horas. Lucy, não me diga que você estava dormindo... E tudo aquilo que eu lhe falei ontem, não serviu pra nada -Ela falou cruzando os braços.

–Eu não consigo, eu não consigo ser mais forte que isso. Eu queria, e como queria, mas não dá. –Quando falo isso a ela, finas lagrimas caem de meu rosto.

–Pra que se preocupar com tão pouco, pra que chorar? -Ela fala cantando um pedaço de um musica de uma banda que eu adoro (Capital Inicial – Olhos vermelhos)

–Os velhos olhos vermelhos voltaram. –Respondo a ela cantando também, e com um belo de um sorriso falso no rosto, bem falso.

–Por favor, Lucy, não faça isso. –Não sei se ela falou pra eu não sorrir falso ou pra não me deprimir. –Vem comigo na guilda. Lá esta cheio de gente que te adora e que só quer o melhor pra você.

–Não, não, eu não agüentaria ver Natsu e Juvia juntos novamente. –Falo enquanto puxo a coberta e me cubro até a cabeça.

Levy então puxa a minha coberta.

–Eu não vou deixar você fazer isso. –Ela fala.

–Tudo bem então, eu vou pra guilda, mas não agora, eu ainda estou de pijama e vai demorar pra eu ir. –Falo a ela.

–Ok, contanto que você vá. –Ela diz.

–Vai na frente, eu vou logo depois que terminar de me ajeitar. –Quando falo isso, ela dá um grande sorriso.

–Se você prefere assim, tudo bem. –Ela diz enquanto sai pela porta, a fechando.

–Levy e sua inocência, você deveria saber que nem tudo o que as pessoas dizem é confiável. –Falo enquanto pego a coberta e me tampo novamente.

Como se eu fosse mesmo ir à guilda, ela disse que era melhor eu esquecer o que me deixa triste, mas ir pra lá só me deixara mais triste ainda. Fico pensando quando foi que Natsu começou a gostar da Juvia, e por que ele não me contou, eu sou a melhor amiga dele, acho que deveria saber de coisas assim.

Acabo adormecendo. E enquanto durmo, tive um pesadelo horrível. Sonhei que eu estava andando de mãos dadas com Natsu em um Lugar muito bonito, ela um campo onde tinham várias flores de diferentes cores. Foi quando de repente algo o puxou de mim, eu gritava o nome dele, mas ele não me escutava. Até que então ele desapareceu completamente, eu fiquei lá sozinha. Sentei-me no chão e comecei a chorar, foi quando começaram a cair os primeiros pingos de chuva. Coloquei minha mão no rosto para tampar meus olhos. E quando as tirei, eu estava em um lugar escuro, não havia luz, e eu corria e gritava “Natsu”.

Foi quando acordei com uma mão eu meu ombro. Assustei-me bastante com a pessoa que estava ali.

–Gray?? O que faz aqui? –Falo enquanto levo minhas mãos ao meu rosto para secar as lagrimas que aparentemente não caíram só no sonho e sim na vida real. Ele estava sentado na beira da cama.

–Vim ver como você estava, e então te encontrei dormindo. Achei melhor não te acordar. Mas vi que fiz a escolha errada. –Ele fala.

–Eu tive um horrível pesadelo. –Disse a ele.

–É percebi. Enquanto você dormia você gritava Natsu e se debatia. –Ele falou. Eu apenas desviei o olhar. –Essa historia tem mexido bastante com você né... Também esta me deixando louco. Você esta com raiva? –ele pergunta

–Raiva? Como eu poderia ter raiva, nunca falei pro Natsu o que eu realmente sito por ele. Sinto-me mal, muito mal, como se parte de mim estivesse faltando. –Nesse momento não consigo conter o choro. –Como se parte de mim tivesse sido roupada de uma maneira horrível e cruel.

Ele me abraça, me surpreendendo com seu gesto.

–Eu sei exatamente o que você esta sentindo. Por isso vim aqui te ver. Tenho certeza que você esta bem pior que eu. Já que pra mim foi meio que merecido, admito que tratei muito mal a Juvia e nunca reconheci o tanto que ela faz o mim. Não sei você, mas eu não quero continuar assim.

–Também não quero. –Falei a ele ainda em seus braços.

–O que acha de encarar a guilda? Mais dia ou menos dia isso ira acontecer. E seria melhor se eu estivesse com você. –Ele fala.

–Tudo bem, mas eu ainda estou de pijama, vou ter que tomar banho ainda. –Falo me soltando de seus braços e olhando para ele.

–Tudo bem eu espero. –ele falou.

Peguei então minhas roupas e fui até o banheiro. Abri o chuveiro e tomei um banho rápido. Quando sai, Gray continuava sentado na cama.

–Foi rápida né. –Ele me falou.

–Não queria te deixar esperando. –Disse a ele.

Saímos do meu apartamento. Continuava chovendo, mas era uma chuva fininha. Não havia quase ninguém na rua. O céu estava cinza. Dia digno de filme de terror. Gray então quebra o silencio.

–Sabe, enquanto você tomava banho, eu encontrei algumas cartas. –Ele falou.

–Cartas para minha mãe? – perguntei.

–Não, cartas de amor, varias delas, cartas que deveriam ter sido enviadas mas não foram. Acho que se você tivesse as enviado, nesse momento tudo isso poderia ter sido diferente. O que lhe faltou para enviar? –Ele me pergunta.

–Coragem. Foi a única coisa que me faltou. O medo da rejeição também tem grande culpa nisso. Eu queria ir até o Natsu, e contar o que eu sinto por ele. Mas meu medo é o depois, o que vem depois? Eu sei que ele me vê só como uma amiga, e eu sofreria muito mais. –Respondo a ele.

–Se arrisque mais. –Ele faala.

–Eu quero me arriscar mais, amar mais, quero me entregar mais, e não sentir medo. Mas e você? Eu sei que gosta bastante de Juvia, e ela esta ali, ela te ama, ou te amava não sei. Porque você só a despreza? -Pergunto a ele.

–Eu tenho os mesmos sintomas que você. Tenho medo. Sou mesmo um moleque, como o Natsu mesmo falou. Não estou pronto pra ter uma relação. Quando eu tive um momento de coragem, e fui até a casa de Juvia pra falar pra ela o que eu sinto, e pedir desculpas por ter sido um idiota, o Natsu estava lá.

Mudei completamente minha feição quando disse aquilo, e ele percebeu. Então ele colocou o braço em volta do meu pescoço, e disse:

–Mas ta né, quem precisa deles pra ser feliz?

–Pra falar a verdade, eu... –Respondi.

Andamos por mais uns 2 quarteirões, até que chegamos a guilda.

–Esta preparada? -Ele me perguntou. Ainda com seu braço em volta de meu pescoço, aquilo me passava bastante confiança.

–Contanto que eu não fique sozinha... –Respondi.

Entramos na guilda, todos ficaram nos olhando, como se fossemos ateus entrando em uma igreja. Consigo avistar em uma mesa não tão longe, Natsu e Juvia. Ele estava de costas e ela estava na sua frente. Quando de repente ela fica com uma cara de espanto olhando para nós, Natsu aparentemente falou alguma coisa para ela, acho que deve ter perguntado o que ela estava olhando, ou algo do tipo. Pois logo ele vira o rosto, e instantaneamente aquele olhar sereno se transforma em um olhar de raiva. Ele rapidamente se levanta e começa a gritar e caminhar até nós.

–O QUE VOCÊ ACHA QUE ESTA FAZENDO GRAY? SAIA DE PERTO DELA AGORA.

–Ué por que eu deveria? –Gray perguntou. –Você já tem a sua namorada não tem?

–NÃO INTERESSA!! Lucy manda esse idiota não encostar nunca mais em você. –Ele ordena.

– N-natsu, eu... –Eu não sabia o que falar então Gray se meteu.

–Qual é o problema em Natsu, não vejo problema em um namorado abraçar sua namorada. –Que?? Como assim namorada? O que Gray esta falando?

Juvia quando escuta aquilo se levanta rapidamente e corre até a saída, desviando da confusão, quase ninguém reparou isso já que todos os olhares estavam vidrados mesmo era na discussão de Gray e Natsu. A chuva naquele momento começa a ficar muito mais forte.

–AGORA VOCÊ ME PAGA PERVERTIDO.

Eles iriam começar a brigar e eu estava no meio daquilo. Então Gray me empurrou para o lado, como forma de me proteger do fogo descontrolado de Natsu. Só que ele não mediu a força, então eu acabei caindo no chão. Arranhei-me toda e minha perna estava sangrando.

Nenhum dos dois viu a minha situação, estavam ocupados demais brigando. Bem que Levy havia dito que a categoria de briga deles havia aumentado. Mas eu não achei que tinha sido tanto. Eram chutes e socos, eles não estavam usando magia. Vendo aquilo, fiquei com muito medo. Ninguém foi capas de pará-los. Lagrimas começaram a cair de meus olhos. Eu estava desesperada, não podia ver aquilo e não fazer nada. Mas quem sou eu para entrar no meio dessa briga? Nunca que eu conseguiria pará-los desse jeito. Então eu fiz a única coisa que estava ao meu alcance fazer, eu gritei, gritei o mais alto que eu consegui, eu estava desesperada não sabia o que fazer.

–PAAAAAAAAREM! PAREM DE BRIGAR! –Gritei em meio ao choro.

–Lucy... –Gray falou baixinho.

–Lucy você se machucou. –Natsu disse enquanto vinha até mim.

–Isso? Isso não é nada, é só dor física. Se você soube se o quanto estou machucada por dentro, nunca faria as coisas que faz. –Disse isso e sai correndo da guilda.

Natsu ficou lá parado, sem expressar reação. Gray veio atrás de mim. Eu estava correndo, correndo o mais rápido que eu podia, mas isso nunca será rápido o bastante para fugir de Gray. Ele então conseguiu se aproximar de mim, e segurou meu braço pra que eu não pudesse mais fugir.

–Calma Lucy, espera, eu te levo até em casa.

Eu apenas acenei com a cabeça, com um pequeno sorrisinho de canto de boca em meio as lagrimas. Passamos o caminho inteiro sem conversar. A chuva apenas caia e se misturava com as minhas lagrimas. Eu já estava encharcada, e Gray não estava diferente de mim. Chegamos então até o meu apartamento.

–Gray, por que disse pra Natsu que nós éramos namorados? -Pergunto a ele sendo bem objetiva.

–Eu não sei, simplesmente saiu. –Ele respondeu. –Lucy onde tem um quite de primeiros socorros aqui, pra eu poder fazer um curativo na sua perna? –Ele perguntou.

–Tem um no primeiro armário da cozinha. –Respondi a ele, que foi até lá pegar.

Sentei-me em uma cadeira. Então ele voltou com o quite e se sentou em outra cadeira em minha frente. Pegou minha perna e apoiou meu pé em suas pernas, para facilitar o seu trabalho.

–Desculpa Lucy, sei que foi minha culpa você ter se machucado. –Ele fala concentrado no curativo.

–Tudo bem, sei que se você não tivesse feito isso eu iria me machucar bem mais. –Falo a ele dando mais um de meus sorrisos falsos.

Já estava bastante tarde. Então ele resolveu ir embora logo em seguida.

Melhor assim, pois desse jeito eu pude ir tomar um banho quente pra não ficar gripada. Termino meu banho e vou até a cozinha comer alguma coisa, eu estava morrendo de fome.

O que eu posso fazer? aff eu odeio não saber cozinhar. Recuso-me trocar de roupa para ir a uma padaria, pois eu já estava de pijama. Ah, já sei, vou fazer arroz, é uma coisa simples e pratica de se fazer. Fiz o arroz, que pra falar a verdade estava uma merda, mas pelo menos eu não vou morrer de fome.

Arrumei minha cama, e me deitei. Comecei a fazer a minha recapitulação do dia. Pensei no Natsu, pensei bastante no Natsu, fiquei mais triste ainda em lembrar minha atual situação. Até que então consegui dormir.

Acordo pouco tempo depois com batidas na porta. Penso em quem poderia ser, e a primeira opção que me vem à cabeça é Gray.

–Gray? É você? -Pergunto em uma voz alta e sonolenta.

–Não Lucy, sou eu Natsu. –Pulei da cama quando o escutei.

–Por favor, abre pra mim. –ele falou depois de perceber que a porta estava trancada.- Eu quero conversar com você. Eu quero entender o que você esta sentindo, você disse que estava machucada por dentro. O que aconteceu? -Caminho em direção a porta, e quando coloco a mão na maçaneta que percebo a idiotice que eu iria fazer.

–Lucy, por favor. Eu me importo com você, e se você esta triste, eu quero te ajudar a resolver esse problema. –Irônico ele falar isso, quando na verdade o meu problema é ele. Na hora comecei a chorar, coloquei a mão na boca para não fazer barulho.

–Lucy eu sei que você esta ai, abre pra mim. –Natsu é persistente, e não vai desistir tão cedo. Sentei-me então no chão encostada da porta.

–Você não confia em mim é isso? -Comecei a chorar ainda mais quando ele disse isso.

–Saiba que você é muito importante pra mim. –Sorri ao ouvir isso. –vou cantar uma musica que descreve bem.

You are my sunshine, my only sunshine

(Você é meu raio do sol, meu único raio de sol)

You make me happy when skies are gray,

(Você me faz feliz quando os céus estão cinzas)

You'll never know dear, how much I love you,

(Você nunca saberá, querida, o quanto eu te amo)

Please don't take my sunshine away

(Por favor, não leve meu raio de sol embora)

Ele cantou, calmamente e pausadamente. Meu coração quase saiu pela boca.

–Lucy, eu te amo, e você é a melhor amiga que eu poderia ter! –Ele falou por fim.

Melhor amiga? Ele me ama, ótimo, mas como uma amiga. Por que isso esta acontecendo?

Eu queria tanto que ele me amasse. Mas não desse jeito. O impulso foi mais forte que eu, então gritei:

–Vai embora Natsu, eu não quero te ver nunca mais!

–Lucy, você esta chorando? Eu te fiz chorar? ... Me perdoe Lucy, eu não queria te faze chorar... –Ele faz uma pequena pausa- Se for assim que você realmente quer, eu vou embora.

E assim ele o fez, ele foi embora.

“Me arriscar mais” ,é Gray foi isso que você me aconselhou...

Levantei-me rapidamente e abri a porta. Corri para fora, a procura de Natsu. Mas era Tarde demais, ele já não estava mais aqui.


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Notas finais do capítulo

Já estão querendo me matar?
Aposto que estavam querendo que ela abrisse a porta.
Espero comentários :3