Troca de Casal? escrita por Bianca Scariot


Capítulo 14
Uma floresta escura


Notas iniciais do capítulo

Oiiie meus pãezinhos de queijo >..
Nossa, eu fiquei com uma cara tipo (O.O) quando eu vi a quantidade de fantasminhas que vieram do alem só por que ia ter beijo Gruvia. Não,não, eu nao estou reclamando, até por que fiquei muito feliz por eles terem aparecido. Beijo Gruvia... Pois é né gente, não foi dessa vez. O capitulo passado não alcançou o numero de comentários suficiente. E isso me deixou bem triste.
Bom, como eu fiquei bastante tempo pra atualizar eu decidi fazer um capitulo grande. Ele ia ficar maior se eu não tivesse saído hoje, mas como eu não queria deixar vocês mais tempo sem capitulo eu decidi postar.

Bom, eu vou parar de enrolar, boa leitura. E leiam as notas do final >..



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Por quanto tempo ela estava acordada? Bastante, bastante tempo, só não sentia a necessidade de levantar. A azulada sentia os raios de sol que entravam pela janela esquentar seu rosto, mas só ficou ali, não se importou muito com isso. Por baixo das cobertas, ela tateava sua barriga, apertava por muitas vezes algumas gordurinhas que encontrava, ela provocava dor física a ela mesma por seu psicológico já estar destruído. E a cada pensamento negativo, ela sentia mais raiva de si mesma. Talvez um ódio, ódio por não conseguir ser o que ele queria. Pois ela achava que se ele não repara nela, é por ela ser feia e gorda. Mal sabe ela que sofres em vão, pois o que atrai ele não é a aparecia e sim o que ela é, e do mesmo jeito ele a acha a garota mais incrível do mundo.

Batidas foram ouvidas na porta, batidas que foram completamente ignoradas por Juvia.

–Com licença Juvia. –Natsu falou adentrando o quarto, a jovem estava com o olhar fixo na janela, mesmo deitada conseguia ter vista da lagoa lá fora. Ele então, percebendo que ela não deu muita importância, continuou a falar –Esta todo mundo na cozinha, comendo o café da manhã e conversando. Como você não apareceu, eu trouxe um sanduíche para você. –Ele disse enquanto colocava o prato no criado mudo ao lado da cama, e se sentou na beirinha da mesma.

–O que iremos fazer hoje Natsu? –Ela perguntou, agora olhando para ele.

–Não sei direito, mas parece que hoje vai ser algum teste daqueles de resistência, mas Erza não falou muito sobre isso. –Ele respondeu.

–Natsu, tudo bem se der licença há Juvia um pouco? Ela precisa tomar banho. –Juvia falou.

–Mas e o sanduíche que eu fiz para você? –Ele arqueou a sobrancelha.

–Juvia vai comer depois. –Ela disse, desviando o olhar.

–Nada disso, você vai comer agora. –Ele disse pegando o sanduíche e aproximando da boca de Juvia. –Qual é, nem esta tão ruim assim.

–Não é isso, é que... –Juvia deu uma pausa.

–Então coma ué.

Ela olhou com desprezo para o sanduíche, mas com a existência de Natsu, ficou difícil encontrar desculpas, já que as que ela tinha já foram todas usadas recentemente. Ah um tempo que nenhuma comida ficava em seu estomago. Mesmo que as vezes Natsu a obrigue a comer alguma coisa, ela logo vomita tudo o que ingeriu. Após uma pequena mordida, olhou para o Natsu que sorria. Ela sorriu fraco, um sorriso ensaiado, um sorriso sem sentimento nenhum, o que ela se acostumou a dar quando as coisas não estavam bem, mas mesmo assim não queria preocupar os outros.

–Pronto, olha, Juvia esta comendo. Natsu já pode ir embora. –Ela falou tentando convencer.

–Esta tentando se livrar de mim é?- Ele perguntou arqueando uma de suas sobrancelhas. -Tudo bem, eu espero, daí posso levar o prato para a cozinha.

Foram mais algumas mordidas, o sanduíche quase que chegou a metade. E a cada vez que Juvia engolia, sentia uma dor como se aquilo rasgasse sua garganta. Quando de repente, eles escutam um grito vindo da sala, Erza chamava por Natsu. Ele se levantou, mas antes sair, falou:

–Não quero mais ver esse sanduíche quando eu voltar. –Ele disse sorrindo, e fechou a porta.

Juvia se levantou. Quase que sem força, sua cabeça latejava de tanta dor e fome. Se sentiu tonta, teve que se apoiar na parede para não cair sentada. E foi até a janela, a abriu, com um pouco de dificuldade, mas conseguiu. Ela fez novamente o que se acostumara a fazer ultimamente, jogou o que restava do sanduíche para fora.

A uns 4 dias que Juvia não se alimenta direito. E quando come, vai direto para o banheiro vomitar. Ela esta fraca. Sua pele esta branca, suas olheiras são marcantes. Mas ela não consegue, sempre quando come, sente uma culpa imensa.

Depois do banho, Juvia já se sentia um pouco melhor. Se olhou no espelho, detestou o que viu, precisava fazer alguma coisa com aquilo. Pegou seu pequeno estojinho de maquiagens, que guardava dentro da gaveta do móvel na pia. Já estava virando costume, não comer,vomitar,tentar ficar com uma aparência melhor passando maquiagem, se odiar.

Quando saiu do quarto, viu todos sentados na sala, Erza era a única que estava de pé.

–Vem Juvia, senta aqui. –Natsu falou dando espaço para ela no sofá.

–Que bom que chegou, eu ainda não expliquei como será os treinos de hoje. –Erza falou, enquanto Juvia se sentava. –Continuando, pela manhã quando acordei encontrei essa carta embaixo da porta. –Ela disse apontando para a carta em cima da mesa. –O mestre falou que talvez mandasse carta com o cronograma dos treinos. Jellal, por favor, leia em voz alta.

“Para ficar forte, não basta apenas treinar a magia. Nunca sabemos o que podemos enfrentar. Deixamos então o desafio, a resistência de cada um vai ser avaliada. A partir de agora, estão convidados a saírem de sua cabana, e a explorarem essa enorme mata. OBS: CORRENDO.”

Assim, que o azulado acabou de ler, Nastu falou.

–Ok então, ele disse que a gente estava “convidados” a fazer isso, não disse que era obrigatório. –Falou encostando suas costas no sofá e relaxando.

–Natsu, ele disse isso, mas na verdade ele esta mesmo é dizendo o que teremos que

fazer. –Jellal tentou explicar.

–Isso se for mesmo ele quem mandou a carta. –Lucy falou baixo.

–Talvez tenha sido a Sabertooh. –Gray falou.

–Não acho provável, eles não se dariam ao trabalho. –Disse Erza.

–Eles se deram ao trabalho de ameaçar a Lucy, e a desligar a luz. –Natsu falou.

E assim entraram em mais uma discução, o lado que achava que era o certo acatar a tal carta, e o lado que discordava.

Após tudo isso, cada um foi ao seu respectivo quarto, para trocar de roupa, colocar alguma coisa mais adequada para corrida. Ao passar pelo corredor, alguma coisa chamou a atenção de Juvia.

–Ei Juvia, você não almoçou, quer comer alguma coisa? –Gray perguntou.

–Juvia esta bem. –Ela respondeu, sorriu, e depois saiu pela porta.

Gray on:

Eu só sei que, machuca ver ela desse jeito. Ela não esta bem, mas eu não sei o que aconteceu, ou o que ela sente, mas com certeza bem não esta. Eu a conheço o suficiente para saber quando tem algo de estranho. Eu conheço seus sorrisos, por muito tempo seus sorrisos mais sinceros foram para mim. Sorrisos que na época eu não dava nenhum valor, mas que agora faria de tudo para tê-los de volta para mim.

Gray off.

Autora on:

Todos estavam reunidos fora da casa. Erza explicava por ultima vez o que teria de ser feito. E ainda propôs um incentivo:

–O ultimo que chegar aqui, vai ficar uma semana sem precisar limpar, nem cozinhar nada.

Esse desafio foi como que incentivo a eles. E todos se prepararam, estava cada um virado para uma direção diferente, pois não seria permitido fazer em grupo. De repente, um grito de Erza foi escutado:

–VAMOS LÁ!

Depois de umas quatro horas correndo direto, Juvia já não agüentava mais. Suas pernas já não suportavam mais o peso de seu corpo, e ela já estava sem fôlego para continuar. Sua visão destorcida, sua dor horrível de estomago, sua cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento. As finas lagrimas que escorriam pelo canto do seu rosto, era o sinal de que já não suportava mais. Ela simplesmente não tinha mais forças para continuar, seu corpo estava muito danificado e fraco.

Sua vista escureceu, a ponto de não saber mais nem o que estava acontecendo .Ela simplesmente desmaiou, ali mesmo, sozinha e perdida. Apenas um murmuro foi solto

“Gray sama....”

E em algum lugar, não muito longe dali, um certo mago do gelo sentiu seu coração doer. Ele não sabia o porquê, mas sentia a necessidade de trocar de direção, simplesmente virou se para trás, e mudou o rumo. Mas por que aquilo? Por que naquela hora? Nem mesmo ele sabia como responder.

Correu, correu bastante, com muito mais intensidade do que antes. Após alguns minutos correndo, ele avistou um ponto azul ao longe. Na hora identificou o que era.

–JUVIA! –Ele gritou, aumentando a velocidade.

Ao chegar perto dela, ajoelhou se ao seu lado. Ela estava desacordada, com a cara no chão e um arranhão no lado direito do rosto, provocado quando ela caiu. O sangue que escorria, fez o rapaz ficar desesperado. Ele apoiou seu ouvido no peito da garota, a fim de se assegurar que o coração batia como o esperado. Aliviou-se ao escutar, mas seu coração batia devagar. Ele tentou reanimar a garota, balançando a de leve pelo ombro e chamando por seu nome, mas ela nada reagiu. A puxou para perto de si, e a abraçou com força. Passou um de seus braços na parte inferior dos joelhos, e o outro apoiava as costas, e levantou com a maga em seus braços.

Era ruim ver ela daquele jeito. Tão frágil, tão pálida, parecia que com um soprinho ela se despedaçaria como uma flor. Ele se sentiu na obrigação de cuidar dela. Não sabia onde estava, não sabia a direção para voltar para casa, e também não conseguia enxergar ninguém.

Apenas seguiu seu caminho à frente. Por onde passava, reconheci alguns dos lugares que já havia passado. Viu ao longe um pequeno rio, pensou que se Juvia entrasse em contato com a água, talvez ficasse melhor. Foi até lá, desviando das arvores e pedras do caminho. Sentou se na beira daquele rio, e a colocou sentada em suas pernas. Sua cabeça descansava no peito do mago, o sujando de sangue, mas ele não se importou. Levou sua mão até a água, e depois, com sua mão em formato de concha ele levou um pouco de água até o rosto da azulada. Limpou o machucado, e foi cauteloso para que a água não entrasse em contato com seus olhos. Passou sua mão pelo rosto delicado, ele observava cada curva, a achava linda. Checou novamente os batimentos da garota, e pode perceber que ela estava um pouco melhor.

Gray queria que aquele momento não passa se, queria estar com ela em seus braços para sempre. Não queria levantar de lá, mas precisava. Colocou as necessidades da garota como prioridade. Precisava levá-la para um lugar seguro e aconchegante. E foi com esses pensamentos que ele teve força para seguir o caminho.

Por tudo onde andava, só havia arvores, pedras, alguns troncos caídos. E aquela intensa escuridão da sombra das arvores. Se tornava quase que impossível olhar para o céu de tantas e tantas arvores. E aquele clima úmido e frio provocado pelas folhas molhadas da ultima noite.

Olhava para todos os lados, procurando referencias. Até que então, conseguiu reconhecer uma das paredes da casa ao longe. Aquilo deu força e motivação para ele, que aumentou a velocidade dos passos.

Ao adentrar o local, a colocou deitada no sofá delicadamente, e repousou a cabeça dela em uma almofada. Foi até o quarto, pegou alguns cobertores e um travesseiro, tudo o que a faria ficar mais confortável. Estendeu as cobertas, e a ajeitou de um jeito que o frio não entraria. Passou sua mão por baixo da cabeça da azulada, e trocou a almofada pelo travesseiro. Sentou-se no canto do sofá, acariciou seu cabelo, e deixou um beijo demorado em sua testa.

E no meio daquela floresta tão grande e confusa, havia uma loirinha em especial perdida por lá. Lucy já parara de correr a um tempo. E toda aquela motivação que ela tinha quando começou, aquela mesma que vinha do desafio dado por Erza, acabou logo quando percebera que estava perdida. Ela queria tanto não precisar cozinhar por uma semana, mas já não agüentava mais, a única coisa que queria agora era voltar a casa.

Sentou se em uma pedra, de porte médio que ali estava. Tentou se lembrar por onde correu, tentou fazer o percurso em sua mente.

–Ah Lucy, por que tem que ser tão burra a ponto de se perder? Não podia apenas correr em uma reta não? Não,não, essa burra tinha que contrariar e seguir um outro caminho. –Lucy conversava com ela mesma em voz alta.

Estava tão distraída, que nem percebera que havia companhia, e que havia olhares pesados em cima dela. Até que então escutou uma voz falar baixo.

–Oras, veja só se não é ela. A dona dos cabelos dourados. Dona também da minha raiva. Conversando sozinha é?! Não precisa não, pode conversar comigo. Esta na hora de acertarmos a conta não é loirinha?

Ao ouvir aquelas palavras soltas com tanta tranqüilidade, deu um pulo de susto. Olhou para todos os lados, mas não viu ninguém. Ela virava a cabeça desesperada, a procura do dono da voz.

–Quem esta ai? –Falou enquanto limava uma lagrima que escorria. Na verdade, ela já conseguia distinguir bem o dono daquela voz.

–Calminha, eu não vou te machucar ainda. Pretendo brincar um pouco com você antes de te descartar. –Falou saindo do meio das arvores.

Era ele, Sting, o tão temido. Lucy se virou de imediato ao conseguir distinguir de onde vinha tal voz. Ficando frente a frente com ele.

–Não adianta nem tentar correr, eu sou muito mais rápido que você. –Ele falou enquanto caminhava na direção da mesma.

–O que quer de mim? –Ela perguntou, não conseguindo impedir que mais lagrimas caíssem.

–Eu quero isso. –Ele falou enquanto com um só movimento, rasgou a blusa de Lucy. Que com tão forte golpe, acabou por ser jogada longe e dar de costas com uma arvore. Ela gritou com a pancada, havia sido jogada com muita força, e o choque com a arvore foi doido.

–Loirinha, não grite assim. Alguém pode escutar, e descobrir onde nós estamos brincando. –Ele falou sem nenhum sentimento, se abaixando e fitando Lucy que chorava caída ao chão.

–Por favor, não me machuque. –Ela falou olhando para baixo. Enquanto um dos braços ela encolhia junto a seu peito, com vergonha que o mago visse seu sutiã, o outro braço ela usava como suporte para tentar se erguer.

–Epa, epa, epa, esta tentando ir embora? Mas a brincadeira apenas começou. –Falou enquanto puxava seu braço de apoio, fazendo cai novamente de costas com as folhas secas do chão.

Ele passou sua mão pelo corpo de Lucy. Ela deu alguns gemidos, não de prazer, muito pelo contrario, foram de nojo. Nojo por ter aquelas mãos passeando livres por seu corpo. Ele aproximou seus corpos, estava ajoelhado em cima dela. Levou seus lábios ao pescoço da garota, enquanto lagrimas escorriam de seus olhos. Ela tentou emburra- lo, tentou tira-lo de cima dela, mas foi tudo inútil, ele é muito mais forte.

De repente alguma coisa segura Sting pela gola do colete, e o atira longe.

–TIRE SUAS MÃOS DA LUCY! COMO OUSA ENCOSTAR NELA??? –Natsu gritou com sangue nos olhos. –EU VOU QUEBRAR A SUA CARA!

–Calma ai estressadinho, acha que é só você que pode tirar uma lasquinha? –Sting falou debochado. –E olhe, nós só estávamos começando a brincadeira.

–Nunca mais encoste nela. NUNCA MAIS! –Natsu gritou apontando o dedo na cara de Sting.

–Haha. –Sting riu. –Eu ainda vou ter o que eu quero, e eu vou voltar. Eu vou voltar, e quando você não estiver aqui para protege la, eu vou estar aqui para terminar a nossa brincadeira. –O loiro olhou por cima do ombro de Natsu e voltou a falar. –Me aguarde loirinha.

E foi com essas palavras que ele se foi. Deu um salto tão alto a ponto de passar por cima de Natsu e de Lucy, e ir parar sei lá onde. Natsu deu impulso para fazer o mesmo, e foi quando ouviu Lucy falar baixo.

–Por favor não Natsu. Não me deixe sozinha. –Falou em meio a muitas lagrimas, ele correu até ela e se sentou ao seu lado.

–Lucy, o que ele fez com você?! –O rosado falou enquanto passava um de seus braços por baixo das costas de Lucy, e o outro segurava com firmeza sua nuca. Fazendo a se sentar.

–Não me deixe sozinha Natsu, por favor. –Ela falou com muito esforço, por causa que o choro e as lagrimas não ajudavam muito.

Ele aproximou a de seu corpo. Colocou ela sentada de lado em uma se suas pernas. E a abraço com força. Tanta força que fez ela dar um pequeno gritinho agudo. Quando ele olhou para suas costas nuas entendeu o por que. Com aquela pancada que Lucy deu na arvore, suas costas acabaram se avermelhando muito, e tinha também alguns arranhões. Ele passou a mão delicada mente por cima dos machucados como forma de carinho.

Um de seus braços a rodeava por frente, ela se encolheu no peito quente do seu protetor. Ficaram daquele jeito por algum tempo. O suficiente para acalmar um pouco Lucy. Mas ela se desencostou de seu peito, e o fitou nos olhos. Ele também a olhava com ternura. O rosado levou seu polegar até o rosto da jovem, para secar algumas de suas lagrimas. Ele percebeu que ela estava muito sem jeito, e envergonhada. E só quando olhou um pouco para baixo que se deu por conta do por que. Ela estava sem camisa, apenas com um sutiã branco com rendas. Não pensou duas vezes, e tirou a sua própria camisa e colocou nela, que aceitou de primeira.

Ele se deitou no chão, e fez um sinal com a mão para que ela se deitasse junto a ele. Ela aceitou, e repolsou sua cabeça em seu peito. Ele acariciou os seus cabelos, e deixou escapar um de seus pensamentos pela boca:

–Eu vou cuidar de você...

Longe dali, Erza corria sozinha. Seu cabelo era algo que se destacava bem em meio a escuridão das sombras das arvores. E ela via aqueles troncos escuros passarem por sua volta enquanto corria. Já estava com as pernas doendo, mas isso era coisa que ela não admitia nem para si própria. Ela gosta de ser conhecida como a forte, como aquela que nada teme, como aquela que na verdade é temida por outros, isso sim. Não admitia que suas pernas doíam, então resolveu apenas ignorar aquelas dores laterais que sentia quando se movimentara rápido demais.

Distraída, em meio a seus pensamentos, nem viu que alguém se aproximava. E também não viu aquela grande raiz de uma arvore que chegava a sair do chão. E então um de seus pés se prende a raiz. Ela iria cair de imediato, se não fosse por uma mão que a segurou pelo braço. Era ele, seu azulado favorito.

–Você é bem descuidada. –Jellal falou, dando lhe um sorriso.

–Eu, descuidada? –Ela falou se fazendo de ofendida ironicamente.

Ela quis o dar uma resposta provando que ele também poderia ser bem descuidado, então puxou seu braço com força. E como Jellal a segurava pelo braço, acabou caindo. Caindo por cima da ruiva, que ria bastante.

–Heeeeeey, não ria assim das desgraças dos outros. –Jellal falou.

–Desculpa, -Soltou mais uma risadinha- Mas foi engraçado né.

A ruiva só parou de rir, quando percebeu o olhar sério de Jellal. Ele a encarava nos olhos, enquanto se aproximava cada vez mais, e mais, da Ruiva. Ficou tão próximo a ponto de seu narizes se tocarem. Ele encostou seus lábios, nos avermelhados lábios de Erza. E pode sentir a maciez daqueles lábios. Sua língua pediu passagem, e ela concedeu de imediato. Um beijo calmo, onde expressava todos os sentimentos que ambos sentiam. Uma das mãos de Erza passeava solta pelas costas musculosas de Jellal, e a outra acariciava seus cabelos de azul tão intenso. A falta de ar se tornou presente, e eles tiveram que se separar. Ele se levantou, escorando a mão em uma pedra que havia perto. Estendeu sua mão para que Erza se levantasse também. Ela sorria contente, o que fez com que ele soltasse alguns sorrisos também.

–Você iria se assustar se eu dissesse que te amo? –Jellal perguntou.

–Eu ficaria feliz se você dissesse isso. –Ela respondeu.

–Pois então fique sabendo que eu acho que te amo. –Ele falou sorrindo.

–Pois eu tenho certeza que te amo. –Ela falou corando, e virando seu rosto para o lado. Qualquer coisa melhor do que contato visual. Ele foi até ela, e deu um rápido beijo em sua bochecha.

–Vem, vamos. –Segurou a mão delicada da agora, e começou a andar.

Erza on:

Ter-lo tão perto de mim, é confortante, é agradável. Ele significa tanto pra mim, ele é meu porto seguro. É só dele que eu preciso para estar feliz. E eu seria capaz de qualquer coisa pelo seu bem. Ele me faz tão bem, e eu tão quero fazer algo por ele. Ele faz tanto por mim, só de estar junto a mim me da forças para continuar e seguir em frente. E ele nunca vai saber o quão especial é para mim, pois um simples “eu te amo”, nunca vai demonstrar tudo o que sinto. Por que o que eu sinto vai muito alem do eu te amo.

Jellal on:

As vezes me pergunto, como ela consegue ser assim? Ela é tão corajosa, decidida, determinada, valente, forte... Ela é tão incrível, como consegue? Ela teve um objetivo, o objetivo de dar o seu melhor e correr até onde agüentar, e mesmo com as dores físicas (que não são poucas) ela continuou, firme. Ela realmente é o meu maior modelo de vida. Foi ela quem me ensinou o que é viver de verdade. Foi ela quem reviveu todo aquele meu lado que já estava escuro e perdido. Ela foi uma luz que apareceu em minha vida, para me guiar para o lugar certo. Eu não consigo imaginar o que seria de mim sem ela agora. E eu nunca vou conseguir fazer ela enxergar tudo o que sinto por ela.

Autora on:

–Hey Erza, espere. –Jellal parou de andar, fazendo com que ela parasse também, e se virasse de frente para o azulado. –Eu não sou bom com palavras, também não sou bom com atitudes, e muito menos com escritas. Bom, eu sou um verdadeiro desastre... –Ela riu. – Mas eu queria muito que você soubesse que eu realmente gosto muito de você. Eu acho que nunca vou conseguir expressar tudo isso. Mas você é a minha vida, e eu não vivo mais sem você...

Algumas finas e quentes lagrimas molhavam as bochechas completamente avermelhadas da garota. Jellal se assustou com isso.

–Eu disse algo de errado? –Ele disse enxugando as lagrimas da garota.

–Não, você disse unicamente tudo o que eu queria te dizer...

A luz amarela é o que iluminava a sala fria. Gray estava apreensivo, estava nervoso. Suas mãos estavam quase que tremulas. Já havia quase que uma hora desde que ele a trouxera pra lá, e nada de abrir os olhos. Sentado na beira do sofá, seu cotovelo escorado no joelho, e sua cara estava escondida nas mãos. De momento em momento ele olhava ao lado, checava seus batimentos, arrumava a coberta, e repetia tudo novamente depois. Até que então ouviu um mínimo barulho vindo dela, o que lhe fez girar seu corpo na hora para que fosse possível vista dela.

–Gray...? –Ela falou baixinho quase que sem voz, enquanto coçava os olhos.

–Juvia, você esta bem? –Falou enquanto ajeitava alguns fios azuis espalhados pela face da garota.

–Sim, Juvia esta bem. –Falou se sentando.

–Então você pode comer essa maçã que eu piquei em cubinhos né. –Ele falou apontando para o prato que estava na mesinha de centro da sala.

–É...Que...J-Juvia não esta com muita fome.-Falou tentando encontrar desculpa.

–Juvia eu sei o que esta acontecendo com você. –Ele falou. Ela ficou muito surpresa, aquilo lhe pegou de jeito.

– N-n-não esta acontecendo nada. –Tentou ser convencível, fracassou.

–Enquanto dormiu, sua blusa subiu um pouco. O suficiente para poder enxergar seus ossos a vista. –Ele falou calmamente.Ela passou suas mãos pelas custelas, tentando conseguir sentir se estava muito marcada. Ele continuou a falar. –Ah um tempo que eu tenho percebido que sempre aparece comida misteriosamente atrás da casa. E o mais surpreendente é que isso só acontece embaixo da sua janela. Você quer me explicar por favor o que esta acontecendo?

–Não esta acontecendo nada com Juvia. –Ela falou olhando para baixo, no conseguia encara-lo nos olhos.

–Eu sei que você esta parando de comer. Eu só não sei o por que. Você pode me explicar por favor?

Ela nada respondeu, então ele continuou a falar.

–Mas o estranho é que mesmo que você parasse de comer, não ia conseguir emagrecer tudo o que emagreceu. Mas como conseguiu isso? Se você passa o tempo todo naquele quarto.

–Por favor Gray, não continue fazendo essas perguntas a Juvia. –Ela falou baixo, fazendo um enorme esforço para não deixar aquela lagrima cair.

Ele levou sua mão até o rosto da jovem, levantando o, e fazendo com que ela olhasse para ele. Levou seu outro braço, e envolveu a jovem, dando lhe aquele tão esperado e aconchegante abraço. Quando ele fez isso, ela não pode conter as lagrimas que caiam, mas mesmo assim se preocupou em colocar a mão em sua cara para que ele não percebesse. Escondia seu rosto entre as mãos.

–Eu entendo que talvez seja difícil você falar comigo sobre isso. E eu vou respeitar sua escolha, mas eu quero te ajudar. Eu não vou deixar você acabar consigo mesma desse jeito. E quando quiser finalmente falar comigo sobre isso, eu vou estar aqui. –Ele falou sem desgrudar os corpos. Ela chorou, chorou mais, e as lagrimas caiam desordenadas.

–Ok,ok, eu não quero que você chore mais. –Ele disse percebendo as lagrimas quentes que caiam em seu ombro. –E como eu disse antes, você pode até negar de me contar o que esta acontecendo, só que não pode me negar de te ajudar. –Ele disse enquanto pegava o prato com a maça.

–Por favor Gray, não faz isso com a Juvia. –Ela falou.

–Nossa, você fala como se eu fosse fazer algo de ruim contigo. Mas tem que entender que isso é preciso. –Ele disse enquanto levava a primeira colherada até a boca de Juvia.

Ela fechou a boca e olhou para o lado. E disse:

–Juvia não pode comer, sua garganta esta muito machucada para agüentar que alguma coisa passe.

–Como assim? O que aconteceu com a sua garganta? –Ele perguntou, ela nada respondeu. Ele parou um pouco de falar, e pensou no por que daquilo, e então quando percebeu o que acontecera ele falou –Juvia, por acaso você tem vomitado a comida?

Novamente, ela deixou ele sem respostas. E ele então constatou que a resposta era sim.

–Ok então... Vamos fazer assim ó, eu vou cortar em pedaços mais pequenos ainda, e quando você for comer, mastiga bem. Daí não vai doer tanto. Só que o que não pode acontecer é de você passar mais tempo sem comer.

Ele se levantou e foi até a cozinha para cortar os cubos mais pequenos. Tambem pegou um copo de água, por achar que seria mais fácil de engolir se tivesse algum liquido. Juvia ainda não raciocinava bem o que acabou de acontecer. De todas as pessoas, ela achava que ele seria o mais improvável de perceber o que acontecia com ela. E ele esta a ajudando? Como assim? Isso não fazia sentido para Juvia.

Depois de um tempo, ele voltou com os pequenos pedaços da fruta, e com um copo de água. Se sentou novamente na beira do sofá. E com a colher, pegou um dos mais pequenos cubos, e levou até a boca da azulada. No começo ela ficou meio insegura quanto a comer ou no comer, mas ele insistiu tanto, que ela não teve como recusar.

Ela tentou comer rápido. Mesmo que aquilo a machucasse muito, e que sua gargantas se arranhassem bastante, e que aquela dor fosse bem grande. Ela preferia se machucar a ter de fazer ele gastar seu tempo com ela. Até que então ele falou:

–Calma, não precisa ser tão rápido assim. Eu sei que machuca, então tente fazer com calma. Nós temos todo o tempo...

O que ele disse, contrariava seus pensamentos. Ela não conseguira acreditar que ele estava mesmo fazendo tudo aquilo por ela. Depois de um grande tempo, Juvia conseguira comer tudo aquilo. Ele ofereceu mais comida a ela, que negou, ele não insistiu pois sabia que estava sendo doloroso. Ela se deitou novamente no sofá. Ele ajudou a tampá-la novamente. E como não queria atrapalhar ela, se sentou em uma das poltronas ao lado do sofá.

Depois de um tempo, ela começou a gemer de tanta dor. Seu estomago doía demais. Ela já estava encolhida, de tanta dor que sentia. Tinha vontade de gritar com aquela dor, já não podia mais agüentar tamanha tortura, mas se controlou, pois sabia que Gray estava logo ali.

–Eu sei que deve estar doendo bastante o seu estomago. Já que você passou tanto tempo sem comer, ele não deve estar acostumado. Eu disso, mas tente suportar a dor. E se tiver algo que eu possa fazer, é só avisar. –Ele falou, a fazendo relaxar um pouco aquela tensão.

Depois de um tempo ela conseguiu em fim cair no sono.E ele estava lá, ao seu lado...


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Notas finais do capítulo

Pois é né, teve Jerza/Gruvia/Nalu. Sério, eu juro que tentei dar mais atenção praa Gruvia, mas quando eu vi já tava escrevendo o Nalu. E no final, nalu divou mais.
Então né, acha que eu mereço comentários?
Não estou nem falando pelo fato de ter escrito o capitulo todo com tanto amor e carinho, tambem não estou falando por causa que eu tenho mais vontade e disposição pra escrever depois que recebo comentario, estou falando por que... Se tiver 20 comentarios vai haver beijo Gruvia. ( ♥ )
Sério, fiquei bolada por não ter conseguido minha meta capitulo passado. Eu quero muito esses 20 comentários. Por que sei lá, isso vai mostrar pra mim que o que eu escrevo esta sim agradando e que tem pelo menos 20 pessoas que gostam de verdade. Vocês não imaginam o desgosto que eu tive comigo mesma quando chegou o dia de atualizar e eu não consegui o que eu tanto queria, sei lá, isso mostrou pra mim que na verdade eu só escrevo coisa ruim. Sério, por favor, se você não quer deixar essa autora mais triste, manda um comentário, nem que seja só um "Eu quero Beijo Gruvia"
O pessoal que já mandou comentário pra mim sabe que eu sempre tento ser o mais atenciosa possível, que eu sempre tento agradar e responder de um jeito carinhoso. Isso é por que eu adoro interagir com vocês.



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