Hospital, Quarto e Sala de Espera

Quarto (Alice e Bella)

“Lhe abracei carinhosamente e depositei um beijo em sua testa me levantei da cama e comecei a caminhar em direção ao quarto. Mas antes de abrir  porta me virei para minha amiga e então falei convicta.

-É algo inexplicável.”

(Trecho do capitulo)

Assim que Jasper apareceu na sala de espera avisando que Alice queria falar comigo eu já imaginava o que seria.

-Oi

Saudei minha amiga que estava deitada e com a expressão assustada.

-Bells.

Ela sorriu

-Como esta indo?

Não iria perguntar se ela estava bem por que eu sabia muito em que ela não estava.

-Oh Bells, acho que não vou aquentar.

Ela dizia

-Eu também achava a mesma coisa.

Me sentei de frente para ela na cama.

-Bella. Eu estou com medo. Não sou tão forte como pareço.

Ela deu um sorriso de leve.

-E quem disse que para dar a luz você precisa ser forte? Apenas perseverante já serve.

Apenas lute amiga. Com todas as suas forças.

Ela me olhou admirada. Não entendi o motivo.

-Como foi pra você?

-Doloroso.

Gargalhei.

-Muito?

Ela mordeu o lábio.

-Alice.

Segurei sua mão. Ela me olhou atenta.

-Alice. Dói isto eu posso garantir. Dói muito. Mas este é o preço que pagamos para ver uma criaturinha que nós mesmos geramos e que por nove meses a acolhemos. Dividimos o nosso corpo com ela. As nossas sensações. A nossa comida.

Alice gargalhou. Eu sabia que Alice estava louca para ver a pequena Carter.

Fruto do amor dela com Jasper.

-Mas é suportável sabia. Claro que na hora a única coisa que você vai pedir é para a dor cessar. Acabar. Mas depois que você escuta o choro e tem aquela coisinha molenga e pequena em seus braços. Você esquece da dor. Você esquece do mundo. Ela lhe prende a atenção. Deixando-lhe sem sentidos.

Minha amiga lacrimejava a cada palavra que eu dizia.

-É uma vitória.

Ela falou tocando a barriga.

-Você esta preparada. Eu não estava. Essa é a diferença entre a gente.

-Eu estou?

Ela perguntou esperançosa.

-Alice. Você e Jasper planejaram esta criança. Eu e Edward não. Foi um acidente. Você sabe disso. Você teve nove meses para se preparar e eu tive nove meses para me acostumar. Para aceitar. Esta é a diferença entre nós duas.

Minha amiga concordou com a cabeça.

-Bella. E depois?

Alice perguntou com os olhos brilhando de expectativa.

-E depois sua vida dá uma girada de 360º. Você tem que se acostumar a fraldas, mamadeira, choro, acordar no meio na noite, abdicar de algumas coisas, seus horários ficam loucos, o bebe tem que vim em primeiro lugar, sua vida não é mais a mesma. Você esquece de tomar banho ou comer. Ou talvez nem tenha tempo pra isso...

Parei assim que vi as feições de Alice mudarem. De expectativa para o desespero.

-Desculpe.

Mordi o lábio. Alice sorriu amarelo.

-Tudo bem. Eu vou reformular minha resposta.

Suspirei

-O depois é inexplicável. Parece que seu coração vai explodir de tanto amor, devoção e ansiedade. Você fica olhando aquela criaturinha dormir a noite toda e não sente sono. Você fica extremamente feliz ao ver seus olhinhos abertos. Você admira as suas mãozinhas e pezinhos pequenos. As bochechas rosadas e grandes. Você não consegue explicar a sensação ao aconchegar aquele corpinho minúsculo e quentinho em seus braços. Você a cada dia fica ansiosa para as descobertas futuras. Cada movimento, cada sorriso. Você fica sem ação assim que ele começa a engatinhar, a tentar falar suas primeiras palavras, a dar os primeiros passos. Uma explosão de sentimentos acontece quando ela lhe chama de mamãe. E um receio assim que ela começa a andar e você vê que não tem mais desculpas para carregá-la. E ela cresce. E você cresce. E novos sentimentos vão surgindo e você percebe que não existe coisa melhor do que ser mãe ate que você seja uma. Ou quando sua filha lhe abraça, pede colo, diz que lhe ama e lhe chama de mamãe. Mas o melhor é você olhar para aquele ser humano independente do momento como quando ela estiver toda coberta de sangue em seu colo logo após o parto ou quando ela esta em sua cama dormindo tranqüilamente e ai  você vê que gerou a mais bela criatura de todos. E nem se lembra mais da dor. Nem se lembra do quanto sofreu para colocá-la no mundo. Sabe por que? Por que quando você faz algo por amor tudo vale a pena.

Não percebi que eu chorava ate que terminei meu discurso. Olhei para minha amiga que estava com as mãos protegendo a barriga e também chorava.

-Oh Bella.

Ela arfou.

Lhe abracei carinhosamente e depositei um beijo em sua testa me levantei da cama e comecei a caminhar em direção ao quarto. Mas antes de abrir a porta me virei para minha amiga e então falei convicta.

-É algo inexplicável.

Sala de Espera (Jasper e Edward)

“Olhei para meu irmão. Me levantei e sentei ao seu lado. Passei meus braços a sua volta.

-É algo inexplicável.

Jasper ergueu a cabeça e sorriu. Abracei fraternalmente meu irmão.”

(Trecho do capitulo)

Eu observava atentamente Cameron que dormia em meu colo.

Mas ela foi redirecionada assim que ouvi a voz do meu irmão.

-Bella, Alice quer falar com você.

Meu irmão estava mais branco que papel.

Minha esposa se levantou do sofá que divida com minha mãe e Rose e seguiu ate o quarto. Voltei a olhar para minha menina.

-Como você esta?

Escutei papai perguntar a Jasper.

-Acho que bem.

Acabei sorrindo. Sem tirar os olhos de Cameron eu falei.

-Você não esta bem Jasper.

Confirmei.

-É. Eu não estou bem.

Meu irmão suspirou. Alguns minutos de silencio ate que Jasper se pronunciou novamente.

-Edward posso conversa com você.

Ergui meu olhar para Jasper. Inultimente tentei decifrar suas expressões faciais.

Eu definitivamente ao era bom com isso.

-É rápido.

Ela continuou.

Olhei para minha filha em meu colo. Suspirei.

Me levantei ainda com ela em meus braços. E olhei para meu pai que estava na poltrona ao meu lado.

-Será que o senhor pode?

Indiquei Cameron á ele.

-Claro.

Meu pai se endireitou e então a coloquei em seu colo.

-Vamos.

Chamei Jasper e fui ate a minha sala. Hoje eu não estava trabalhando.

Peguei as chaves no bolso da minha calça e abri a porta. Indiquei para que ele entrasse.

Jasper entrou e seguiu ate um dos sofás. Sentei de frente para ele.

Coloquei meus pés em cima da mesa de centro esperei que ele começasse. Isto não aconteceu.

-E então.

Tomei a iniciativa.

-Edward. Você passou por isso á pouco tempo. Bem, papai e senhor Brandon também mais é que você é mais recente.

Compreendi que tinha algo a ver com o parto.

Isso era obvio. Revirei meus olhos.

-E?

Perguntei assim que ele parou de falar.

-Como você se sentiu?

-Me senti?

Perguntei confuso

-É.

Engoli em seco. Jasper vai tocar no assunto o qual eu mais tenho medo. Sentimentos.

-Edward?

Jasper olhou para mim.

-É...

Passei as mãos no cabelo e depois desci ate a nuca.

-Você esta lá na hora.

Falei tentando sair da conversa.

-Sim, mais eu acompanhei superficialmente. Eu não sabia como você estava psicologicamente. Você não expõe seus sentimentos.

-Como assim eu não exponho meus sentimentos? Eu chorei assim que vi a minha filha isto não vale?

Jasper sorriu

-Claro que sim. Mas eu quero saber antes disso.

Suspirei. Acho que não tinha jeito.

-Bem...Não sei como começar.

Confessei.

-Que tal quando a bolsa da Bella estourou.

Droga!

-Ta bom. Olha só Jasper. O que eu falar vai ficar aqui certo?

Apontei para ele.

-Tudo bem.

-Então ta.

Dei um ultimo suspiro.

Não é legal você sair falando de sentimentos, mesmo que seja para seu irmão.

Jasper esperava que eu começasse.

Mas eu não sabia por onde. Argh!

-Edward?

Jasper me chamou.

Me levantei.

-Medo. Eu senti medo. Assim que ouvi o grito de Bella, assim que eu soube que a bolsa estourou, assim que eu percebi que em algumas horas eu seria fisicamente pai.

Jasper me olhava com os olhos arregalados.

Suspirei.

-Olha só Jasper. Você tem medo do desconhecido certo? Por que você não sabe se aquilo vai lhe fazer mal ou bem. E eu tinha medo de mim. Que dizer não de mim, mas do desconhecido Edward pai.

Meu irmão piscou e então olhou fixamente para mim.

-E quando eu estava lá naquela sala com a Bella masacrando minha mão um turbilhão de pensamentos passava em minha cabeça. Será que eu vou ser um bom pai? Como ela será? Quando ela me chamara de pai? Como vai ser o futuro? Minha filha? Enfim. Era difícil me concentrar.

Sorri lembrando do momento. Jasper ainda me observava.

-E quando eu escutei o choro dela. Meus pensamentos cessaram. Ela estava ali. No mundo. A alguns centímetros de mim.

Sorri. Virei-me e olhei para as fotos de Cameron na estante que fica atrás da minha mesa.

-Quando o Dr. Gerandy a trouxe para o colo de Bella então. Eu escutava os grilos em minha cabeça. A única coisa que funcionava era meu coração. Eu achava que só o meu amor pela Bella é que fazia meu coração pular e doer de tanto amor. Mas quando meus olhos pousaram nela meu coração pulou ainda mais e doía ainda mais. Foi uma sensação única. Nem sei descrever o que eu sentia naquela hora. Foi então que a ficha caiu. Cara eu era pai. Eu sou pai.

Me virei para meu irmão que me olhava atentamente.

-Eu sentia necessidade de tocar nela. De pegá-la no colo. De protegê-la. De dar tudo que eu podia e ainda mais. Ela é a minha vida Jasper. Eu queria ter a certeza de que eu a gerei. Estava difícil de acreditar que eu criei uma vida.

Meu irmão sorriu.

-Quando eu toquei suas mãozinhas me senti o cara mais feliz desse mundo. Eu tinha certeza que ninguém estava mais feliz do que eu naquele momento.

Suspirei e então voltei a me sentar.

Jasper sorria e ficou algum tempo me observando.

-O que foi?

Perguntei já envergonhado.

-E agora? E o hoje?

-Eu ainda sou o cara mais feliz do mundo. Não me arrependo de ter abdicado algumas coisas pela minha filha. Sabe. Era muito melhor ficar a observado dormir do que sair para uma festa. Era muito melhor ver as suas descobertas do que reunir s amigos e jogar futebol. É tudo perfeito Jasper. E único. É uma experiência única participar de alguns momentos. Como o primeiro sorriso, seus primeiros passinhos e a primeira vez que ela lhe chama de pai. É único como eu disse.

Sorri ao lembrar.

Foquei Jasper a minha frente sorrindo.

-Acha que estou preparado para ser pai?

-Hum. Bem você teve nove meses para se preparar. Eu não.

Jasper e olhou confuso.

-No inicio foi difícil. Cara eu não queria ser pai. Eu odiava criança. Que dizer ainda odeio. Não minha filha, ela é meu tudo. E a minha sobrinha.

Acrescentei assim que dei uma olhada em Jasper.

-É.

Jasper balançou a cabeça;

Olhei para meu irmão. Me levantei e sentei ao seu lado. Passei meus braços a sua volta.

-É algo inexplicável.

Jasper ergueu a cabeça e sorriu. Abracei fraternalmente meu irmão.