Rubi - A descarada escrita por Amber Dotto


Capítulo 40
Capítulo 40


Notas iniciais do capítulo

Gente, me desculpa por demorar a publicar. Meu avô ficou doente, e tive que ficar no hospital com ele. Então se eu demorar a postar algo, já sabem que é por falta de tempo e não é descaso da minha parte.
Enfim, espero que gostem do novo capítulo.
Boa Leitura (:



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Hospital Boa Ventura

– Rubi? – Questionou Alessandro abrindo a porta do quarto. – Como você está? Deixaram essas flores com esse cartão pra você. – Disse Alessandro entregando-os

– Estou bem. Um pouco enjoada, com dor de cabeça mas acho que estou bem. – Respondeu Rubi que começou a ler o que estava escrito.

“Olá Rubi

Como vai sua recuperação? Fiquei bem assustado quando soube do acidente, e você assim como eu, deve ter ficado muito feliz por seus filhos terem se comportado. Imagina se fosse um deles que tivessem machucado... Poderiam descobrir quem é o verdadeiro pai deles não é? Mas não vamos falar sobre isso, afinal nada de ruim aconteceu com eles até o momento. Espero te ver em breve e é tão bom saber que ainda vou poder me divertir por muito tempo com o seu sofrimento.

Com muito amor, seu querido amigo secreto. ”

– Você levou uma pancada muito forte na cabeça. É normal que sinta essas coisas. Logo você estará totalmente recuperada. – Prosseguiu Alessandro sem perceber que Rubi ficara nervosa ao acabar de ler o cartão.

– Quem te entregou isso? Você chegou a ler?

– Eu não li, e deixaram na recepção. Algum problema?

– Droga! – Exclamou Rubi. – Eu nunca vou viver em paz, nunca vou ter paz.

– O que foi? Você continua recebendo aquelas cartas anônimas?

– Sim, continuo. E vou receber isso pelo resto da minha vida.

– Posso ver? – Indagou Alessandro.

– Não! – Gritou Rubi. – Esquece essas cartas, está tudo bem. – Prosseguiu tentando disfarçar. – Eu quero saber se não vou ter nenhuma sequela. Será que eu posso ter alguma falha, esquecer de alguma coisa... Me fala a verdade Alessandro.

– E eu já menti pra você Rubi?

– Até hoje não.

– Então, não é agora que eu vou começar. Os exames concluíram que você nem sequer chegou a perder a memória, foi um lapso momentâneo, ficou confusa... Mas agora felizmente ou infelizmente você já se lembrou de tudo.

– Porque infelizmente?

– Tudo depende do ponto de vista. Era bom ouvir você me chamando de amor. De meu amor. – Respondeu Alessandro acariciando o rosto dela.

– Você ainda me ama? – Questionou Rubi.

– Sempre vou te amar. Meu coração sempre vai ser seu, Rubi. Como eu queria que tudo fosse diferente.

– É tarde demais para mudar o passado, eu não tenho condições de mudar as escolhas que eu fiz. O Heitor está certo, sempre que você aparece, alguma coisa acontece em nossas vidas.

– Mas eu não tive nada a ver com o acidente ...

– Não teve culpa pelo acidente, mas é o culpado por toda essa confusão na minha cabeça.

– Como assim?

– Eu amo o Heitor e não tenho dúvidas sobre isso, mas existe algo que nunca vai deixar você e eu sermos felizes por completo. Às vezes eu sinto tanto a sua falta Alessandro. – Respondeu Rubi abraçando o rapaz.

– Você está confusa pela pancada que levou na cabeça.

– Não! Eu não estou e você sabe disso. Não tente fugir do que nos dois sentimos, eu preciso de você.

– E porque está me dizendo isso, se daqui a alguns dias você vai embora? Se nunca vai deixar o Heitor por mim. Acha isso justo Rubi?

– Não, mas é que...

– Mas é o que? A decisão foi sua e eu a respeitei. Me mantive afastado de você, do Heitor e dos seus filhos por cinco anos. Durante todo esse tempo, eu tive que me controlar para não pegar um avião e ir correndo implorar pelo seu amor. Acha que foi fácil pra mim? Agora você vem, me olha desse jeito e me diz que precisa de mim?! Não mesmo.

– Eu sei que isso não é justo e você tem razão, me desculpe, isso não vai mais acontecer Dr. Cárdenas. – Respondeu Rubi sendo hostil.

– Não me trate assim. Eu quero que você entenda, que eu te amo. E não quero apenas te beijar agora. Eu te quero pra sempre Rubi, se for pra perder novamente... eu não quero, não posso.

– Eu já entendi Alessandro. E pra mim o assunto está encerrado e além do mais, você também tem um compromisso com a Ingrid. Boa maneira de demonstrar o quanto me ama.

– Você sempre torna tudo mais difícil, realmente é melhor deixar as coisas como estão. Eu tenho que ver outros pacientes. – Respondeu Alessandro. – Ah já ia me esquecendo: a Maribel está lá fora e quer te ver, posso deixar ela entrar?

– Não estou afim. – Respondeu Rubi.

– Ela quer muito te agradecer. Ficou aqui a noite toda, rezando com a Dona Elisa e com a Magda, e já vieram aqui duas vezes.

– Magda rezando? Só se for pra eu morrer né? Ela nunca aceitou o fato do Heitor ter me escolhido.

– Isso não importa agora né Rubi. A Magda está disposta te dar um voto de confiança, ela resolveu te dar uma chance depois de você ter salvo a vida do filho da Maribel.

– E quem disse que eu preciso de um voto de confiança dela? Nunca precisei da aprovação de ninguém e se salvei o garoto, foi porque gostei dele.

– Continue mentindo pra si, você que sempre quis ser aceita por todos. – Respondeu Alessandro sendo grosso. – Eu vou pedir a Maribel que entre. – Respondeu Alessandro saindo do quarto.

– Maldito! – Exclamou Rubi vendo Maribel abrir a porta do quarto.

– Posso entrar? – Questionou Maribel entrando.

– Já entrou mesmo. – Respondeu Rubi.

– Como vai?

– Estou num hospital, longe dos meus filhos e do meu marido. Estou com muita dor de cabeça e ah eu não posso voltar pra casa por enquanto, mas fora isso estou muito bem.

– Eu lamento muito Rubi, e gostaria muito de agradecer tudo o que você fez.

– Já agradeceu, agora pode ir embora. – Respondeu Rubi.

– Eu queria te pedir desculpas, por tudo. Eu sei que faz muito tempo e eu quero dizer que o passado não importa, pelo ao menos pra mim. Todos cometemos erros Rubi, importante é aprender com eles. E você tem demonstrado que amadureceu.

– É mesmo? Francamente Maribel, achei que VOCÊ tivesse aprendido algo com o tempo. Não somos amigas e nunca vamos ser. Eu não gosto de você e nunca vou gostar; você estragou a minha vida.

– O que?

– É isso mesmo, se você não tivesse me acusado da morte da Sônia anos atrás, tudo seria diferente. Mas você tinha que atrapalhar tudo como sempre, você não ficou satisfeita enquanto não tirou o Alessandro de mim.

– Mas isso é um absurdo. O Alessandro sempre foi louco por você, e foi você que não quis ficar com ele.

– Porque o Heitor me provou o seu amor. O Heitor sempre fez de tudo pra me fazer feliz, sempre me tratou com muito amor e carinho e nunca desconfiou de mim.

– O Alessandro também te ama.

– Mas sempre desconfia de mim. Na primeira briga iria jogar tudo o que eu fiz em minha cara.

– A culpada de tudo isso é você.

– Cala boca Maribel, você não sabe de nada. – Respondeu Rubi de forma rude. – A questão é que eu e o Heitor estávamos separados naquela época, e tudo seria muito diferente se você não tivesse se intrometido.

– Mas isso não importa. Você tem dois filhos maravilhosos com o Heitor.

– Pode não importar a você, mas pra mim isso faz toda diferença. Como eu já disse, não somos amigas. Não há motivos para que eu fique aqui discutindo com você sobre a minha vida.

– Eu já vou indo. Saiba que se precisar de mim, pra qualquer coisa, eu vou estar pronta para te ajudar.

– Eu não vou precisar. – Respondeu Rubi. –

– Até mais Rubi.

Apartamento dos Ferreira

– Elisa?! – Disse Heitor nervoso. – O que está fazendo? O que já combinamos sobre desenhar?

– Que eu só posso desenhar em meus cadernos?

– Exatamente. E porque está rabiscando a parede?

– Me desculpa papai. Eu estava escrevendo o meu nome.

– Tudo bem minha princesa. – Respondeu Heitor. Agora já está ficando tarde, então vamos pra cama.

– Mas o Henry ainda está lá embaixo vendo TV.

– Ele já vai subir. – Disse Heitor.

– Estou com saudades da mamãe. Queria muito ela aqui comigo, quando ela vem pra casa?

– Eu também estou com saudades, mas amanhã a mamãe vem pra casa. Quer ir busca-la no hospital comigo?

– Quero sim.

– Tudo bem. Agora deite na cama e vá dormir. – Respondeu Heitor vendo Lisa deitar e a cobrindo em seguida. – Não se esqueça de rezar antes de dormir.

– Tudo bem paizinho. Boa noite, eu te amo!

– Eu também minha princesa. – Respondeu dando-lhe um beijo na bochecha e indo atrás de Henry. – Henrique, chega de videogame por hoje, hora de ir pra cama.

– Mas pai.

– Anda, anda, anda, já passou da hora de você dormir. Se sua mãe tivesse aqui, ela lhe daria uma bronca. Você sabe que eu sou muito bonzinho com você.

– Nunca posso fazer nada, a Lisa sempre faz tudo o que quer. – Responde Henry murmurando.

– Coitado do meu filho. Ele é um garoto tão infeliz, ninguém nessa casa deixa ele fazer nada, ninguém compra nada pra ele. Devo ser um péssimo pai. – Respondeu Heitor irônico. – E não esquece de escovar os dentes hein rapaz. Estou subindo em um minuto para ver se você vai estar na cama.

Hospital Boa Ventura – Dia seguinte

– Senhora? – Questionou a enfermeira. – O Dr. Suarez disse que você queria me ver.

– Por um acaso você chegou a ver quem deixou essas flores na recepção?

– Hum, eu não vi não senhora, quem pode ter visto é a Joana, uma das moças que trabalha na recepção. Mas não sei se ela vai lembrar...

– Eu preciso que você descubra. É muito importante. – Disse Rubi. – Eu sei ser generosa com quem me ajuda.

– Entendo. Vou fazer o possível para te ajudar. – Respondeu a enfermeira.

– Heitor! – Exclamou Rubi ao ver o marido. – Senti saudades de você.

– Eu também meu amor, mas fiquei em casa com nossos filhos. Você está melhor? – Indagou. – Porque não está pronta? Lisa e Henry estão lá fora com minha madrinha te esperando.

– Sim, eu estou bem. – Respondeu Rubi. – Vou estar pronta em um minuto. – Prosseguiu lhe dando um beijo.

– Quem mandou essas flores? Não vai me dizer que foi o Alessandro.

– Eu não sei quem enviou, são aquelas cartas... elas não param de chegar nem quando estou no hospital.

– Isso já está passando dos limites Rubi.

– Esquece isso, só me abraça e Heitor e promete que sempre vai confiar em mim.

– É claro meu amor. – Respondeu Heitor. – Agora acaba de se arrumar logo. Os dois estão impacientes, loucos de saudades de você assim como eu.

Dona Elisa narrando

Era bom saber que Rubi finalmente teria alta do hospital. Meus netos estavam arrasados com tudo o que estava acontecendo. Eles estavam acostumados com a ausência dos pais, devido ao trabalho, mas saber que ela estava no hospital, causava um certo pânico nos pequenos. Não só nos pequenos, Heitor também estava assustado, embora tentasse disfarçar por causa dos filhos e tinha Alessandro por sua vez não fazia questão de esconder sua preocupação. Era melhor evitar que algo acontecesse...

– Rubi, é tão bom vê-la sair do hospital. – Disse Dona Elisa.

– Eu também acho ótimo ir embora daqui. – Respondeu Rubi sorrindo. – Ninguém vai dar um abraço na mamãe? – Questionou vendo os dois correrem até ela.

– Vamos voltar para Nova York mamãe? – Questionou Henry.

– Vamos sim meu amor. – Afirmou Rubi.

– Quando? – Insistiu Henry. – Eu quero ir pra casa.

– Eu não sei, no fim de semana talvez, mas depois conversamos sobre isso meu amor. – Respondeu ao filho. – E você minha princesa, como está?

– Eu estou bem mamãe. – Respondeu Lisa lhe dando um beijo.

– Já estão indo? – Questionou Alessandro se aproximando.

– Sim, estamos. – Disse Heitor com cara de poucos amigos.

– Oi Lisa, como você está?

– Estou bem tio. – Respondeu a menina sorridente.

– E você Henry?

– Eu estou bem. – Respondeu o garoto de forma indiferente. – Papai, será que a gente pode ir embora?

– Nós já vamos. – Disse Heitor.

– O que foi Henry? – Questionou Rubi.

– Eu não gosto dele mamãe. – Sussurrou Henry no ouvido da mãe.

– Nós já estamos indo embora meu filho, e porque não gosta do Alessandro? – Prosseguiu Rubi.

– Meu pai disse que ele não é um cara muito legal, e você fica brava toda vez que ele está por perto. – Respondeu o garoto.

– Vamos? – Disse Dona Elisa tentando encerrar aquela situação.

– Vamos sim madrinha. Obrigada por ter salvo a vida da Rubi. – Disse Heitor a Alessandro. – E espero que esse não seja um pretexto para se aproximar da minha esposa e dos meus filhos.

– Pode deixar Heitor. – Respondeu Alessandro.

– Tchau tio Alessandro. – Disse Lisa lhe dando um beijo.

– Até logo princesinha. – Respondeu Alessandro vendo-os ir embora do hospital.

Mansão dos De La Fuente

– Maribel minha filha, bom dia! – Exclamou Magda vendo-a entrar.

– Bom dia Nana, onde está o Carlinhos?

– Saiu com o Jean Pierre. Foram ao Clube, hoje era dia da aula de natação do garoto.

– Com essa agitação toda, eu tinha até me esquecido Nana. O que seria de mim sem vocês?

– E a outra como está? – Questionou Magda. – Eu esqueci de perguntar ontem, e você não comentou nada.

– Ela está melhor, mas nunca perde a pose. Nana, a Rubi mudou, eu tenho certeza disso, mas ela não se abre, não tenta se aproximar das pessoas.

– E você quer se aproximar dela depois de tudo o que aconteceu minha filha? Uma coisa é você a perdoar. Outra bem diferente é voltar a ser amiga dela. Eu não consigo acreditar nela...

– Eu não sei, estou confusa. Eu sinto a falta dela apesar de tudo, e ela é uma boa mãe, uma boa esposa, uma excelente profissional. Até o meu filho disse que gosta dela Nana, será que é tarde para tentar ajudar as coisas?

– Maribel...

– O que foi? Eu tenho que admitir que não era de fato tão honesta com a Rubi quando éramos amigas.

– Porque disse isso?

– Nana, eu era infeliz e não aceitava o fato de ter que andar com aquele aparelho. De certa forma eu sentia inveja da Rubi, porque ela era bonita, saudável. Todos os caras da universidade eram afim dela, ela poderia usar um vestidinho barato, e ainda sim, era o centro das atenções. Eu queria ser como ela...

– Mas menina, ela fugiu com o Heitor, mentiu para todos.

– Cada um com o seu defeito. Ela teve uma infância muito pobre, o pai morreu por falta de assistência médica. As pessoas sempre debochavam dela na universidade...

– Mas você a ajudou, e roubar o noivo da melhor amiga com certeza não era o melhor caminho. E as outras coisas que ela fez? As traições ao Heitor, as mentiras.

– Isso faz parte do passado, e se ela quiser, nós poderemos ser amigas novamente.

– Pode até ser parte do passado, mas um dia a vida vai cobrar dela tudo isso. E eu não quero estar por perto. – Respondeu Magda deixando Maribel pensativa.


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