Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 5
As piores coisas só acontecem comigo


Notas iniciais do capítulo

Oláa queridos! Mais um capítulo novinho.
Boa leituraa!



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Pelo menos alguém, além das minhas amigas me tratou bem. Ele era um sonho de qualquer uma: educado, divertido, bonito e inteligente. Tudo o que eu precisava agora, as meninas só não podiam me ouvir dizendo isso.

Nós conversamos durante a aula em que o professor deu uma atividade idiota e sentou-se à mesa para "corrigir" trabalhos, o que era obviamente mentira.

– Então... Como convenceu a diretora a fazer a festa de iniciação mudar? Quer dizer, antes era uma droga e ontem estava ótima. - falei assim que saímos da sala.

– Bom, só um pouco de lábia, educação e... Charme. - ele deu uma piscada que quase me fez tropeçar no degrau da escada. - Mas eu vi você indo embora tão cedo, o que houve?

– Ah! Nada! Estava tudo ótimo, mas eu estava indisposta e resolvi dormir mais cedo, sabe... Aula e tal. - respondi olhando para o chão.

– É uma pena. Nós poderíamos ter tido uma dança. - olhei para ele surpresa. Ele deu de ombros dando um sorriso torto em seguida.

– Mas eu disse que não sei dançar e...

– Eu sei. - ele me interrompeu. - Foi um jeito muito gentil de me dizer: "Minha amiga quer dançar mais que eu e respeito o espaço dos outros!”

Fiquei muda. Como ele adivinhou? A maioria dos garotos é lento demais em deduzir os truques das garotas e bom... Parece que ele não. Respirei fundo e olhei em volta vendo que já estava na porta da minha próxima aula: Biologia.

– A gente conversa depois Lucas, O.K.? - falei olhando para seu rosto e me arrependi, pois ele me encarava como se esperasse alguma coisa.

– Tudo bem. - sorriu. - Ate mais então!

Se aproximou depositando um beijo na minha bochecha. Senti um arrepio imediato e fiquei travada no lugar. Ele me olhou com aqueles olhos mel e sorriu, engoli em seco e retribui recompondo a postura.

Acenei vendo-o se afastar. Dei um longo suspiro e entrei na sala me sentando na primeira carteira da frente ao lado da porta. Vire-me entediada em direção a mesa do professor Carlos e deparei com o inesperado. Lá estava ele, do outro lado da sala, me encarando com seus olhos extremamente azuis. Nicolas. Para minha maldita sorte parece que nós dividiremos duas aulas juntos. Pelo menos dessa vez não seriamos parceiros.

Desvie os olhos para a dupla ao seu lado e me senti ainda pior. Lunna, minha inimiga mortal estava sentada com ele. COM O NICOLAS!!!! Assim que ela viu meu olhar ergueu a mão magrela e acenou dando um sorrisinho cínico.

Gemi virando-me para frente e olhando o quadro negro. Graças aos céus ninguém ocupou o lugar ao meu lado e pelo menos na ultima aula eu teria um pouco de paz.

O professor falou e falou me deixando com sono e por fim o sinal tocou me tirando do transe. hora do almoço e hora das amigas e novidades.

Juntei minha mochila e me arrastei esperando a multidão de cavalos sair. Pensei em confirmar o "encontro" para o trabalho com o Nicolas amanha, mas não precisei. Assim que pisei do lado de fora senti um aperto forte no braço me puxando para trás. Imediatamente senti uma corrente elétrica passar por todo o meu corpo. E em questões de segundos eu só tinha consciência de sua pele tocando na minha... era como se o mundo parasse de se mover e só existíssemos nós.

Olhei surpresa me deparando com ele. Fiquei sem fala, afinal de contas ele poderia ter sido um pouquinho mais gentil para chamar minha atenção. Ele soltou meu braço assim que eu o olhei como se tivesse se assustado também.

– Olha. - falou com sua voz rouca me causando um arrepio na nuca e olhando para alguma coisa atrás de mim. - Sobre o trabalho... Será que não pode ser hoje? No mesmo horário. As 18h na biblioteca.

– Aaaan... - tentei processar o que ele disse. - Por que não pode ser amanha?

Arrependi-me assim que falei, porque ele revirou os olhos e deu um suspiro me encarando com uma expressão de impaciência clara.

– Hoje ou não? - ele insistiu.

– Tudo bem. As 18h então. - falei tentando não encara-lo.

– Ótimo! - ele respondeu e saiu quase esbarrando em mim.

Dei um longo suspiro e ainda impressionada com a "gentileza" dele segui bufando para o refeitório sem nenhuma vontade, por algum motivo meu estomago revirava freneticamente e eu não conseguia parar de pensar que eu teria que ficar sozinha com aquele brutamonte gostoso narcisista.

– Que carinha é essa querida? – falou Leninha assim que me sentei.

– Nada. – respondi no automático.

– Como foi o seu primeiro dia de aula? – perguntou Yve com os olhos brilhando.

– Sufocante. Estressante. Irritante...

– Nossa! Está de bom-humor mesmo! – respondeu uma voz em meu pescoço fazendo-me contorcer. – Achei que aquele sorriso na aula de álgebra era sincero.

– Lucas. – falei quase suspirando.

– O próprio em carne e osso. – falou sentando-se em minha frente e sorrindo.

– Na verdade foi sincero... só que...- eu não tenho nenhuma desculpa para dar ou até tinha, mas o que eu diria? " Ah! Não foi nada, só encontrei um maldito, mal educado e... gostoso do Nicolas, que por acaso do destino é meu parceiro em história. Aquele, sabe? Novato? Que é suuuuper idiota e tal. Nada demais!".

Para diminuir meu constrangimento levantei rápido e fui pegar alguma coisa para comer. Distraída caminhei lentamente ate a fila e como se tudo passasse em câmera lenta me vi escorregando e batendo em um peito de aço e quando dei por mim estava coberta de macarronada e legumes.

– Que merda garota! Você por acaso já pensou em OLHAR PARA ONDE ANDA? – gritou uma voz irritantemente familiar. – Agora a droga do meu almoço vai pro lixo SUA PATRICINHA!

Olhei para cima incrédula e me deparei com um par de olhos azuis e uma expressão de raiva. Senti minha bochechas queimarem.

– Engaçado, eu estava pensando a mesma coisa, SEU GROSSO! – falei tão alto que minha voz falhou na ultima silaba. – E quer saber de uma coisa? FODA-SE seu almoço!

Sai tão vermelha que eu poderia ser confundida com um tomate. Ouvi risadinhas atrás de mim e as ignorei.Bando de cretinos!

Quando passei pela porta do refeitório captei o olhar de interesse das meninas.Comecei a vagar pelos corredores e acabei dando no meu quarto. Frustrada e com uma dor de cabeça horrível bati a porta e me joguei na cama.

Se ele acha que eu vou deixar barato é melhor se preparar porque ninguém grita assim comigo e sai inteiro. Acho melhor se cuidar Nicolas, porque você acabou de ganhar uma inimiga de peso.Pensei em quanto tirava minha roupa e entrava no banheiro.

Deixei que água quente removesse lentamente a sujeira nos dos meus ombros e cabeloe não pude deixar de vagar minha mente que acabou parando na pessoa que eu menos precisava naquele minuto e que eu mais eu odiava também.

...

– Meu Deus eu fiquei ate com medo de você Kate. – falou Yve assim que eu sai do banho – O que você vai fazer?

– Como você tem tanta certeza que eu farei algo? - perguntei cínica

– Porque eu te conheço e eu vi com meus olhos sua expressão quando saiu do refeitório.

Suspirando peguei uma roupa qualquer no closet, uma calça branca justa, uma blusa de babados salmão e por fim um escarpam branco com tachinhas.

– Porque você esta tão produzida queridinha? – falou Leninha avaliando meu visual

– Sabe aquela peste...

– Que ate ontem você estava suspirando toda vez que via? – perguntou Yve com a sobrancelha erguida. – Sei quem é... o que tem ele?

– Humpf! – resmunguei – Temos que fazer um trabalho hoje... e não vou dar a ele a satisfação de me ver desarrumada.

– Sei...Então é só esse seu plano?

– Você me subestima tanto querida.... – falei piscando para ela – Isso não chega perto do que pretendo fazer.


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Notas finais do capítulo

Comentários? :)
Kate: http://www.polyvore.com/kate/set?id=120118256



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