Os Guardiões escrita por Mariane, Amanda Ferreira


Capítulo 3
Olhos de pirata




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Normalmente as festas de iniciação eram basicamente 3 horas de tortura, da qual somos obrigados a participar.

Nos anos anteriores sempre que o Grêmio estudantil tentava melhorar a situação, a diretora os repreendiam, então as festas sempre eram ridículas e no auditório, eles colocavam um karaokê – que ninguém usava – alguns pufes – do qual os alunos usavam para se pegarem, dormir ou jogar no celular – uma mesa com ponche barato e salgadinhos murchos – que ninguém comia – e finalmente a musica brega – que só servia para irritar e entediar a todos.

Mas dessa vez aparentemente eu estaria enganada? O auditório se aproximava cada vez mais rápido, e com ela uma musica bem animada, pensei talvez ser minha imaginação, porem assim que cruzei a porta me surpreendi. Em vez de adolescentes de 14 a 18 anos entediados, havia um monte de adolescentes dançando, comendo(meu Deus eles estavam comendo!). A festa simplesmente estava... parecendo uma festa e não uma tortura.

Olhei pra Yve e Leninha que me encaravam ainda mais perplexas que eu. Entramos um pouco hesitantes, mas finalmente nos conformamos, alguém fez milagre.

– Meu Deus, quem quer que seja o novo presidente do Grêmio, merece meu telefone. – contestou a Leninha. – Isso esta incrível, será que ele faz milagres também com cartão de créditos?

– Pois é... gente isso nem parece a Kince Joyce Kront’t . – concordei.

– Meu Deus, pela primeira vez na vida isso esta interessante!

– Muito obrigada queridas, receber elogios tão calorosos de três musas é simplesmente maravilhoso... – falou uma voz masculina atrás de nós e quando nos viramos percebi que não só eu como também as meninas ficaram de bocas abertaa. Ele era tão exótico quanto Nicolas, mas céus meu coração palpitou. O cara era alto e musculoso; coisa que percebíamos mesmo por baixo da camisa de botão, a pele era acobreada, os olhos de ouro faziam com que ele se assemelhasse a um príncipe pirata e o cabelo preto que estava desarrumado de uma forma adorável. Ficamos completamente mudas. E como deixa, ele continuou – Bom sobre o telefone, quero ele sim. Você é bonita de mais para eu perder essa oportunidade, infelizmente gatinha não faço milagres com cartão de créditos...

Tentei falar, mas ainda estava engasgada, então fiz a primeira pergunta que me apareceu.

– Quem é você?

– É mesmo não me apresentei. Sou o Lucas. E vocês?

– Helen, mas pra você, Leninha – falou – Seu nome... Ele é estrangeiro?

– Sim, mãe brasileira. – falou – Pai inglês.

– Que legal. – a Yve falou empolgada – Eu sou Yvana, mas você pode me chamar de Yve.

– Como é ter pais de países diferentes? Você sabe falar português também? – perguntei – Ah e por falar nisso, eu sou a Katherine, mas também atendo por Kate.

– Muito bem, é legal ter pais com culturas diferentes, e sim eu sei falar português também. – respondeu como se fosse muito comum. – Alguém quer dançar comigo?

– Não sei dançar. – dei de ombros. Sabia que quem mais queria aquilo era Leninha já que seus olhos estavam brilhando.

– Eu tenho... Brad! – ela chamou e foi ate ele sem nem pensar duas vezes.

– Bom eu adoraria. – respondeu a Leninha sorrindo e pegando a mão estendida dele.

Eles se retiraram para a pista em quanto eu fui para um cantinho e observei a festa. Sem demorar muito, meus olhos caíram sobre o Nicolas.

Pensei em por a teoria da dona Mel em prática, mas assim que nossos olhos se cruzaram fiquei hipnotizada. Ele me olhava estranho, como se estivesse analisando minha alma. Acho que ficamos nos encarando por um bom tempo ate que finalmente ele desviou.

Corei um pouco e para disfarçar fui ate a mesa de comida, que graças a Deus ou melhor, Lucas, não continha mais aquelas coisas que a escola chamava de comida. Peguei um copo de refrigerante e quando virei Nicolas estava me olhando, mas dessa vez curioso. Talvez aquela ‘brincadeira de encarar’ estivesse dando certo.

Mas não demorou nem dois segundos para ele desviar os olhos. Irritada fui ate um dos pufes de peguei meu celular.

Kate: Acho que sua mãe estava errada, ele nem sequer me olhou quando fiz aquele ‘joguinho’. Bjs.

Yve: Impossível? Que cara esquisito! Isso funcionou comigo, minhas primas e minhas irmãs... tem certeza?

PS.: Você viu como aquele tal Lucas fica bonitinho com a Leninha, acho que ela gostou dele... mas também quem não gostaria?! Ai ai ai, e aqueles olhos dourados...

PS.:² Foi muito fofo da sua parte falar que não sabe dançar, que ideia... Você dança muito bem... Ah porque não tenta se distrair... Onde é que você está que não estou te vendo?

Kate: Aqui perto do banheiro. Meu Deus criatura como você tem vontade de escrever... se você está dizendo que funcionou... Só tem dois motivos pra ele não ter se interessado ou ao menos ficado curioso...

1º: ele é gay.

2º: ele tem namorada.

Espero nervosamente que seja a 2°.

Ah, e eu realmente achei que a Leninha e o Lucas ficam fofos juntos... E aqueles olhos...! Parece ate um pirata não é?

Yve: Verdade, eu poderia muito bem embarcar em um navio com um pirata desses... Não conta nada pro Brad se não ele vai me matar! Rs.

Kate: Ah claro! Com certeza eu vou falar com o Brad que a namorada dele esta paquerando o novo presidente do grêmio.

Yve: Há ha. Bjs.

Infelizmente todos estavam dançando e curtindo e eu encanada por conta do imbecil do Nicolas. Esperei dar um tempinho e sai sem avisar ninguém ao invés de me animar para começar o inicio do ano, aquela festa estava me fazendo desistir.

Entrei no quarto e fui logo tirando a roupa. Entrei em baixo do chuveiro e tentei desconectar minha mente da realidade, sem sucessos fui para cama exausta.

‘A noite estava escura e fria porem por algum motivo a varanda me atraiu, aquela era minha casa de campo, meu lugar favorito, ficava no limite de uma floresta que atualmente estava muito sombria. Ouvi uivos estranhos, barulhos de aves noturnas, pensei em animais rastejando e felinos selvagens... Nada convidativo.

Sentada no hall pensei ter ouvido alguém me chamar de dentro da floresta e quando pensei em checar um calafrio passou pela minha espinha... Com as pernas bambas tentei recuar quando me dei conta de que estava já no limite da floresta. Mas por algum motivo minhas pernas não obedeciam e como se uma força invisível estivesse me controlando fui arrastada para a escuridão...


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