Histórias Infantis... Ou Não! (Bônus) escrita por Docinho Malvado


Capítulo 6
Quem vai Queimar agora?




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Fazia um frio intenso, era o último dia do ano. Viam-se as luzes brilhando nas fachadas das casas, sentia-se o cheiro delicioso das comidas. Ouviam-se as musicas e os rumores dos preparativos para a festa da passagem do ano.

Atravessando a rua vazia tinha uma menina cheia de frio. Ela estava descalça e não estava devidamente agasalhada. Ao passar por ali, uma forte geada bateu a fazendo tremer. Ela trazia em seu bolso um punhado de fósforos que vendia nas ruas, mas naquele dia ela não tinha vendido nada e estava com medo de voltar para casa e apanhar de seu pai por causa disso. Ele ás vezes ficava muito nervoso. Na verdade a menininha não tinha bem uma casa, mas sim um barraco que morava com sua mãe e pai que quando chovia ou nevava o pai tentava tampar os buracos desesperadamente. Não, ela não queria ir para casa naquele momento. Enquanto os cachos de cabelos castanhos da linda menina se misturavam aos flocos de neve, ela parou para descansar, sentou-se num canto da calçada e resolveu acender um fosforo. Quem sabe ela poderia se aquecer um pouco. Riscou o fosforo na parede com toda a força que podia. Ao acendê-lo, a menina sentiu uma alegria grande, teve uma bela visão de esperança, mas a visão só durou o quanto o fósforo ficou aceso. Com a mesma rapidez do desaparecimento da visão a alegria da menina se desfez. Ela riscou outro e então ela viu a mesma visão de antes, e como antes a visão só durou o quanto o fosforo ficou aceso. Ele apagou e novamente tudo voltou a ficar branco e sombrio, ela riscou mais um fósforo, desta vez viu uma maravilhosa árvore de natal, toda reluzente, mas no momento em que a menina estendeu os braços para abraçar a árvore, as lusinhas da árvore subiram ao céu, formando estrelas na noite. Uma delas despencou lá de cima, caindo no escuro.

"Uma estrela cadente... Alguém esta morrendo". Pensou e lembrou-se dos ensinamentos de sua avó querida, já falecida, a pessoa que mais amava no mundo. Ela lhe contara que quando uma pessoa morria, podia virar uma estrela. A menina riscou mais um fósforo e ai a luz enorme se tornou um verdadeiro clarão, de dentro da luminosidade, viu então a imagem de avó. Ela estava ainda mais linda, serena, feliz e gentil do que nunca.

– Vovó, querida, me leve com você - pediu a menina. - Eu sei que você vai sumir quando o fosforo se apagar, assim como sumiram as outra coisas que vi. Não deixe que isso aconteça!

Ela foi riscando todos os fósforos que tinha nos bolso desesperadamente, para conseguir manter a imagem da avó. A avó, então, abraçou firme a menininha sentada na calçada, levou-a em seus braços e elas voaram juntas pelos céus cheios de luz, onde já não fazia frio, onde ela já não se tinha medo.

Na manhã seguinte, lá estava a menina sentada na mesma calçada, com o rostinho tranquilo, um sorriso nos lábios.

– Coitada! Estava tentando se aquecer... - Disse uma pessoa que passava e vira o tanto de fósforos riscados que rodeavam a menina.

Ninguém imagina, no entanto, as coisas belas visões que ela tinha visto e a intensidade da luz que iluminava o caminho dela e de sua avó na passagem do ano novo.


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Notas finais do capítulo

Acho que posto mais um ou dois e a Fic acaba de vez! ;)
PS: Só se receber comentários! U_U
XoXo