Abri meu armário e como de costume, caiu uma carta de lá

"Seu sorriso é lindo"

Estava recebendo essas cartas havia dias, e a pessoa ainda não tinha se identificado. Ah droga, estou ficando cada vez mais curiosa!

As cartas sempre continham apenas uma frase. A do dia anterior foi "Gosto de você".

Alguém esbarrou em mim fazendo com que meus cadernos caíssem. Quando olhei para o rosto da pessoa, revirei os olhos. Era o Yoshiro, um garoto que parecia adorar mexer comigo

- Olha por onde anda, idiota!

Ele me encarou com aqueles olhos esverdeados. Usava uma touca e seu cabelo claro caia sobre o rosto, que tinha uma expressão de desdem.

Ele era irritantemente bonito.

-Olha por onde empaca. - Então ele saiu, sem me ajudar.

O que eu achava estranho, é que ele me provocava, mas nunca usava grandes insultos.

Peguei os cadernos e coloquei-os no armário. Tinha acabado de tocar para o intervalo, então o corredor estava cheio de patricinhas, esnobes e o tipo de gente que me irrita. Então, fui para a biblioteca como de costume.

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Estava numa parte menos iluminada, onde não ia ninguém. A sessão de livros sobre espíritos. Não entendia porque não ia ninguém ali, era tão interessante. Mas, melhor pra mim. Peguei um livro e sentei próxima à parede. Comecei a folhear ele e fiquei por lá.

Ouvi um barulho. Passos. Certo, era a biblioteca. Mas ninguém ia ali! Fiquei em pé e olhei em volta.

-Alguém aí?

Silêncio.

Por fim, alguém apareceu. Era aquele garoto, o Yoshiro.

- Credo menino, você me assustou!

Ele nada falou. Apenas se aproximou lentamente e me empurrou contra a parede. Ele me encarou, de novo. Mas desta vez, seu rosto estava perto do meu. E isso fez minhas bochechas esquentarem. Ele sorriu, ao ver minha reação.

- O que pensa que está fazendo?

-Sou eu.

-Ahn?

-Eu que mando as cartas para você.

Tentei processar aquilo. Era ele... Que dizia aquelas coisas pra mim? Aquelas coisas...Doces?

- Eu gosto de você.

- Y-Yoshiro?

Ele me puxou para perto. Nosso corpos estavam praticamente colados, e suas mãos estavam em minha cintura. Não sei o que deu em mim, mas instintivamente coloquei meus braços em volta de seu pescoço.

Ele tinha um leve sorriso no rosto. Não pude deixar de sorrir também. Ele aproximou sua boca da minha orelha e sussurrou:

-Neste momento, você é minha.

Então, ele me beijou. Um beijo terno, carinhoso, sem pressa. Não era selvagem. Para aquele momento, um beijo doce era perfeito.

Por culpa do fôlego, nos separamos. Ele mordeu meu lábio. Parecia querer deixar-me mais vermelha do que já estava.

Dei-lhe um selinho e escondi meu rosto em seu pescoço.

-Eu...Também gosto de você.

- Bom. - Senti que ele sorria.- Vamos sair na sexta, okay?

-Okay.- Sorri. Depois de um tempo ele saiu e eu ainda tinha borboletas no estômago.

Levei minha mão aos lábios. Aquilo realmente tinha acontecido.

O sinal tocou, e fui embora para sala, normalmente.