De Repente, um Pokémon (Interativa) escrita por The Hat Man


Capítulo 4
Capítulo 4 - Planos e Pokébolas


Notas iniciais do capítulo

Novamente, agradeço os comentários para o Capítulo 3. E por causa deles, tentei fazer o 4 o mais rápido possível.

Espero que as coisas aqui continuem do agrado de vocês. Boa Leitura!



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Quando foi mesmo a última vez que enfrentei um cachorro raivoso nessa minha vida medíocre? Ah, na época de escola quando ainda tinha 16 anos e era um total forever alone. Estava correndo num dia de chuva pela praça em frente a meu colégio para não chegar atrasado e receber bronca do coordenador. Bem, até que um cão vira-lata resolveu aparecer sei lá de onde e avançar na minha perna direita. Velho, por um fio que ele não levava minha carne! Meu primeiro pensamento ao encará-lo foi que o apocalipse zumbi de Residente Evil finalmente tinha começado. Sério, a feição doentia deles lembrou muito daqueles cães de Wesker. Depois, fiz o que qualquer pessoa faria numa situação dessas: chutei a cabeça dele. Admito que não seja uma coisa que me orgulho de ter feito na época, mas tinha que fazer o necessário para me defender, né?

Aí quando você menos espera, o destino dá uma de troll e te coloca em situações parecidas, até quando você está em uma dimensão diferente. Só que agora tenho que lidar com um cão em chamas... literalmente.

Argus começou com um golpe que eu pessoalmente gostava de usar na época em que jogava o remake de Pokémon Silver. Flare Blitz, ou Bombardeio de Chamas, já salvou meu Quilava em várias batalhas tanto nas batalhas selvagens como também em ginásios de Johto e pessoalmente, era um movimento que gostava de ter no meu arsenal. Será que isso é carma?

Enfim, antes que ele pudesse me atingir, dei um chute circular de direita que atingiu a barriga que o arremessou bons metros para fora da zona de risco em que meus “amigos” estavam. Fiquei surpresa com a força que apliquei no golpe, sendo que nem tinha intenção de manda-lo estatelando por quase 7 metros de distância. Parece que a Bulbapedia dizia a verdade quando falava que Riolu tinha força sobre-humana.

Mesmo assim, Argus se mostrou forte e se levantou com nada menos que alguns arranhões visíveis na pele. Dessa vez, resolveu atacar a distância ao usar Brasas. Como se fosse me acertar, claro. Eu rapidamente desviei e corri até ele enquanto tentava me acertar em vão com Brasas sucessivas. Assim que estava em cima dele, notei que estava ofegando bastante, talvez por causa das outras duas batalhas, e também tinha aquele olhar típico de desespero como se tivesse pedindo misericórdia. Pfft... esses valentões fuleiros de hoje em dia...

Lembranças... Por causa deles, vivi uma infância sofrida de murros e pontapés na escola até meus 14 anos quando “decidiram” se tornar amigáveis diante de mim por causa das minhas boas notas. Ainda hoje carrego esse ódio quando vejo um malandro querendo se achar o todo poderoso.

Então, o peguei pelo colar e o levantei sem mínimo esforço para depois assustá-lo com aquele sorriso maníaco que ele tanto usava contra Sienna. Nada mais refrescante do que punir alguém usando o próprio veneno da pessoa...

– Ué, cadê aquele seu ego, amigo? Já tô começando a sentir falta dele.

Argus já mostrava de lágrimas nos olhos. – Por favor, não me machuque!

Foi então me ocorreu uma ideia. Eu sorri mais ainda:

– Ah não, não vou te bater. Vou fazer uma coisa bem pior. – Aí comecei andar em direção à lagoa. – Sabe, sempre quis ver um Pokémon do tipo Fogo nadar...

Seus olhos se arregalaram quando ele percebeu o que eu pretendia fazer. – Não, não! Faço qualquer coisa, só me jogue na água!

– Menino esperto. – Depois tomei uma postura mais séria. – Espero que agora fique bem claro nessa cabeça de merda que ninguém tem a obrigação de fazer o que você manda, principalmente assediar as fêmeas para entrarem nesse seu “círculo” idiota.

Deixei ele processar minhas palavras por algum tempo antes de continuar. – Na próxima vez que eu ver você repetindo isso com meus amigos ou com qualquer outro Pokémon, não serei tão misericordioso. Agora, suma! – Larguei da minha mão e o deixei correr chorando até se adentrar na mata adiante seguido de suas doze parceiras que esforçaram para alcança-lo e consolá-lo.

Eu suspirei enquanto assistia aquela cena patética. Idiots, idiots everywhere...

O lugar estava quieto novamente. Daí, olhei ao redor e percebi que todos os olhos estavam em mim... Cara, meu corpo ficou tão tenso que fiquei com uma vontade de cavar um buraco e esconder minha cabeça como se fosse um avestruz.

De repente, ouvi um barulho de palmas. Eu ligeiramente segui minha cabeça até onde ele tinha vindo.

O Treecko bateu as patas alto o suficiente para ganhar a atenção de todo mundo. – Okay, o show acabou. Voltem a fazer o que estavam fazendo.

E assim, a floresta voltou ao normal.

Um suspiro escapou dos lábios dele enquanto ele carregava o Shinx para a água e trata-lo com o que parecia ser Síntese. Depois notei que a Vulpix já conseguia andar sozinha novamente e me olhava com bastante surpresa assim como sua amiga Nidoran.

Relutantemente, eu voltei até eles. Droga, como eu detesto ser o centro das atenções...

A Nidoran foi a primeira a falar comigo:

– Caramba, como você é forte hein? Depois de uma dessa, acho que Argus não vai sair mais de seu esconderijo. – O cara tinha até um esconderijo? Para quê?

De qualquer maneira, espero que ele tenha aprendido a lição. Acho até forcei a barra... um pouco.

Depois, minha atenção voltou para a Vulpix quando percebi algumas contusões em um dos lados de sua barriga.

– Você está bem? – Eu perguntei um pouco preocupado.

– Vou sobreviver. – Ela respondeu com um sorriso. – Obrigada por nos ajudar contra aquele idiota. Não pensei que veria o dia que ele sairia correndo chorando como um filhote mimado.

Garota, você não sabe quantas vezes isso passa em desenhos animados...

– É o mínimo que podia fazer por me ajudarem antes. Mas também queria dar uma lição nele, porque caras como ele fizeram minha infância um inferno. – Lembranças novamente... (Sighs)

A Nidoran deu de ombros. – Ainda acho que foi bem feito pra ele. Muitos aqui não gostam dele, incluindo nosso pequeno grupo.

E quem diabos ia gostar de um brutamontes, afinal? Ninguém nesse mundo precisa de mais um dando uma de Gary “Motherf***king” Oak.

Daí, olhei para Treecko e Choque. O primeiro ainda estava administrando Síntese no Shinx, mas ele já estava conseguindo se levantar e as marcas de contusões já estavam desaparecendo. Eu até me pergunto: como é que fotossíntese tem função de cura em um ser que não é uma planta? .........Acho melhor deixar essa para os biólogos responderem...

Eu balancei a cabeça para tentar esquecer o assunto. – Então,... – Eu comecei.

– Esse é o um dos refúgios de Latios e Latias, certo?

– Sim. - Choque respondeu assim que ele e Treecko se juntaram a nós. – Pensei que já tivéssemos dito isso.

Eu estava tão pronto para dar uma cortada naquela observação inútil dele, mas... esquece. O cara não merece depois do que passou nesses instantes. Até ganhou um pouco do meu respeito...

– Sim, vocês disseram. Mas ele vão aparecer? – Perguntei.

– O que fez você pensar que os irmãos Latis vão aparecer? – A Nidoran perguntou assim que junto com seus amigos na minha frente. – Você conhece eles?

– Na verdade não, mas...

– Mas...? – Sienna perguntou.

Eu... desviei o olhar. Será que tenho uma boa razão para me encontrar com os dois? Bem, se eles tiverem acesso a outros Lendários, então sim. – Só preciso perguntar a eles... a sós.

– Se for para se declarar para Latias, é melhor você flertar com a lua. Tô só dizendo. – Ela disse com um sorriso e até riu de mim.

Mas que diabos...? Acho que essa foi a virada mais rápida da minha cabeça que já fiz na vida. – Não era ISSO que eu ia perguntar a ela!

– Ah, mas seu rosto corado diz o contrário! – Ela brincou e meus olhos se contorceram em resposta.

– Dina, cala a boca. – Valeu Shinx. – Enfim, os Latis não aparecem faz três meses. Então duvido que você possa falar com eles, mesmo que você quisesse. Sua melhor opção é esperar, se você realmente quer conversar com os dois, até voltarem.

Eu franzi a testa. – Três meses? Hmm, eles disseram alguma coisa sobre alguma cidade chamada Alto Mare?

Quatro faces em branco e quatro pares de olhos piscando.

Eu suspirei. – Esquece. Onde posso conseguir comida? Estou faminto...

“Frutas...” Eu murmurei sentado em frente de um pequeno arbusto, encarando sem jeito para uma fruta Oran caiu no chão. – Frutas... – Será que isso é o que chamam de “ataque do fangasmo”?

– Se você não for comer essa, - Dina disse ao sentar do meu lado. – Então ficarei feliz em comer para você!

– Alguma coisa contra frutas? – Choque perguntou atrás de mim e parecia que estava falando com a boca cheia. Vish... cadê as boas maneiras desse povo? Ah esqueci, Pokémon selvagens. E na verdade tenho sim uma coisa contra frutas. Eu era mais carnívoro que vegetariano no meu mundo. Agora... nem sei se terei que continuar com esse hábito.

– Talvez ele só coma carne? – Sienna perguntou, também atrás de mim. Sério, tem Pokémon que só come carne aqui?

Pensando bem, faz sentido se você considerar as arcadas dentárias de certos Pokémon. Eu mesmo podia sentir meus dentes pontudos com minha língua, mas isso não quer dizer que vou sair por aí assassinando outros Pokémon só para satisfazer minha fome... É perturbador só imaginar você mordendo um pescoço de um Deerling, por exemplo... Hehe, se bem que pareço o Alex de Madagascar com essa discussão moral... Hmm, um Magikarp frito até que soa uma boa ideia.

– E então, você gosta de carne? – Treecko perguntou enquanto também mastigava uma fruta Oran.

– Gosto, mas não acho que a ideia de matar um Pokémon seria confortável para mim. – Eu suspirei e comecei a comer a minha.

– Então, você é igual a mim. – Eu me virei e encarei o Shinx. Defina “igual a você” nesse caso eu queria dizer, mas deixei ele continuar. – A maioria da minha espécie vive só de carne, mas eu não gostava da ideia de ter de caçar um Pokémon inocente só para satisfazer. Sei que isso é a lei da natureza, mas sempre há um jeito de sobreviver sem matança, sabe. Claro, isso não quer dizer que não vou me defender caso alguém queira arrancar minha cabeça.

– Choque, que assunto horrível de se falar! Você vai assustá-lo.– Sienna comentou, levantando a voz um pouco.

– Qual é o problema? É a verdade. – Ele deu de ombros. Sim, mas essa “verdade” já me fez ficar com medo. Principalmente sabendo que um Pidgeot gigante pode facilmente me pegar e arrancar minha cabeça fora... Eu tremi.

... bem, eu venci contra aquele Growlithe. Então, acho que isso aumenta minha experiência de sobrevivência? Pfft, o poder de Argus não é nada em comparação com um simples Golpe Aéreo... Eu tremi... Tenho que sair desse mundo o mais rápido possível...

– Tá vendo? – Ouvi Sienna falar. Acho que ela notou minha tremedeira. Depois, senti sua presença quando sentou ao meu lado e inclinou a cabeça em minha direção. – Não ligue para o que Choque fala. Às vezes, ele só fala besteiras.

– Ei, eu nunca falo besteiras. – Ele bufou em contrapartida. He, isso me lembrava daquelas discussões de animes.

– Eu não estou assustado... – Eu sussurrei ao virar minha cabeça para longe dela. – Só preciso de um tempo para me ajustar... – Depois, me levantei e saí.

– Onde você está indo? – Ela perguntou.

– Preciso de um tempo para pensar. Estarei pela lagoa se precisarem de alguma coisa. – Eu suspirei enquanto eu passava por arbustos e mais arbustos.

Eu logo me encontrei de volta para a grande clareira onde estava a lagoa. Ainda tinha um bocado de Pokémon em diferentes grupos, cuidando de suas próprias conversas. Poucos ainda sentavam sozinhos, ou pelos pares, nas margens. Também fiz o mesmo. Caminhei até a borda e sentei ali até entrar em um transe pensativo enquanto olhava o Riolu que me encarava na superfície da água.

Outro suspiro escapou de meus lábios. E agora, o que eu faço? Devo esperar até os Latis apareceram aqui? E se eles demorarem a voltar? Não posso perder muito tempo aqui. Minha família deve estar me procurando a esse ponto do campeonato e talvez meus colegas também.

Espera um pouco... agora que me toquei! Se essa é a Floresta de Petalburg, então isso não quer dizer que existem humanos por aqui?

... e estupidamente suficiente, quase que na sugestão, um pequeno número de Pokémon voadores saiu voando com um barulho de folhagem vindo de uma direção. Virei minha cabeça até onde estava vindo, e ali estava, dois humanos saíram da linhas das árvores e arbustos. Um menino e uma menina.

Como eles eram tão jovens, acho que não passavam dos 12 anos ainda. Ah, esqueci que os treinadores podem começar suas jornadas aos 10.

– Caramba. – A garota disse, com um par de olhos brilhantes. – Quantos Pokémon!

– Acho que esse é um dos lugares dessa floresta que os Pokémon se juntam. – O garoto respondeu enquanto inspecionava seus arredores, e logo atrás deles vinha dois outros Pokémon que pararam na frente deles e também encararam a clareira. Um Torchic e um Mudkip.

Nossa, fiquei até com inveja ver aqueles dois jovens com Pokémon iniciais e já na Floresta de Petalburg! Se não me engano, acho que ainda vão enfrentar o primeiro líder de ginásio em Rustoboro.

O menino tirou uma Pokébola do bolso de sua calça e a “alargou” ao clicar no botão no meio dela ao mesmo tempo que olhava ao redor novamente:

– Vamos pegar um Pokémon do tipo Vegetal para derrotar Roxanne.

Viu? Bem na mosca!

– Olha, irmãozão! – A menina gritou, puxando a camisa dele enquanto apontava... para... mim. – Aquilo não é um Riolu?

Uh oh...

O menino ficou bastante surpreso quando engoli em seco. Um triste fato sobre ser um Riolu no mundo Pokémon com humanos é...

– Minha nossa, é verdade! Riolus já são bastante raros em Sinnoh, e logo um aparece aqui em Hoenn. Quanta sorte!

Oh shit! Num segundo, me levantei e chutei minhas pernas contra o chão para fugir deles.

Eu NÃO quero ser CAPTURADO!


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