De Repente, um Pokémon (Interativa) escrita por The Hat Man


Capítulo 2
Capítulo 2 - De Humano para Chacal


Notas iniciais do capítulo

Bem, fazer esse capítulo não foi lá tão difícil. Então decidi fazer uma postagem antecipada logo...



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– Ele deve ter batido a cabeça bem feio...

– Talvez alguém deve ter atacado ele e o deixou aqui.

– Que nada! Se fosse isso, a gente já teria notado alguns sinais de batalha por aqui.

– Ela tem razão. Além disso, ele não parece estar ferido ou coisa do tipo...

– Então, “bater a cabeça bem feio” está fora da lista...

– Isso...

– O que será que aconteceu com ele, me pergunto?

Ah, por favor, eu tô tentando dormir aqui! Será que... oops... na verdade, não tô...

Com um grunhindo baixo, eu abri um olho vagarosamente. Por sorte, não está muito claro, o que era bom para olhos. Tenho problemas com muita claridade, sabe. Enfim, eu conseguia ver a grama verde no chão, e algumas sombras, e algumas patas. E olha só, uma pata azul na minha frente. Provavelmente deve ser minha... (Sigh)

Tentei movê-la um pouco, e sim, seguiu o comando do meu cérebro: se moveu.

– Olha, ele acordou... – Ah, que nada! Só tô me levantando pra andar que nem sonâmbulo! Queria rolar meus olhos, mas deixei de lado para quando tiver mais acordado. Como detesto comentários óbvios!

Eu devia estar enlouquecendo, mas acho que já fiz isso, se meu cérebro ainda está funcionando bem. E também, já joguei um bocado de vezes os jogos de Mystery Dungeon, então até que não tô muito surpreso. Eles arruinaram o prazer de me descobrir como um Pokémon, e não o humano que costumava ser. As únicas coisas que não arruinou foram as questões que vagavam na minha mente: “Por que diabos me transformei em Pokémon?” e “Como diabos vou voltar para casa?” ...

Mas talvez acho que a situação, pelo menos, é melhor que a outra em que eu estava no meu mundo. Sabe, tinha uma arma apontada para minha cabeça quando fui abordado enquanto voltava da academia. Será que isso significa que estou morto no meu mundo e minha alma veio parar aqui? Nah, duvido Arceus ter controle sobre isso... O que pode ter sido então? Somente duas hipóteses entravam na minha cabeça, ambas bizarras: ou houve um choque entre a minha dimensão e essa, formando assim uma ponte entre o espaço-tempo, ou meu DS me engoliu e estou dentro de um jogo.

E sim, sou um nerd! A propósito, a primeira opção me parece mais realística se você pensar na possibilidade de choques entre dimensões. Eu sei que é muita ficção científica e estamos falando de chances astronômicas para isso acontecer, mas quem sabe? Ou então, isso tudo obra de Arceus ou Palkia...

De repente, senti um toque no lado direito do meu pescoço. Seguiu-se uma voz de tom preocupado.

– Você está bem?

Estou... Só um pouco fraco e tudo mais. – Sim... – Eu respondi rapidamente. Quem quer que fosse a pessoa que fez a pergunta, saiu fora e me deu espaço para me levantar sobre minhas... patas. – Pergunta rápida, por favor. – Perguntei, minha cabeça parada com meus olhos no chão. – Que Pokémon eu sou?

– Um... Riolu?

Ah sim, já era de se esperar com aquele solavanco tão familiar. Só queria que alguém confirmasse por mim. Agora, vamos cumprimentar meus novos “amigos” para me ajudar na minha “épica jornada” para voltar para casa, onde quer que fosse, e blah blah blah...

Olhei a frente e vi quatro Pokémon. Mas eles eram todos diferentes um do outro. Vejamos... um Treecko, um Vulpix, um Shinx e uma Nidoran. Sobre a Nidoran eu tinha certeza do gênero, agora os outros com aqueles dados da Bulbapedia... Melhor esperar por provas antes de começar chamando os outros de mulher quando na verdade é um macho... Pobre Gardevoirs...

– Olá. Me desculpem pelo mau jeito, é que ainda estou meio fraco. – Sério, não sei como eu consigo puxar assunto até mesmo em climas tensos como esses. Normalmente nesses casos, eu pareço um idiota tímido que não abre nem a boca pra dizer um bom-dia. Será um talento meu?

– Sério, você está bem? Você apagou por cinco minutos depois que te achamos. – Um deles falou.

Cinco minutos? Parecia ser um pouco menos. Balancei a cabeça. – Não sei dizer ao certo. Tudo que eu sei é que eu sou-

...

.....

........

...devo dizer a eles? Devo dizer que sou um humano? Corrigindo, que era um humano? Como vão reagir? Nos jogos, todo mundo reagia bem. Como tenho certeza que eles não vão...me atacar? Talvez eles nem sabiam o que é um ser humano, mas não quero arriscar. Até porque, qual Pokémon que vai acreditar que sou humano, afinal?

Meu pequeno trem de pensamentos foi cortado quando a Nidoran andou, ou rastejou? Trotou? Argh, vou ficar com andar mesmo, e para sempre. A Nidoran andou até mim e perguntou:

– Você é?

–Erhm... e-eu s-sou de Sinnoh... – Gaguejei, tentando desviá-los de meu segredo.

– Claro que você é de lá. Sua espécie é mais encontrada naquela ilha. – O Shinx comentou como se isso fosse conhecimento básico do guia Pokémon. E claro, ele é um macho mesmo. E pelo como respondeu, acho que não estou em Sinnoh pelo menos. Bem, o grupo tem um Vulpix e uma Nidoran que são mais encontrados tanto em Kanto e Johto e Treecko é de Hoenn. Então, tenho quase certeza que estou em algum lugar em Johto. E pelo que parece, na Floresta Ilex.

– Também estou olhando para alguém que é de lá. – Respondi rapidamente botando um pouco de firmeza na voz. O Shinx não pareceu reagir com – Por favor, sabem dizer onde eu estou?

Dessa vez, Treecko respondeu. – Você está na floresta que os humanos chamam de Floresta de Petalburg. Nós, Pokémon, chamamos de Floresta Densa. Presumo que já deva saber o porquê. – Era verdade, parte da luz que nos iluminava era bloqueada pela densa folhagem das árvores enormes ao redor. Mas, Petalburg? Que jogo eu vi esse nome mesmo? Ah, Pokémon Esmeralda! Então, estou em Hoenn! Minha região favorita de todos os jogos!

Mas, meu entusiasmo de fã foi logo dissipado pelas novas preocupações que invadiram minha mente. Sério, ser transformado em um Pokémon ou um Treinador é o que todo fã da franquia sonha nesses dias, pelo menos lá no meu mundo. É até legal imaginar. Mas, eu tenho minha família em casa. Tenho meu curso na universidade pra estudar, e pior que, pelo que me lembro, ainda não estou de férias.

Eu acidentalmente deixei escapar um suspiro deprimido. Que merda, velho...

– Pelo visto você está com um problema. – Outra “moça” falou. Era a Vulpix dessa vez. Ela inclinou a cabeça um pouco para o lado. – Algo possamos ajudar?

Nossa. Sou um estranho, e esses Pokémon estão realmente sendo amigáveis comigo. Acho que já tira a parte de “forever alone” no meu currículo da vida.

– Talvez depois. – I sorri enquanto coçava meu pescoço. – Estou um pouco com sede...

– Bem, tem uma lagoa não muito longe daqui onde os irmãos Latis costumam se refugiar quando estão fora da Ilha Solitária. – Shinx disse, virando e apontando para uma direção.

Latis? – Latios e Latias?

Os outros assentiram enquanto Shinx se virou de volta para mim e assentiu também, acrescentando:

– Sim.

Legal. Talvez essa pequena aventura não vai durar muito afinal. Por mais divertido que possa ser, ainda prefiro estar no meu laboratório de garagem em casa construído coisas.


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