Ainda corríamos pelos corredores até ver a saída, não era algo que eu já havia visto, era realmente a saída daquele lugar, um jardim enorme, cercado por várias flores, a casa que sempre pareceu um labirinto, por fora havia cores claras, e era tão grande que nem se via o final, havia vários carros e me perguntava se a tecnologia havia chego até este lugar.

Mal pude parar, e Marcus já me puxava, e logo tive que voltar a correr, estavam todos juntos e assustados, se Marcus morresse não iria restar mais nada, aquele vestígio de esperança estaria perdido por todo o sempre... Aquilo, o que me prendia aqui antes disso?

Uma sensação nostálgica lembrou-me dos dias que queria esquecer, se antes queria voltar para aquela vida me perguntava o que me segurava lá, o que me levava a desejar aquele inferno novamente... E agora? Está-se em um novo inferno, o que me segura aqui? Pelo menos sinto que não estou mais tão vazia...

Algo me completou...

Não completo e mono, mas mesmo assim, ainda assim... Eu conseguia sentir.

Então o que me prende aqui...

Uma visão de todos os momentos, de quando conheci todos...

Tudo isso passou por mim...

Seriam esses meus novos motivos para viver? Até agora, estive com medo, e vivendo em vários infernos... Mas... Se conseguir sentir esse vestígio de sentimento... O que eu me apeguei aqui?

Sinto-me torturada pelos meus pensamentos, se antes queria voltar, agora não quero mais, se antes queria fugir, agora quero permanecer aqui.

Este eterno conflito me embrulha o estomago, me faz querer chorar e gritar, não há como pensar calmamente agora.

Minha mente confusa mergulhada em um turbilhão de emoções e sentimentos, que se fosse definir, iria tomar todo meu tempo aqui.

- Não se preocupe; logo tudo isso acabará...

Marcus olhou nos meus olhos, acariciando meus cabelos de leve, dando um sorriso.

- Mas, eu não quero! Não quero sair daqui! Não quero que acabe... Acho que finalmente pude encontrar algo que me preenchesse novamente... Então, por quê?

Olhei para ele. Eu sabia se saísse deste lugar, uma hora, tudo iria acabar. Eu iria ter que ir a algum lugar, e os dias que eu desprezei aqui seriam dias, cujos desejos e anseios por um retorno nunca iram cessar.

- O que você quer? O porquê deseja ficar? Aqui, como você mesma já disse antes não é seu lugar.

Marcus sorriu e segurou minhas mãos, me puxando novamente, os olhos dele de uma forma repentina, uma emoção, tomou conta de Marcus.

- Não se apaixone por mim, um homem morto não pode corresponder aos sentimentos de uma mulher, e eu já estou morto desde quando nasci... O mundo retirou meu coração sem nenhuma piedade.

Marcus me largou ali, e saiu em disparada com Lorenzo, a única coisa que ele fez, foi dar um sorriso para nós... Então ao final das contas, eu estaria sendo abandonada novamente.

Eu não queria, mas era verdade... Se apaixonar por Marcus, agora, era inviável, mas não queria dizer que era impossível... Afinal isso já tinha acontecido.

Olhei para o alto, procurando meus pensamentos, pensando no que fazer, e desejando respostas, um suspiro logo... Foi á única coisa que me veio...

Secretamente desejei o final disso...

Mas o final... Iria ser mais torturante que o começo.