Bring Me Back To Life escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 16
Capítulo 16.


Notas iniciais do capítulo

O.k.,eu sei que esse demorou um pouco, mas eu estava com um pequeno bloqueio criativo.Creio que agora passou.Bem,vamos ao capítulo!Enjoy and Enjoy.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/479163/chapter/16

Acordei no dia seguinte com a visão de um céu nublado e grande parte das folhas que estavam caindo no dia anterior, no chão. O vento beijava-me a face já que eu esquecera a janela aberta. Levantei-me, fiz a higiene matinal e coloquei uma meia arrastão, calças de couro rasgadas, um suéter preto com uma cruz branca e coturnos brancos.

Saí do quarto e desci. Os cheiros de café e de terra molhada invadiram as minhas narinas quando eu entrei na cozinha e fui recebida com um belo e simpático sorriso da Sra. Fedrizzi. Ela me deu um abraço e me disse para sentar-me à mesa. Sentei e ela me serviu com uma pilha de waffles e ovos mexidos com bacon, seguido por suco de laranja fresco.

– Obrigada, acho que isso é o bastante para me satisfazer. –agradeci.

– Disponha, Sarah. Oliver mandou dizer que se você quisesse vê-lo, ele está malhando na garagem.

– Oliver acordou cedo? - eu quase não acreditei.

– Sim, acordou. Ele consegue acordar cedo quando quer. Tudo apenas depende da sua força de vontade.

– Ainda assim, acho um milagre.

– E é.

Depois que terminei pedi licença e fui ver meu namorado na garagem/academia improvisada.

Encontrei Oliver pendurado numa barra de ferro que estava encaixada num suporte. Ele não me viu. Seus músculos se tencionaram e ele usou o abdômen para encaixar a barra no suporte de cima e fez isso mais três vezes. Vi meu namorado se jogar lá do alto e cair de pé num colchão e depois pegar um par de luvas e começar á socar um saco de areia.

– Ollie? - eu disse timidamente.

Ele parou na hora e me olhou. Sua camiseta estava ensopada de suor.

– Oi, Sarinha.- ele me deu um selinho cheio de suor.

– Então você gosta de maltratar sacos de areia? – brinquei.

– E outras coisas também... – ele sorriu malicioso e me puxou pela cintura. – só não te maltrato agora porque eu vou te deixar cheia de suor e eu estou cansado.

– Só assim pra você acordar cedo, não é?

– Eu poderia acordar cedo por você também. Não sou tão vagabundo quanto você pensa.

– Eu nunca pensei que você fosse um vagabundo, Oliver. Nunca. Você só é preguiçoso, mas nunca um vagabundo.

Ele sorriu e me beijou, me puxando de encontro ao seu corpo. Eu me entreguei á ele enquanto nós saíamos da garagem e subíamos a cozinha que estava vazia. Fomos até seu quarto e ele me jogou na cama.

– Talvez eu não esteja tão cansado assim... – ele comentou.

Então ele me encheu de beijos, começando pelas minhas clavículas e depois subindo. Senti suas mãos por baixo do meu suéter enquanto as minhas arranhavam suas costas. Ele soltou um gemido de prazer quase inaudível e logo meu suéter estava no chão, junto com o seu cinto e a sua calça.

...

Depois de um longo banho desci para o almoço. Os avós de Oliver haviam acabado de voltar de São Diego, quinze minutos depois de percebermos que havíamos ignorado o bilhete encima da mesa.

Eu e Oliver nos entreolhávamos ás vezes e eu quase não conseguia conter o sorriso. Almoçamos uma massa italiana muito boa. O Sr e a Sra Fedrizzi estavam quietos, como se soubessem o que havíamos feito. Mas nós não havíamos feito nada de errado. Não é?

Depois do almoço eu fui até a varanda com o meu violão e comecei a tocar uma das minhas músicas. Oliver veio e ficou me olhando tocar. Continuei com os versos e com a batida pesada. Go To Hell, que eu compusera em casa algumas semanas atrás mandava o “anjinho negro” ir pro inferno. Continuei com a batida raivosa, minha voz saindo rouca a cada vez que eu cantava o refrão. Eu destilava raiva. E raiva era só o começo.

– Parece que você está bem estressada. – Oliver comentou quando eu terminei.

– Estressada não, eu estou ardendo em raiva.

Ele foi para trás da cadeira onde eu estava sentada e começou a massagear meus ombros. Relaxei o suficiente para dar um sorriso fraco e então senti seus lábios no meu pescoço.

– Ei, nós terminamos isso faz uma hora, lembra? – eu disse entre um suspiro extasiado.

– Sim, mas eu não estou fazendo nada de mais... –ele disse, então sussurrou no meu ouvido. - ainda.

Virei e nos beijamos. Suas mãos percorriam as minhas costas enquanto as minhas repousavam em sua nuca.

– Hm, hm. – alguém murmurou atrás de nós. Largamos-nos e olhamos para o avô de Oliver nos observando com um sorriso maroto nos lábios.

– Está tudo bem, garotos. – ele declarou, levantando as mãos como que para mostrar que era inofensivo. – Aproveitem o clima romântico do campo.

Ele saiu e eu sabia que eu estava muito vermelha e eu sabia que Oliver também estava muito vermelho.

– Então é isso? Seu avô nos deixa vermelhos de vergonha e vai embora de boa? – eu perguntei.

Oliver riu, quebrando o clima tenso.

– Minha família é bem parecida comigo... Só isso que eu tenho á dizer.

– Eu percebi!

– Agora voltando ao assunto... Do que nós estávamos falando mesmo?

– Esse é o problema, nós não estávamos falando.

– Não vejo problema nenhum nisso.

E me puxou pela cintura, senti meu corpo de encontro ao seu e então nós nos fitamos por três segundos antes de nos beijarmos.

Subimos ao meu quarto e eu parei.

– Ok. Agora não... – Oliver disse.

Sentamo-nos na cama e ficamos um tempo em silêncio, fitando as cordas do meu violão.

– O que nós vamos fazer agora, Oliver?

Ele sabia que eu não estava falando sobre o que faríamos naquele momento.

Ele deu um suspiro pesado e deitou a cabeça no meu colo.

– Não sei. O que você estava pensando em fazer?

– Eu não sei. O lugar onde tudo começou foi... – uma lembrança invadiu-me a mente.

Helena me ligara chorando. Ela estava realmente assustada e ainda estava internada.

– O que foi Helena? – eu perguntei carinhosamente.

– Ma-ma... Mataram a minha amiga aqui na clínica, Sarah! Ela foi pendurada no ventilador de teto, mas eu tenho certeza que não foi suicídio! Havia sangue escorrendo pela garganta dela e...

– Sarinha? – Oliver me chamou.

– A clínica... – eu disse.

– O que?

– É claro! Como eu pude me esquecer!

Oliver me olhou confuso.

– A clínica, Oliver! É lá onde tudo começou, quando mataram a amiga da Helena e mais umas quinze pessoas antes do assassino sair!

Sua mente clareou.

– É claro! Ela disse isso quando eu te levei para visitar ela! Mas como eles vão estar lá em meio de todos aqueles enfermeiros, psiquiatras e seguranças?

– Não sei, mas é a única pista que temos. Nós temos que ir para a clínica!

– Acho que eles não vão nos deixar entrar assim tão fácil.

– Eu sei o que fazer.

Ele se levantou do meu colo.

– O que?

Contei-lhe o meu plano. Era melhor nós o executarmos para dali dois dias, pois seria arriscado e havia uma chance de nós não conseguirmos sair depois.

– Você enlouqueceu. – ele disse depois que terminei de lhe contar.

– Sim, eu enlouqueci, mas é tudo o que temos.

– Tudo bem. – ele suspirou. – Mas eu não vou ir embora de lá sem você.

– E nem eu sem você.

...

Passamos o resto da tarde varrendo as folhas do quintal á pedido do Sr. Fedrizzi. Depois de duas horas varrendo folhas a avó de Oliver nos fez esculpir abóboras. O Hallowen seria no dia seguinte e Oliver me contara que eles davam uma festa naquele dia, mas que ele nunca gostara da ideia. O Hallowen lembrava-o seu amigo que se enforcara na floresta, pois ele sempre gostara da festa.

Ajudamos a Sra. Fedrizzi com a decoração. Colocamos as lanternas nas abóboras e uma que Oliver fizera e que ficara peculiar e horrivelmente perturbadora recebera uma vela enorme ao invés de uma lanterna. A vela negra serviu para deixar a abóbora ainda mais assustadora.

Eu não sei como eu sabia, mas eu tinha certeza de que Oliver estava ouvindo tudo de novo. E que aquela estava sendo uma noite horrível.

Lembrei-me das noites de Hallowen quando eu era pequena. Era uma noite em que eu ficava trancada no meu quarto, normalmente deixada com DVDs de filmes de terror e chorando. Eu nunca saíra para participar do Hallowen, meus pais nunca permitiram. Eu ficava trancada no quarto fingindo que não podia ouvir as crianças lá fora ao invés de sair e ficar pedindo doces de porta em porta pela vizinhança.

– Amore mio? – Oliver despertou-me dos meus pensamentos.

– Sim? – respondi prontamente.

– Está pensando no que?

Suspirei e fitei a abóbora peculiarmente assustadora.

– Nada. Nada demais. Só algumas lembranças ruins, nada demais.

Vi a cera negra derretendo e me associei àquela vela. Derretendo, me desfazendo lenta e dolorosamente com o fogo destruidor. Era como se eu estivesse em um vulcão ativo e a lava fizesse toda a água do meu corpo evaporar e me fazer explodir. Como se tudo que me restasse fosse a dor. Eu não previa o futuro e não fazia ideia de qual seria o meu destino, mas eu sentia que algo negro – como a cera da vela, - estava me aguardando. E eu não poderia fazer nada para mudar isso porque eu não sabia como evitar.

...

Lembrei-me dos meus Hallowens. Nunca foram legais. Eu sempre fiquei trancada no quarto, largada com DVDs de terror enquanto meus pais atendiam as crianças que batiam em casa. Eu nunca me fantasiara e saía para pedir doces, nem nunca fui numa festa. Eu sempre fui largada sozinha com Jogos Mortais, Sexta-Feira 13, A Órfã, O Iluminado e O Exorcista. Por conta disso desde pequena aprendi á ver o escuro de outra forma e perceber que eu e a minha doença daria um bom filme de terror. Tira-me do Inferno seria o nome, e a história seria mais ou menos assim:

Sarah Jackman. 18 anos. Um cadáver ambulante que vaga pelas ruas sujas de São Diego á procura da morte definitiva. Ou então de alguém para culpar. Aprendeu á terminar de rasgar a alma aos 12 anos e aos 17 rasgou a pele. Louca, depressiva... Morta. Com um anjo mortal á solta, talvez ganhe o que mais deseja... O fim...

Não sou boa com resumos ou coisas assim, mas sei que esse seria um ótimo resumo da minha vida. Ou talvez um ótimo resumo da minha morte. Eu já fiz inúmeras músicas sobre esse sentimento de morte, mas agora me parece que ele fora embora. Mas ouvir vozes, ver vultos e não saber se no momento seguinte eu vou estar bem, vou chorar apavorada ou vou estar com uma raiva explosiva ainda me perturbava. Não sinto que isso vá ir embora algum dia, mas apenas sei que desejo isso desde que o inferno começou.

– Amore mio? – Oliver tirou-me dos meus pensamentos mórbidos.

– Sim?

– Eu perguntei se você ia querer jantar.

– Ah. Sim, eu quero sim.

– Ok, daqui a pouco está pronto.

Fui até o quarto e peguei o violão. Comecei a tocar Zombie da The Pretty Reckless. Oliver ficou olhando-me tocar do batente da porta.

Quando eu terminei repassamos nosso plano. Eu estava aflita.

– Vai ficar tudo bem, amore mio. Relaxe. – ele começou á massagear meus ombros.

–Ok, vai ficar tudo bem.

–Sim. Lembre-se que amanhã tem nossa festa de Hallowen, poderemos nos divertir um pouco antes de fazer o que temos que fazer.

–É, vai ser uma ótima festa. - disse sem nenhuma convicção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então,gostaram?Espero realmente que sim.Comentem e me digam o que acharam.Tchau,beijão.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bring Me Back To Life" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.