Just Friends - 2ª Temporada escrita por Laia


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

OMG que saudaaaaaade!
Eu sei, dei uma sumida! Eu sei, não respondi os comentários. Eu sei, to em divida com vocês agora... Juro que vou recompensar...
Mas to de volta! E espero não sumir de novo não...
Alguem sentiu falta? Não? Beleza...
Eu não sei se já agradeci pela recomendação *-* minha memoria é uma bosta, mas obrigaaaada :)
Ah, e ganhei uma leitora suuuuper carinhosa que me fez feliz com taaantos comentarios lindos e engraçados desde a primeira temporada :') obrigada sua linda :*
Também não tive tempo ainda de responder, mas juuuro que vou, me desculpem ta?
E o que teremos? Papos de irmãos, mudanças, e claro, momento Madu né?
Espero que gostem ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478957/chapter/10

Foi mais um menos uma semana depois que ele foi embora. Me despedi no aeroporto, tudo normal. Quando voltei para casa, minha Irma estava capotada na cama, o Sam gritava enquanto assistia a um jogo, minha mãe tinha ido visitar uma amiga. Eu estava praticamente sozinha.

E nisso minha semana se resumiu. Até a semana seguinte, que eu acordei super tarde e encontrei o Sam deitado na cama da Mel, me observando.

–O que ta fazendo aqui? – tentei falar normalmente, mas minha voz estava embargada pelo sono.

–Ainda não conversamos, e você vai embora daqui dois dias. Decidi esperar você acordar.

–Cade a Mel?

–Foi no mercado com sua mãe.

Ele parecia meio triste, não sei, não dava pra definir a expressão dele pra mim.

–Estamos sozinhos então? – perguntei sentando na cama enquanto ajeitava a camisola/camiseta gigante.

–Sim.

–Você ta bem? – perguntei logo de uma vez.

–Não – ele jogou a cabeça para trás, encostando na parede – Briguei com a Beca, mas nada demais... Não quero falar sobre isso, vim por outro motivo.

Eu já sabia o real motivo.

–Como estão as coisas por lá? Pensei que vocês não se dessem bem...

–No inicio não, eu... – sou igual a defunta! – pareço com uma ex dele e ai ele meio que me odiava por isso. Mas a gente teve que aprender a conviver. Ele me suporta...

–Me conta do inicio.

–Não vai gostar do que vai ouvir.

–Como se eu não soubesse do que rola por lá...

–Não é desse jeito também Sam!

–Manu, quando eu não te contei que era o Eduardo e não a Suzy, eu já sabia do “risco”. Tu não presta Manu, ambos sabemos disso, então não vem bancar a santa.

Eeeeita! Seu tom era para me zoar, mas não pude deixar de me atingir. Apesar do tom divertido, ele estava serio. Não era cem por cento brincadeira.

–Então ta... Nos primeiros dias, foi horrível. Eu não conhecia nada nem ninguém, e ele me tratava super mal, não aguentava olhar na minha cara. Só pra esclarecer, ela ta morta!

–Quem?

–A ex dele, que eu me pareço... Com ele foi se acostumando comigo e as coisas foram rolando... Aliás, tive vontade de te matar quando vi aquela mensagem no meu embarque. Não tinha entendido nada, e quando cheguei... Mas hoje tenho que te agradecer por ter feito isso. Eu cheguei no aeroporto e ele tava com uma plaquinha com o seu e o meu nome, quase voei em cima dele e ele me olhou como se eu fosse doida. No primeiro momento, eu rezei para os seis meses passarem logo e você me pagar um outro apartamento. Eu tava tentando não mexer com ele, mas mesmo assim ele me odiava. Ficava de cara fechada sem olhar pra mim e eu odiava isso. Só que quando eu me mudei, ainda faltava uma semana pras aulas começarem, até que um belo dia, eu quase cai e ele me segurou. Foi o primeiro contato que tivemos, e ai começamos a nos falar mais – obviamente não contei sobre aquele conjunto ridículo de tigre que apareceu nas minhas roupas – depois de um mês mais ou menos já estávamos bem. Só que começamos a jogar um com o outro, e modéstia parte, eu sou boa nisso. O problema é que ele também é – um arrepio percorreu minha espinha quando flashes do ano todo passavam na minha frente – Enfim, acabou que os dois quiseram.

–Simples assim? Voces tavam carentes e puft, se pegaram?!

–Muita coisa aconteceu Sam, com ele e comigo. Acabou que nos aproximamos, passávamos o dia juntos, isso era inevitável.

–Então ta, sem me enrolar: tão juntos ou não?

Ainda não tinha me adaptado a ideia de estar com alguém. De falar “eu tenho um namorado”. Por favor, isso sequer parecia vir da mesma Manuela do inicio do ano.

–Há pouco mais de uma semana.

–E não me contou... – ele me olhou decepcionado – Sua vaca!

–Eeeei!

Ele sorriu. Até que enfim!

–Por que não me contou assim que chegou?

–Porque eu não quero sair contando, pode não durar.

–E sua mãe?

–Se durar pelo menos um mês eu conto pra ela. Mas por favor, só você e uma amiga minha sabem... Por favor Sam!

Ele revirou os olhos.

–Não vou contar pra ninguém.

Como se fosse marcado, ouvimos o barulho na garagem. Elas tinha chegado no momento em que nos calamos.

***

Voltei uma semana antes da Manu, por causa da fisioterapia.

Fui embora três dias depois do casamento.

Peguei minha bagagem, agradeci por terem me recebido e me despedi da Manu só com um abraço.

Ela ia embora na semana seguinte. Como sempre, ela ficou na ponta dos pés, e me apertou.

–Juízo – sussurrou perto da minha orelha.

–Sim senhora!

–To de olho, mesmo de longe run! E mande noticias quando chegar!

–Virou minha mãe?

Ela me deu um soco no braço.

–Cala a boca!

Carinho define a Manuela! Ou não... Então eu embarquei.

O Gus ficou com meu carro nesse meio tempo, e foi me buscar. Chegou atrasado, pra variar.

Fomos direto pra minha casa.

–Como foi?

–Metade da família dela torceu o nariz, o resto ficou indiferente. Mas não posso reclamar, eu também não ia gostar se um cara aparecesse de tênis no casamento.

–Tu foi de tênis? Qual seu problema?

–Naquela confusão antes de sair esqueci de pegar o sapato. Era ir de tênis ou ir descalço.

–Quando falo que você é um idiota...

–Cala a boca Gus.

Ele se jogou no sofá – depois de procurar alguma coisa pra comer – enquanto eu fui desfazer minha mala.

Entrei no prédio e subi pelo elevador. Como sempre, atravessei o corredor e abri a porta de vidro. A recepcionista baixinha torceu o nariz para mim. Mas isso não me incomodava. O que realmente me incomodou foi quando a porta do consultório abriu.

Não era a Anne.

Quer dizer, era ela, mas não a Anne que eu conhecia. Os cachos grandes tinhas sido alisados e mesmo estando preso, o cabelo caia pelas costas. Os olhos estavam marcados como eu tinha visto no dia em que a conheci. Estava simplesmente diferente.

Fechou a cara ao me ver. Levantei e andei.

–O que houve com você?

–Ta falando do que?

Seus olhos estavam tão frio quanto o ambiente. Até sua voz estava mais seca.

–Pra inicio de conversa, cadê seus cachos?

–Não posso usar chapinha como toda garota?

Não, porque eu me lembrava muito bom do dia em que saímos, ela comentou que não gostava de fazer escova nem nada disso.

–Não é isso, é que eu pensei que você gostasse do seu cabelo daquele jeito. Fica bonita.

Ela fechou as mãos com força, se apoiando na mesa de costas pra mim.

–Isso não interessa agora. Sentiu mais dor?

Ela ia tentar a todo custo fugir.

–Só se eu forçar muito...

–Otimo, então só vai precisar de uma sessão depois dessa, só pra eu ter certeza.

E então a tortura começou. Não era realmente uma tortura – não mais na verdade – mas era como se aquela não fosse a Anne. Como se ela estivesse tentando se esconder. De algo, de alguém, de si.

Eu sei que isso não é problema meu. Eu sei que eu to com a Manu, e acredite, eu não podia querer qualquer outra coisa por agora. Mas mesmo assim, naquele pouco tempo com nova Anne, meu coração se apertou, sentindo falta da antiga Anne.

Aquela visão e a dor dos movimentos, me deixaram mal.

Muito mal.

***

Minha irmã arrumava as malas enquanto as minhas já estavam ao lado da porta. Sempre era assim, antes de ir batia aquela nostalgia. Lembrei até o olhar triste do Sam há dois dias. Esse era o primeiro relacionamento serio dele, tipo, pra valer. Ele e a Beca eram um casal tão improvável, típico de filmes e historias de romance: o cafajeste e a santinha, que coloca ele no caminho certo. Lembrei de toda a nossa conversa... “Como se eu não soubesse do que rola por lá...”. Sendo dito em voz alta, realmente parecia apenas uma pegação, safadeza, algo unicamente físico... Mas por mais que eu amasse negar isso, tinha algo a mais, sempre teve. No bom ou mal sentido, sempre teve. E eu sei que na visão de tantos, deixar ele me beijar e me agarrar não me fazia uma “boa moça”. Mas era justamente dessa imagem que eu queria me livrar... Não, não quero ser vista como uma qualquer também, obvio que não. Mas é mudar meu pensamento sobre mim para mim, e não pelos outros. Fazer vez ou outra, o que der vontade, não por simples capricho, mas as vezes até mesmo por necessidade. Novamente, não por uma necessidade física, mas por ter necessidade de não me arrepender de algo que eu não tenha feito.

Pensando assim, chega a ser engraçado como as coisas rolaram... Se eu não fosse tão estabanada e não tivesse quase caído da cadeira, talvez a gente ainda se odiasse. Ou não... Impossível saber.

Me despedi em casa mesmo da minha mãe, e depois de passar horas agarrada com minha irmã, fui pro aeroporto com o Sam.

–Juízo.

Foi a única coisa que ele me disse antes de beijar minha testa e se afastar devagar. Sem choro, sem discurso. Eu não era mais a sua garotinha.

***

A chegada dela foi muito engraçada na verdade. Já chegou tropeçando no vento, e quase caiu, batendo em um casal que estava lá perto.

–Desculpa, desculpa – ela quase implorou acenando para eles.

Veio andando olhando pro chão, ajeitando a bolsa que insistia em cair do seu ombro. Pensei que isso nunca ia acontecer, mas ela levantou a cabeça e me viu. Parou. Sorriu.

Nenhum dos dois se móvel. Ainda havia um espaço considerável entre nós e as pessoas passavam, cortando nossos olhares. Casais correndo para se encontrar, homens e mulheres apressados dentro de suas roupas sociais. Nem um movimento.

Não sei se ficamos um ou cinco minutos daquele jeito. Ela cortou os olhares, abaixando a cabeça, o sorriso agora sem graça. Voltou mordendo o canto da boca, ainda sem graça.

E agora eu andei e beijei ela. Lamento, mas não foi o que aconteceu.

Por favor, isso seria um que um casal normal faria, esse tipo de coisa não acontece com a gente...

E adivinhem só? Ela deu um passo e... Caiu! Ela caiu minha gente, vejam se isso não é a cara dela mesmo?

Tropeçou no nada e foi parar direto no chão. Ria tanto que mal se aguentava.

–Tinha que ser...

–Já cheguei divando meu bem!

Me abaixei, ficando de joelhos na sua frente. Ela controlou o riso e me olhou de baixo – mesmo no chão e eu de joelhos, ela continuava sendo a baixinha – olhou para os lados e fez biquinho para mim.

***

Ele me olhou, meio risonho ainda. Deuses, como eu fui capaz de já chegar com uma queda dessa? E em que merda eu tropecei? Numa formiga?

Argh Manuela!

Ele se inclinou – incrível como até quando eu to no chão, e ele esta abaixado, eu ainda continuo sendo uma anã – e me beijou. E eu tenho que admitir que senti falta daquele... Oh deuses, cadê os xingamentos na minha cabeça?

–Anda – ele disse já se levantando – vamos para casa.

OMG eu estou em um relacionamento!

OMG eu estou apavorada!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam por favor ok? Vou tentar não demorar de novo pra postar...
Então meus amores, eu tenho que sair e já to atrasada ¬¬' queria postar mais por hoje, mas não vai dar :(
Deescuuuuuuulpa
Beijos e cheiros da Laia :*