Não sei o que deu em mim, só sei que o modo como ela me encarou me fez pegá-la pelo pulso e sai puxando-a pelo corredor, achei estranho ela não tentar se soltar, mas ainda bem que não o fez, eu já estava segurando o mais forte que conseguia. Olhei para os lados e não vi ninguém, a empurrei para dentro do banheiro e fechei a porta encostando-me nela.
Ela ficou parada na minha frente com os braços cruzados, sua expressão era vazia, não consegui decifrar. Como ela não disse nada, eu resolvi quebrar o silêncio.
_Eu te fiz alguma coisa para você me odiar assim?- ergui uma sobrancelha.
_Nasceu?- ela riu ironicamente.
Revirei os olhos.
_Ok, desisto de tentar conversar com você!- explodi.
_Uau! Até que enfim, achei que morreria sem ouvir isso, posso voltar para sala agora?- ela apontou para a porta.
Ela conseguia me irritar de forma singular, mas tinha algo nela que não deixava que eu levasse minhas palavras adiante.
_Porque matou aula?- tentei novamente.
_Não te interessa garota!- ela falou sendo grossa.
_Você me interessa!- “O que? Você ta ficando louca Jullie?”minha cabeça parecia não concordar com minhas atitudes - Será que não percebe? Afastar as pessoas a sua volta não vai te fazer melhor do que elas. - fui me aproximando e ela recuava à mesma medida.
_Não quero ser melhor do que ninguém, só quero viver a minha vida em paz, sem menininhas insuportáveis se intrometendo nela- ela parou ao suas costas tocarem a parede.
_Então é por isso que me odeia? Porque me interessei por você? Porque quero te conhecer? Porque tem medo de que aconteça? De que eu desvende a intocável Samantha McLawrence?- me aproximei e coloquei as mãos na parede ao lado da cabeça dela.
Senti que sua respiração pesava e ela tinha dificuldade em me responder.
_Do que você está falando?- ela tentou se esquivar e sair.
Colei meu corpo ao dela a impedindo de se mover.
_Para com isso Sam- minha voz saia como sussurro, eu estava perto demais dela- sei que não me odeia de verdade, sei que sente o mesmo que senti desde aquele esbarrão.
Meus lábios tocaram o teu rosto e eu senti como se eles estivessem queimando. Ouvimos o barulho da porta e meu coração congelou, ela rapidamente me empurrou para dentro de uma cabine e a trancou, tampou minha boca com uma mão e se sentou no vaso me puxando para o colo dela, ficamos uma de frente para a outra.
_Mantenha as pernas no alto e tente não fazer barulho- ela sussurrou soltando minha boca lentamente.
Eu podia ouvir seu coração bater tão alto quanto o meu, merda, como eu queria beijá-la. Fiz que sim com a cabeça e me mantive imóvel e quietinha.