London escrita por Moon


Capítulo 4
Roleta


Notas iniciais do capítulo

Olaaaa
Não demorei mto dessa vez mas tenho q admitir que tenho estado bem desmotivada shkdhdj fazer o que né? Abandonei a história, os leitores provavelmente deixaram de checar os caps por pensarem q eu morri sei lá gdjdgdjb
Bom, aqui está o novo cap, espero que gostem



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Ethan acordou assustado. Havia tido um pesadelo.

Havia sonhado com Snow.

Olhou para o lado, como se estivesse alerta a algo e desejou não tê-lo feito. Jocelyn jazia deitada em seu peito, mexendo no próprio celular, mas desviou a atenção para o garoto assim que percebeu o despertar do mesmo. Sorriu e o presenteou com um selinho de bom dia, dando-lhe algumas carícias.

– Bom dia, Ethan. - deu-lhe mais um beijo na bochecha. - Está com fome?

– Ahn, bom dia, Jocelyn. - ele soltou um bocejo. - Não muita, mas de qualquer maneira não devem ter muitas opções na geladeira, desculpe.

– Tudo bem. - riu, sentando na cama, deixando o cobertor deslizar e revelar seu corpo nu. - Tem algo pra fazer hoje?

– Não. - respondeu rápido.

Na verdade nem sabia se tinha ou não algo importante, apenas recusaria-se a fazer qualquer coisa naquele dia, não estava com o mínimo de disposição para fazer algo de útil hoje.

– Ótimo. - ela deu um sorriso doce. - Então podemos sair para tomar café juntos e depois ir para algum lugar.

– Desculpe, Jocelyn...

– Pode me chamar de Jo.

– Ok, Jo. - ele disse, cansado. - Desculpe, mas não estou muito no clima para sair ou fazer qualquer coisa no momento.

– Ah, entendo. - sua voz tomou um tom tristonho. - É por causa do seu irmão?

Ethan hesitou.

– Talvez... - riu, nervoso. - Desculpe, Joce... Jo - consertou-se. - mas o motivo de eu ter ido ontem até aquela boate e ter te trazido até aqui foi porquê - parou de falar ao mirá-lá. Seu olhar estava começando a mudar. Jocelyn parecia ser uma mulher forte, que mesmo com a morte de sua mãe, estava dando seu máximo para não jogar tudo fora. Era uma mulher forte e muito bonita e provavelmente não merecia passar por mais isso. Ethan sentiu-se desprezível, mas não podia faltar com a verdade para com a garota. - eu só queria te trazer pra cama, Jo, sinto muito.

Uma longa pausa se formou.

A expressão dela foi se transformando e passando de neutra para irritada, porém, a reação da garota foi diferente do que a que o mais novo esperava. Ela saiu do cômodo, sendo seguida por Ethan, que desceu nu da cama e nem se importou em vestir-se. Pegou suas roupas que estavam jogadas no chão da sala dele e vestiu-as, em seguida pegou a bolsa e abriu a porta do apartamento. Antes de sair, virou e olhou para Ethan, despido e com um semblante um pouco assustado, de cima a baixo.

– Você é um babaca. - riu-se, com lágrimas nos olhos. - Pra falar a verdade, a babaca sou eu. Eu devia saber que era essa sua intenção, mas nãão, - mordeu o lábio inferior na tentativa totalmente falha de conter as lágrimas que já desciam por sua face. - eu tive pena! - deu ênfase à última palavra. - Eu te achei interessante, achei que por estarmos passando pela mesma situação, você me entenderia, pensei até que pudéssemos dar certo juntos, eu... - bufou.

– Me desculpe, Jocelyn. - disse, tentando mostrar o quanto estava sendo sincero. - Você é uma mulher incrível e realmente não merecia isso, eu sinto muito.

A face dela se contorceu em ódio, enquanto balançava um pouco a cabeça em sentido negativo.

– Vá se foder! - disse, dura e lentamente, antes de bater a porta e ir embora.

Ethan suspirou, sentindo raiva e alívio ao mesmo tempo.

Pensou na noite anterior, sentando-se na poltrona da sala. Lembrou de como a cada vez que Jocelyn sorria, ele pensava em parar com aquilo, mas.... Não sabia. Não sabia o que o tinha levado a realmente seguir até o fim com seu plano desprezível. Sabia apenas que agora odiava-se por isso. Recordou também da madrugada longa que teve com ela e em como, por várias vezes, pensou em como a morena era incrível naquilo e como ficou preocupado em não ter se saído tão bem quanto a mesma. Lembrou do balançar da cama e do suor em suas peles e no cansaço que sentiu depois de tudo, deixando-a simplesmente repousar em seu peito até de manhã.

Lembrou-se também do pesadelo, mas assim que começou a recordar, alguém bateu na porta. Cansado, levantou-se e abriu a porta, encontrando a Sr. Meredith de pé, que tomou um susto assim que viu o garoto.

– Ó querido, desculpe se vim em uma hora ruim. - ela tapou os olhos com as mãos, lembrando ao descuidado Ethan de que ainda permanecia despido.

– Ah - disse, escondendo-se atrás da porta. - Sinto muito, Meredith, eu...

– Não, tudo bem, isso não é de meu interesse. - sorriu, tentando esconder o embaraço de antes. - Só vim aqui para lhe perguntar o motivo do alvoroço.

– Ah, nada demais, só um pequeno - hesitou. - desentendimento.

– Entendo. - disse, nada convencida. - Vim cobrar-lhe o dinheiro também.

– Claro. - suspirou. - Não o tenho ainda, provavelmente não terei, não se preocupe, vou sair assim que puder. - deu um sorriso desagradável.

– Oh ok, querido, obrigada pelas informações, mas lembre-se que possui apenas quatro dias para sair.

– Não eram cinco?

– Isso foi ontem, oras. - abanou as mãos enrugadas e foi embora.

Ethan balançou a cabeça e fechou a porta, voltando para a cama em seguida. Deitou e olhou pela janela que tinha bem ao lado da mesma, voltando a lembrar do pesadelo. Ethan estava preso a uma espécie de roleta gigante de madeira, que girava vagarosamente, enquanto Snow falava diretamente tudo o que escondia em suas doces sentenças todos os dias. "Você é um inútil", "Você vive às minhas custas e eu o odeio por isso". E a cada sentença, atirava uma faca na roleta, todas as vezes, acertando algum membro do garoto. Também recordou da loira misteriosa que vinha vendo ultimamente.

Ela estava lá.

Estava segurando a munição do amigo e dando-lhe novas facas a cada uma que era usada.

Seu sonho levou-o então às memórias do amigo, que agora haviam tornado-se cruéis e traiçoeiras, dando-lhe dores que nem sabia que podiam existir. Acabou por não aguentar e por fim, depois de tanto tentar ser forte, deixou-se desabar em lágrimas e mágoa.

E

E assim, adormeceu, tomado pela tristeza e saudade.

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Quando acordou, uma dor de cabeça torturante fazia sentir-se ainda mais exausto. Olhou no relógio do celular para saber que era exatamente meio dia, quando ouviu seu estômago soltar um ronco alto e percebeu que não comia direito desde a noite em que voltou do trabalho e encontrou o corpo de Snow sendo levado dali coberto por um lençol branco e um cinto pendurado no banheiro, que havia sido usado como forca. Aquelas lembranças faziam o peito do garoto pesar.

Resolveu sair para comprar comida.

Levantou da cama arrastando-se vagarosamente, vestiu suas roupas mais quentes, pegou a carteira, o celular e as chaves e saiu.

Subiu um pouco a Old Fishmarket Cl até a Wings Edinburgh, onde decidiu almoçar e agradeceu aos céus por morar tão perto dali. Passou pelas mesas que ficavam fora, naquela espécie de varanda pequena que a maioria dos lugares em Edimburgo possuía e resolveu sentar numa das mesas que ficavam dentro do restaurante, pois estava frio demais para comer ali fora. O Wings Edinburgh, claramente, era um restaurante especializado em asas de frango. Claro que eles serviam outras coisas, mas sua fama se dava muito mais pelo prato que os nomeava. Era como uma versão escocesa do Friday's. Mas muito escocesa mesmo.

Assim como a maioria dos lugares ali, as paredes eram de pedra, antigas e em cores pasteis bem mortas como marrom, vermelho e amarelo envelhecido. Na parte de fora, havia uma porta com um letreiro pouco brilhante carregando o nome do estabelecimento e duas janelas do tamanho de Ethan postas uma a cada lado da porta, esta sendo duas vezes maior que o mesmo. Dentro, parecia mais informal, com alguns pôsteres e paredes pintadas.

Ethan, como estava faminto demais para pensar no que comer, pediu apenas as clássicas asinhas de frango, uma porção de feijão e uma lata de refrigerante. Enquanto esperava a comida chegar, ficou assistindo ao noticiário no pequeno televisor pendurado na parede. Outro suicídio estava sendo anunciado. Desta vez, uma garota que morava à duas quadras dali. Segundo a TV, ela não possuía indícios de depressão nem histórico de bullying, nada. Os pais, chorosos e confusos apareceram na tela sendo entrevistados e depois, seguiu-se alguma matéria qualquer.

Nesse momento, a comida chegou e Ethan resolveu concentrar-se apenas em comer.

Tentou apenas comer a comida, sem devorá-la. Estava faminto, mas claro que não queria aparentar tal coisa. Comeu, pagou e foi embora, pensando no que diabos faria agora. Pensou em ir ao The Three Sisters dessa vez pra tentar levar mais alguém pra cama, já que era bem perto dali. Tão logo essa ideia foi rejeitada. Apesar da intensa necessidade que Ethan pensava sentir de sexo naquele momento, só de lembrar de Jocelyn, já começava a sentir-se mal. Foi descendo a Old Fishmarket Cl, decidido a voltar pra casa e começar a arrumar as coisas para a mudança, quando viu um vulto loiro passar por ele.

A loira misteriosa.

Mais uma vez, ela estava apressada e chorando, vestindo as mesmas roupas que sempre a vira usando. O casaco preto, a saia roxa, a meia calça e as botas brancas. Como sempre, seu corpo tremia devido ao frio excessivo. Com essas pistas, Ethan concluiu que a garota não era dali. Edimburgo é sempre fria. Sempre. Especialmente no inverno, que era o caso.

Curioso, ele seguiu-a com os olhos, enquanto a mesma descia a rua, até decidir realmente seguir-lhe com passos. Andou apertando um pouco seus passos para poder acompanhá-la, tentando ainda assim fingir naturalidade.

Passaram-se quase trinta minutos de perseguição, Ethan já nem sabia mais onde estava, pois este jazia perdido em devaneios e pensamentos mirabolantes sobre a moça, enquanto seu corpo ia automático como um robô atrás dela. Acabou por não perceber quando seu passo ficou mais rápido que o dela e o fez esbarrar-se em suas costas.


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Notas finais do capítulo

Desculpem se ficou mto curto ou seco ou sei lá :c
Well, até o próximo o/ reviews plzzz~~