Tinha acabado de chegar a casa. Normalmente, Andrew é recebido pelos seus dois filhos, e depois, pela sua mulher, que vem sempre depois por estar a fazer o jantar... Mas desta vez... Nada....

-Querida! Cheguei!

Após ter anunciado a sua chegada, Andrew ouve barulhos regulares cada vez mais próximos, até que vê o seu cão a sair da porta do seu quarto, com o pelo coberto de sangue, a ganir.

-Meu Deus! –Grita Andrew- O que te aconteceu?

Andrew baixa-se para receber o cão, mas logo que lhe pousou a mão no pelo, o cão afasta-se, assustado.
Extremamente preocupado, Andrew examina o corpo do animal, mas não encontra nenhum vestígio de uma ferida aberta. Em lado nenhum.

O cão afastou-se bruscamente do dono, como se este o tivesse assustado.
Começou a correr, sempre a olhar para trás, para ver se o dono o seguia.
Parou em frente do quarto e começou a ganir.
Andrew assumiu que o cão queria que ele o seguisse, portanto, pé ante pé, foi ter ao quarto.

Quando Andrew estava mesmo á frente da porta do seu quarto, viu um rasto de sangue desde a sua porta até á cama, onde estava a sua mulher estendida, mais os seus filhos, com uma poça de sangue á volta.

O seu coração parou por breves segundos.
Largou tudo aquilo que segurava e deixou-se cair no chão de joelhos. Gritou.

Um sentimento de culpa e de profunda tristesa passou pela cabeça dele.

Decidiu levantar-se e aproximou-se da cama, com inúmeras lágrimas a escorrerem-lhe pela cara.

Aterrorizado, reparou que tanto a sua mulher como o seu filho mais velho tinham as mãos amarradas e um corte profundo no braço, mas o seu filho mais novo, do lado direito da cama, estava intacto.

-Será que....... –Embora estivesse completamente destroçado, pensou que talvez com um pouco de esperança, o seu filho mais novo não estivesse morto-

Apróxima-se mais dele e abana a sua perta levemente. Sem alguma resposta.
Uma outra lágrima limpou-lhe o rosto, mas solfou um bafo de surpresa quando o filho começou a tossir.

Andrew pegou nele e envolveu-o nos seus braços.

-Allen! Filho! Acorda!!!

A criança semi-abriu os olhos e voltou a tossir, sem dizer nada.

‘’Oh... Graças a Deus! Ele está vivo!!!’’

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-Portanto o senhor chegou a casa com os seus familiares mortos? –Pergunta o agente da policia-

Andrew assenta com a cabeça.

-Lamento muito a sua perda! –Fala de novo o agente- Promento que encontraremos o culpado e irá pagar com toda a sua vida na prisão!

Apesar das palavras encorajadoras do policia, Andrew não se sentiu minimamente aliviado. Mataram a sua mulher e o seu filho. O outro escapou, mas não fala com ninguém desde o trauma.

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*25 anos depois*

-Pai. Vai ficar tudo bem! Acredita! –Disse Allen, para reconfortar o seu pai-

A verdade é que não, não ia ficar tudo bem. Andrew, o seu pai, tinha uma doença rara, que não é mortal, mas como este tinha outros problemas adicionais, a doença levou-o a uma fase terminal.

-Eu sei filho, eu sei..... Lamento muito teres que passar estes anos todos sem a tua mãe, e agora sem mim.

Allen abraçou o pai, que estava na maca do hospital e molhou-lhe o ombro todo com as lágrimas deitadas fora.

-Esterás sempre presente, pai! No meu coração, memória, ao meu lado! Sempre!

Andrew sorriu-lhe, mas um sorriso não muito convicto.
Fechou os olhos e deixou-se estar estendido na maca.

Allen afasta-se do pai. Não o queria ver sofrer mais e saiu da porta a chorar com a mão no peito, em frente ao coração.

Andrew não tem muito mais tempo de vida, e nem tinha forças para falar, mas sabia que uma coisa poderia fazer sem ninguém ouvir.

‘’Em meu nome e em nome do meu filho, eu juro que quando sair desta maca, vingarei aqueles que foram mortos por alguém maldoso. Juro que trarei a justiça ao de cima. Juro que aquele que matou a milha família..... Irá morrer!’’