A chuva - One-shot escrita por Cath Lovelace
Notas iniciais do capítulo
Escrevi isso a um tempo atrás :v
É a coisa mais melosa/ romântica que eu já fiz.
Infelizmente, inspirado na minha própria vida...
Capitulo Único!
— Caramba. Tá chovendo muito lá fora. — Ele falou, tirando seu moletom cinza.
— Você não avisou que vinha. — falei me sentando e largando a colher de brigadeiro.
— Não achei que precisasse. — ele sorriu e se inclinou para me dar um beijo na bochecha — Como está hoje? — perguntou
— Melhor. — respondi — Ainda pareço um zumbi. Mas estou melhor — dei de ombros, enquanto ele se sentava no sofá.
— Você está linda assim — ele falou, deitando a cabeça no meu colo.
— Foi pra aula hoje? — perguntei enquanto acariciava os cabelos dele
— Aham. — ele respondeu distraído
— Como estava? — perguntei
— Bem. Sabe, meu professor de filosofia deu uma aula interessante hoje. — ele disse
Sobre o que? — perguntei pouco interessada
— Problemas de adolescentes — ele falou
Eu ri.
— É sério. — ele riu também
— Você sabia que o maior problema dos garotos na adolescência, é o amor? — ele me perguntou retoricamente
— Jura? — falei— Achei que esse fosse o problema das garotas.
— Não — ele negou com a cabeça — o problema das garotas é o peso...
— É verdade — ri— a falta de roupa pra vestir também.
Ele sorriu.
— Nunca achei que eu teria problemas no amor, sabe... — ele falou melancólico
— E você tem? — perguntei
— Parece que sim. — ele respondeu, desviando o olhar do meu rosto para a Televisão ligada — É o que eu acho.
— Você nunca me contou que gostava de alguém — dei um tapa brincalhão em seu peito — Sou sua melhor amiga, eu devia saber dessas coisas.
— É que... Bem, eu ainda estou confuso — ele falou se sentando — e se ela não gostar de mim?
— Não seja idiota. — eu disse, forçando-o a deitar de novo.
— Todo mundo gosta de você.
— É — ele sorriu — mas queria que ela gostasse de um jeito... Diferente. — ele falou, voltando a melancolia.
— Para com isso, Josh. — falei — Tenho certeza que essa garota gosta de você, como você gosta dela. — afirmei
— Como pode ter certeza? — ele perguntou me olhando nos olhos.
— Porque todo mundo gosta de você. — repeti
— É. — ele falou, desviando os olhos novamente. Virei meu olhar pra TV, enquanto brincava com o cabelo cacheado dele.
— Nath? — ele chamou
— Hum? — murmurei
— Você não tem ciúmes? — ele perguntou
— De que? — perguntei também
— De... — ele hesitou em perguntar— de mim, falando sobre relacionamentos e amor... Sabe. — ele falou um pouco envergonhado
— Tenho — eu ri
— Sério? — ele perguntou incrédulo
— Sim. — respondi — só não demonstro. — fiz uma pausa, e continuei — Eu aprendi que como sua melhor amiga, vou ter que te dividir com todas suas ficantes ou namoradas — eu disse— e que meu ciúmes seria irracional, já que você não é propriedade minha. Mas, eu ainda o tenho. Só aprendi a conviver com ele. — acrescentei.
— Entendi. — ele falou se sentando.
— Algum problema? — perguntei
— Não — ele respondeu — não. — repetiu
— Okay. — falei, deitando no colo dele, dessa vez.
— Sinto saudades da antiga Amanda. — ele falou de repente.
— A antiga Amanda? — perguntei — a Amanda grossa, insensível, ciumenta e dramática?
— É... Saudades de algumas partes da antiga Amanda. — ele disse
— Tipo quais? — perguntei
—Tipo a parte ciumenta. — ele acariciou minha bochecha.
— Antigamente você demonstrava muito mais seu ciúme, sabe... E também, sempre falava que odiava minhas amigas.
— Isso não mudou — eu disse — Ainda odeio todas.
— E você também reclamava das minhas roupas, e do meu cabelo. — ele riu
— Você não pode sentir falta disso. — eu sorri — Qual é, eu parecia sua mãe.
— Mas você me fazia me vestir melhor... — ele argumentou
— Ah! — falei — Então tá. Vamos falar sobre suas roupas atuais. — cutuquei a camisa dele — Isso parece roupa de nerd. Porque nunca mais usou a camiseta do Batman que eu gosto? Tá se vestindo assim por quê? Parece hippie. — falei — Olha aqui, não quero um melhor amigo hippie e retardado não!
Ele gargalhou.
— É dessa Mandy que eu sinto falta.
Bocejei.
— Essa Mandy ainda está aqui — falei — mas ela está sendo controlada pela Mandy normal. — falei fechando os olhos.
— Hm, Mandy? — ele chamou de novo
Abri os olhos.
— Oh. — falei piscando e me sentando — eu dormi? — perguntei — Sim. — ele respondeu sorrindo — parecia um anjo...
Toquei minhas bochechas.
— E agora, pareço uma bolacha. — reclamei
— Suas bochechas estão gigantes. — ele riu
— Cale a boca. — falei, empurrando ele de leve. — Posso pedir uma coisa? — perguntei
— Qualquer coisa. — ele respondeu, ainda sorrindo.
— Me leva pra cama? — pedi — o chão tá gelado, e eu estou doente e...
— Já entendi — ele me pegou no colo e me levou até o quarto. Não era uma grande distância. 30 passos talvez. Ele me colocou na cama, e jogou um cobertor em cima de mim.
—Tá com frio? — perguntou
—Não não — respondi — tá bom assim.
— Bom — ele disse — acho que...
— Não. — falei de novo — você não vai sair nessa chuva.
— Tá. — ele disse — não viu discutir.
Sorri
— Deita aqui. — falei abrindo um espaço na cama— como a gente fazia nos velhos tempos...
— Velhos tempos — ele riu— quando tínhamos 10 e 11 anos, e dormíamos um na casa do outro sempre...
— É. — eu ri também – Sem malícia nenhuma...
Josh levantou as sobrancelhas loiras.
— Nós temos malícia agora? — ele questionou
— Talvez. — eu ri, e puxei o braço dele, fazendo-o sentar na cama — Você tem.
Ele riu e se deitou.
Encostei-me à parede, e deixei ele se deitar. Fechei os olhos e esvaziei a mente. A chuva lá fora estava aumentando. Um relâmpago iluminou meus olhos, e eu os abri.
Josh me observava.
— Algum problema? — perguntei
– Não. – ele respondeu e se virou de costas para mim.
Senti meu estomago se revirar, e tentei alcançar a mão de Josh pelo colchão.
– Você está gelada! – ele se virou com os olhos arregalados e apertando minha mão.
– Desculpa... – sussurrei.
– Você não tem culpa de estar gelada. – ele tocou meu rosto sorrindo de leve e embrulhando minhas mãos no cobertor.
– Obrigada. – murmurei
– Sua febre passou? – ele perguntou parecendo preocupado
– Uhum. – respondi num sussurro quase inaudível
– Você está com frio? – ele sussurrou também
– Sim.
Josh se aproximou de mim, e colocou seus braços ao redor da minha cintura.
– Melhor? – ele perguntou
– Sim. – repeti encostando a cabeça no ombro dele.
– Amo você. – ele falou de repente
– Uh. Também amo você, Josh. – murmurei, movendo a cabeça pra beijar a bochecha dele.
Josh me afastou.
Não achei que aquilo tinha sido por querer. Ele havia abaixado a cabeça, e eu podia ver seu cabelo cacheado caindo nos olhos verdes.
– Josh? – perguntei tocando o rosto dele
Ele levantou a cabeça e se aproximou mais de mim. Sua boca estava em uma distância alarmante.
Meu cérebro gritava para eu correr dali, e minha boca implorava para que eu chegasse mais perto.
Meu corpo estava em pane.
Eu me afastei. Pouco. Sem querer.
Mas Josh notou, e se afastou uns bons 30 centímetros também. Pude ver seus olhos, e eles pareciam tristes e decepcionados, de repente.
Me senti culpada, e foi como se meu corpo se partisse quando vi o olhar de Josh pra mim.
Puxei-o pela gola da camisa, e o beijei. Não pude evitar aquilo.
Sua boca estava colada na minha, e ele me apertava na parede, como se tivesse medo que eu fosse parar o beijo e correr.
Senti um sorriso involuntário aparecer em meio ao beijo, mas não foi um motivo pra para-lo.
Quando finalmente paramos o beijo, talvez fosse por falta de ar, ou porque alguém queria dizer algo.
Corei furiosamente quando Josh sorriu pra mim.
– Isso foi... Demais – ele falou sorrindo.
Não disse nada. Estava envergonhada. Depois de um longo momento, eu tive coragem para levantar a cabeça e fazer uma única pergunta:
– O que acontece agora? – perguntei com medo da resposta.
– Agora? – ele repetiu como se fosse a primeira vez que ouvisse aquela palavra – Vai acontecer o que aconteceu da última vez. Um de nós vai querer algo sério – seu tom mudou, e percebi a mágoa contida na sua voz – E o outro vai fugir disso.
Engoli em seco, e senti meus olhos molharem.
–... Vamos ficar um tempo sem nos falar – seu tom de voz voltou ao normal – Mas tudo vai ficar bem, depois de um tempo. Nossa amizade vai recomeçar, e vai ser tudo como se fosse à primeira vez. Mas... – ele sorriu – acontece de novo né? Tudo vai acontecer de novo na próxima chuva...
– Tudo vai acontecer de novo na próxima chuva – repeti, e o puxei para outro beijo.
Eu não sabia quando teríamos outra chuva assim. Então decidi aproveitar aquela.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu espero que tenham gostado!
Leiam minhas outras fics, visitando meu perfil. Beijos
xx Catherynn