“vamos mudar-nos”. Nunca pensei que estas quatro palavras viessem a ter o impacto que tiveram na minha vida. Chamo-me Rachel Berry e neste momento estou dentro do meu carro a ir para Lima, Ohio. Posso dizer que os meus pais fartaram-se das minhas atitudes de “rebelde” já que era capaz de desaparecer durante dias, aparecia bêbada ou aparecia com uma rapariga diferente todas as semanas em casa. Jurei aos meus pais que nunca mais iria ser essa rachel berry por isso não contrariei a ideia de nos mudarmos.

Assim que os meus pais param o carro à frente de uma casa não muito grande mas bonita, saio desparada do carro com a minha mala e vou-me enfiar no primeiro quarto que encontro. De repente sou tirada dos meus pensamentos com música aos altos berros vinda da rua. Assim que olho pela minha janela para saber de onde é que vinha a música, deparo-me com uma rapariga loira, corpo esbelto a dançar de olhos fechados. Fico a observar todos os moviementos da rapariga, mas a uma certa altura esta abre os olhos e fica a olhar para mim durante um tempo até que sai disparada do quarto. Enquanto ela me olhava, não pude evitar olhar para os olhos dela, eram lindos, cor avelã. Parecia que me poderia perder neles.

Depois de ter arrumado o meu quarto, deitei-me na cama a ouvir The Killers até que os meus olhos ficaram tão pesados que acabei por adormecer.

Acordei com o meu pai a gritar para que me levantasse ou iria chegar atrasada à escola por isso para não ter que o ouvir mais nenhuma vez, levantei-me, fiz a minha higiene oral e como estava um tempo quente optei por vestir uma t-shirt com decote em V branca, jeans apertadas pretas e umas all star pretas.

Assim que desci encontrei os meus pais a tomarem o pequeno almoço

–bom dia Rachel

–bom dia pai, bom dia papá

Oh sim, mais uma coisa sobre mim, tenho dois pais, eles são uma casal gay

–queres boleia para a escola ou vais de mota?

–vou optar pela mota. Até logo pais

Peguei numa maça e nas chaves e sai de casa. Quando estava pronta para dar a partida à mota, a loira da casa do lado saiu porta fora e quando reparou em mim, ficou-me a olhar como aconteceu ontem e perdi-me novamente nos olhos dela. Fomos tiradas do nosso transe quando se ouviu uma bozina de um carro

–QUINN, PÁRA DE COMER A ANÃ COM OS OLHOS E MEXE ESSE CU

Quinn… bonito nome. Quinn revirou os olhos e dirigiu-se para o carro mas posso jurar que antes de ela entrar, sorriu para mim. Decidi finalmente dar partida à minha mota e dirigi-me para a escola. Quando lá cheguei, senti-me o centro das atenções, com toda a gente a olhar para mim. Tentei ignorar os olhares de desejo que me mandaram e dirigi-me à sala do director onde este me deu o meu horário, os livros necessários e o número do meu cacifo assim como a sua combinação. Dirigi-me ao cacifo e coloquei os livros que não iriam ser precisos. Assim que fecho a porta do cacifo dou de caras com um rapaz de moicano

–olá – ele sorri, mas sei muito bem que sorriso é aquele, é um sorriso sedutor

–hey

–sou o noah, mas trata-me por puck

–prazer noah, sou a rachel

–posso saber de onde é que vieste princesa?

Não aguentei e ri-me na cara dele. Princesa? A serio?

–o que foi?

–princesa?? Se queres conquistar raparigas não lhes chamas princesas. Mas para responder à tua pergunta, sou de nova york

–qual é o mal de princesa?

–tudo. Só não digas isso ok?

–ok princesa

Lancei-lhe um olhar mortal

–chamaste-me noah, por isso eu irei chamar-te princesa

–como queiras noah

–qual irá ser a tua primeira aula?

Tirei o horário da mala e vi que iria ter…

–psicologia

–eu também vou ter isso. Eu levo-te lá

–noah?

–hã?

–só para te avisar que não vais ter chances comigo. Não jogo na tua equipa

–isso é quente. Quando estiveres a comer alguém, será que posso assistir?

–não

–vá lá princesa

–noah, cala-te e leva-me à aula

Durante o caminho até à sala, bem que me tentei concentrar no que noah dizia mas os olhares que as raparigas me mandavam estava a distrair-me. Sempre que podia, mandava sorrisos sedutores de volta, deixando-as coradas. Sinto que noah parou avisando que já chegámos à nossa sala. Sento-me ao pé dele na última mesa.

–quero ver o que vales

–o que é que queres dizer com isso?

–quero ver o que vales com as mulheres. Se conseguires arranjar o número da samantha irei idolatrar-te

–e quem é essa samantha?

–é aquela morena ali

Segui o olhar de noah e fui parar numa rapariga linda, morena, com uma sorriso que matava qualquer um

–negócio fechado

Levantei-me e dirigi-me à rapariga

–olá

Assim que ela levantou os olhos e me olhou, eu sorri-lhe e ela corou

–olá. És nova certo?

–sim sou.

–bem me parecia que nunca tinha visto uma rapariga tão linda nesta escola

–nem por isso. E que me dizes em trocar-mos os números de telemóvel?

–dá-me o teu telemóvel

Dei-lhe o meu telemóvel e ela inseriu lá o seu número e depois deu-me o dela e eu fiz o mesmo. Antes de me ter ido embora, dei-lhe um beijo no canto da boca e ela ficou um autêntico tomate. Quando estava a ir ter com noah reparei que quinn estava na sala e olhava-me, mas desta vez era um olhar diferente, parecia que estava com ciúmes? Quando ia para ter com ela e falar-lhe pela primeira vez, o professor chegou e tive que voltar para ao pé de noah, que me deu um high five e disse que eu era a melhor. Não consegui evitar por isso passei a aula toda a fitar a cabeça de quinn, que algumas vezes virava-se para trás e olhava para mim, coisa que eu retribuía com um sorriso, mas assim que lhe sorria ela virava-se para a frente.