– Vocês tem certeza que vão ficar bem? – Maka disse na porta do pequeno apartamento onde ela e Soul haviam criado os gêmeos.

– Relaxa Maka – Soul disse passando os braços pela cintura da mulher – Eles já estão bem grandinhos, já tem 19 anos. sabem se virar.

– E nos vamos vir muito aqui – disse Kiyoko ajeitando a mala nas costas.

– Mais do que vocês querem – Ryan sorriu, aquele sorriso alinhado e travesso.

Maka pode sentir as lagrimas queimando em seus olhos.

– Ah mãe! – Ryan exclamou, puxando Maka para perto de si, ela era pequena, e cabia nos braços de seu próprio filho, em um abraço. – Não chore, nos não vamos longe, e estaremos sempre aqui, você sabe.

Ela assentiu.

– Te amamos – Kiyoko disse antes de entrarem no elevador. – Amamos muito vocês dois. Se cuidem.

Então eles se foram, deixando Maka e Soul, abraçados na porta, enquanto Soul reconfortava Maka, que estava em prantos.

Kiyoko sorriu para seu irmão enquanto eles caminhavam pela rua de paralelepípedos, arrastando grandes malas pretas atrás de si. Ryan agora era muito mais alto que Kiyoko, a garota agora batia no ombro de seu gêmeo. Ele sorriu de volta.

– Isso vai ser divertido – ele disse.

– Menos a parte de não dividir mais o quarto com você – ela disse – Vai ser tão... estranho. Eu dividi ele com você minha vida toda, des de quando dividíamos um berço.

– Eu vou sentir falta disso também – ele disse. – Mas vai ser bom não ter suas calcinhas penduradas no Box.

– Vai pensando que Bridget também não faz isso - Kiyoko riu – Você ainda vai dividir quarto com uma garota Ryan! Olha, pelo menos eu te treinei bem. Ah, e não pense que eu vou sentir falta dos seus roncos!

– Como se o seu namorado não roncasse – ele disse sorrindo.

– Como você sabe? – ela sorriu.

– Aquele dia na casa do Blue. – ele deu de ombros.

– Então nada vai mudar... tanto assim.

– Pelo visto não – ele pegou a Mala de Kiyoko quando chegou a subida, e foi no topo que eles encontraram Lila e Blue Star saindo do prédio roxo.

– Eu quase desisti – Blue Star disse quando os gêmeos se aproximaram. – Minha mãe não parava de chorar....

– A nossa também – disse Ryan. – Mas nós não vamos para tão longe, elas vão sobreviver.

– E eu vou ficar perto da minha cerejinha – disse Blue, parecendo uma garotinha apaixonada.

– Cale a Boca Blue – disse Lila, dando uma mochilada nas costas do garoto – Eu ouço você falar isso todos os dias, o tempo todo! Até dormindo você fala dela, por favor, chega!

– Você só fala isso porque está sozinha! – ele disse passando a mão onde ela o atingira.

– Para sua informação, eu não estou sozinha coisa nenhuma, eu estou namorando! – ela sorriu, os olhos castanhos da garota brilhavam como joias.

– OQUE! – Blue disse – E PORQUE VOCÊ NÃO ME CONTOU NADA?

– Porque você não perguntou! – ela disse.

– Estão você pode por favor dizer para seu parceiro com quem a senhorita está namorando?

– Com o Wes, o parceiro do Daniel. Já fazem alguns meses.

Blue Star estava incrédulo e inconformado.

– Como foi o encontro de vocês noite passada? – Kiyoko perguntou sorrindo;

– Ah, foi lindo – ela começou...

Ryan e Blue se entreolharam.

– Garotas – eles viraram os olhos juntos.

Logo eles avistaram a grande casa preta e branca, com uma enorme caveira no telhado. A Mansão dos Shinigamis, perfeitamente simétrica, sua nova morada, esperava por eles, enorme e chamativa, no topo da cidade. Os quatro adolescentes se entreolharam sorrindo, e atravessaram as grandes portas negras da casa.

– Olá! Olá! Olá! – disse Shinigami-sama quando os quatro adolescentes entraram arrastando as malas atrás de si. – Sejam bem vindos a sua nova casa! Fico muito feliz que seus pais deixaram vocês se mudarem para cá! É muito mais fácil treinar os alunos do Spartoi quando eles estão completamente integrados!

– Bem vindos! – uma voz aguda gritou do segundo andar. A garota de cabelos curtos e grandes olhos dourados acenava freneticamente. Ela desceu a escada a saltos e abraçou seus amigos.

– Estou tão feliz que estão aqui! – ela exclamou. Depois se virou para Blue Star, os olhos dourados da garota brilhavam enquanto ela encarava os olhos negros do garoto

. – Estou tão feliz que você está aqui. – ela sussurrou, e depois beijou o garoto nos lábios.

Enquanto isso Bridget descia a escada, acompanhada de Daniel e Wes, que haviam chego alguns minutos antes e já haviam se instalado em seus quartos.

– Venha Blue, vou te mostrar nosso quarto – ela disse puxando o garoto pela mão.

– Pode esperar mocinha – disse Kid parado na escada. – Quem disse que você vai dividir o quarto com ele?

– Mas pai! A Kiyoko vai dividir o quarto com o Daniel!- ela exclamou batendo os pés calçados em saltos.

– Eles não são meus filhos, não são meu problema. – ele disse inflexível.

– Ma a Bridget e o Ryan...

– Eles são mais velhos – ele disse – São um caso a parte.

– Mas pai! – ela exclamou – Eu já tenho 17 anos!

– Um bebe. – ele disse. – Não quero você dividindo o quarto com a cria do Black Star. Nada contra você criança, mas primeiro eu preciso ver o quarto você herdou de seu pai. Uma porcentagem muito grande pode ser no mínimo... perigoso.

– Eu te entendo – ele disse coçando atrás da cabeça, envergonhado.

– Todos dizem que ele tem o temperamento da tia Tsubaki – disse Cheryl.

– Chega mocinha. – ele disse.

Cheryl revirou os olhos e subiu batendo os pés para seu quarto, seguida pelos outros, indo para seus novos quartos.

– Eu sinto que essa sua ideia ainda vai ser prejudicial para nossa sanidade mental – Kid disse depois dos adolescentes sumirem escada acima.

– Não se preocupe tanto Kid – ele sorriu – Vai ser divertido, E é mais fácil treina-los quando estão em sintonia. Nunca se sabe quando teremos outra ameaça, e esses garotos são a esperança da nossa cidade, eles são nosso futuro.

– Eu sei, mas tinha que ser aqui? – ele sorriu – Quero dizer, poderíamos muito bem ter os colocado no apartamento de Maka e Soul!

Quando Ryan entrou no quarto, ele jogou a mala em um canto e se jogou de costas na cama, suspirando. Bridget sorriu e se abaixou para colocar a mala em cima da cama de casal, e guardar as roupas do garoto. Mas quando ela abriu o zíper, por cima das roupas havia uma caixa de chocolates, um urso de pelúcia branco e um cartão.

– Feliz 3 anos de namoro – ele disse sorrindo daquele jeito fofo.

– Oh Ryan! – ela exclamou apertando o urso contra o peito. – Eu pensei que você houvesse esquecido!

– Nunca – ele deu um sorriso de lado, seus cabelos brancos bagunçados, confundindo-se com o branco dos lençóis, os grandes olhos verdes a examinavam com um pouco de malicia.

Bridget se inclinou em direção ao garoto e beijou-lhe os lábios. Depois Ryan rodou na cama e agarrou Bridget pela cintura, a puxando para junto dele, bem perto.

Ela virou o rosto para encarar Ryan. Os cabelos negros da garota estavam bagunçados e esparramados pela cama, os olhos dela estavam profundos e cheios de sentimentos. Ela sorriu para ele. Toda vez que ela fazia isso Ryan podia sentir seu coração bater um pouco mais rápido, e ele sentia que isso era mutuo.

– Eu te amo – ele disse antes de beija-lá.

Kiyoko estava parada, olhando a vista da janela. Ela podia ver a cidade toda dali, até o pequeno apartamento onde ela havia crescido, o parque, cheio de arvores, onde ela costumava brincar quando criança, e a praça, com a quadra de basquete. E todo o deserto que cercava a cidade.

A garota sentiu braços deslizando por sua cintura e um corpo quente contra o seu. Ela sorriu quando ele apoiou a cabeça no ombro dela.

– É lindo não é Dan? – ela disse sorrindo.

– Sim, você é linda. – ele sorriu.

– Dan, eu estava falando da cidade. – ela disse sorrindo.

– Ah, a cidade é bonitinha, linda aqui só tem você.

– Pare com isso – ela disse corando e o empurrando para longe de brincadeira, seu sorriso era enorme em seu rosto.

–Cuidado, se você corar mais um pouco vai chegar na cor de seus olhos.

Ela revirou os olhos e se sentou na cama. Ele sentou-se ao lado dela.

– Sabe que foi a primeira coisa que eu me apaixonei em você, seus olhos. – ele disse sorrindo, segurando o rosto dela entre os dedos. – Uma garota com um rosto de boneca veio até mim a um ano, um garotinho assustado, Quando eu encarei você eu vi esses olhos vermelhos, ameaçadores, cheios de mistérios e mesmo assim tão doces e encantadores.

– Olha quem fala – ela sorriu. – O garoto sentado no canto vazio da sala, escondido em um moletom tão negro quanto os cabelos na sua cara, e quando me olho, me estudou com esses olhos azuis chamativos e misteriosos.

– Estamos quites – ele disse.

– Não em tudo – ela disse se debruçando sobre ele. Colando o rosto no dele. – Você sempre me beija primeiro, na maioria das vezes. Está na hora de quitarmos essa divida.

Então Kiyoko pressionou os lábios contra os dele.

Era tarde da noite quando Cheryl saiu de seu quarto, usando um curto pijama de seda. Na ponta dos pés, ela atravessou o corredor, ela pode ouvir um sonoro ronco vindo do quarto de Ryan e Bridget, e risadas vindas do quarto de Lila e Wes, a arma de cabelos castanhos e olhos verdes musgo. Ela foi silenciosamente como uma sombra até o ultimo quarto do corredor, a porta estava semi fechada, e ela empurrou.

Blue Star estava deitado na cama, esparramado, ocupando todo o espaço. Ele usava só uma calça de pijama verde e nenhuma blusa, revelando seu abdômen definido. Ele tinha os lençóis atravessados e enroscados nas pernas. E a boca estava aberta, de onde saia um ronco.

Cheryl riu, se aproximou da cama dele e o cutucou.

Ele abriu os olhos assustados, mas a expressão do garoto suavizou quando a viu.

– Cheryl – ele sussurrou sentando na cama. – Seu pai não vai te matar?

– Não se eu sair cedo e ele não souber de nada – ela sorriu. – Não consigo dormir sabendo que minha irmã e todas as outras garotas estão com seus namorados no quarto e eu estou sozinha lá. E alem do mais, Ryan ronca muito alto.

– Eu não tive esse problema – ele sorriu com os olhos semi abertos.

– Estúpido – ela sorriu.

– Te amo – ele disse a puxando para a cama. – Agora venha cá Cerejinha.

Ele se aconchegou com ela na cama e logo ele havia voltado a ressonar. Mas dessa vez o barulho não foi um empecilho para o sono de Cheryl chegar, na verdade, foi muito reconfortante, ainda mais com os braços envolvendo-a e a respiração quente dele em seu pescoço enquanto o peito dele subia e descia.

– Bem melhor – ela murmurou antes de cair no sono.