Give In To Me escrita por DanyellaRomanoff


Capítulo 9
Our Deal.


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez demorei um pouco mais, porém, acho que o capítulo ficou de bom tamanho para compensar o tempo que tenho passado sem atualizar. Devorem *-*



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– Vossa majestade tem um minuto? – Solicitou Hans, que sorrateiramente já havia chegado a ela e apontava para detrás das cortinas, e mesmo que fosse visível o efeito do álcool no príncipe, ela já se dispunha a assentir.

Não o negaria desta vez, de qualquer forma eles tinham que conversar. De qualquer forma ela teria que se acostumar com uma proximidade maior por parte de Hans. Se acostumar, porque suportar já não estava soando tão sincero da parte da mulher, embora ela quisesse. Estavam naquela saleta familiar, fantasmas da noite da coroação teimaram em assombrá-los, ricocheteando levemente nos pensamentos dos dois. Hans repousou seu copo em uma mesinha qualquer que mobiliava o local.

– Achei que precisasse sair da mira daqueles animais por alguns instantes. Aliás, quase não senti meus dedos quando a segurei. Está tudo bem... Alteza? – Suas íris não vacilaram ao fitá-la, estavam obrigando-a a responder com sinceridade, e ela o fez.

– É claro que não. – Respondeu secamente, desviando o olhar para abafar um gemido de dor.

Hans não hesitou em analisá-la, franzindo o cenho.

– Onde está o desconforto?

Elsa ainda semicerrava os olhos concentrada em seu corpo dolorido que parecia zombar de sua impotência, no entanto aquela pergunta fê-la abandonar sua consternação para se voltar curiosa para aquele homem.

– Perdão? – Os lábios de Elsa agregaram-se formando uma linha, e o rapaz pôde perceber que ela mordia freneticamente a carne interna da boca, em sinal de agitação.

– Onde é a dor? Posso suavizá-la. – Respondeu naturalmente, enquanto notava uma fina linha de expressão, quase imperceptível, surgir na testa da loira platinada, os olhos dela se arregalarem de forma elegantemente nata e os lábios se moldarem em um bico semiaberto, como na ocasião em que ele e Anna a abordaram para pedir sua benção. Apenas um sinal de que ela compreendia perfeitamente o que ele estava sugerindo, e de que ele deveria admitir que, seu estudo sobre as expressões faciais da rainha, estava extrapolando os limites da normalidade.

– Bebeu em jejum, príncipe Hans?

Aquela sobrancelha arqueada só significava uma coisa. Ela estava desviando-se do rumo da conversa.

– Sim, é mais fácil de absorver o álcool. Agora, me deixe ver. – Hans deu de ombros conformando-se em tomar a iniciativa de virá-la, sem cerimônias, de costas para ele, repousando suas mãos em seus ombros e iniciando uma massagem. Elsa encarava a parede agora, ainda impressionada com a rapidez do rapaz, e não deixando de estar com medo pela atual posição, que a deixava em desvantagem em relação a ele. Logo suspiros de alívio escaparam-lhe da boca, liberando suas preocupações de instantes atrás junto com o oxigênio, enquanto dedos amassavam a pele de forma ritmicamente... Sensual. Hans apenas se concentrou nos ombros, e não pode deixar de admitir para si mesmo que poderia passar a vida inteira tocando-os.

– Absorver... O álcool? Para quê? – Emitiu a rainha entre ruídos, já tomada pela completa satisfação daquelas mãos pressionando-lhe com força. – Por acaso queria embriagar-se?

– De certa forma, queria ficar um pouco sob efeito. – Respondeu o homem, enquanto seus polegares desenhavam círculos na curva do pescoço da jovem. – A bebida é um verdadeiro estimulante, me encoraja.

– É notável. – Murmurou Elsa, referindo-se a todas as atitudes do rapaz até o momento, enquanto permitia-se fechar os olhos com força apenas desfrutando da recém-descoberta habilidade do mesmo.

Ficaram em silêncio por alguns minutos, tempo o suficiente para o príncipe direcionar seu trabalho para a omoplata, em seguida dedilhando pela coluna. Àquela altura, seus sentidos entorpecidos pela eficácia do serviço de Hans, a impediram de dar-se conta de que a grossa capa real havia sido desabotoada e jazia entre os pés de ambos. A mulher enfim emergiu do poço de alívio quando se assustou com os dedos de Hans envoltos em sua cintura, já no fim do processo. Dedos a abarcando novamente, em um local mais perigoso do que seu braço. Suas maçãs ruborizaram em acanhamento ao notar que ele estava literalmente a agarrando por trás, exercendo forte pressão na região ilíaca. Toda a maldita malícia por baixo dos panos da inocência. Por que ele parecia tão singelo naquele momento? Mas oh Deus, que maravilhoso. Há quanto tempo sua garganta estava trancada? E gotas de suor frio deslizavam pelas têmporas? Tempo o suficiente para ela não mais aguentar encobrir, já que há muito estava sentindo.

– Hm... Príncipe Hans! – Chamou-o aumentando o tom, a fim de camuflar uma exclamação de prazer que repentinamente rasgou as entranhas da goela feminina.

– Sim? – Balbuciou aparentemente concentrado, após inclinar-se em sua direção para dar-lhe mais atenção. Ele definitivamente ia continuar naquela região, com aqueles dedos perigosamente cautelosos, de propósito.

– Eu gostaria de aproveitar a oportunidade... – Uma pausa para reprimir. Engula assim você não emite som algum. Engula o que está querendo sair. Respirar e continuar. – Para conversar sobre o que disse o mestre Pabbie.

Embora Elsa claramente tenha dito conversar sobre Pabbie, significando que o assunto em questão era sério, o príncipe segurou firmemente os quadris da moça impedindo-a de voltar-se de frente para ele novamente quando ela fez menção.

– Certo, prossiga. – Um sorriso fugiu e esticou os lábios do rapaz, sem que ela visse, mas apenas desconfiasse.

Elsa bufou aborrecida. Hans estava sendo controlador, e ela não sabia responder se a irritava tal atitude, ou o fato dela mesma não ter a decência de sair do controle dele.

– Diante da situação em que me deparei agora a pouco, percebo com mais clareza que ele está certo. Os calafrios são cada vez maiores e mais desconfortáveis. E agora... – Em meio a sua meditação, Elsa encarou suas mãos, com as luvas de couro que voltara a usar, e uniu-as contra seu busto, antes de prosseguir – Agora, esta luta dentro de mim está cansando meu corpo. Dói. – Emitiu a última palavra em um miado, que ativou um senso protetor que o homem atrás da rainha achava não ter. – Eu... – Respirou profundamente, tomando uma dose de coragem e olhando-o de esguelha, antes de continuar – Eu preciso de sua... Ajuda.

As mãos operárias pararam. Mas o príncipe não removeu um dedo sequer da cintura da rainha. Engula novamente, se o som de sua covardia quiser sair, aliás, engula-se já que não há um centímetro de você que não esteja tremendo por ele. Estava preparada para ter essa “reunião” no fim da tarde em uma sala ampla onde pudessem manter distância segura um do outro, e não mais cedo, principalmente não ali. Sentiu finalmente Hans se manifestar à declaração dela, envolvendo-a com os braços e fazendo suas costas se chocarem levemente contra ele. A partir dali, tudo lhe pareceu um flash.

Pequenas rajadas do ar pesado vindo do homem sopraram em sua nuca. Engula. Mordeu o lábio em resposta, inalando o cheiro de conhaque que já embaralhava sua mente, fazendo-a concluir que já não era desagradável como ela pensava. Engula. Arfou quando a respiração dele perseguiu seu ouvido.

– Certo. – Respondeu com uma simplicidade que a intimidou, antes de pousar sem aviso sua boca quente na parte exposta do pescoço da rainha, fazendo-a soluçar em um misto de surpresa e degustação. – Alguma exigência, majestade? – Perguntou sorrindo contra a pele gelada.

Engula-se já que não há um centímetro de você que não esteja pedindo por ele.

– Sim. – Elsa engasgou. – Quero que... – Pausou alguns segundos para sugar o máximo de ar que pôde e apoiar suas mãos na parede à sua frente, quando sentiu Hans passear por suas curvas, acariciando-as. – Respeite meus... – Mais um esforço frente ao toque da ponta da língua masculina no lugar onde jazia a boca, instante atrás. – Limites! – Exaltou-se novamente arqueando as costas quando dentes substituíram a língua numa intensidade que despertou o formigamento no lugar de sua coxa reservado à lembrança do joelho do príncipe.

Mas logo mãos possessivas, em protesto à distância recente, a puxaram contra ele de novo, desta vez, virando-a de frente para o rapaz que em um passo recostou-a contra a parede.

– Não se preocupe majestade. – Emitiu em uma rouquidão que acelerou seu respirar. – Tudo o que fizermos será somente o que estiver precisando que façamos. – Dedos passearam por suas bochechas, parecendo queimá-las. Engula, engula, engula, engula, eng... – Além do mais...

Graças aos céus, ele se afastou, finalmente.

Hans tomou o copo de vidro, seus dedos roçaram na parede transparente do mesmo, realizando a técnica de aquecimento da bebida. Elsa, atordoada com o repentino afastamento, ainda se recuperava de forma lenta quando notou que há alguns segundos ele já se posicionava frente a ela novamente, admirando-a.

– Beba. – Pediu e ergueu o recipiente à altura do campo de visão de ambos.

A rainha meneou levemente a cabeça, fitando o conteúdo amarelo-queimado que esperava por seus lábios. Em seguida, seus olhos ergueram-se lentamente para o par de esmeraldas que a analisavam em expectativa.

– Eu não bebo... Milorde. – Foi tudo o que conseguiu dizer, utilizando do desuso de seu nome para distanciar-se dele.

Como sempre, uma carta na manga. E uma resposta na ponta da língua.

– Oh! – Exclamou o homem suave e ironicamente. – Não é disso que estou a par. Se me permite dizer, lembro-me perfeitamente do gosto de meus vinhos em sua boca quando a beijei.

Elsa falhou. Inspirou lentamente para ganhar tempo em sua resposta. Mas não havia escapatória, expirou vencida.

– Sim. Naquela noite... – Seus dedos foram às têmporas em reação à lembrança. – Eu... Foram alguns goles, apenas.

– Não precisa se justificar por tudo, minha rainha. – Hans emitiu uma curta risada que ao se desmanchar deixou um sorriso sereno, e isso soou tranquilizante o suficiente para fazê-la se sentir mais confortável ali. – Então,... Apenas beba. Pediu minha ajuda e estou começando agora. Beba. – Insistiu, mirando-a com as pupilas cintilantes.

– Certo. – Elsa estreitou o olhar e tomou o copo com uma mão. – Mas antes, gostaria de saber algo que me intriga.

– Fale.

– Por que conhaque? Por que não me ofereceu um de seus vinhos?

– Pois bem. – Começou o rapaz, permitindo-se alisar o indicador sobre as sobrancelhas erguidas da loira platinada, a fim de suavizar a tensão das mesmas. – Conhaque é a melhor bebida para o inverno. Aquece. É o que dizem. – Deus de ombros. Após segundos encarando-o, a moça sorriu para ele pela primeira vez, e ele a acompanhou.

Ela era maravilhosa, o tempo todo. Mas quando sorriu, ah, quando ela sorriu, ele apenas teve certeza disso. Naquele pequeno instante o príncipe Hans das Ilhas do Sul conseguiu trilhar um longo caminho para se tornar íntimo da Rainha Elsa de Arendelle. O sorriso é uma porta aberta para milhares de coisas, principalmente quando se tratava da Rainha de Gelo.

Ele entreteve-se tanto em apreciar o saboroso som da risadinha discreta, a linha de dentes perfeitamente brancos e brilhantes em contraste com os lábios pintados de um rosa bebê, que não se tornou possível contemplar devidamente a visão inédita da jovem ingerindo a bebida alcoólica sem tirar os olhos dele, a prova viva da proximidade dos dois que ele tanto ansiava.

Uma leve agitação, similar a tropeços e pedidos de desculpa, vinda do salão principal, anunciou a chegada da princesa Anna. Elsa engasgou-se no meio de seu deguste, deixando um ardor gritante na garganta.

– Anna! – Arfou enquanto seus dedos finos se enrolavam sobre a boca para abafar a tosse – Bem... Não posso mais ficar aqui. – Disse a rainha apressadamente, com a voz trêmula, entregando-lhe a taça em um ato de desespero, fazendo espirrar algumas gotas do conteúdo, ao ouvir a irmã perguntar por seu paradeiro. – Anna está aqui, nossa, eu preciso realmente sair daqui e lhe dar uma boa desculpa, ela sempre faz muitas perguntas sobre tudo... – Elsa arquejou, e a velocidade do pulsar de seu peito já não era normal. O gelo começava a crepitar em suas mãos, como um verdadeiro explosivo de neve, enquanto ela dava os primeiros passos em direção à saída. – Tenho que ir, estou indo, estou...

– Rainha Elsa, Rainha Elsa! – Hans a alcançou, tomando-a pelos ombros. – Shhh, tenha calma. Precisa respirar, vossa majestade é um explosivo quando está com medo. Sua irmã vai logo perceber. E a primeira pergunta que ela fará é sobre sua capa. – A mulher atentou-se a ele, incrédula com cada palavra pronunciada, com cada verdade sem chance de argumento. Sair dali naquele estado seria o fim. Ambos se encararam até que suas agitações amansaram. Chegou a ser incômodo como ela, alguém que passou uma parcela da vida fingindo, estava vacilando de tal maneira.

– Tem razão. – Murmurou cabisbaixa. Ele enfim sorriu, seu indicador posicionou-se sob o pequeno queixo levantando-o, e em um ímpeto toda a mão envolveu-a pela mandíbula com firmeza quando ele a beijou com urgência, falando contra seus lábios.

– A adrenalina que estamos sentindo agora irá aquecê-la tempo o suficiente até um próximo encontro. O conhaque irá estimulá-la a se libertar da tensão em meio a esses panacas que a pressionam tanto. Relaxe, minha rainha. – Sentiu-o adorná-la reverentemente com a capa, e suas mãos pesadas caírem sobre os pequenos ombros, forçando-os a tomarem postura. – Teremos tudo sobre controle, e eu não tirarei os olhos da senhorita.

Suas respirações dançavam uma valsa acelerada, Elsa sentiu-se de alguma forma invadida por ter seus limites ultrapassados com tanta facilidade, e sua boca tomada com tanta sede. E as palavras, soaram como tranquilizante a seus ouvidos. Santo remédio, uma massagem, um beijo e um pouco de conhaque.

– Negócio fechado. – Hans finalmente a largou, seus lábios estalando com a quebra do beijo.

– Negócio fechado. – Respondeu a rainha, sem mais olhá-lo diretamente, enquanto checava suas vestes e postura, e sumia pelas cortinas de veludo.


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Notas finais do capítulo

E eu não poderia deixar de agradecer às recomendações maravilhosas que recebi, 4 recomendações supresa e eu mal pude preparar meu coração pra isso s2 Eu realmente não tenho palavas, apenas que significou MUITO para mim. Obrigada Camie (o grande dia chegou, não?), Caramelkitty, Candice V. e Everdeen! E é claro, não posso esquecer da minha pequena Barraquinha (Amorita) e da Bia (Elsa) que já haviam recomendado antes e eu creio não ter agradecido aqui devidamente.