Give In To Me escrita por DanyellaRomanoff


Capítulo 1
Flash Back


Notas iniciais do capítulo

Este será pequeno, eu creio, não tenho muita noção de tamanho na verdade. Uma pequena tentativa frustrada de introduzir muita coisa com poucos parágrafos. Embora eu já tenha atacado vocês, ainda ficará bem mais agitado que isso. Sem mais, espero realmente que gostem desse comecinho xD



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Elsa olhou à sua volta e respirou orgulhosa, enfim sorrindo. O baile estava esplendido, luzes de cores variadas iluminavam as esculturas de gelo feitas por ela e os demais escultores de Arendelle; havia pequenos candeeiros pendurados acima dos convidados e o chafariz central estava repleto de pétalas. Quando o arranjo dos bailes estava sob o comando da rainha, esta costumava realizar projeções do que sonhava ser a decoração do seu casamento, que segundo ela, estaria quase impossível de se alcançar, já que carregava o peso de uma coroa na cabeça, além de nem saber ainda como era a sensação de ser beijada à altura de seus 23 anos. Elsa fixava seu olhar no chão do pátio, pensamentos assim sempre a quebravam por dentro, se sentia intocável, às vezes sentia sensações estranhas à ela nunca explicadas, exceto por uma vez ter encontrado na biblioteca do castelo um artigo sobre hormônios; passados os anos, reprimiu qualquer vontade desesperada de conhecer algo que com o tempo se convencera de que nunca conheceria, mas vez ou outra tinha recaídas, e o que a jovem guardaria dentro de si para sempre era o fato de que a última recaída que teve foi quando o príncipe Hans das Ilhas do Sul lhe foi apresentado no dia em que revelou seus poderes. Elsa, já perdida em seus pensamentos, sentou-se em um dos bancos do jardim, onde havia menos chances de aparecer alguém para conversar, fechou os olhos e se permitiu lembrar.

Ah, o dia da coroação. Aquele dia, naquela noite em que ele estava apenas a encarando de longe desde que chegou, desde que beijou sua mão fazendo-a, inevitavelmente, desmanchar sua feição impassível de emoção, dando lugar às características de uma moça mais vulnerável, e ela tinha certeza de que ele havia percebido, afinal, suas íris teimaram em se focar apenas nas dele e sua respiração falhou audivelmente. Depois daquele incidente, ela decididamente não daria qualquer chance de uma aproximação. Mas fazia quanto tempo desde que não olhava alguém? Que não olhava um homem como aquele? Naquela noite, fez questão de reprimir tudo, e sempre que ele tentava se aproximar, ora a mulher virava a cara, ora se retirava para longe e se fazia perder na multidão dos convidados para que ele não a alcançasse. O que não esperou foi a determinação daquele rapaz em encontra-la a qualquer custo, mesmo com ela o chutando, e o repreendendo, fechando a cara para que ele a temesse. Até que, em uma das fugas, onde Elsa, sem perder sua postura de rainha, ao olhar pela milésima vez para trás para garantir que estava fora do campo de visão do rapaz, e ao voltar sua atenção para frente, chocou-se contra algo. Involuntariamente, tinha que repetir para si mesma sempre que se lembrava de tal episódio, que foi apenas um maldito reflexo, suas mãos se ergueram à sua frente para se defender da pancada. E em meio a milhares de pedidos de desculpa àquele até então estranho no qual esbarrou, foi que Elsa viu Hans, com um sorriso vitorioso nos lábios, como ele chegou ali ela não sabia, mas ele parecia ter gostado do encontrão que a jovem havia dado nele. Mas o mais vergonhoso de recordar, sem sombra de dúvida, foram suas mãos que ainda jaziam no peitoral dele. Maldito reflexo. A única coisa que lhe restou foi retirar suas mãos que pareciam estar sendo atraídas para aquele local rígido onde estavam, lentamente, e pedir...

– Perdão. Eu... foi apenas reflexo. – Disse se recompondo.

– Tudo bem – Hans respondeu com sua voz rouca que causava calafrios na rainha – Oh, majestade – Fez uma exagerada reverência e aproveitou para tomar sua mão direita a qual Elsa estava pronta para puxar de volta, caso ele pretendesse depositar um beijo ali novamente – Desde que nos fomos apresentados que estou a procura-la... – Ele prendeu a respiração – Eu precisava vê-la de novo mais de perto – E depois respirou profundamente, fez uma breve pausa e continuou – Rainha Elsa, me concede a honra? – Por fim, estendeu-lhe a mão esquerda dando-lhe o poder de escolher ficar com as duas mãos atadas às dele.

Elsa sabia que se arrependeria, entendia de autocontrole sob diversos aspectos, porém, não entendia nada sobre o que estava se passando em sua mente. Queria ardentemente aceitar aquela dança, e naquele momento esqueceu que tinha um poder indomável para se preocupar em esconder, e por fim deu-lhe a mão e deixou-o trazê-la para perto. A rainha sentiu calor, o príncipe sentiu frio. Ambos gostaram da sensação que um causou no outro.

Hans era um dos 13 príncipes das Ilhas do Sul, sempre se sentiu como apenas “mais um dos”, e seu senso competitivo o levava a cuidar do físico e a ser um dos homens mais galanteadores do lugar, seu conceito de vida estava na conquista, ser o mais bonito, o que conseguisse mais mulheres e o que tivesse mais poder em competições. Sua sede por conquistar coisas o levou à Arendelle, quando soube que a misteriosa princesa Elsa sairia do isolamento e apareceria como rainha. Aquilo o instigou a bolar planos e planos para fazê-lo crescer e conseguir prestígio, pessoas isoladas ficam desesperadas por amor, seria fácil para ele conquistar o coração frágil dela. Cogitou até tirar-lhe a vida depois que casasse com ela, mas não, não teria tanta audácia. Mas algo aconteceu, ao chegar ao pátio do castelo, ali estava ela, olhando todos de cima da sacada, seu olhar escondia uma melancolia que ele nunca tinha visto, mas que o fez esquecer-se de seu plano inicial ao se afogar no azul dos olhos dela. Por Deus, ela era linda. Precisava tocá-la, e foi então que ele “furou” a fila para cumprimenta-la e a tocou pela primeira vez, mesmo que seus lábios não tenham sentido de fato sua pele por conta da luva que ela usava. A mão dela era fria, ela era fria, mas aquilo só o incentivava a segui-la, mesmo depois de ter percebido uma estranha mudança de comportamento na jovem quando ele beijou sua mão. E naquela noite ele estava decidido a encontrar Elsa, e após brincar de pega-pega no meio daquela gente que dançava e conversava no baile, eles estavam finalmente se deixando levar por uma música lenta.

Estavam todos tão entretidos na música e nas danças – inclusive Elsa – que o príncipe pôde conduzi-la para trás das cortinas, onde ainda ecoava alta e em bom som, a música que dançavam. Elsa sabia onde estava sendo levada e aonde podiam chegar se continuasse permitindo aquilo, mas não conseguia parar, não dava pra parar. Mas depois Hans havia mudado, ele estava serio, estava concentrado nela, aquilo não era bom, sabe-se lá o que a jovem poderia fazer caso se descontrolasse em meio a qualquer atitude que o príncipe quisesse tomar ali. Até que aos poucos, ambos pararam a dança, Hans estava ficando grande demais, e aquela saleta atrás do salão estava demasiada pequena para os dois. Suas respirações estavam aceleradas. Por quê?

– Acho melhor eu... – A jovem mulher fez menção de sair dali, mas o príncipe a segurou pelos ombros e fitou-a sério:

– Não!

– Não? – Elsa perguntou na tentativa de soar autoritária, porém, o que conseguiu foi apenas um sussurro nervoso.

– Não – Aquela voz rouca, aquilo não era bom. Hans avançou na direção dela enquanto ela se afastava, com medo, até chegar ao fim da linha, a maldita parede. – Rainha Elsa... – pronunciou num fio de voz.


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Notas finais do capítulo

E então, comentários ?