Cheguei à Arena de Combate ofegante. O chalé de Poseidon, que era basicamente um único garoto moreno de olhos verdes; o de Hades, Sophie observava atentamente um garoto loiro que estava no centro, o Instrutor; e o chalé de Ares já estava em formação.

Cheguei perto de Sophie, e falei baixo o suficiente apenas para ela ouvir.

–Você poderia ter me avisado pirralha.

Ela se assustou e assim que se recuperou me lançou um olhar carrancudo.

–Depois daquele desastre no chalé? Achei bom você ter um pouco de responsabilidade sozinho. Quem te avisou?

–Jennifer.

–Já imaginava.

–Ei vocês dois. –disse o garoto loiro.

Sophie na mesma hora ficou com as bochechas coradas.

–Sim? –perguntei.

–Eu pedi pra formarem duplas. –ele disse.

Olhei a volta. Todos já tinham suas respectivas duplas.

–Me desculpe. Estávamos distraídos. –disse Sophie.

O garoto se aproximou.

–Você é um dos dois garotos novos não é? –ele perguntou. Acenei afirmativamente. –Will ou Charlie?

–Charlie!

–Ah, o famoso Charlie Collins! –ele sorriu.

–Oi? Não entendi. Famoso? –franzi a testa.

–É. Sophie fala de você o tempo todo quando ela vem treinar. –ele disse.

Eu dei um leve sorriso.

–Ah, sim. Então você deve ser Luke Castellan. Acertei?

–Sim. Como sabia? –ele perguntou.

–Bom, é porque uma pessoa fala muito de... AI! Por que diabos você me beliscou garota?

–Vamos treinar Charlie. –Sophie disse entredentes me puxando pelo braço.

Eu não conhecia esse lado da minha irmã. Esse lado apaixonada dela. Ela não parecia ser tímida até fitar Luke Castellan.

–Espere. Eu ainda não tenho espada. –falei.

Ela me guiou até uma mesa. Foi vendo as espadas. Fui vendo uma a uma até achar uma aceitável. Ainda não era a espada perfeita, mas bastava por hoje.

Fiquei ansioso. Não gostava dessas atividades que exigiam esforço físico, mas fiquei ansioso pra luta contra Sophie. Uma pequena luz começou no meu pescoço. Meu cordão reluzia novamente. De novo essa porcaria? –pensei.

O escondi por dentro da camiseta. Tentei não me importar com aquele colar pisca-pisca.

Eu nunca havia lutado antes. Algumas briguinhas escolares, mas nada com armaduras, escudos e espadas.

Sophie chutava, eu me abaixava. Socava, eu esquivava. Tentava me segurar, eu girava. Eu era bom nisso, mas não sabia como.

–Você é bom para um novato. –disse ela.

–Obrigado. Mas esperava mais de você, maninha. Já que treina há mais tempo pensei que me ganharia fácil. Ou você só fingia que treinava pra namorar? – eu disse alfinetando.

Depois de eu ter jogando lenha, ela veio com tudo pra cima, uma intensidade fora do normal, conseguindo me desarmar.

–E agora? O que você me diz disso? –perguntou apontando a espada no meu peito desprotegido. Que droga! Se eu não tivesse chegado atrasado poderia ter colocado a armadura.

–É maninha, nada mal. Mas como estava dizendo... Esperava mais de você!

Como eu era mais rápido do que ela, em poucos segundos, rolei para o lado esquerdo, e a peguei pelo braço, jogando-a no chão. Levantei-me rapidamente e coloquei minha espada na altura de seu pescoço.

–E aí, o que você me diz disso agora? –sussurrei com um leve sorriso.

Ofereci minha mão para ajudá-la a se levantar, mas ela recusou. Orgulhosa como sempre.

–Foi apenas sorte. –ela disse.