Monster or not escrita por Sophie Valdez


Capítulo 3
Arthur, o aventureiro.


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo! Obg as leitoras que comentaram o último, se tiverem mais por favor comentem!

Boa leitura e bem vindos a Neverland.



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O lugar era uma clareira com algumas barracas em volta e casas nas árvores, uma grande fogueira brilhava no centro onde muitos meninos dançavam, brincavam e brigavam. Peter me deu um puxão para o centro e todos os meninos pararam e ficaram me encarando.

_ Meninos, essa é Wendy. Wendy, conheça os Meninos Perdidos. – Peter diz nos apresentando e os outros continuam me encarando. – Podem voltar a festa! – Peter exclama e aos poucos e bagunça volta.

_ Pan, o que está fazendo? – Félix diz surgindo de um canto.

_ Trazendo Wendy para se divertir! – Peter diz com um sorriso torto. – Onde está minha flauta? Vamos dançar! – ele grita e se afasta me deixando sozinha com Félix que me encara.

_ Sabia que é falta de educação encarar Félix? – digo nervosa.

_ Não existe esse tipo de coisa aqui nessa ilha milade. – ele diz seco. – Mas que presa tanto por educação... Não quer se sentar? – pergunta me indicando um galho ali perto.

_ Obrigada. – digo fria e me sento mas ele continua por perto então me concentro em outra coisa. Peter está no meio dos meninos tocando uma espécie de flauta, a música é divertida e ele parece feliz, olhando assim até parece um menino comum, ele percebe que o observo e começa a me encarar e não consigo desgrudar meus olhos dele. A música começa a ficar mais lenta e suave.

_ Parece gostar da música. – Félix diz me tirando do transe.

_ É bonita. – digo um pouco corada e não faço idéia do por que.

_ Não quer dançar? – ela pergunta me estendendo a mão.

_ Não, obrigada. – respondo mais ele me puxa com força pelo braço.

_ Ai, me solte! – digo me debatendo mas ele aperta mais meu braço e me puxa até perto da fogueira quando agarra minha cintura. – Eu não vou dançar com você! – exclama e ele me olha com raiva.

_ Você não devia estar aqui! É só uma questão de tempo até Peter te prender e deixar você mofar no meio da floresta!

_ Me solta! – digo com os olhos marejados por conta de força que ele apertava meu braço.

_Solte a Wendy Félix. – ouço atrás de mim e Félix me larga olhando para Peter.

_ Só estávamos dançando Pan! – ele diz olhando para mim. – Até mais Wendy Darling. – e vai embora, sinto algo tocar meu pulso e viro para Peter.

_ Obrigada. – digo e ele me encara duro.

_ Vá se sentar em outro lugar. – manda e volta a tocar, eu me sento perto de meninos bem mais novos, da idade dos meus irmãos.

_ Olá. – digo a um menino que deve ter uns 9 anos. – Qual seu nome?

_ Otávio. – ele responde.

_ Muito prazer, eu sou Wendy. – digo lhe estendendo a mão e ele a aperta bocejando. – Está com sono?

_ Todos estamos. – diz um moreno que deve ser da mesma idade que Otávio. – Não conseguimos dormir...

_ E se eu... contasse uma história para vocês? – digo sorrindo e eles me olham curiosos. – Onde vocês dormem?

_ Ali. – diz Otávio apontando para uma tenda cheia de cobertas.

_ Vão se deitar, e eu lhes contarei uma linda história que os fará dormir. – digo docemente.

_ Tem certeza? – um terceiro menino pergunta.

_ Eu creio que sim. – digo e logo todos estão deitados, eu me sento ao lado deles.

_ Era uma vez, em um reino muito distante um garoto chamado...

_ Arthur! – diz um.

_ Um garoto chamado Arthur. Ele era muito curioso e esperto e estava sempre a procura de aventuras. Um dia ele andava pela praia quando avistou um navio de velas negras, os tripulantes gritavam e brandiam espadas cantando músicas estranhas.

_ Piratas! – Otávio exclama com os olhos arregalados.

_ Isso mesmo, eram piratas! Feios e cruéis que só queriam saquear e beber rum! – continuo contando a história por um tempo e aos poucos os meninos vão fechando os olhos.

_... e no fim, Arthur viu o que realmente era, um aventureiro, e voltou feliz com seu tesouro para casa. – termino e sorrio ao ver que todos dormem tranquilamente. Saio da tenda e a maioria dos meninos já foi dormir.

_ Linda história. – Peter diz surgindo de uma sombra.

_ Estava ouvindo? – pergunto curiosa.

_ Comecei a ouvir na parte que Arthur prende o pirata no mastro. – ele diz sorrindo. – Pode me contar o começo?

_ Claro. – digo sorrindo de volta.

_ Venha. – ele diz me puxando e levando até um arvore, no topo havia um casa e uma longa escada descia pelo tronco. – Suba.

_ Mas e se eu cair? – pergunto preocupada.

_ Eu te seguro. – Peter diz e me dá um empurrão para subir, quando chego no topo encontro um cômodo interessante, tinha uma cama em um canto, uma mesa, alguns objetos estranhos...

_ Pode começar? – ele diz me assustando e percebo que ele já está deitado na cama.

_ Ok... – digo me sentando na ponta da cama. – Era uma vez... – e conto a história até a parte que ele ouviu. – O resto você já sabe. – digo por fim.

_ É uma história legal. – ele diz colocando as mãos atrás da cabeça pensando. – Mas infelizmente piratas não são tão burros...

_ Só você para refletir o grau de inteligência de piratas... – digo revirando os olhos.

_ Ora mas é a verdade! É como contar uma história onde sereias são feias! – Peter diz rindo.

_ Eu estou com sono. – digo bocejando. – Como volto para a caverna?

_ Não precisa ir para lá. Você dorme aqui hoje. – ele diz.

_ Onde? – pergunto olhando para o cômodo.

_ Aqui oras! – eles diz chegando mais para o canto da cama me dando espaço.

_ Na sua cama? – indago com os olhos arregalados.

_ Ou no chão se preferir... – Peter diz dando de ombros, eu me sento um pouco mais e ele também se senta tirando a blusa, sinto um estranho calor me percorrer quando o vejo só com as calças então me deito de costas para ele. A cama não é grande e o sinto colado as minhas costas, depois de um tempo consigo finalmente dormir.

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Acordo com o canto estridente de algum pássaro mas estou com sono então me aconchego mais no que estou abraçando. Mas em que eu estou abraçando? Levanto a cabeça devagar e percebo que estou deitada sobre o peito de Peter, e este está com o braço em volta de mim. Coro ao olhar pro seu peito nu, ele é quente e sua respiração calma me leva a pensar que ainda dorme. Escorrego-me lentamente para fora de seus braços e estou quase conseguindo quando ele me puxa de volta.

_ Espere mais um pouco... – ele diz com os olhos ainda fechados.

_ Peter... E-eu preciso... eu... – digo meio confusa por essa aproximação. Ele abre os olhos e me encara.

_ Você está linda hoje Wendy. – ele sussurra e me puxa para mais perto de si e eu acabo ficando quase em cima dele.

_ P-peter... Não posso. – digo e com rapidez me desvencilho dele ficando de pé, vou em direção a porta mas Peter é mais rápido e me segura pela cintura prensando-me na parede. – O que você está... – digo mas ele me beija de repente. Um beijo feroz e rápido.

Peter me levanta pela cintura e me leva até a cama me deitando sobre ela ainda me beijando, eu que até agora agarrava seus braços levo minha mãos até seu peito deslizando lentamente até os ombros e depois a sua nuca.Enquanto isso ele aperta minha cintura e passa sua mão pela minha barriga, depois começa a descer seus beijos pelo meu pescoço e eu suspiro, ele começa a desabotoar minha blusa e então eu acordo para o que está acontecendo.

_ PETER! – grito o empurrando e ele se afasta respirando com dificuldade, ele me encara por um tempo meio confuso e então se levanta.

_ Vá embora. – diz se virando de costas. – ANDA VÁ EMBORA! – ele berra e eu saio correndo caindo nos últimos degraus da escada, sinto uma dor forte e calculo que torci o tornozelo, ainda mancando e me segurando nas árvores ando para onde eu acho que fica minha caverna até encontrar com alguém.

_ Félix... – sussurro olhando pro garoto loiro que está encostado em uma arvore.

_ Onde estava Wendy? – ele pergunta maliciosamente. – Onde dormiu?

_ Em... em uma barraca. – minto e ele vem andando lentamente até mim.

_ Eu vi você indo para a casa de Peter. – ele diz. – E pelo que percebo só agora você saiu.

_ E? – digo tentando tomar uma postura reta.

_ E... eu acredito que esteja se iludindo Wendy. – Félix diz quase sussurrando. – Peter não gosta de você, só faz isso para se divertir... Você é o brinquedinho da vez.

_ E quem disse que nós estamos tendo algo Félix? – pergunta nervosa.

_ Ninguém... Mas seu cabelo bagunçado e seus botões abertos me fazem pensar... – ele diz olhando para meu colo e seguindo seu olhar fecho que os botões estão abertos até meu estomago mostrando minha roupa de baixo.

_ Pois me admira que você consiga pensar. – digo fechando os botões e lhe estreitando os olhos.

_ Não ouse me enfrentar garota. – ele diz se aproximando mais. – Siga em frente... Quero ver até onde consegue ir com esse tornozelo quebrado. – termina me empurrando para a frente e com apoiar do meu pé causa uma dor vacilante em caio no chão, fazendo Félix explodir em risadas.

_ Vamos Wendy, continue! – ele diz rindo e eu me levanto com dificuldade e mancando continuo andando até não ouvir mais as risadas de Félix.

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POV Peter Pan

O que deu em mim? Peter Pan não agarra garotas dessa maneira! Uma vez ou outra já dormi com uma fada, ou com uma sereia na época que elas adquirem pernas e vem visitar o acampamento, mas nenhuma vez foi como essa. Eu sinto uma vontade, um desejo enorme de beijar e tocar aquela garota. Wendy... que é só um peão em todo esse jogo. Acho que meu corpo só pede um pouco de diversão... Sim, apenas quero me divertir com a garota. Mas porque seu cheiro e seu toque me envolvem tanto?

Jogo um pouco de água fria no meu rosto para me acalmar e me visto. Descendo para o acampamento vejo que um dezena de meninos já acordou, mas meu olhar se volta para o garoto que está mais perto de mim me encarando.

_ Qual o problema Félix? – pergunto desconfiado.

_ Wendy Darling. – ele diz sério vindo até mim.

_ O que houve com ela? – indago.

_ Nada. E esse é o problema. – Félix diz me encarando. – Eu pensei que ia prende-la até chegar o momento de usá-la, mas ao invés disso você está... passeando, trazendo-a para cá, dormindo com ela!

_ Está insinuando que estou amolecendo com ela? – digo ameaçador.

_ Estou dizendo que ela está te distraindo demais! – ele exclama. – Você nem sequer me perguntou como anda a busca pelo menino, ou onde está Bae...

_ Por que eu sei que não tem novidades. Certo? – digo perdendo a paciência.

_Ainda assim. Não pode se envolver com essa garota! – continua – Isso vai estragar tudo, todo nosso plano, todo o tempo que servi a você, tudo!

_ Eu sei o que faço Félix! – digo com raiva. – Eu não estou me envolvendo com Wendy!

_ Prove. Prenda ela. Não deixe que ela o enfeitice. – Félix termina e se vira indo embora.

_ Certo. A acharemos e a prendemos depois do almoço. – digo, Félix se vira, assente com a cabeça e volta pro acampamento.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Leitores se manifestem pleeease! kkk
Beijos.



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