Mask of Shadows escrita por nymph


Capítulo 4
So, is it all a dream?


Notas iniciais do capítulo

Pense antes de você se decidir
Você não parece perceber
Eu posso fazer isto sozinho
E se eu cair, eu levarei tudo
Afinal de contas, é tão fácil

Some Say - Sum 41

P.O.V.: Clarissa.

Capa (caso a imagem não abra): https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xpf1/v/t34.0-12/10822208_744751955607776_1523372794_n.jpg?efg=eyJvbGF0IjowfQ%3D%3D&oh=e56b14cd1a02d3ccabe23ae4c34b5b31&oe=547E20F2&__gda__=1417564386_93e7a009458eacc0e2d31c06070607fc



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Ouvi gritos. Vaia. Risos. Aplausos. Normalmente, estaria de cabeça baixa agora. Mas não. Se sou uma audaciosa, então vou agir como uma. Ergui a cabeça que estava abaixada pra as brasas. E encare-os. Encarei os que riam e vaiavam e os que aplaudiam. Comecei a caminhar para perto dos iniciados da audácia. Encarei minha mãe. Ela tinha lagrimas nos olhos, e me encarou de volta, talvez ela me compreendesse ao menos um pouquinho. Mas acho que não vou saber, porque não agüentei ver as lagrimas e desviei o olhar quase instantaneamente. Olhei para Luke. Ele parecia levemente desapontado mas, quando viu que eu o encarava, deu de ombros como quem diz "se é o único jeito..." Olhei para Simon. A boca dele estava ligeiramente aberta, os olhos surpresos. Ele tentou demonstrar confiança ao me encarar de volta, mas não conseguiu esconder o desapontamento e a surpresa. Isso foi como um tapa no rosto. E, finalmente, o encarei. Ele tinha um meio sorriso nos lábios. Apesar de, francamente, ser um lindo sorriso, me irritou. As vaias aviam cessado e eu me encontrava no meio dos iniciados da audácia. Eu era meio minúscula perto deles. Cruzei os braços, ignorando os olhares e me concentrei na cerimônia.

Logo seria a vez de Simon. De acordo com Magnus Bane, eu não tinha nem um pouco da minha facção em mim. Mas, por mais que eu desejasse apenas lamentar minha decisão, não conseguia deixar de olhar para as pessoas que também faziam péssimas decisões .Elas importavam, de alguma forma . Simon era meu amigo. Ele confiava em mim. E olha no que deu. Depois de um tempo, Sr.Kyle anunciou "Simon Lewis".

Simon estava, literal e absurdamente tremulo. Consigo ver o suor na testa dele. Ele tropeça. Eu escuto a mais perfeita risada de deboche que já escutei, e algo me diz que eu sei a quem ela pertence. Simon se recupere do mini-tombo e vai correndo ate os recipientes. Ele pega a faca. Ele para na frente da Erudição. "Simon? Simon, o que esta fazendo?" eu tento transmitir esse pensamente mentalmente ate ele. Ele se aproxima mais da Erudição. Ele corta o pulso. Está a centímetros do recipiente da erudição, quando olha pra frente pela primeira vez. Mais precisamente, ele olha para mim. Eu sabia que devia estar com uma expressão completamente confusa. Conseguia sentir minhas sobrancelhas unindo-se. Mas logo as desfaço e sorrio. Se eu podia contar com o seu apoio ao mudar de facção ele certamente poderia contar com meu. Ele muda de direção. "Ate que enfim um pouco de juízo." pensei, ao ver ele se aproximando da Amizade. Mas, ele inesperadamente passa dela, e vai em direção ao recipiente da Audácia. Ele estava fazendo isso por mim. “Ah Simon...”, penso ao ver o seu sangue queima no fogo, junto com o meu.

*

Simon e eu nos comunicamos por olhares. "Tudo bem?", seus olhos dizem. "Sim.", os meus respondem. Ele revira os olhos. Nos dois sabemos que nada esta bem. "Jonathan Wayland", ouço chamarem. O loiro, digo, Jonathan Wayland se levanta e caminha, descontraído ate os recipientes. Ele pega a faca. Para diante o fogo. Corta-se. Olha pra mim. E sorri.

*

Se não fosse por Simon, eu seria esmagada. Ele me puxa em direção as escadas. Os elevadores eram mais práticos, penso. Descemos correndo. As pessoas gritam, selvagens. Consigo ouvir o som dos pacos. Procuro pelo loiro, Jonathan. Não o acho. Quando alcançamos o primeiro andar, todos se empurram para a porta. Simon fica para trás, e eu sou prensada contra a porta por muitos de corpos ate conseguir me estabilizar e correr para a rua.

Corro muito rápido, ate ficar sem fôlego. Não é como correr para brincar no rio, nem como se atrasar para a escola. Um passo em falso e viro uma sem-facção. Mas, apesar disso, me sinto bem, mais viva. Ouço o estridente som de um apito. O trem! Meus olhos brilham. Eu sempre, sempre quis andar de trem, mas Simon preferia correr e caminha e eu como uma boa amiga, caminhava com ele. Vou correndo ate a fila. Sinto que um sorriso formar-se-ia em meus lábios se eu não estivesse lutando pra reprimir qualquer emoção. Olho para a fila, e Simon esta correndo na minha direção. Mas, tem pelo menos seis pessoas entre nós. Vejo alguns iniciados lutando para alcançar o trem e me junto com eles, corro, mais rápido do que antes. Me lanço com tudo nas portas abertas do trem. Aquilo não era como escalar arvores. Nem de longe. Estou pendurada no ferro do vagão somente com uma mão, quando sinto o peso do meu corpo desaparecer. Fui puxada pra dentro. Olho pra cima pra agradecer, mas perco a fala. Olhos azuis me fitam de volta, preocupados.

– Você esta bem? - disse Jonathan Wayland. Assinto com a cabeça.

– Obrigada, eu...- sou interrompida por um grito. "Clary!!" aquela voz...Simon! Olho para a porta que dá acesso aos outros vagões. Simon sai dela correndo e vai reto ate mim.

– Sua louca! Pensei que tivesse morrido! - Ele fala sem fôlego. Tem uma garota atrás dele, que sorri para Jonathan. Uma onda de ciúmes me atingiu, a ignorei. Ela não era só uma garota, ela era "a garota'. Cabelos longos e bem cuidados ate a cintura. Olhos azuis marinhos e brilhantes. Bastante preto ao redor dos olhos que fazem ela ter um olhar feroz. Sorriso lindo, lábios carnudos e cobertos de brilho. Corpo perfeito. Sim, eu estava com inveja e ciúmes. Ela era tão bonita...me repreendi mentalmente. "Viu Clary...é por isso que você não tem amigas", uma vozinha dentro de mim falou.

– Eu estou bem. - Sorri. - E você? O que ouve? - Falei. “Ele conseguiu entrar no trem”, pensei aliviada. Me agarrei mais forte a barra metálica que tinha ao meu lado quando o trem virou e uma rajada de vento me atingiu. Como eu estava caída no chão, meu equilíbrio não estava tão ruim.

– Bom...essa e Isabelle, ela me salvou de cair do trem. - Ele falou apontando para a garota. Ela era seria. Me virei para olhar para o loiro inconscientemente, mas ele deu um pulo.

– Chegamos. - Falou. Deu um meio sorriso.

*

Na mesma hora, um garoto de olhos azuis marinhos, muito parecidos com os de Isabelle, entra no vagão. - Vamos logo Jace. Izzy. - Ele diz, pulando do trem sem o menor cuidado. Vou ate a beira preocupada. Quase caio, mas me seguro. Ele caiu em pé. Dou uns passos para o lado tentando manter o equilíbrio. Em seguida a garota de olhos azuis passa por mim e pula. E a vez dele. Ele vai, perfeitamente equilibrado em direção a porta do trem, mas para. Ele esta atrás de mim, e eu consigo ouvir meu coração batendo, acelerado. "Concentre sua força em uma só parte. Não se preocupe com o equilíbrio agora, só não se quebre.", ele fala baixinho e depois, sem hesitar pula do trem. Não sei por que ele me disse isso, mas pelo visto minha falta de equilíbrio não vai me desapontar se eu conseguir atingir o chão. Olho para Simon. Faço que sim com a cabeça, tomo distancia, e me jogo de um trem em movimento.

*

Foquei toda aminha força nos pés e dei um jeito de cair abaixada. De fato, não precisei de equilíbrio pra isso. Olho para o trem e consigo ver Simon pulando. Ele cai, e tem que se segurar nas telhas do telhado. Corro ate ele e o puxo, com bastante força. Ele se equilibra e sobe. Dou um sorrisinho. Por um momento, achei que ele fosse cair. Olho para frente e noto que o loiro está me observando. Um grito desvia minha atenção. Um menino caiu do trem. Ele deve ser um transferido por que ninguém da a mínima. Sinto meu olhos se enchendo de lagrimas. Respiro fundo e murmuro um "vamos" para Simon, indo até onde se encontra Robert Lightwood, dando ordens.

–Escutem, todos. Vocês terão alguns minutos pra pular desse telhado e provarem que pertencem mesmo a audácia. Quem não quiser, retire-se.

– O quê a lá em baixo? Água? – Pede um menino de cabelos pretos.

– Não sei, e não me importa. Pulem os que quiserem. – Ele falou, dando de ombros.

“Como ele pode? Não podemos pular. E ele não liga? Vamos morrer!”, ouço murmúrios. Distancio-me de Simon. Sinto um aperto no braço. Me viro e lá está ele. Jace.

– Escute. Alec e Izzy são filhos de Robert. Ele pode não parecer, mas é um bom pai. Tem uma rede lá em baixo, agora pule. – Ele falou.

–E por que quer que eu pule? Quer ver se vou morrer para depois se jogar? – Perguntei. O que ele estava pensando?!

– Eu não a ouviria de qualquer jeito. – Ele fala, irritado.

– Então por que ? – Pergunto.

– Não vou conseguir pular se achar que pode virar uma sem-facção. – Ele fala. – Veja, eu quero ser o primeiro a pular. Acho que dessa vez vou ter que me contentar com o segundo lugar. Alec e Izzy vão pular certamente se uma nascida na Amizade pular. – Ele sorri de canto.

– Se eu for, vai ter que garantir que Simon também irá. – Falo, decidida. Não sei porque confio nele, mas sei como é se sentir mal pelos amigos. Não tenho certeza de que convencerei Simon. Acho que e só pulará se eu pular primeiro. E, ser a primeira apular deve me garantir alguns pontos ou algo assim.

– Tudo bem, mas não vou emprestar calças pra ele. – Jace fala, dando ombros. – Vamos. – E vamos, indo até a beira.

Respiro fundo. Estou a um passo da beira. Não posso olhar. Me viro. Meu sonho. Isso não é um poço. Fecho os olhos. Isso não é um poço, eu não estou caindo, não vou gritar. Me jogo. Eu estou caído, está escuro, estou gritado.

Então...isso é só mais um sonho?


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Notas finais do capítulo

Gentoooooo, fiz esse cap na corrida,então apontem quisquer erros que eu irei corrigi-los. Ah, como eu sou má só vu postar o próximo quando tiver um número X de reviews. Então, até loguinho (espero)!