Ameaça

 

O sol fraco da manhã iluminava as ruas silenciosas e frias de Tókio despertando seus habitantes aos poucos. Perto dos centros comercias já se viam sinais de movimento por parte dos comerciantes ou de pessoas que precisavam trabalhar. Aos poucos vários jovens de toda parte da cidade atravessam aquelas ruas cinzentas rumo a um dia de escola. Passavam calmamente, tão relaxados com a paz de seu próprio mundo que não notavam nada de estranho ao seu redor, nem mesmo nos becos escuros que não se atreviam a entrar mais por costume do que por medo. Não viam os corpos caídos ali, bêbados, drogados, prostitutas sem lar e cadáveres. Dizem que no Japão há poucos crimes violentos, mas tudo o que aparecia na TV era diferente, era apenas o lado de luz da cidade.

 

Na escuridão os mais poderosos dominavam com o medo um mundo diferente da paz. Um mundo onde somente o mais forte sobreviveria. Talvez muitas pessoas não entendam isso e nunca entenderão, afinal, nunca entraram no mundo do caos e do medo, nunca adentraram os portões do Submundo. Aqueles estudantes que enchiam trens e ônibus, que iam de bicicleta para a escola ou até mesmo caminhando, eram os mais sujeitos a esse mundo, mas mesmo assim os que menos conheciam o real lado da humanidade. Pelo menos quase todos.

 

Ali, naquele trem, um jovem loiro que trajava uma camisa social vermelho sangue com uma calça social preta assim como os sapatos, também não tinha muita idéia desse mundo. Ele tinha um conhecimento maior do que muitos, mas ele mesmo não sonhava, jamais sonharia com aquele mundo. No lado direito do peito havia um brasão negro na camisa, era um falcão dentro de um círculo, símbolo da escola ao qual pertencia. Ele afrouxou a gravata preta, não suportava essas coisas, mas era requisito da escola. Ele sentava de qualquer jeito no trem olhando algumas garotas em pé ao redor dele. Sorriu para elas. A maioria corou com o simples ato, outras, que usavam uniforme parecido com o dele só que com saias pretas em vez de calças, apenas ignoraram mesmo curiosas para saber quem ele era.

 

O trem pára e o loiro se levanta para sair, lançando um olhar vazio em direção a uma janela como se lembrasse de algo do passado. Deixou o trem quase sendo empurrado pela multidão de estudantes e outras pessoas. Saiu da estação calmamente, pelo menos sempre andando, sem se preocupar muito com as coisas ao seu redor. Ouviu pessoas rindo alto olhou de canto e viu um rapaz mais novo que ele sendo atormentado por três maiores. Não ligou, pelo menos planejava não ligar, quando viu o rapaz sendo levado pelos três até um pequeno beco. Olhou para o relógio. Talvez desse tempo.

 

- Ouviu garoto? Queremos trezentos mil yens até amanhã ou quebraremos seus braços. - Disse um dos garotos maiores para o rapaz que tremia no meio dos três. O loiro percebeu de longe a face do mais novo vermelha.

 

- Sabemos onde você mora, então nada de contar para a polícia, se não te matamos. - Falou um rapaz de cabelos vermelhos tingidos.

 

- Com licença. - Começou o loiro interrompendo os três valentões que olharam com desprezo para ele como se quisessem amedrontá-lo, mas o loiro sorriu sinceramente. – Vocês poderiam deixar ele em paz?

 

- Se manda idiota. - Falou um dos valentões vindo até ele. Era alto, quase dois metros, cabelos curtos e negros, já pegando o loiro pela camisa. Esse, ainda sorrindo, socou o grandalhão no queixo o fazendo ter seus pés tirados do chão e ser jogado para trás quase meio metro caindo deitado meio atordoado sem conseguir se levantar.

 

- Garoto, vai embora. - Ordenou o loiro ao rapaz que estava sendo atormentado. Este saiu correndo com medo. Os dois valentões que sobraram olharam pro loiro de maneira fria e cruel. Encararam-se por um tempo sem dizer nada até que o ruivo avançou rápido para cima do loiro que se abaixou e, girando o corpo, deu uma rasteira no adversário que caiu batendo o rosto no chão quebrando o nariz.

 

O loiro se pôs de pé e chutou o rosto do ruivo que gemeu de dor, chutou mais uma vez e o ruivo ficou inconsciente. O último que faltava era um rapaz de sua idade, poucos centímetros maior e corpo um tanto musculoso, provavelmente praticava algum esporte. Ele tinha cabelos castanhos claros e olhos azuis. O primeiro movimento foi do loiro, mas o rapaz de cabelos castanhos defendeu o soco na altura do rosto com facilidade. Ambos se encararam.

 

O valentão avançou rápido, o loiro desviou por pouco de um chute na altura do rosto e conseguiu agarrar a perna do oponente que parecia surpreso com isso. O loiro sorriu e, com a mão livre, fechou o punho e desferiu um golpe em cima do joelho do valentão que urrou de dor ao sentir o osso quebrar, caindo em seguida gemendo de dor. Os três valentões no chão tremiam, machucados, o loiro sorriu para eles de forma cordial.

 

- Amanhã quero duzentos mil de cada um, aqui, nesse mesmo lugar. - Disse o loiro sorrindo animadamente pensando no que gastar o dinheiro. – E se vocês se negarem e eu achar vocês, eu mato vocês. - Disse o loiro saindo do beco deixando os valentões tremendo de medo.

 

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O loiro correu rápido pelas ruas além da briga em que se metera se perdera no caminho para a escola. A primeira aula já devia ter começado há algum tempo. Virou uma esquina e finalmente viu a tão esperada escola. Por fora lembrava uma escola normal, mas ele sabia que era diferente. Poderia parecer uma escola de renome, mas todos que estudavam naquele colégio, todos que tinham ligação com ele, tinham algo com a máfia. Dês de políticos corruptos até chefões do crime, não só do Japão, mas até de outros países, da Ásia ou da Europa.

 

“Valhala”

 

Apesar de não saber o significado do nome achou-o muito interessante. Entrou correndo na escola um prédio de três andares ali só tinha o ginásio e o colegial. Correu por entre uns corredores até finalmente achar a sala que precisava ir. Por telefone mesmo eles informaram que era para ele ir diretamente para a sala de aula e depois para a diretoria, então lhe deram o número da sala e as instruções de como chegar lá. A sala era no terceiro andar, ao alto da porta tinha uma placa “3-C”. Bateu na porta estranhando o silêncio do local, sua antiga escola não era tão silenciosa.

 

- O que quer? - Perguntou um homem alto de cabelos arrepiados e verdes escuros, barba por fazer, abrindo a porta. Ele tinha um cigarro na boca. O loiro estranhou aquilo, definitivamente aquele cara não tinha jeito nenhum de professor parecia mais alguém suspeito.

 

- Aluno transferido. - Disse entregando um papel ao homem que leu rapidamente e depois olhou pro loiro de cima abaixo sorrindo como se encontrasse uma nova presa.

 

- Entre. - Ordenou o professor já se adiantando a frente da sala o loiro entra junto e fecha a porta atrás de si observa a sala. Parecia uma sala normal ao seu ver se já não soubesse que ali todos tinham ligação com o submundo. O professor pigarreou, tirou o cigarro da boca e soltou à fumaça. – Esse é o aluno transferido de Hokkaido seu nome é… - O professor olhou pro loiro que estranhou afinal seu nome tava no papel, mas resolveu dizer.

 

- Uzumaki. - Disse o loiro calmamente. – Uzumaki Naruto. - Algumas garotas olharam interessadas para o loiro, afinal ele era alto, tinha pelo menos um e oitenta de altura, uma postura ereta. Era consideravelmente bonito, os cabelos loiros arrepiados um tanto longos e os olhos azuis brilhantes. Em nenhum momento o loiro parara de sorrir, um sorriso grande e bonito.

 

- Isso mesmo. - Disse o professor com descaso. – Sente-se lá no fundo ao lado da janela. - Ordena o professor. O rapaz obedece e vai até o fundo observando alguns rostos no caminho. Um rapaz de olhos perolados e expressão séria, outro de cabelos castanhos como os olhos com tatuagens abaixo dos olhos, uma garota bela de cabelos rosa e olhos verdes, uma loira de olhos azuis celestes que sorriu pra ele, um sujeito estranho com uma gola alta escondendo parte do rosto e com óculos escuros, uma garota de olhos perolados e cabelos azuis petróleo bonita, mas tímida pois corou, quando este a encarou. Viu uma ruiva de olhos negros no canto oposto da sala, muito bonita, e por fim, antes de sentar na sua carteira, viu ao seu lado esquerdo um rapaz de cabelos negros como a noite e olhos ônix vazios e superiores.

 

Sentou-se na carteira, colocou a pasta ao lado da cadeira bocejou despreocupado e olhou para a lousa onde havia intermináveis números. Pensou que não tinha sorte por começar uma segunda de manhã já com matemática. Não que não fosse bom na matéria, mas achava um saco. Passou os olhos pela lousa calmamente e com descaso não tava a fim de escrever logo agora, ainda estava com sono. Deitou a cabeça sobre a mesa e fechou os olhos despreocupado. Provavelmente cochilou um tempinho antes de ouvir seu nome sendo chamado ao longe.

 

- Uzumaki. - A voz do professor chamava insistentemente fazendo o loiro se levantar o professor o encarava de maneira quase psicopata. – Já que está tão relaxado, acho que já sabe resolver esse problema. - O professor sorria zombeteiro afinal colocara um problema na lousa de nível universitário. – Então venha resolver.

 

- Hai. - Diz o jovem se levantando meio sonolento e nem ligando para uma ou outra risadinha na sala nem com o olhar superior do professor. Pegou o giz da mão do mesmo e encarou a lousa tentando se focar no problema e não no sono. Começou a resolver a equação gigantesca de forma rápida deixando as pessoas surpresas enquanto o viam fazendo aquilo com calma, sem parar. Colocou o último número, parou, observou a equação vendo um sinal errado logo no começo e o alterou sabendo que com aquilo seu final estaria certo. – Pronto. - Disse jogando o giz por professor e voltando pra sua carteira pensando em dormir de novo. O professor encarava o quadro negro impressionado, avaliando cada número, cada letra, cada mínimo erro possível, mas não encontrou nenhum. A equação estava perfeitamente resolvida.

 

- Muito bem. - Disse o professor antes que o jovem se sentasse. Murmúrios de surpresa se espalharam rapidamente afinal todos sabiam que o professor gostava de humilhar alunos colocando problemas e equações de níveis universitários ou maiores para estes não conseguirem resolver. – Mas onde você aprendeu isso? - Perguntou interessado o loiro olhou sonolento pro professor.

 

- Lendo. - Disse antes de deixar a cabeça cair de sono e dormir novamente uma veia salta na testa do professor pela insolência do aluno, mas o sinal toca e ele arruma suas coisas para sair dali. Alguns alunos se levantam a espera de outro professor e enquanto isso começam a conversar uns com os outros. Alguns chegaram até a carteira do loiro que parecia dormir, mas levantou a cabeça rapidamente ao sentir gente se aproximando assustando as duas garotas ao seu lado.

 

- Oi. - Disse o loiro sorrindo bagunçando os cabelos já revoltos.

 

- Olá. - Disse a garota de cabelos rosa e olhos verdes. – Meu nome é Haruno Sakura.

 

- E o meu é Yamanaka Ino. - Disse a loira de olhos celestes.

 

- Sou o Naruto. - Disse o rapaz sem se importar em apenas usar o primeiro nome. –Podem me chamar assim se quiserem.

 

- Então, Naruto. - Começou Ino interessada. – Como era a escola que você pertencia?

 

- A pior de Hokkaido. - Disse o rapaz calmamente.

 

- Por que veio para Tókio? - Perguntou a garota de cabelos róseos.

 

- Vim matar uma pessoa. - Respondeu o loiro sem se alterar. As duas se olharam interessadas naquilo, mas quando voltaram seus olhos pro rapaz este estava em pé.

 

- Vocês duas de volta para suas carteiras. - Diz a professora a frente da sala sobressaltando as alunas que voltaram pros seus lugares. Logo o loiro se sentou como todo mundo. – Meu nome é Anko e vou ensinar a vocês Física esse ano. - Disse ela fazendo o loiro gemer baixinho. A professora lançou um olhar gélido ao rapaz que sorriu de volta. Ele não podia acreditar que ia ver números de novo.

 

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Finalmente o sinal do intervalo bateu fazendo o loiro sair do seu sono leve. Dormira na aula de geografia, pelo menos ele pensava ser geografia, bom não se importou apenas pegou sua maleta e saiu da sala. Não planejava ir embora, mas não sabia se iria pra fora da escola. Adentrou pelo corredor e viu algumas pessoas encarando ele, provavelmente se perguntando quem era ele ou algo parecido. Desceu rapidamente os lances de escada a fim de ir para fora, mas, antes de sair, sentiu um cheiro bom no ar. Resolveu seguir já que não tinha nada de interessante pra fazer. Depois de um tempo ele se viu na frente do que lembrava muito a ele uma barraca de Ramen e se perguntava o que diabos uma coisa dessas estava fazendo dentro de uma escola. Pelo jeito era popular já que tinha muitos alunos fazendo pedidos.

 

- Seu pedido? - Perguntou uma jovem de cabelos castanhos ao rapaz que estranhou.

 

- Ramen de porco com legumes. - Falou o rapaz rapidamente não adiantava ficar pensando muito e afinal adorava Ramen. Se sentou num banquinho vago na barraca e olhou um velho senhor preparando o alimento com cuidado.

 

- Aqui está. - Disse a jovem lhe entregando uma tigela. Naruto olhou para a tigela como se uma criança descobrisse que o natal chegou mais cedo.

 

- Itadakimasu. - Diz comendo apressadamente seu ramen não ligando para as pessoas a volta que ficavam surpresas por alguém conseguir comer tão rápido sem engasgar. Distraído com sua comida o loiro nem percebe a aproximação de alguém que esbarra nele. O caldo do ramen espirrou nas roupas da pessoa que parou ao lado do rapaz que fingiu não ter notado.

 

- Ei, novato. - Disse a pessoa estranha ao seu lado. O loiro ainda sim ignora até que termina o ramen, segundos depois, depositando a travessa na mesa com calma e se virando para o estranho. Ele tinha o cabelo raspado de forma curtíssima.

 

- Oi careca. - Disse Naruto cumprimentando o estranho que tinha cara de poucos amigos e ao ouvir aquilo uma veia saltou em sua testa, seus olhos negros brilharam assassinos em direção do loiro que não se intimidou.

 

- Vai à merda desgraçado. - Disse o rapaz careca socando Naruto que cai do banco no chão e rola pra fora da barraca de ramen se levantando rapidamente.

 

- Ei cara, isso doeu. - Comentou o loiro balançando a cabeça atordoado nunca recebera um soco como aquele, parecia que seu cérebro estava balançando em seu crânio. – Tá querendo morrer?

 

- Essa pergunta é minha. - Falou o careca apontando para a camisa onde tinha uma mancha onde caíra o caldo do ramen. – Peça desculpas ajoelhado e juro que só te bato um pouco. - Naruto sorriu largamente para o estranho.

 

- Vai se ferrar. - Disse o loiro. Então algo estranho aconteceu. O careca sumiu e apareceu na sua frente lhe acertando o estômago fazendo o loiro se curvar. O ar escapara de seus pulmões.

 

- Última chance. - Falou o careca sorrindo vitorioso.

 

- Desgraçado. - Naruto gritou dando um forte gancho no queixo do careca que ficou surpreso com aquilo ainda mais quando seus pés abandonam o chão e é arremessado a um metro para trás caindo de costas. O careca sentiu o mundo tremer ao seu redor, mas conseguiu, com dificuldade, se colocar de pé.

 

- Você é um usuário de chi? - Perguntou o rapaz afinal era impossível alguém fazer aquilo apenas com força bruta, mas analisou melhor o loiro e nele não havia nem traço de chi sendo usado intencionalmente.

 

- Do que você ta falando? - Perguntou Naruto desinteressado achando que tinha batido forte demais do careca afinal ele estava falando coisas estranhas. – Cai dentro rapa. - Disse Naruto avançando. Desviou de um soco do careca e acertou um no peito dele, mas viu que o careca o deixara acertar apenas para lhe distrair, pois em seguida um chute alto de perna direita veio na direção do loiro. Não dava para desviar e ele sentiu o golpe forte como o concreto acertar o lado do corpo bem perto do rim, suprimiu a dor e rapidamente agarrou a perna do careca.

 

- Me solta desgraçado! - Urrou o careca sentindo uma forte pressão em sua perna. Naruto sorriu e começou a girar fazendo o careca sair do chão e girar junto. O loiro continuava cada vez mais rápido, quando soltou a perna do adversário este foi lançado rapidamente em direção de uma árvore onde bateu a cabeça. Sua vista já estava embaçada o loiro se aproximou dele vendo que o careca estava zonzo, mas voltaria logo a combate então olhou para o braço direito dele largado de lado, pegou e puxou com violência.

 

O careca urrou de dor ao sentir o cotovelo e o ombro serem deslocados em seguida o loiro apertou fortemente o cotovelo do careca até ouvir um forte barulho de algo quebrando e o braço do careca se dobrar para um lado totalmente fora do natural. Este gritou com a dor lancinante caindo de lado. O loiro sorriu e pisou no braço quebrado do adversário de propósito. Os olhos sempre alegres do rapaz causaram arrepios no careca que já chorava de dor, pois ele viu ali, bem no fundo daqueles olhos, a frieza de alguém que vivera em um mundo de lutas.

 

- Da próxima vez que me ver, curve-se. - Ordenou Naruto encarando os olhos do careca e pisando mais forte no braço quebrado dele. – E da próxima vez que me desafiar quebrarei seu pescoço. - Ele tirou o pé do braço do adversário que ainda sentia dores. – Agora vá. - Ordenou o loiro. O careca se levantou com dificuldade e caminhou cambaleante em direção do prédio da escola provavelmente procurando socorro médico.

 

- Impressionante. - Falou alguém ao lado de Naruto o fazendo se virar e ver quem era. Lembrou vagamente daquela garota da sala, aquela ruiva de olhos castanhos e quentes sorria para ele. – Já te disseram que você tem uma força sobre humana?

 

- Já. - Respondeu Naruto calmamente olhando em volta, poucas pessoas realmente olhavam para ele pareciam não demonstrar interesse. Será que o cara que derrotara era fraco ou era apenas a discrição do submundo? Não sabia responder. – Seu nome? - Perguntou o loiro meio confuso não sabia o nome da garota.

 

- Me chamo Marie. - Disse a garota calmamente. – Manna Marie.

 

- Estrangeira? - Perguntou o loiro mais para si do que para a garota que percebe e não diz nada. - Bem eu sou Uzumaki Naruto.

 

- Está interessado em conhecer a escola? - Perguntou a ruiva calmamente. O loiro não viu mal nenhum nisso e tinha de saber mais sobre as pessoas ali.

 

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- Você é bem esperto Naruto. - Disse Marie ao loiro quase no fim da aula do primeiro dia do loiro, este sorri para ela de forma calma.

 

- Eu nunca fui alguém de ficar muito tempo na escola e sempre fui de arrumar confusão, ou melhor, elas que me perseguiam, mas mesmo assim sempre quis saber mais. - Respondeu o loiro como se aquilo fosse à coisa mais normal do mundo. – Conhecimento é um dom.

 

- E uma maldição. - Respondeu Marie de forma calma. – Quanto mais se sabe mais vai ser tentado. - O tom de voz dela ficou distante agora. – Onde conseguiu uma força daquelas?

 

- Desde que eu era pequeno tenho uma força física anormal. - Diz o Loiro se levantando ao ouvir o sinal. – O médico diz que meus ossos são mais densos e duros do que o costume e que a constituição dos meus músculos são anormais. Nunca entendi o por que disso. - Os olhos da ruiva brilharam com aquilo apesar do loiro não perceber.

 

Ambos saíram da sala juntos sorrindo. Algumas pessoas olharam para aquilo estranhando. O loiro notou que tinha pessoas que olhava pra ele de forma desagradável como se não gostassem que ele fizesse companhia a garota. Desceram os primeiros lances de escada numa boa, mas o rapaz ainda sentia olhos em suas costas, seus sentidos estavam a mil, ele não sabia o que estava acontecendo, mas ali tinha perigo.

 

- Ei Manna. - Disse alguém alguns degraus acima de onde Naruto e Marie estavam. A ruiva se virou fazendo o loiro também se virar. – Venha aqui. - Ordenou a pessoa que chamara a ruiva. O loiro analisou essa pessoa de maneira quase predatória e ela deve ter percebido, pois se mexeu incomodada, mas Naruto sabia que ele havia levantado a guarda. Analisou aquele cara de cima a baixo. Cabelos negros como as trevas, olhos também negros e sombrios, pele quase que anormalmente clara, a expressão de eterno tédio e superioridade que irritaram o loiro.

 

- Depois. - Disse Marie de forma clara e limpa sem demonstrar respeito por aquele rapaz. Logo alguém de cabelos cinzentos desceu os poucos degraus que davam para o segundo andar e agarrou a jovem pelo braço com força. Naruto viu, por milésimos de segundos, uma expressão de dor no rosto da nova amiga. Fechou os punhos de modo automático e, com uma rapidez que ninguém conseguiu prever, acertou um soco naquele outro de cabelos brancos bem ao meio da face o fazendo largar a ruiva que pareceu surpresa com a reação. O cara de cabelos brancos voou um pouco para trás e caiu de costas no chão meio inconsciente meio consciente.

 

- A próxima vez que você fizer isso… - Disse olhando para o moreno acima nas escadas, os olhos azuis do loiro pareciam pegar fogo. – Eu te mato.

 

- Depois eu falo com você Uchiha. - Disse Marie pegando o braço de Naruto pronta para arrastá-lo dali. Ela parecia surpresa com o ato do loiro e ainda mais por ele ter conseguido mesmo acertar um soco naquele de cabelos cinzentos que tentava se colocar de pé inutilmente.

 

Repentinamente aquele Uchiha apareceu à frente do loiro que ficou confuso, nunca vira alguém se mexer tão rápido. Em seguida um único golpe no peito de Naruto o lançou a quase dois metros de distância o fazendo bater em uma parede. Ele sentiu a dor se espalhar por seu corpo, mas não caiu. Ficou em pé encarando o Uchiha que não exibia nenhuma expressão de vitória ou sorriso. O Uchiha mais uma vez desapareceu da vista do loiro que ficou perdido e resolveu ignorar os olhos. Sentiu um arrepio na espinha e desferiu um soco na direita, em seguida o Uchiha foi arremessado na direção das escadas e caiu nos degraus tonto, com um filete de sangue escorrendo pelos lábios. Parecia mortalmente surpreso por ser atingido. Mais pessoas se aglomeravam para ver a luta do novato contra o Uchiha.

 

- Hoje você morre. - Disse o Uchiha tentando se levantar, mas sentiu tudo ao seu redor tremer e caiu sentado de novo. Naruto sorriu superior enquanto o Uchiha tentava saber como um soco daqueles poderia tê-lo afetado tanto. Quando o loiro estava perto algo o lançou para trás o fazendo cair deitado.

 

- Mas que Porra. - Falou Naruto se levantando querendo saber o que o lançara para trás olhou para frente e o Uchiha estava de pé os olhos negros exibiam uma vontade de matar incrível. Ambos correram um em direção do outro, Naruto tentou acertar mais um soco no moreno que desviou por centímetros e encostou a palma da mão no peito do loiro que não entendeu até ver faíscas saindo do corpo do Uchiha.

 

- Morra. - Disse o Uchiha e todo o corpo dele foi tomado por faíscas elétricas que foram direcionadas para o loiro que tremeu forte com a descarga elétrica e foi mandado para trás batendo uma janela que se quebra e caindo de peito no chão sem se mexer. Marie chega perto de Naruto e se abaixou perto dele vendo, preocupada, o pulso do loiro.

 

- Está morto. - Disse ela olhando para o Uchiha. – Você o matou.

 

- Ele mereceu. - Diz o Uchiha limpando o sangue que ainda escorria pelos lábios dando as costas. – Da próxima vez que eu lhe chamar obedeça na hora. - Disse indo embora quando sentiu algo esquentar na face direita passou a mão nela e olhou os dedos. Sangue. O rosto estava cortado. Lembrou que ali fora onde o loiro acertou de raspão. Pensou que havia sido ótimo ter matado ele antes que se tornasse um problema.

Antes de começar a descer as escadas ouviu murmúrios surpresos, talvez por ver alguém morto no corredor, mas eles cresceram de tal forma que se virou e ficou aterrorizado.

 

O tal loiro estava de pé, seus olhos sem vida encaravam o Uchiha com tal intensidade que este jurava ser sugado para o mundo dos mortos. Era claro que o novato estava morto ou deveria estar, mas ele se levantara. Por um instante o Uchiha sentiu medo ainda mais quando viu o loiro dar um passo em sua direção. Ficou em guarda, pronto para agora perfurar o coração dele quando este mais uma vez caiu no chão. Alguém tomou a frente do Uchiha que só viu cabelos rosas, depois disso, deu as costas pensando que seu problema fora finalmente resolvido.

 

- Suigetsu, vamos. - Disse chamando o rapaz de cabelos cinzentos que ainda estava no chão este se levantou meio cambaleante e seguiu o moreno.

 

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Sua cabeça doía incrivelmente, seu corpo também estava dolorido e formigando tentou se mexer, mas a dor se tornou mais forte então resolveu ficar quieto até que aquele maldito formigamento passasse. O sono fora bom, mas parecia que não tinha sido o suficiente. Ele sabia que poderia dormir por mais três dias, mas ainda não se lembrava por que se sentia dolorido, até que a imagem de dois olhos negros inexpressivos veio a sua mente o fazendo se levantar com pressa quase pulando da cama. Olhou em volta confuso. Não sabia onde estava, nem o que estava fazendo. Olhou pra si mesmo e viu que estava sem camisa e se lembrou que fora derrotado. Sorriu. Há muito tempo isso não acontecia, há muito tempo ninguém o derrotava, mas aquele maldito pagaria.

 

- Você deveria descansar. - Disse alguém à esquerda do loiro. Ele se virou e viu a garota de cabelo rosa da sua classe, o nome era Sakura. – Você voltou dos mortos, literalmente. - Disse a garota de olhos verdes. – Eu apliquei os primeiros socorros e fiz seu coração bater de novo, mas da próxima vez não se meta com Uchiha Sasuke.

 

- Sasuke. - Disse Naruto sorrindo em seguida causando arrepios na jovem. – Eu vou matá-lo. - Disse o loiro se levantando, mas se sentiu tonto e caiu sentado na cama ai que notou que a direita estava Marie dormindo numa poltrona ao lado de sua cama.

 

- Ainda não está pronto pra fazer movimentos bruscos. - Disse Sakura em tom profissional. – Deve descansar por um tempo, depois pode voltar para a escola, mas não se meta em problemas de novo, afinal, não estarei sempre por perto para ajudá-lo. - Sakura parou de falar ao notar que ele não prestava atenção apenas olhava a garota ruiva cochilando. A face esquerda dela estava roxa com alguns cortes. – Aquilo foi por ela ter desobedecido o Uchiha, um castigo leve devo dizer.

 

- Eu vou espancar esse cara até ficar cansado. - Disse Naruto em tom de fúria segurando com força na cabeceira da cama. Pela primeira vez Sakura não via luz naqueles olhos. A cabeceira de metal simplesmente dobrava diante do aperto da mão do rapaz. – Onde ele está?

 

- E você vai fazer o que quando o encontrar? - Perguntou Marie que havia acordado com o barulho de metal sendo esmagado. – Servir de saco de pancadas de novo? - Ela olhou para Sakura que pareceu entender e deixou a enfermaria deixando ambos só.

 

- Não importa como. - Disse o loiro. – Eu vou fazê-lo pagar por isso.  - Falou de maneira dura e Marie, por milésimos de segundos, pensou que os olhos azuis haviam ficado vermelhos.

 

- No seu estado atual você não conseguira nem ao menos tocá-lo de novo. - Disse Marie se levantando da poltrona, ela encarava duramente os olhos do Naruto. – Quanto você está disposto para ficar forte?

 

- Até o inferno. - Disse o loiro abrindo um sorriso sinistro nos lábios. – E se o paraíso tiver a chave eu arrombo os portões e vou pra lá também.

 

- O que você veio fazer aqui? - Perguntou Marie. Aquela resposta do loiro ela não conseguira prever. Não conseguia achar nem mesmo um momento de hesitação nas palavras dele, nem de mentira.

 

- Me tornar forte. - Disse o loiro de maneira clara. – O mais forte do submundo.

 

- Por que? - Perguntou Marie. – Por que procura ser o mais forte dentro do submundo se com certeza seria o mais forte em uma vida normal praticando algum esporte?

 

- Porque quando eu me tornar o mais forte. - Começou o loiro de maneira calma. – Eu irei destruir as regras do submundo e imporei minhas próprias leis. Apenas o mais forte pode fazer isso e eu farei.

 

- Aquele poder que o Sasuke usou em você chama-se Chi. - Disse a garota ainda tentando ver se o loiro mentia ou hesitava, era incrível, parecia que tudo que ele falava era verdade.

 

- Chi? - Perguntou o loiro. – Mas que diabos é isso?

 

- Você realmente não tem idéia do que é chi? - Perguntou a ruiva estranhando. Com a potência daqueles socos que o loiro desferia jurava que ele usava Chi nem que fosse o mais básico entre os básicos. – Coloque a camisa e venha comigo, te levarei a alguém que lhe ensine Chi. - Disse ela dando as costas para o rapaz que pegou a camisa num canto da enfermaria e logo a seguiu.

 

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- Yo Manna. - Disse um homem, de cabelos brancos e com metade da face oculta, para Marie que sorria para ele calmamente. – Vejo que o Sasuke exagerou na punição. Eu já disse pra ele não machucar uma mulher desse jeito. - Disse o homem só agora notando o jovem loiro atrás da garota. O Rapaz parecia curioso com o lugar que estavam, era mais um restaurante chique bem longe da escola. – É seu mascote?

 

- Eu lá sou animal pra ser mascote de alguém? - Perguntou Naruto de maneira brusca não entendia do por que estava sentado numa mesa de um restaurante chique de Tókio conversando com um homem que nem mostrava o rosto ainda.

 

- Eu o trouxe para que você explicasse a ele o que é Chi e talvez o treinasse. - Disse Marie ignorando o loiro que não gostou nada disso. – Então Kakashi-sensei você poderia explicar?

 

- Explicar? - Perguntou o homem de forma calma olhando pro loiro que finalmente parecia interessado no rumo da conversa. – O termo Chi, ou Qi, pode ser associado de um modo bem amplo ao conceito ocidental de energia: diferentes ideogramas com este mesmo som representam em chinês a energia dos alimentos, do ar e a energia pré-natal. - Naruto escutava de forma calma aquilo. - Referências ao Qi, ou conceitos filosóficos semelhantes relativos a um tipo de energia metafísica que permeia e sustenta os seres vivos, são encontradas em vários sistemas de crenças, presentes em culturas de todo o mundo, especialmente na Ásia.

 

“Apesar do conceito de Qi ser muito importante em diversas filosofias orientais, sua descrição é variada e inclui aspectos conflitantes entre as diferentes versões. Algo natural considerando-se os milhares de anos, os diversos países e grupos sociais que participam da elaboração desta tradição. Uma questão significativa é a de se o Qi existe como uma força separada da matéria, se o Qi surge a partir da matéria ou se a matéria surge do Qi.”

 

- Chi, Qi? - Perguntou Naruto meio confuso com aquilo tudo. – Energia por sobre a matéria? - Ele tava perdido não encontrava nada lógico ali, apenas confusão. – Mas do que vocês tão falando? - Viu Kakashi suspirando olhando com desinteresse pra si.

 

- Desculpe Marie-chan, mas ele não tem nenhum talento. - Disse o homem ignorando Naruto. – Enquanto eu explicava, eu analisei ele e não vi nenhuma gota além do normal de chi. Nem mesmo em desenvolvimento e seria muito trabalhoso começar a ensinar alguém sem talento do zero.

 

- Quem você ta chamando sem talento? - Gritou Naruto se pondo de pé. Várias pessoas se viraram para ele que ignorou tudo.

 

- Naruto, calma. - Disse Marie em tom calmo. – Não tem ninguém que você possa indicar?

 

- Tem um homem de cabelos brancos já de idade que vive em um bar cabaré não muito longe daqui. Dizem que ele conhece o conceito básico de Chi, mas ninguém sabe quem ele é. - Disse Kakashi não se importando muito com o que dizia, se alguém conhece os conceitos de ensinamento de chi, mas não era conhecido no submundo então não era muito importante. – Ele se diz um eremita que viveu muito tempo nas montanhas. Vá atrás dele e pergunte se ele ensina vocês.

 

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N/A: Nova fic que quero que vcs me digam se começou bem entaum comentem bastante e T+

 

 

Nota da beta: Mandem reviews senão ele vai ficar muito brabo.