I can't run away - Part 3 Fim escrita por Kethy


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Sabe eu realmente não ia escrever uma parte três, mas fazer o que amo essas*ones. Bem aproveitem o drama e agora acabou de verdade u.u



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Eu caminhava em direção ao vestiário, deveria estar vazio à uma hora dessas, mas acontece que eu esqueci o raio do meu telefone. Depois de cruzar a quadra que estava sendo limpa... Ou melhor, não limpa pelo zelador, que tirava um cochilo. O gorducho velho roncava alto no banco dos reservas. Dei um risada e adentrei o corredor cinza abaixo das arquibancadas.

Meus passos ecoavam pelo lugar, o deixando um pouco mais sinistro que o normal. Fazia quase duas semanas desde, que eu havia feito aquilo com Nico, pela segunda vez. Na manha seguinte tudo que Nico fez foi chorar, eu não entendia realmente o por que. Eu o abraçara, mas ele apenas parou de chorar subitamente, me chamou de “Mentiroso.” Eu era realmente um mentiroso e... Eu me arrependo muito por ter feito aquilo, Nico estava emocionalmente instável.

Tudo que eu fiz foi lembrá-lo disso, eu queria poder me desculpa, mas ele me expulsou de lá, antes que eu ao menos abrisse a boca para dizer qualquer coisa. Eu fiquei na porta implorando para eu ele a abrisse, eu nem preciso dizer que fiquei lá por horas. Desde então ele me evita, não de tudo, mas não fala uma palavra se não for necessário. Não olha para mim se estamos sozinhos ele desaparece, eu tentei, mas eu não consigo conversar com ele.

Adentrei o vestiário, suspirei entrando no corredor, que era dividido pelas fileiras de armários, ultimo a esquerda. Abri o meu e me agachei revirando o engradado, que ficava ali no fundo, havia roupas faixas e outras coisas. Encontrei o aparelho e o enfiei no bolso, me levantei e fechei o armário. Ouvi o barulho da porta, sendo aberta e logo depois fechada, talvez mais um azarado.

-Então o que você queria falar comigo? – ouvi a voz de Percy, sinceramente eu queria sair dali, mas também estava curioso.

-É melhor você se sentar. – ouvi a voz de Nico, NICO! O que ele queria falar com Percy? – Prometa que não vai contar a ninguém.

-Como assim? – indagou ele sua lerdeza devia estar agindo. – Prometo. – disse dois séculos depois.

-Eu vou direto ao ponto então... – começou Nico com a voz tremula e eu estava apreensivo. Percy... Eu gosto de você.

Ele soltou e eu achei que meu coração ia saltar pela minha boca, um silêncio mortal tomou conta do lugar.

-Mas o que você está dizendo? – indagou Percy e eu sabia que ele sorria sem realmente entender. – Eu também gosto de você. – o menor bufou.

-Não, eu gosto de você como... Como você gosta de Annabeth. – disse Nico com pesar.

Peguei o telefone no bolso e passei a observar o reflexo deles, Nico estava de pé com as roupas pretas de sempre. Percy estava sentado no banco apoiado pelas mãos, seu olhar era tanto surpreso quanto confuso.

-Eu te amo. – disse o menor.

-Nico eu... Eu não sei bem o que dizer. – ele se levantou. – Eu te amo, mas não desta maneira.

Nico cobriu o rosto com as mãos e Percy o abraçou.

-Me desculpe Nico, mas eu não posso corresponder a isso. – disse Percy. – Como você disse, amo Annabeth e... – ele hesitou e então suspirou. – Não acho que você queira ouvir mais algumas coisa, me desculpe, vou embora tudo bem?

Ele deu um beijo em sua testa, o soltou e saiu pela porta, ouvi os soluços abafados e Nico caio de joelhos. De certo modo eu queria bater em Percy, mas nesse momento, eu só queria ir até Nico. Mas caso eu ousasse fazer isso ele me odiaria, mais talvez, nunca mais olharia na minha cara? Ele parou subitamente e limpou o rosto, retirou a camisa ao se levantar e foi retirando o restando sumindo de minha vista.

Guardei o aparelho no bolso, e caminhei até a outra ponta do armário, onde pude ver a entrada para os chuveiros. Logo ouvi o barulho da água correndo, deslizei até sentar no chão, ele ainda amava Percy. Depois de todo este tempo. Não é como se eu estivesse com, ciúmes eu podia cortar para os dois lados, mas não amava Nico. Depois de um tempo me levantei e fui até lá.

Ele estava no penúltimo boxer, que era um muro de cerâmica branca que batia na altura do umbigo. Ele estava com a testa escorada na lajota, a água caia sobre suas costas claras, pude ver arranhões em seus braços. Ele abraçou a si mesmo, não conseguia ver seu rosto por causa dos cabelos desgrenhados e agora encharcados, com mechas coladas ao rosto.

-Nico? – chamei, sem resposta por parte do menor. – Por que está tomando banho agora?

-Você ouviu? – murmurou ele tão baixo que eu quase não entendi a pergunta.

Pensei e contar a verdade, mas soaria como: “Ah, seu eu ouvi sua declaração desastrosa ao seu amor platônico de anos? Sim, por que?”

-Ouvi o que? – indaguei me aproximando devagar.

-Nada, eu queria ficar sozinho Jason. – disse ele um pouco mais alto. – O que veio fazer aqui?

-Ah, eu esqueci meu celular. – disse e ele ergueu os olhos para mim.

Os olhos avermelhados e brilhantes num castanho quase negro, lindos, seus lábios tremiam.

-Vá embora! – exasperou ele. – Eu só quero ficar sozinho, por um instante, por favor!

-Nico, por que está me evitando? – indaguei e seus olhos mudaram de nervosos para suplicantes.

-Por que eu me apaixonei por você. – disse ele e eu engasguei com o ar. – Sei que para você foi só sexo, você nunca vai me corresponder, e mesmo que façamos outra vez, jamais passará disso!

Eu não tinha uma resposta, por mais que doa o que ele dizia, era a mais pura verdade. Eu nunca iria amá-lo desta forma, o olhei e ele me encarava com os orbes negros e gélidos. Mesmo que eu quisesse como poderia ficar com Nico? Eu não era gay para inicio de conversa e nem nunca seria, eu apenas... Queria sexo.

-Eu deixei de amar Percy. – disse e chorou mais um pouco. – E agora amo você. Eu queria não ter de... Sentir.

O puxei para um abraço, e ele pareceu me surpreso.

-É verdade que eu não te amo desse jeito, mas sei que um dia você vai encontrar alguém que ame. – disse não me importando de me molhar.

-Fica comigo está noite Jason? – indagou ele muito baixo.

Suspirei e o soltei, fechando o registro do chuveiro, e colocando uma toalha sobre seus ombros.

-Nico eu não quero te magoar. – disse ainda segurando seus ombros. – Não uma segunda vez.

Beijei sua testa.

-Me perdoe Nicolas, mas está noite não. – disse e me virei caminhando para fora, parei e voltei selando nossos lábios e o envolvendo em um beijo terno. – Se eu pudesse correspondê-lo, com certeza eu o faria. Soldatino.

~*~

Cinco dias depois Nico foi encontrado, morto em seu quarto, por sua meia irmã Hazel. Ele havia tomado cianureto, foi dito eu ele pegou na faculdade, já que tinha acesso liberado ao laboratório. Era assistente do professor, então saia e entrava a hora que bem entendesse, não havia nenhuma regra, então o professor não foi punido. Quem me deu a noticia foi Reyna, que chorou em meu ombro por algumas horas.

Nesse momento as pessoas se dispersavam do cemitério, eu reconheci a maioria, mas ninguém que realmente se importasse com o garoto. Uma garoa fria cobria o lugar, o deixando mais sombrio do que já era. Retirei meu casaco e joguei no chão, me sentando sobre o mesmo, encostei as costas na lápide. Talvez alguém me advertisse que era desrespeitoso, mas as pessoas já havia ido embora.

A pedra negra e fria me causava arrepios, olhei para o céu totalmente cinza, será que chovia sempre em enterros? Gotículas de água umedeciam meu rosto , e pela primeira vez depois de tanto segurar deixei que as lágrimas rolassem. Ouvia passos vindo em minha direção, mas eu nem me importei em ver quem era, até que ele jogou o casaco do meu lado e se sentou também.

Olhei de canto encontrando os orbes verdes, avermelhados e com talvez algumas olheiras.

-Como está sendo para você? – indaguei voltando-me para o céu.

-Doloroso. – ele suspirou. – Eu... – começou ele com receio. – Eu acho que a culpa é minha. – olhei para ele que desviou os olhos. – Nico, ele havia se confessado um pouco antes de...

-Eu sei. – o cortei. – Eu estava lá.

-Você viu tudo? – indagou ele sem nenhum vestígio de surpresa na voz. Assenti. – Falou com ele?

-Sim. – respondi.

Levantei-me e recolhi o casaco agora sujo de terra, ou seja, lama. Jackson fez o mesmo, mas ele continuou agachado e plantou uma flor prateada ali, bem aos pés da lápide. Limpei as lágrimas inutilmente enquanto outras já me escapavam, olhei o moreno ao meu lado que estava na mesma situação. Toquei seu ombro e ele me fitou, por um tempo, suspirei.

-Eu queria realmente poder lhe culpa. – disse eu, ele franziu o cenho. – Mas eu tenho certeza de que a culpa foi minha.

Ele continuou a me encarar e eu me virei começando a caminha, ele veio atrás de mim.

-Sem falar que te culpa, não vai trazê-lo de volta.

-Mesmo curioso para saber o motivo pelo qual você se culpa, não vou perguntar. – disse o moreno caminhando ao meu lado. – Lhe direi algo, se culpa agora não vai adiantar nada. – o fitei recebendo um sorriso, sincero. – Nico realmente gostava de você, tenho certeza de que não iria querer lhe ver assim.

Ele deu um soco em meu ombro e saiu correndo, olhei para trás e pude distinguir a flor prateada em meio às outras. As lágrimas voltaram e minha visão já se tornava turva.

-Me perdoe Nicolas.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por todos que leram e espero que eu tenha sido pouco dramática, ou nem um pouco odeio coisas tristes. Mary te amo e isso foi só por vc >3< Agr esperar Vandangelo bjs