Clichê escrita por desjeitos


Capítulo 3
Capítulo 3




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Sair da cama no dia seguinte foi uma luta. Repetir as ações do dia anterior foi quase automático, a única diferença foi que meu pai resolveu me levar até a escola. Paramos o carro, ele deu um beijo em minha testa e eu entrei.

Sentei no mesmo lugar que havia me sentado ontem antes de me mudar para o lado de Amanda. Coloquei meus fones de ouvido e só os tirei quando eu senti a presença da ruiva ao meu lado. Tirei os fones e a encarei:

– Bom dia... –ela disse.

– Mal dia, 7:20 da manha era pra eu estar dormindo e não aqui

– É mesmo horrível acordar cedo.

– Concordo....

– Bom, eu só queria agradecer por ontem.

– O que eu fiz?

– Me defendeu ué, nunca ninguém fez isso por mim, pelo menos não aqui.

– Não foi nada.

– E você gosta mesmo d-d-de de...

– Meninas? Pode se dizer que sim, eu gosto dos dois.

– Entendi... E tudo bem se eu sentar aqui? Por que você é a única que fala comigo.

– Claro! Mas não liga se eu for grossa ou chata é que eu sou um lixo de manhã.

– Tudo bem – ela disse rindo.

O professor entrou em sala e nós voltamos nossa atenção para ele. Passamos a aula toda conversando, nós tínhamos muita coisa em comum, parecia que éramos amigas a anos, a aula até acabou passando rápido.

Aquele dia foi melhor que o anterior, ninguém tinha se dado ao trabalho de falar comigo e não seria eu a tomar tal atitude. Acabei me dando conta que nunca parei pra reparar em ninguém daquela sala e resolvi deixar por isso mesmo, supus que todos seriam como Miguel.

No final da ultima aula Amanda me perguntou:

– Ontem eu estava indo pra casa e ti vi indo embora de skate, você mora aqui perto?

– Moro naquele condômino asa sul sabe? É uns dez minutos daqui de skate, mas hoje eu vou ter que ir andando então acho que vou demorar um pouco mais.

– Mentira! Eu moro lá também, na primeira rua. Sua casa fica no fundo ou no começo?

– No fundo! É a ultima casa.

– Ah é! A casa vazia. Eu sempre invejei o seu jardim, é gigante! Minha casa não tem espaço pra isso.

– Um dia eu deixo você ir me visitar.

– Para sua sorte de terça e quinta minha mãe não tem como me buscar e eu tenho que ir andando pra casa, então você terá o prazer da minha incrível companhia.

– E quem disse que eu quero? – disse rindo.

Amanda me mostrou a língua, e agarrou meu braço me arrastando para fora da sala. Andando juntas o caminho pareceu muito mais curto, nos conhecemos à apenas dois dias e já tínhamos milhares de assuntos em comum. Ela entrou na sua casa e eu fui para minha. Repeti meu ritual diário e me joguei na piscina.


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