Clichê escrita por desjeitos


Capítulo 16
Capitulo 16




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Cheguei na escola segunda de manhã e Amanda já estava lá:

– Bom dia amiga.

– Bom dia! - ela abriu um sorriso.

– Por favor, me poupe da sua felicidade matinal.

– Sinto muito, mas não vou conseguir me conter já que estou na-mo-ran-do!

– Ah não! Socorro! - escondi meu rostos com minhas mãos.

– Bom dia gente! Posso me sentar aqui? - tirei as mãos do rosto e vi Bruna, mais linda do que nunca de pé a nossa frente.

– Claro que pode! - Amanda disse entusiasmada.

– Mas e ai, qual é o assunto? - Bruna perguntou.

– O assunto é que eu agora sou um menina comprometida! - A ruiva abriu um sorriso maior ainda.

– Mentira! Pode me contar tudo! Com quem? Desde quando? Quero saber todos os detalhes.

As duas começaram uma conversa sobre como tudo aconteceu e eu não fiz questão de prestar nenhuma atenção. Acho que nunca fiquei tão feliz em ver um professor entrar na sala.

Assisti as duas primeiras aulas antes do intervalo em silencio. Quando o sinal bateu desci sozinha até a cantina para comprar nossos lanches. Comprei um pacote de biscoito pra mim e pra Amanda e um bolo que a Bruna queria.

Quando voltei para a sala as duas ainda falavam sobre namoro e eu realmente não queria ouvir, coloquei meus fones de ouvido e vi o intervalo se passar sem eu me manifestar.

As outras aulas se passaram e o segundo intervalo não demorou a chegar, Amanda se levantou para ir ao banheiro e me deixou sozinha com Bruna.

– Por que você esta quieta hoje?

– Não estou...

– Claro que esta! É por que sua prima esta com a Amanda?

– Não, eu só não gosto desse assunto....

– Que assunto?

– Esse assunto de namoro.

– Mas por que?

– Porque sim! Para de ser curiosa.

– Isso eu não consigo, sinto muito. - ela riu - bom, sera que alguém já partiu seu coração? - ela levantou uma das sobrancelhas.

– Não, eu nunca nem namorei pra sua informação - mostrei a língua.

– Serio? - ela me pareceu um pouco surpresa.

– Serio!

– Então você não acredita no amor, só pode ser isso.

– Olha aqui ....

– Caramba, acho que eu ainda estou com fome.... - Amanda chegou nos interrompendo - putz, foi mal, atrapalhei a dr - eu e Bruna deixamos de nos encarar para encarar a ruiva.

– Não atrapalhou nada! - coloquei meus fones um pouco irritada e me distrai com a musica que tocava.

Como ela podia pensar que eu não acreditava no amor? Todo mundo acredita no amor, certo? Errado? Eu acredito no amor? Eu nunca me apaixonei de verdade, nunca senti nada serio por ninguém, eu não sabia o que era isso, ter alguém do lado pra tudo. Acho que na verdade o problema não é que eu não acredito no amor, na verdade, eu não conheço o amor.

Fui pra casa sem Amanda como faço normalmente, eu estava com meu long então acabei indo pelo caminho mais longo e com mais ladeiras. Estava ouvindo musica e sentindo o vento brincar com meus cabelos. Demorou até eu resolver ir pra casa.

Cheguei com fome, mais a fome não ganhava do calor que estava sentindo. Eu estava um pouco suada, então tirei a camiseta que já estava praticamente grudada no meu corpo e o shorts que vestia junto com o vans que calçava. Entrei na agua de calcinha sutiã e também com a meia que acabei esquecendo de tirar. Nadei por uns minutos antes de emergir e tomei um susto quando vi Bruna me encarando na borda da piscina:

– Você me assustou. - fiz menção de sair da agua.

– Não sai! Fica ai, eu vim até de biquíni pra nadar com você - ela levantou a camiseta me mostrando o que estava por baixo e eu não pude prestar atenção no biquíni com aquele abdômen definido na minha frente,

– B-b-bom... - gaguejei um pouco - entra logo então. - Ela entrou na piscina e nadou até mim.

– Você demorou pra chegar, essa é a terceira vez que eu venho aqui...

– Que necessidade de me ver hein.... - abri um sorriso.

– Estou falando serio! - ela jogou agua em mim e fez uma cara brava. - pensei que estivesse acontecido alguma coisa.

– Que bonitinha, estava preocupada também?

– Idiota! - ela cruzou os braços.

– Eu estava com meu skate então fiz o caminho mais longo... duas vezes, só isso! Nenhum maníaco me atacou na rua, pode ficar tranquila. - ri da cara que ela estava fazendo. - mas me diz, por que você veio aqui?

– Não posso? - ela jogou o corpo pra trás e começou a boiar.

– Claro que pode, só pensei que houvesse um motivo...

– Eu só não queria ficar sozinha.

– E escolheu logo a minha companhia?

– Ai meu Deus! Por que você tem que ser tão chata assim? Não venho mais, pronto! - ela tentou se dirigir até a borda da piscina onde a escada se encontrava mas eu a impedi segurando sua mão.

– Me desculpa, eu só estava brincando, não precisa ficar brava assim também né, você pode vir aqui quando quiser, sabe disso, e eu também adoro sua companhia viu? - Abri um sorriso e ela me retribuiu com outro de imediato.

Pousei minha outra mão em sua cintura e fui me aproximando cada vez mais. Conforme eu dava um paço pra frente ela dava outro pra trás, só paramos quando ela já estava encostada na borda. Eu olhava no fundo daquele olhos verdes e ela encarava os meus de volta, nossas respirações se tornaram uma só, no mesmo ritmo atrapalhado.

– Eu estou com medo - Bruna disse e desviou os olhos dos meus.

– Não precisa ter - coloquei minha mão no queijo dela e levantei levemente fazendo-a me olhar.

Fechei meus olhos e comecei a aproximar meus lábios dos dela, estávamos quase nos beijando.

– Filha? - ouvi minha mãe gritar- Você esta ai?

Bruna começou a gargalhar e escondeu sua cabeça no vão do meu pescoço.

– Oi mãe! Sou eu sim, estou aqui na piscina - me afaste da loira e joguei agua nela - para de rir! - falei só para Bruna ouvir e acabei rindo também.

– Oi filha - minha mãe apareceu em umas das portas de casa - entrei no banho e nem vi você chegar. Quem é sua amiga?

– Sou Bruna, muito prazer - a loira abriu um sorriso lindo e acenou para minha mãe que acenou de volta.

– O prazer é meu - ela sorriu - bom, eu estava indo almoçar, vocês duas me acompanham?

Olhei pra Bruna que aceitou o convite. Saímos da agua e fomos nos secar enquanto minha mãe arrumava a mesa para nos:

– Ta - Bruna começou a falar - isso foi muito engraçado - ela voltou a rir.

– Foi mesmo, estou morrendo de rir - disse ironicamente e sai em direção a sala de jantar.

Passei o almoço em silencio, estava frustrada com a chegada da minha mãe, ele não podia ter escolhido pior momento pra chegar. Primeiro que ela quase nunca almoça em casa segundo que quando isso acontece ela não me espera para acompanha-la. Se ela não chegasse naquele momento nós teríamos nos beijado. Que droga! Eu estava irritada.

Não terminei de comer, simplesmente pedi licença e me retirei para o meu quarto. Deixei Bruna lá com minha mãe, as duas estavam entretidas em uma conversa que eu não participava, então não faria a mínima diferença. Entrei no banho, eu estava com frio. Fiquei tempo demais no chuveiro tentando acabar com minha frustração mas de nada adiantou. Eu precisava de sorvete, isso sim!

Sai do banheiro enrolada na toalha e encontrei a loira deitada na minha cama em baixo das cobertas:

– Espero que não se importe, eu estava com frio.

Dei de ombros e peguei dois moletons, os maiores que eu tinha no armário, um pra mim e outro pra ela. Joguei um deles para ela e fui até o banheiro me vestir. Coloquei a roupa e penteei meus cabelos antes de voltar para o quarto:

– Ficou grande - a loira me falou.

– Essa era a intenção. - deitei do lado dela

– Não fica brava. Não vai faltar oportunidade pra gente terminar o que começamos. - ela deitou no meu peito

– Bruna...

– Xiiiu! - ela me interrompeu - eu vou dormir agora, depois a gente conversa.

– Ótimo.... - revirei os olhos.

– Ótimo! - senti ela sorrir.

A loira abraçou minha cintura e não demorou muito até pegar no sono. Hoje eu havia quase a beijado e agora ela estava dormindo praticamente em cima de mim, na minha cama. Isso porque era pouco mais das cinco da tarde e segunda-feira. A semana mal havia começado....


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Notas finais do capítulo

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