Para sempre escrita por Capuccinoo


Capítulo 1
Apaixonada


Notas iniciais do capítulo

Ooooi~
*recebe tijolada da Kuroi*
Nem demorei tanto assim, rum!
De qualquer forma...boa leitura e espero que goste :3
Obs: digo o mesmo para as outras possíveis pessoas que vão ler ♥



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Faltavam uns 15 minutos para o fim do café da manhã. Eu estava morrendo de fome, mas não comi nada. Por quê? Estava com vergonha de estar sendo gulosa demais perto do...Len. Ainda não me acostumei com nosso namoro. Quer dizer, esperei (e sonhei) tanto por isso que parece inacreditável.

_Não tá com fome Miku? –disse Meiko bebericando uma xícara de cappuccino. Não, eu estava totalmente sem apetite.

_N-não...-respondi encarando as fatias de bolo de chocolate com uma calda bem atraente escorrendo por elas.

_Certeza? –Luka provocou, pegando uma fatia do bolo e balançando levemente na minha frente.

_Tenho. –desviei o olhar.

_Você tá bem? –Len encostou a mão no meu cabelo e inclinou um pouco a cabeça para me encarar. Eu corei violentamente, enquanto seus olhos azuis me perfuravam.

_Tá tudo bem, sério mesmo! –eu abanei as mãos e abri um sorriso extremamente largo. Todos me olharam assustados, tipo “você tá louca?”.

_Então tá...-disse Kaito que deixou cair o misto-quente.

O sinal tocou. Os outros alunos começaram a se levantar e andar lentamente para fora do refeitório. Eu me levantei e arrumei a saia do uniforme, que já estava um pouco amassada. Foi quando senti minha mão sendo apertada. Me virei e vi Len com um sorriso no rosto. Derreti. Ele ficou bem perto e eu senti seu cabelo acidentalmente se encontrando com meu pescoço.

_Me encontre no jardim. –sussurrou no meu ouvido. Eu acenei com a cabeça, enquanto meu corpo queimava.

Esperei um pouco para que todos saíssem. Comecei a suar, pois iria matar aula...com o meu namorado. Luka ficou ao meu lado e deu um sorriso malicioso. Eu queria dar um tapa nela, mas por sorte o sinal tocou mais uma vez. Quando todos saíram, eu também comecei a andar para fora do local. Passei por corredores, quartos, salas (como uma criminosa) e praticamente a escola toda para ir no jardim. Assim que cheguei na porta, só vi o mesmo lugar de sempre. Ele estava brincando com a minha cara? Foi o que eu achei, mas resolvi esperar. Me sentei na sombra de uma árvore e fiquei observando as diversas formas no céu. A brisa refrescante batia no meu rosto, e eu comecei a ficar com sono. Que se dane, eu não poderia entrar na sala mesmo.

[...]

Acordei e uma pontada de dor veio no meu pescoço. Foi aí que notei que estava esparramada no meio da grama. Liguei meu celular e olhei o relógio: 8:35. Então eu dormi por 30 minutos e ele ainda não havia chegado. Me levantei rapidamente e fui andando em passos pesados até a entrada novamente.

_Miku! –alguém gritou. Alguém não, Len. Me virei com uma careta e vi ele correndo em minha direção, com uma cesta de piquenique. Estava com uma blusa branca, que estava um pouco escondida por causa da blusa xadrez azul que estava por cima, uma bermuda branca e chinelos. Ele realmente tinha estilo, exceto na parte dos chinelos. Mesmo assim, era impossível não notar seu cabelo cor de ouro, seus olhos azuis, aquela boca macia, e tão atraen....O que estou dizendo?! –Me desculpe o atraso, eu estava preparando as coisas. Demorei muito?

O que eu queria dizer era que ele era um idiota que me deixou plantada igual idiota no jardim, correndo o risco de ser levada para a diretoria. Mas quando eu via aquele sorriso, meu corpo parecia agir por conta própria, então apenas acenei a cabeça de leve e comecei a segui-lo para um lugar mais isolado do colégio. Ele segurou minha mão e foi me conduzindo para um lado mais escuro. Chegamos num lugar com arbustos altos, árvores com galhos bem longos e a grama um pouco mais alta. Eu conseguia ouvir o canto dos pássaros, enquanto andava olhando para o céu, que estava sendo escondido por enormes árvores. Paramos num local que parecia ter sido feito propositalmente, pois era um círculo perfeito com as árvores ao redor. Ele andou na frente e tirou um lençol vermelho da cesta, estendendo-o no chão. Ele pediu que eu me sentasse, então obedeci.

_Esse lugar é lindo! –disse deslumbrada encarando as borboletas coloridas que passeavam pela mata.

_É um lugar especial e você é a primeira pessoa que está conhecendo. –respondeu sorrindo –E a única que vai conhecer.

Eu corei. O que eu devia fazer agora era voar no seu pescoço e enchê-lo de beijos, mas só faz 1 semana que começamos a namorar. Comecei a alisar o lençol, observando a cor forte e chamativa enquanto Len tirava alguns alimentos da cesta.

_Quero te mostrar uma coisa. –disse pegando minha mão e fazendo um sinal para que eu ficasse de pé. Obedeci e ele começou a correr para o lugar repleto de árvores. Comecei a correr também para não bater a cara no chão, até que me deparo com um lago. A água era tão clara que conseguia-se ver as pequenas pedras que ficavam no fundo.

_Incrível...-suspirei admirada.

_Vem, vamos dar um mergulho. –ele se virou para me encarar, com o sorriso de sempre.

_E-eu não tenho roupa de banho...

_Pra você. –ele riu, me entregando uma sacola azul com um lacinho branco. –Abre!

Desamarrei a delicada fita que prendia a sacola e enfiei minha mão para sentir. Era um tecido fino. Peguei com todo cuidado do mundo e descobri que era um biquíni azul-brilhante com fitinhas decorativas ao lado. Deixei escapar um sorriso de felicidade.

_Era da Rin? –fiquei encarando a delicada roupa, enquanto meu sorriso continuava no rosto.

_Não, eu comprei pra você. –ele coçou a cabeça um pouco envergonhado. Se sentou numa pequena pedra e ficou me encarando. Eu fiquei o encarando também. Ficamos longos segundos assim, até que eu não entendia mais nada.

_Hã...eu preciso me trocar. –dei uma risada para não ficar tão sério.

_Ah é, desculpa! –ele se levantou rapidamente, vermelho como um tomate e saiu correndo. –Desculpa mesmo!

Comecei a rir dele. Como era bobo e...lindo. Tirei o uniforme do colégio e joguei no chão, não me importando que sujasse. Vesti o biquíni rapidamente e soltei as presilhas que estavam no meu cabelo, para que ficasse solto. Assim que terminei, peguei uma pequena pedra e joguei numa árvore na esperança de avisar Len que já havia terminado. E funcionou, pois não demorou muito para ele sair de lá. Se aproximou e me olhou da cabeça aos pés, com um sorriso.

_Pronta? –perguntou.

_Nasci pronta. –brinquei. Então ele tirou a camisa, me deixando extremamente corada. Fez um rápido alongamento e pulou no lago. Eu também fiz o rápido aquecimento e mergulhei na água. O contato imediato me deu um choque, que percorria o corpo todo. Mas ao mesmo tempo era bom, pois fazia muito tempo que eu não nadava. Tentei alcança-lo, mas quando percebi ele já estava escalando a grande rocha que ficava do outro lado. Assim que cheguei, ele estendeu a mão e me ajudou a subir. Me sentei ao seu lado, encarando o belo lago cristalino, quando ele tocou no meu ombro com sua mão molhada que não fazia diferença já que ambos estavam encharcados.

_Você é tão linda...-suspirou ele me encarando. Eu dei um sorriso meio envergonhado.

_O-o-brigado. –tirei uma mecha dos olhos. Ele ficou bem perto do meu rosto, e eu já sabia o que ele iria fazer. Fechei os olhos e esperei o momento. Senti seus lábios macios encostados no meu, enquanto nossas mãos estavam unidas. As gotas d’água caíam sobre minha coxa, que por algum motivo dava uma sensação maravilhosa. Eu me empolguei, entrelaçando os braços por seu pescoço. Parece que ele entendeu o recado, pois segurou minha cintura e me empurrando lentamente para que me deitasse na rocha. Então nossas pernas se entrelaçaram e o beijo ficou mais intenso. Ele começou a acariciar minhas pernas, então comecei a alisar seus cabelos, e meu corpo queimava mais. Enfim, ele se afastou. Eu não queria me desgrudar dele, mas precisava respirar. Um sorriso escapou do rosto dele, então eu me aproximei novamente e lhe enchi de beijinhos.

_Exagerei? –ele riu.

_Foi o melhor beijo...-eu me abaixei, meu rosto ainda estava queimando de vergonha. Me aconcheguei no seu ombro, sentindo nossas pernas bem unidas.

Então ele deu um beijo na minha testa e me afastou lentamente. Se levantou e me ajudou a fazer o mesmo. Quando ficamos de mãos dadas, ele fez um sinal. Eu assenti e então pulamos juntos da rocha até o lago frio. Quando nossos corpos se encontraram com a água, nos separamos e eu nadei até o centro. Ele também parou no mesmo lugar que eu, e por impulso lhe roubei um beijo. Depois de algumas risadas envergonhadas, continuamos a nadar até o outro lado. Ele saiu primeiro e correu na frente. Eu sai da água que agora estava tão “confortável” e pisei no chão novamente. Me encolhi de frio, mas logo Len chegou com uma toalha branca. Enrolou-a no meu corpo e foi me conduzindo de volta para o lugar onde estavam as coisas. Depois de passar pelas diversas árvores eu vi o mesmo lençol vermelho, porém com muita comida. Ele pegou sua blusa azul e me deu para que que vestisse, então assim fiz. Sentei no lençol e já comecei a abrir a garrafa de café. Ele tirou o plástico de um tigela vermelha e tirou de lá algumas torradas.

Quando já não conseguia nem beber água, Me deitei no pano macio, enquanto observava os pássaros rodopiando por todo lado. Len se inclinou, me encarando com um sorriso enquanto passava os dedos por meu rosto. Puxei-o para mais perto e lhe dei um selinho demorado, sentindo uma leve risada. Me afastei e ele se deitou também, então apoiei minha cabeça no seu peito que ainda estava um pouco molhado. Ficamos alguns minutos em silêncio, enquanto ele acariciava meus braços. As coisas com ele pareciam diferentes. Por algum motivo, me sentia protegida e o fato de finalmente ser meu namorado me dava uma sensação de surpresa. Fechei os olhos por um instante, sentindo seus dedos passeando livremente por meu braço.

_Está com sono? –ele disse baixinho.

_Não. –respondi com um sorriso, ainda de olhos fechados.

_Já está na hora de voltar...-suspirou.

_Eu quero ficar com você. –disse me aconchegando mais. Ele apertou meu corpo contra o dele e me deu um beijinho rápido. Eu sorri, e então nos levantamos. –De qualquer maneira, não vamos conseguir entrar na sala hoje.

_Tudo bem, o passeio ainda não acabou. –ele deu um sorriso meio malvado. Foi um pouco para o lado e fez um sinal para que eu seguisse na frente. Então fui andando, com ele atrás. Saímos daquele fim de mundo maravilhoso e chegamos no jardim aberto.

_A gente vai entrar? –perguntei olhando para o prédio.

_Sim, mas não vamos para a aula.

_Pra onde então?

_Na biblioteca.

_Pra quê?

_Você vem ou não? –ele deu uma risada. Concordei com a cabeça e entramos no prédio. Os corredores estavam vazios. Passamos por uma parte cheia de quadros, depois num lugar com uma pequena mesa e um livro que pareciam listas dos antigos alunos e depois num grande espelho. Foi aí que percebi que estava com o biquíni ainda, e que somente a blusa de Len cobria alguma coisa. Corei violentamente, mas ele também estava somente com uma bermuda um pouco molhada. E afinal, somos fugitivos e não importa a roupa já que ninguém está vendo. Quando voltei ao mundo real, notei que não estava na biblioteca. Estava no quarto de Len. Ele destrancava a porta cuidadosamente para não fazer barulho, enquanto tremia de frio. Eu joguei a blusa azul por cima dele, e consegui notar um sorriso em seu rosto. Quando abriu a porta, correu para o guarda-roupa. Eu fui até lá e fiquei observando o que fazia. Ele pegou uma camiseta preta um pouco larga e uma bermuda jeans azul, me entregando.

_São as únicas roupas que tenho pra você...-ele suspirou um pouco decepcionado.

_Não, tudo bem. –eu sorri, vestindo sua blusa larga. Encarei a bermuda jeans, que tinha um jeito feminino. –Essa bermuda é da Rin? –perguntei.

_N-não...-ele corou –Era sua. Você esqueceu aqui quando o grupo fez uma “reunião” aqui no quarto.

_Aaah!

Quando eu já havia acabado, ele simplesmente jogou um casaco com capuz no corpo e fechou o zíper. Agarrou minha mão e saiu correndo do quarto, passando por inúmeros corredores até chegar na biblioteca. Como sempre, a porta estava fechada com uma placa de “bata antes de abrir”. Len deu três batidas na porta de madeira e aguardou. Não demorou muito para Amanda abrir a porta com seu olhar sério. Seus cabelos estavam presos e só era possível ver um cacho perfeito em cada lado, um vestido longo azul, salto preto e, para combinar mais, ela usava um óculos com uma cor azul mais clara, realçando seus olhos e ganhando destaque na pele morena.

_O que vocês estão fazendo aqui?! –reclamou –Matando aula?

_Mais ou menos...-Len respondeu meio sem jeito. Eu apertei mais sua mão, como se aquilo me deixasse mais segura.

_Ora, vou dizer isso para a diretora!

_Por favor. –toquei seu ombro, olhando-a com um pouco de medo. Ela me encarou e eu não conseguia parar de fitar os óculos pendurados no seu nariz.

_Só dessa vez. –suspirou pesadamente e abriu a porta. Passamos de cabeça baixa, enquanto ela fechava a porta novamente. –O que querem aqui afinal?

_Quero procurar um livro. –disse Len enfiando a mão livre no bolso.

Ela apontou para as prateleiras que estavam no fundo da sala ampla e voltou a sua mesa. Segui Len até uma grande mesa redonda que ficava escondida entre os diversos livros e me sentei. Ele começou a passar os dedos pelos livros, procurando algo em especial. Tirou um livro grosso de capa vermelha com margens douradas, e no centro um coração meio acinzentado com manchas de sujeira. Colocou o livro na mesa e se sentou também, abrindo-o e procurando o início da história. Começou com um desenho de uma garota com longos cabelos, vestido longo e volumoso com muitos babados e com correntes de ouro enroladas nos pés. Ela estava escorada numa árvore, encarando uma maçã.

_Toda vez que vejo esse desenho me lembro de você. –ele suspirou com um sorriso, enquanto alisava o desenho praticamente perfeito.

_Por quê? –perguntei, enquanto tentava controlar o calor horrível que começou a percorrer meu corpo. Seu sorriso era tão...angelical.

_Não sei ao certo, mas a primeira semelhança é o cabelo. –pegou as pontas dos meus cabelos molhados e depois apontou para os do desenho. –E depois, o charme. –corou. –Quer dizer, quando você se sentava na árvore para estudar ou coisa do tipo, ficava de um jeito diferente. A sua posição, os movimentos...

Corei violentamente quando ele terminou de falar. Então ele me observava o tempo todo e eu não percebi. Mudei a página do livro rapidamente, escondendo o rosto para que ele não percebesse. Foi aí que me toquei que o livro só era formado por desenhos, e na segunda página a mesma garota estava andando em algum lugar florido e ensolarado, segurando um livro grosso com capa de couro.

_Você já viu todos os desenhos desse livro?

_Sim...-ele respondeu um pouco envergonhado.

_Algum problema?

_Fui eu que desenhei essa garota. –ele abaixou a cabeça e tentou esconder o rosto. Sorri para ele, orgulhosa de seu trabalho.

_Não sabia que desenhava tão bem! -ri. –Quem é essa garota?

_Você...-disse com a voz falhando. Meu rosto começou a queimar e então percebi que ele com a pele muito vermelha. Toquei seu queixo e levantei seu rosto, notando seus olhos azuis brilhando. Encostei minha testa na dele e alisei seu rosto.

_Obrigado. –sussurrei. Toquei seus lábios macios com os dedos e deixei escapar um gemido. Do nada, ele segurou meu rosto e me beijou. Não sei quantas vezes nos beijamos hoje, mas eu queria mais. Seus lábios macios e quentes, me causando um calor ruim e maravilhoso ao mesmo tempo. Uma eletricidade estranha percorrendo meu corpo. Entrelacei os braços no seu pescoço e resolvi sentir a maravilhosa sensação que aquele beijo trazia.

_Recorde de beijos...-ele riu assim que se afastou.

_Pois é...-ri também.

[...]

Depois disso, ficamos praticamente o resto do dia na biblioteca folheando o livro, e então descobri que depois de umas 20 páginas de desenhos do Len, finalmente tinha alguma história.

_Vamos? –disse ele se levantando. –Queria te mostrar outra coisa.

_Mais?! –eu ri.

_Se não quiser tudo bem...-ele coçou a cabeça.

_É claro que quero! –dei um beijo na sua bochecha. Ele sorriu e colocou o livro na prateleira novamente. Segurei sua mão e seguimos até a mesa da Amanda, que estava anotando alguma coisa num caderno velho.

_Bem Amanda, a gente já vai. –Len disse com um sorriso fraco.

_Finalmente...-ironizou ela. –A porta está aberta. –deu um sorriso e apontou para a porta que estava fechada.

_Não está aberta. –murmurei. Para minha alegria, ela escutou e começou a rir. Posicionou seus óculos e jogou os dois cachos para trás.

_Você sabe o que é ironia? –continuou rindo.

_Hã....Tchau Amanda! –falou Len nervosamente enquanto me arrastava para fora. Socou a porta e começou a andar pelo corredor, ainda segurando minha mão.

_Tudo bem? –perguntei.

_O que foi aquilo?

_Só não gosto que fiquem tirando sarro com você.

_Mas ela é assim mesmo, não se preocupe! –ri.

_De qualquer maneira, vamos correr! –abriu um largo sorriso e começou a correr pelo corredor. Quando chegamos no jardim, ele parou de correr e foi andando vagarosamente até o portão. Com muito cuidado tirou uma chave e o destrancou. Eu passei primeiro e então ele fechou-o rapidamente. Agarrou minha mão novamente e me levou até o outro lado da rua, que tinha um banco de madeira virado para trás. Ele me conduziu até lá e pediu que eu me sentasse. Fechei os olhos e aproveitei a brisa fria e refrescante, até que sinto os lábios de Len se encostando nos meus. Não demorou muito para ele se afastar, mas mesmo assim com um sorriso envergonhado no rosto. Viramos para frente e observamos o pôr-do-sol enquanto nossos dedos estavam entrelaçados.

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1 semana depois...

3 dias. Já faziam 3 dias desde que ele não conversava mais comigo. Eu não queria ir mais à aula, somente ficar enrolada nos cobertores.

_Você vem? –perguntou Luka.

_Não. –respondi sem a menor animação.

_Deixa disso! –reclamou Rin. –Tenta de novo, uma hora ele tem que entender!

Eu apenas neguei com a cabeça e me cobri novamente. Meus olhos começara, a arder e as lágrimas caíram livremente.

FLASHBACK

Era sábado e eu estava terminando de me arrumar para sair com Len. Já havia perdido a timidez e agora não queria ficar 1 minuto longe dele. Coloquei um colar dourado e passei um brilho labial e depois saí. A escola estava praticamente vazia, pois iria acontecer uma enorme festa em algum lugar por perto e é óbvio que todos iriam. Andei observando as infinitas portas dos outros dormitórios, quando me deparo com Hiromi com um vestido cinza e um salto preto.

_Oooi querida! –ela acenou.

_Oi. –sorri. –Onde você vai assim, toda produzida?

_Na rave aqui pertinho! –riu. –Vamos, estamos atrasadas!!

_Eu não vou. -dei um sorriso simpático.

_Então onde a senhorita vai com essa “roupitcha”?

_Sair com o Len.

_Serious?! –exclamou. –Vocês são um casal perfeito mesmo...então até mais fofinha!

Ela desapareceu rapidamente e eu continuei o trajeto. Quando estava quase no jardim, vi alguns gemidos com um tom desesperado, que pareciam vir da sala com papeladas inúteis. Corri até lá e abri a porta rapidamente, me deparando com Katsuo segurando uma mão com a outra, enquanto o sangue pingava no chão.

_Katsuo! –gritei. Fui até ele e segurei sua mão também, tentando ajudar. Acabou esbarrando no meu vestido azul-turquesa, formando uma imensa mancha vermelha.

_M-me desculpe...-as palavras saíam com dificuldade.

_Desculpa de quê?! –reclamei. –Vem, vamos cuidar disso.

Andamos com dificuldade até a enfermaria, que estava com as luzes apagadas. Abri a porta e acendi as luzes rapidamente, conduzindo-o até uma poltrona esverdeada. Abri o armário desajeitadamente e tirei de lá algumas faixas. Sentei ao seu lado e enrolei a faixa cuidadosamente sobre sua mão, que tinha um grande corte. Ele soltou a respiração, relaxado.

_Obrigado...-disse bem baixo com um fraco sorriso.

_Que nada! –sorri de volta. –Mas o que aconteceu?

_Nada, coisa boba.

_Eu encontrar você numa sala, sozinho, com a mão sangrando é coisa boba. –revirei os olhos.

_Eu esbarrei em algo pontudo. –disse. –Mas o que está fazendo aqui nessa hora? Achei que ia sair com o Len.

_Eu explico pra ele depois. Mas...o que estava fazendo na sala de papeladas?

_Procurando as fichas de alguns alunos para a diretora.

_Aaah...-disse um pouco desconfiada. Me levantei da poltrona e molhei um pano para passar no vestido. –Bem, acho que não vou sair mais. –ri. Nessa hora Len já deveria ter estar se divertindo. –Vou ir até a cozinha, quer algo?

_Uma garrafa d’água por favor. –disse um pouco envergonhado.

Acenei com a cabeça e corri até a cozinha, que não ficava muito longe. Abri a geladeira e peguei a garrafa d’água. Abri o pequeno armário ao lado e tirei de lá uma caixa de biscoitos de chocolate. Saí rapidamente e fechei a porta de qualquer jeito. Assim que voltei ao quarto, Katsuo estava quase dormindo, enquanto sua mão enfaixada estava pousada sobre a coxa. Ele estava com uma camisa verde e um jeans desgastado, que estava com manchas de sangue das pontas. Seu cabelo castanho caía sobre os olhos, e sua posição estava realmente engraçada. Me aproximei dele e dei um tapinha no seu ombro. Ele logo acordou assustado e eu lhe entreguei a garrafa d’água.

_Não consegui esperar nem por 2 minutos? –brinquei.

_Não tenho culpa se estou cansado. –suspirou.

_Me desculpe. –disse meio sem graça. –Se quiser voltar ao seu quarto.

_Não, tudo bem. –ele sorriu. –Obrigado de novo. –dessa vez ele me envolveu num forte abraço. Eu sorri e retribui. Foi quando vi Len na porta, e um buquê de flores vermelhas estava caído no chão.

_Len! –larguei Katsuo e fui até ele.
_Se afaste! –gritou.

_Mas o que...-fiquei confusa. Mas aí me toquei. Katsuo, abraço: ciúmes. –Não é nada disso querido.

_Claro que não! –ele bufou. Correu até Katsuo e antes que eu pudesse impedir, deu um o soco no garoto, que cambaleou para trás e caiu no chão.

_Len! –gritei.

_Vai cuidar dele, vai!! –foi embora em passos pesados, e quando chegou na porta, pisoteou as flores caídas.

Meus olhos começaram a arder e lágrimas começaram a cair. Não conseguia controlar.

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ATUALMENTE

Depois de algumas horas deitada na cama, resolvi tomar vergonha na cara e ir tentar novamente. Tomei um banho rápido e vesti um vestido vermelho com um casaquinho braço e saí apressadamente do quarto. Joguei o cabelo um pouco para o rosto, escondendo-o. Não seria a coisa mais inteligente de se fazer, mas decidi ir até a sala da Sky para perguntar sobre Len. Depois de alguns corredores, encontrei a porta de madeira com uma pequena janela de vidro no alto. Bati na porta duas vezes e entrei.

_Miku? –disse ela surpresa. –Não deveria estar na aula?

_Deveria...-murmurei.

_Aconteceu alguma coisa?

_Sabe onde Len está?

_Só sei que ele não vai estudar hoje. –respondeu pensativa enquanto balançava a caneta preta. –Disse que estava passando mal e me entregou um atestado. Provavelmente está no dormitório, mas por que quer saber?

_Uma hora eu te explico! –eu saí eufórica da sala, acenando para ela. –Obrigado!

Um sorriso escapou. Eu corria desesperadamente até o corredor dos dormitórios masculinos, ansiosa para vê-lo de novo e esclarecer tudo. Assim que cheguei, bati na porta e joguei meus cabelos para trás. Então ele abriu a porta já me encarando. Meu corpo congelou e eu jurei ter visto ele corando.

_O que você quer? –perguntou friamente.

_Conversar. –disse.

_Não temos mais nada para...

_Sim, a gente tem! –eu entrei no quarto contra sua vontade e soquei a porta, assustando-o. –Você...nunca me deixa explicar!

_Ah, muito legal. Vai dizer que magicamente ele fez um ato surpreendente e você iria abraçar ele em agradecimento, né? –deu uma risada irônica.

_Não! –gritei. –Ele só estava agradecendo por eu ter lhe ajudado com o corte.

_Entendi, agora com licença.

_Len...

_Por favor.

_Miku, vai.

Lágrimas começaram a passear por meu rosto, então me virei em direção a porta. Meu mundo caiu. Não sabia o que seria mais da minha vida sem ele. Cheguei até a porta e me virei para ele, me deparando com seu olhar gélido. Encarei a maçaneta e comecei a girá-la para sair. Mas de repente...

_Espera. –minha mão foi apertada. Me virei e vi Len de cabeça baixa, corado e provavelmente suado. –Me...me desculpa.

_Tudo bem...-suspirei, largando sua mão e voltando para a porta. Foi quando ele me puxou para trás e me roubou um beijo. Eu não queria ceder agora, mais seus lábios quentes não me deixavam ir. Acariciei seu rosto enquanto mais lágrimas desciam. Não lágrimas de tristeza, mas lágrimas de felicidade.

_Eu nunca te deixaria ir. –ele sussurrou, colocando minha cabeça em seu peito.

Eu dei um sorriso meio bobo e me aconcheguei. Nunca pensei que ficaria tão apaixonada por um simples garoto. Quer dizer, um garoto...especial.


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Notas finais do capítulo

Última one-shot o//
Espero que tenha gostado :3
Sayooo~