O Meu Muro Caiu, literalmente escrita por Carol Araujo


Capítulo 12
Capítulo 12 - Aniversário Inesperado




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- Acorda querida – Ouvi minha mãe falar para mim.


- Que droga mãe, deixa eu dormir em paz – Resmunguei me virando para o outro lado da cama colocando o travesseiro na minha cara.


- Eu te disse, Roberto, essa menina é difícil – Minha mãe suspirou, o que me chamou atenção é a menção do nome do meu pai na frase, mais mesmo assim não acordei, podia ser fingimento.


- Vamos deixar a menina dormir então, Ângela- Essa é a voz do meu pai, eu me espertei na mesma hora. A figura na frente da minha cama, meu pai, esboçou um sorriso cansado, vestido com um terno preto, seu cabelo começando a ter seus primeiros frios brancos, e seu rosto estava cansado.


- PAI - Pulei para seu pescoço o abraçando, ele beijou o alto da minha cabeça  e me largou


- O que você está fazendo aqui? – Perguntei, confusa


- Porque o pai não pode vir de São Paulo para Fortaleza, no dia do aniversário da sua filha?


- Aniversário? – HOJE É MEU ANIVERSÁRIO?AAAAAAAAAAAA


- Esqueceu seu próprio aniversário? – Ele disse quase rindo.


- Esqueci – Eu disse corando, isso é um cúmulo.


- Roberto, vamos dar privacidade para ela se vestir – Disse mamãe ao pé da porta, mais longe possível do meu pai.


- É, eu tenho que ir no hotel e resolver umas coisas, mais tarde eu volto – Ele deu um beijo no alto da minha cabeça de novo e saiu do quarto fechando da porta.


Quer saber? Eu tô boiando geral! Resolvi tomar um banho e vestir minha blusa do Green Day com um short, amarrei meu cabelo num rabo de cavalo, linda aparência com 17 anos. Eu era uma baixinha de 1,67, com o cabelo cacheado que chega perto do ondulado, totalmente preto, meus olhos azuis escuros pareciam estáticos, com roupas velhas e bufentas, legal. Revirei os olhos e saí da frente do espelho. Saí do meu quarto, Gorete me preparou um café da manhã especial, panquecas, bolo e tudo mais. Comi tudo sem nem parar para falar, saí satisfeita. Sorri para Gorete e saí da cozinha. Encontrei o sol do jardim, me deixando com a visão afetada pela luz forte, parece que hoje seria um dia ensolarado, típico do Ceará. O jardim parecia mais verde do que nunca, havia flores que tinham nascido recentemente, mais... Estava sem graça, o muro estava reconstruído, pintado de branco, senti vontade de dar um golpe nele, e fazer cair outra vez, mais fiquei com medo. O som da campainha me esvoaçou, acordando dos meus pensamentos, sorri, pensando em Mateus. Atendi a porta.


- Alex! - Era Pedro sorridente, e ontem a noite passou em um flashe na minha mente, eu fiquei constrangida.


- Oi Pedro – Falei forçada.


- Feliz aniversário – Ele falou feliz, havia um brilho nos seus olhos diferente. – Não vai me deixar entrar?


- Ah, é claro – Falei e ele passou pelo portão com um embrulho enorme, fechei o portão.


- Para você – Ele me entregou o embrulho mau feito, eu rasguei na mesma hora, não podia ser !


- Eu tirei da loja as pressas, por isso o embrulho mal feito – Ouvi ele, mais eu estava absorta pela guitarra, só faltei gritar de felicidade. Era ela, a guitarra! Coloquei a alça pelo meu pescoço. Isso só podia ser um sonho.


- Eu... Não sei o que dizer – Falei


- Basta dizer sim – Ouvi, eu fiquei atordoada.


- O que? – Olhei para ele, estava na minha frente, a poucos centímetros.


-  Você quer namorar comigo?


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, isso foi o que eu pensei. Eu pisquei os olhos surpresa. Ele me agarrou, no mesmo beijo forçado que ontem, eu fiquei esperando acabar, desesperada.


-Acho que isso foi um sim – Ele falou sussurrando


Eu fiquei arfando, eu fiquei esperando eu acordar, isso só pode ser um sonho. Nada disso faz sentido, e Mateus? Os seus olhos verdes invadiram a mente, mas logo após veio a imagem de Alana.


-Hm – Foi só o que eu consegui dizer


Ele me abraçou, a guitarra estava nas minhas costas, eu obriguei meus braços a rodear sua cintura. Eu não gosto do Pedro, quer dizer, ele era para ser meu melhor amigo, não um... Namorado. Cerrei meus lábios, não era para ser assim... Mais,cara, ele me deu uma guitarra super cara e linda até demais, se eu não aceitasse... Eu não sei o que deu em mim. Ele disse que ia voltar mais tarde, deu um beijo rápido e saiu. Eu só faltei desmaiar, mais fui acordada por outro toque da campainha, esse povo marcou de me surpreender tudo hoje? Ra, Ra, Rá. Coloquei minha guitarra no quarto e atendi o portão, era Mateus, um lado meu pensou “tarde demais querido” Mais eu sorri radiante para ele, ele me puxou para um abraço, caloroso.


- Feliz aniversário – Ele disse sussurrando no meu ouvido, me estremecendo, mesmo com o calor forte, e depois me soltou.


- Por acaso tem um cartaz no meu muro dizendo que é meu aniversário? – Perguntei


- É que sua mãe me disse – Ele falou


Revirei os olhos.


- Como se sente com 17 anos? – Ele perguntou


- O mesmo de sempre – Admiti


- Que animação – Ele disse entrando em casa, eu fechei o portão.


Ficamos sentados no chão, conversando como idiotas, um na frente do outro.


- Eu fiz uma coisa para você – Ele falou


- O que é? – Perguntei ansiosa


- Mais tarde você recebe – Ele mostrou seu sorriso


Empurrei ele de brincadeira, o derrubando no chão, eu fiquei uns centímetros acima dele.


- Me dá agora – Falei rindo, sem consciência que eu estava em cima dele, ainda.


- Não – Ele falou arfando, vixe, o clima vai ficar tenso, eu podia sentir seu hálito de menta, ele deve ter escovado os dentes, seus olhos pareciam tão... Penetrantes. Eu esqueci onde eu estava, meu nome, tudo, tudo que eu lembrava é Mateus. Eu não tinha consciência do que eu estava fazendo. De repente, nossas bocas tornaram –se uma só, e seguimos um ritmo, meu coração parecia que voava dentro do meu peito, um calor derreteu tudo, meu estômago parecia encher de borboletas, isso é melhor do que meu sonho, mil vezes melhor. Eu só parei quando me faltou ar, fiquei de olhos fechados, arfando agradecida, há quanto tempo eu quero fazer isso? Desde que o conheci. 


[Continuaaa]


 


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