Sete escrita por Prisma-san


Capítulo 1
Sete




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Presente para minha amiga secreta de Halloween da FNJ.

Ela já quis me vender. Adivinham quem é?

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Sete

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Já acordara neste lugar, onde quer que “neste lugar” fosse. Era escuro, apertado, sufocante – mesmo que o ar lhe parecesse tão desnecessário agora –. Queria sair. Precisava sair.

Começou a tatear as paredes a sua volta – estranhamente feitas com madeira –, procurando uma porta – E por que raios estava deitada? –. Onde estava a maldita porta?

Fechou as mãos em punhos, chocando-as violentamente com a madeira acima de si e sentindo, quase imediatamente, as farpas cravando-se em sua pele. Parou quando sentiu as mãos dormentes e nenhum sinal de mudança nas paredes.

Tateou, novamente, a parede acima de si, sentindo uma pequena fenda entre uma viga e outra. Colocou uma mão no vão formado pelas duas e puxou uma ripa para si. Se tivesse sorte, ela seria fina o bastante e quebraria.

O que fazia ali, afinal? Por que não conseguia se lembrar do que havia acontecido? Estava voltando para casa... E depois?

Depois, só havia uma sufocante escuridão.

O pedaço de madeira que puxava finalmente cedeu, fazendo um barulho seco. Um pouco de terra – terra? – caiu sobre seus olhos, a forçando a fechar os olhos. Balançou a cabeça e moveu o corpo para o lado – o máximo que podia, dado o pouco espaço –, segurou a viga com mais força e a retirou. Pronto, se conseguisse tirar mais uma, poderia passar e sair – de onde? –.

Enquanto esforçava-se para retirar outra viga, começava a entender sua situação. Presa em uma caixa de madeira, a terra úmida caindo em seu rosto. Enterrada. Não entendia... Como puderam achar que estava morta? Por que fizeram isso com ela? Queria sair, queria sair.

Em um último esforço, o fino pedaço de madeira foi tirado. Largando-o e erguendo os braços, sentiu a fofa terra. Iria sair daqui, custe o que custar. Com os dedos, começou a cavar.

A terra úmida, putrefata caía, fazendo-a fechar os olhos e travar o maxilar, comprimindo os lábios. Pouco a pouco, abria-se um caminho, erguia-se apoiando os pés nas paredes de terra que eram formadas. Um arrepio atravessou-a, saía de seu túmulo. Tinha vontade de gritar. Tinha vontade de chorar. Como seus pais deixaram fazerem isso com ela?

Quase suspirou aliviada quando uma de suas mãos não encontrou mais terra. Faltava pouco. Com um pouco mais de esforço, ergueu-se no buraco que ela própria fizera. Sentiu a suave brisa – da noite? Da manhã? –. Conseguira. Não estava mais presa em um caixão. No seu caixão.

Estava tão cansada – física e emocionalmente –. Seus braços tremiam pelo esforço feito, não a suportando mais. Desabou sobre o chão revolvido.

E ali, com parte do corpo ainda dentro de seu túmulo, ela desmaiou.

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Ela acordou, sentindo-se tão cansada como jamais havia se sentido antes. Que maldito sonho fora aquele? Passou a mão sobre os olhos, tentando organizar seus pensamentos, para logo em seguida afasta-la. Observou com assombro as mãos cheias de farpas e terra sob as unhas.

Não fora um sonho.

Aflita, olhou para baixo, vendo parte do seu corpo ainda recoberto de terra. E viu mais... Uma grande ferida na região do abdômen. Percebeu, assim, a falta de pulsação em seu corpo.

Não fora enterrada viva.

Lembrava-se de tudo, sim. Estava voltando para casa – passara muito tempo na biblioteca, o vestibular estava próximo, afinal –, fora abordada por alguns rapazes. Quem eram eles? Não os conhecia... Por que... Por que eles a mataram? E depois, a enterraram nessa cova. Como uma indigente.

Ela ainda tinha tanto para viver... Por quê? Por quê?

Mas... Ela voltou. Faria eles pagarem por terem tirado sua vida.

Sete palmos de terra ela cavou buscando vingança.

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Pois é... Não ficou tão assustador x.x Mas enfim, espero que você goste.

Para quem ainda não adivinhou... Essa é para a Yuuki, a Carol, minha mamãe. Fiz com todo o carinho, viu? Eu te amo muito, mesmo que você já tenha tentado me vender XD

É, eu não sei se os assassinos teriam tanta consideração em colocar a vítima em um caixão, mas enfim...

Kissus =**


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