Sequer sei meu universo escrita por Sonhos De Tinta


Capítulo 2
Acordei de um longo sonho, e tudo de novo...


Notas iniciais do capítulo

U.u
Me sinto honrada pelo comentario da Mielly...
Obrigada por ler, mesmo que por pura e doce pressão >



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Dois anos depois...

Senti uma luz forte bater em meu rosto e abri meus olhos, “Hoje será um dia cristalino!”, me espreguicei e olhei em volta para o quarto cinza.

Pisquei várias vezes e bocejei até lembrar onde eu estava.

No reformatório, no meio da cidade ao lado da minha cidade natal e hoje seria um exame semanal para ver se os remédios faziam efeito.

Fui me preparar fazendo a higiene matinal e colocando uma camiseta azul marinho e uma calça legging na cor de uma jeans preta e meu tênis sem cadarço “para sua própria segurança, ache cadarços”, e eu achando que o Liss se preocupava demais.

Peguei meu celular reserva escondido atrás da cama, num buraco da parede, porque ele é “potencialmente perigoso para sua saúde mental”, suspirei e digitei uma mensagem para Liss avisando que hoje era o grande dia da semana.

Menos de dez segundos depois ele respondeu me desejando boa sorte e que o inspetor quebre as pernas, ri depois me chamam de perigosa para a sociedade.

Trancei meus cabelos morenos em uma trança lateral, o que me deixava com cara de pessoa doce, e acredite isso conta vários pontos.

Guardei meu celular e fui me arrastando para o refeitório “Imagine se eu assassino aparecesse e estouram-se os miolos de todos e sangue”, ultimamente a voz estava ficando maluca, por assim dizer.

Me sentei em uma mesa e a inspetora careca...

–Senhooooooooooorrrrrrraaaaaaaaaaaa Acaiah! – Cantarolou Evelyn no meu ouvido me fazendo rir, enquanto a inspetora colocava nosso café na mesa.

–Oi Evelyn! – Falei pegando uma maçã.

–Sabe de uma coisa? Sabe o que melhor para nos, pessoas sãs e saudáveis? Fingir que estamos livres de quaisquer maus criados pela sociedade! – Falou com os olhos verdes brilhantes e brincalhões, nunca há tempo mal para ela, “parece que os cabelos ruivos têm ligação no cérebro a fazendo ser tão alegre”, ela pegou uma coisa não identificada no prato e colocou nos lábios finíssimos antes de engolir. Fiz uma careta e ameacei:

–Vou chamar a dona Acaiah e dizer que você esta piorando.

Ela virou devagar para mim, com um olhar meio cego, meio brincalhão por baixo dos óculos finos e quadrados azuis claro:

–Você vai me dedurar? No dia do exame? Quer que eles me entupam de remédios? Você me odeia? O que eu te fiz? Eu te condenei ao inferno?

Bati de leve nas costas delas e antes que pudesse dizer algo a Senhora Acaiah veio até mim e falou:

–Senhorita Angela Rosa! – Repreendeu baixo e em tom ameaçador me fazendo estremecer. – Isso é um comportamento hostil logo no dia do exame? Vou ter que te relatar ao diretor Logan?

“Corte sua garganta”

–Desculpa! – Sussurrei.

–Vou ficar de olho! – E saiu com toda sua arrogância.

–Se ferrou! – Cantarolou Evelyn piscando para mim e pegando mais uma colherada da coisa não identificada.

–Eles só vêem quando eu faço algo errado! – Resmunguei. – Se for outro ignoram.

– Porque você matou sua família! – Respondeu Evelyn esticando as pernas.

Engoli a seco e falei atordoada fechando os olhos:

–Eu não os matei! - “Só não foi rápida o suficiente!”

Comemos em silencio, Evelyn percebeu que falou a coisa errado, então pegou a coisa estranha no meu prato e comeu, era sua forma de pedir desculpas, assim ninguém perceberia que eu não comi.

Depois do café, fizemos duas filas “Garotas problemas precisam ser enjauladas”, uma para as meninas que tomavam remédios e outra para as que tinham consulta com o psicólogo.

Eu era a terceira, eu era sempre a terceira, pelo meu número, e Evelyn sempre era a ultima, essas eram as regras, na fila nunca ficávamos próximas de nossas amigas.

A primeira foi, e eu comecei a ficar nervosa, eu fazia isso toda semana, mas a expectativa era sempre muita. A primeira saiu rapidamente e a segunda foi, e eu já tremia de ansiedade, não dava para “Será que pioramos?” ouvir nada, porque uma porta de ferro de seis metros de altura e dois de largura nos separava da fila e da consulta.

Olhei para trás, onde todas as garotas olhavam ou para a porta ou para mim, elas também estavam ansiosas. Quando vi Evelyn, ela ajeitou os óculos e piscou para mim e mandado um beijo com a mão, ri, e acenei “Boa sorte, vocês vão precisar”, É, boa sorte.

Meio hora depois, a garota saiu, era assim, um exame era rápido e outro podia demorar até duas horas, depende de você.

Entrei e a porta bateu atrás de mim, quase prendendo meu braço esquerdo, a sala parecia aquelas de advogado importante que eu assistia com a minha mãe nos sábados.

Atrás da mesa de mármore havia um homem, que parecia ter no máximo vinte anos, mas eu realmente daria dezessete para ele, se não fosse a seriedade dele, e atrás da cadeira havia uma janela de vidro que pegava a parede toda, desde a extremidade esquerda até a direita, do chão ao teto, e também havia muitas flores, mas o lugar ainda parecia morto por algo.

–Sente-se! – Ordenou o homem e eu obedeci sentando na cadeira há frente de sua mesa com vários papéis. – Numero três... – Murmurou procurando algum papel especifico.

Cruzei meus braços, três pontos a menos, mas eu estava muito nervosa, se eu me comporta-se sem mais remédios, a voz havia melhorado.

Ele pegou um papel que para mim era aleatório e começou a falar:

–Meu nome é Nicolas Andrew, e como você já deve saber, estou aqui para avaliar... – Parei de ouvir quando a voz ficou mais alta “Avaliar sua sanidade, idiota, ele acha que você é louca”, pigarreei e me concentrei em ouvir melhor. – Certo?

–Ah claro! – Balancei minha cabeça tentando não parecer confusa.

– Seu nome é Angela, certo?

–Não! – Falei rápido, e ele me olhou franzindo o cenho e verificando os papeis. – Quer dizer, é sim, mas todos me chamam pelo sobrenome Rosa! – Expliquei olhando para meus braços cruzados.

–Tudo bem... – Falou devagar como se eu não entendesse “Ele te acha idiota ainda por cima, vai te entupir de remédios”. – Rosa, certo? Prossigamos, vou ter que te fazer as mesmas perguntas que te fizeram no primeiro teste, tudo bem? A antiga avaliadora foi trocada de cargo comigo nos... Lugares para pessoas com alguns problemas complicados.

–Reformatório! – Corrigi bufando, menos um ponto, sempre sorria. – Não tente melhorar o nome, não muda o que o lugar é!

–Desculpe-me! – Falou se divertindo com algo que eu disse. – Muito bem Rosa, reformatório! Vamos ás perguntas, tudo bem? Seu código de inscrição... – Falou olhando para o computador e digitando algo, “Você fez algo muito errado e sabe disso”. – Você tem dezesseis anos e esta aqui desde os quatorze?

– Essa não foi uma pergunta do primeiro exame, mas sim! – Respondi o encarando.

– Ótimo. – Voltou a digitar. – Você tem um distúrbio desde que era criança? – Falou franzindo o nariz. – Ouve vozes? O que elas dizem!

Suspirei e bufei olhando para o teto, tudo de novo “Isso é porque é idiota, se fosse normal isso não estaria acontecendo, você devia ter se matado” e respondi voltando ao encarar:

–Sim, eu ouço vozes, elas me falam sobre o dia, sobre... Elas comentam minhas ações, elas dizem o que acham do que está acontecendo... – “Você esqueceu de falar que as vezes elas sabem ser más!”.

Ele se apoiou nos cotovelos e me encarou apoiando uma mão no queixo:

–E porque elas fazem isso?

–Não sei! – Dei de ombros. – Não tem o que fazer!

Ele riu e voltou a fazer perguntas:

–Aqui diz que você recebe visitas desde que entrou de um amigo seu e a mãe dele. E a sua família?

Olhei para o chão, ele estava me testando, eu preciso falar sem explodir, falei o mais seria que consegui:

–Eles me conhecem desde que eu nasci, são a minha família.

–Mas e a sua família de verdade? – Insistiu, fechei meus olhos, você não explodir como na ultima vez, e nem chorar, fique firme.

– Meus pais estão mortos! – Sussurrei. – Os restos dos meus parentes pararam de me ver aos poucos depois que meus pais falaram que eu tinha um “distúrbio psicológico” – Fiz as aspas com meus dedos. – E depois os poucos que ainda me visitavam pararam de vez de me ver quando eu vim pro reformatório.

Ele ficou em silencio por cinco minutos digitando algo, enquanto eu não me movia, ainda de olhos fechados, ele voltou á falar:

–Aqui diz que seus pais morreram num acidente com um caminhão. – Ele parou por um segundo, firme, a pergunta mais difícil do teste. – Você matou seus pais?

Não...

“Tudo de novo”. NÃO...

Senti uma lagrima escorrendo do meu rosto, eu estava perdendo o controle de novo!


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem Rs Rs
Estava muito ansiosa para escrever essa capitulo



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