– Soube que está namorando Esther Greengrass. - Kol se jogou no sofá ao meu lado com um sorriso ironico no rosto. - E eu que achava que você precisava da minha ajuda para conseguir garotas, lamento ter te subestimado.

– Eu não tenho nada com ela, na verdade, estou cheio das irmãs Greengrass - respondi mal-humorado.

– Então por quê andam dizendo que o baile hoje na casa dela é para anunciar seu futuro noivado? - os boatos eram muitos e eu tinha certeza de que Esther havia se encarregado pessoalmente de espalhar cada um deles.

– Parece que alguém anda tendo muitas espectativas. - ele se limitou a sorrir com a minha resposta e dar de ombros. - Falando em baile, você já tem um par? - perguntei.

– Ainda não sei, se lembra da garota do campo de morangos? Convidei ela, mas ainda não tenho uma resposta. - ele pareceu lamentar em silêncio.

Eu ainda não havia pensado em par para o baile, e muito menos se iria ao baile. Mas agora faltava pouco mais de algumas horas e eu estava começando a me perguntar o quão sozinho eu estava. Pensei em Hermione, e nos sonhos que tive depois daquela noite. Parecia que seu cheiro e seu gosto estavam impregnados em cada parte do meu corpo e em algum momento eles ameaçavam sumir, e a simples ideia de não tê-la outra vez me deixava nervoso.

– A próposito, meus pêsames por seus pais. Sei que deve ter ouvido muito isso, mas acho que certas coisas devem ser ditas. - Kol não esperou que eu respondesse, entrou em seu quarto me deixando com minha solidão.

Minha cabeça dava voltas até parar nos olhos castanhos de Hermione, como uma garota poderia mexer tanto com a minha cabeça? Ela me fazia questionar tudo que eu sabia até hoje, fazia com que meu sangue fervesse e meus pensamentos evaporassem apenas por me tocar. Ela era a tentação em pessoa, e eu queria tanto resistir, mas por algum motivo oculto, não conseguia.

A música enchia o salão de vida enquanto todos os bruxos que eu conhecia se embebedavam, conversavam e dançavam alegres. Vi Astória acenando do alto da escadaria assim que cheguei, ela não parecia nada feliz e algo em seus olhos furiosos me divertiu. Ela veio caminhando devagar na minha direção como se esperar fosse meu único castigo por flertar com sua irmã.

– Achei que não viria. - sua voz vacilava e me perguntei se ela iria chorar ali mesmo. - Pelo menos, não depois do que aconteceu.

– Não tinha certeza se queria vir, na verdade, ainda não tenho.

– O que está acontecendo entre você e Esther? - seus olhos se estreitaram, prontos para identificar uma mentira. - Sei que papai foi falar com seus pais, e que Esther foi encontrá-lo.

– Você estava me seguindo? - perguntei furioso.

– Não, mas não precisa ser muito esperta para reparar nas fotos suas por todo quarto dela. Obsessão, é a palavra que eu usaria para descrever o que ela sente por você. - eu podia sentir a mentira escorrendo por seus lábios, mas não me dei ao trabalho de escutar por muito tempo.

– Não tenho nada com Esther, e não pretendo ter. - sorri torto pra ela e me aproximei. - A menos que ela queira manter o mesmo acordo que tenho com você, mas duvido que ela só esteja a fim de uma trepada.

E assim que as palavras deixaram minha boca, senti um arrepio na minha nuca. O ar pareceu ficar pesado e era difícil pensar com clareza.

Senti sua presença assim que ela entrara no salão. Era a imagem da perfeição em um vestido vermelho sangue, os cabelos revoltos, soltos emolduravam seu rosto deixando-a ainda mais bela. Um sorriso radiante se espalhava em seus lábios avermelhados quando alguém a cumprimentou.

– O quê essa sangue-ruim está fazendo aqui? - a voz de Astória ecoava ao longe em meus ouvidos, meus olhos vidrados em Hermione.

Ela estava de braço dado com um homem, mas não consegui ver quem era. Um sentimento de possessividade queimou em meu peito, a fúria começava a tomar controle pelo meu corpo e a turvar minha visão. Foi quando consegui ver o homem que a abraçava e me surpreendi por ver o rosto de Kol. Ele sorria enquanto beijava seu rosto e a abraçava, fazendo meu sangue ferver de ódio. Peguei uma dose de uísque e virei, pegando outra em seguida.

– Merda. - xinguei quando um outro bruxo esbarrou em mim fazendo meu drinque derramar. Peguei outra dose virando-a, sem dar tempo para o álcool se assentar em meu estômago.

Meus olhos corriam o salão, mas voltavam para a castanha que dançava embaixo do lustre de cristal. Ela brilhava, alheia a todos ao seu redor, e sorria para Kol que tinha as mãos em sua cintura. Meu sangue fervia, e saí dali antes que fizesse alguma besteira. O jardim era composto por um labirinto com paredes de cerca-viva, as luzes fracas deixavam tudo com um ar misterioso, a brisa quente soprava me acalmando.

– Está muito elegante esta noite, senhor Malfoy. - sua voz parecia me perseguir, ficando impregnada em minha mente. - Mas estou surpresa que tenha realmente vindo, acho que me enganei em pensar que não gostava das irmãs Greengrass.

Me virei torcendo para que ela não estivesse ali e eu estivesse apenas ficando louco, seria mais fácil lidar com a loucura do que com as sensações que ela provocava em mim. Mas minha respiração falhou por um segundo quando a vi, apenas alguns centimetros nos separando, em seu vestido vermelho. Senti meu membro pulsar ao sentir seu perfume e ver o tecido envolto em suas curvas, sua boca parecia implorar para que eu a tomasse, seu corpo gritava sensualidade.

– Decidi de última hora. - ela sorriu e olhou para a casa, dava para ver Kol conversando com outras pessoas pela janela. - Mas vejo que você por outro lado, já planejava vir, não é?

– Estava planejando ficar em casa e quem sabe ler um livro, mas Kol insistiu tanto que foi quase impossível resisitir. Ele tem um charme encantador sabia?

Dei um passo em sua direção, ela não recuou. Seus olhos castanhos se cravaram nos meus, desafiando-me. O ódio queimou em minha pele, como ela poderia brincar comigo desse jeito? Como se atrevia a jogar com a minha sanidade?

– Por que veio com ele? - segurei seus pulsos prendendo-os acima de sua cabeça, seu corpo de encontro ao muro de pedra, meu corpo pressionando-a sem deixar espaço para ela fugir.

– Draco, você está me machucando. - meu quadril colado ao dela impedia meu racíocinio, a respiração dela em meu rosto me deixava inebriado, seus seios fazendo uma pressão leve em meu peito estava me deixando excitado.

– Você não respondeu minha pergunta. - disse com os lábios encostados em sua orelha, ela soltou um gemido involuntário quando depositei um beijo ali.

– Vim com ele porque ele é bonito, está solteiro, e me convidou. Eu teria vindo com qualquer um que estava nessas categorias. - era uma indireta, eu sabia. Mas isso não me impedia de ficar irritado por ela ter-se deixado ser tocada. - Além do mais, não sou sua propriedade.

Minhas mãos soltaram seus pulsos e desceram pela extensão do seu braço causando arrepios, passaram por seus seios descendo por sua cintura e parando em suas coxas, instintivamente ela afastou as pernas gemendo ao sentir meu membro em seu quadril. Eu a queria, mais do que qualquer coisa.

– Você foi atrás de mim, me provocou e me beijou. - eu sussurrava em seu ouvido enquanto beijava a curva de seu pescoço. - Você queria minha atenção e conseguiu, então não tente recuar agora. Você é minha até que eu diga o contrário.

Sua respiração falhou com minhas palavras e ela arqueou as costas se encostando ainda mais em mim, seu gesto serviu como um apertar de gatilho disparando o resto de controle que eu tinha pelos ares. Meus lábios se fundiram aos dela vorazes e famintos, minha língua se afundava em seu gosto, e era como uma droga destruindo todo e qualquer pensamento que eu pudesse ter. Suas mãos estavam em minha cintura tirando a barra da minha camisa de dentro da calça e procurando caminho por baixo dela até alcançar minha barriga, meu corpo se contorceu em um arrepio e deixei escapar um gemido em sua boca. Suas mãos faziam um caminho tortuoso e lento, circundando meu umbigo e arranhando minhas costas com as unhas bem feitas.

Eu não conseguia me controlar mais, tinha que sair dali. Tinha que que tocá-la, senti-la, tirar aquelas malditas roupas que só atrapalhavam. Por Merlim! Eu precisava desesperadamente estar dentro daquela garota.

– Eu quero você só para mim. - não sei se ela entendeu minhas palavras, mas podia apostar que ela conseguia ver o desejo queimando em meus olhos. Um segundo depois já estávamos em seu quarto, sorri ao ver que a foto na mesa de cabeceira havia desaparecido.

Ela parou a minha frente, seus olhos negros de excitação, sua boca rosada e inchada, seu rosto corado e sua respiração descompassada. Peguei sua mão puxando seu corpo contra o meu, virei- a de costas abraçando-a por trás. Puxei o zípper do vestido devagar vendo o mesmo escorregar por seu corpo até chegar ao chão, sentindo sua pele quente e seu cheiro viciante. Linda.

Beijei seu pescoço, fazendo uma trilha com a língua até seu colo. Meu beijo deixou uma marca vermelha em seu seio, meu polegar alisou a marca arrancando um gemido abafado dela. Eu a marcara como minha, não havia volta agora nem que eu quisesse. Hermione era a prova viva da minha fraqueza.

– Por que você me odeia, Malfoy? - suas palavras me fizeram esquecer de todo o resto, era como um botão de desligar que me fazia pensar apenas em Hermione.

A noite não parecia ser o suficiente para prová-la, sentir seu toque me causando arrepios, para beijá-la e faze-la sussurrar meu nome. Quando, enfim estava dentro dela, parecia que nossos corpos se encaixavam com perfeição.. O êxtase chegou em sincronia fazendo que ondas de prazer arrebatador nos deixasse exaustos , ela soltou um último suspiro em meu ouvido e sussurrou meu nome como uma prece.

– Inferno. - sussurrei enquanto beijava seu pescoço, sentindo sua pele nua de encontro a minha. Hermione era a consumação dos meus pecados, era a prova do mal que habitava em mim, do ódio sem controle que ameaçava explodir a qualquer segundo. Hermione era minha punição e minha perdição, minha tentação a qual eu não resistia. Hermione era meu inferno particular.

Era uma espécie de vício destrutivo, Hermione era a cocaína da qual eu não conseguia me livrar, e que mesmo sabendo que era um erro, eu havia sucumbido a ela.

Continua...