Amanhecer Sombrio escrita por Amanda Santos


Capítulo 11
O Assassino


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil desculpas pela demora em postar o capitulo. Tive algumas dúvidas se eu realmente deveria postá-lo, porque muitas pessoas podem me odiar a partir de agora. Bem, vamos ao capitulo.



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O corpo foi encontrado no corujal, o rosto inchado e roxo, todo o corpo engrossado pelas veias negras de sangue saltadas sobre a pele. Era como se o sangue tivesse se solidificado em suas artérias. A Weasley mãe viera a mando de Minerva sem saber de nada, mas já desconfiando de algo, e vi quando ela gritou no meio do pátio dizendo que era mentira, que não poderia ser verdade.

– Meu Rony não está morto. - ela sorriu, os olhos pareciam mais alertas do que racionais. - Ele deve estar com Harry, é só isso. Talvez tenha ido até o campo de quadribol escondido.

Ela repetia sem parar, como se acreditasse que se repetisse muitas vezes faria suas palavras se tornarem realidade. Uma multidão de alunos e professores meio atordoados se espremiam tentando ver enquanto tiravam o corpo e o levavam embora, pareciam abutres a espera de um pedaço de carne podre. Hermione apareceu no meio da multidão que abria espaço sem realmente saber o que fazer, ela não chorava mas eu conseguia ver que isso não estava sendo fácil.

– Não há palavras que eu possa dizer neste momento de grande tristeza, um aluno foi tirado de nós cedo demais. - Minerva parecia estar mais chocada do que triste.

Me lembrei da conversa que escutei dela com o homem misterioso, ela lhe dera uma semana para descobrir o que estava acontecendo e já se passara seis meses, e agora alguém estava morto. Era só uma questão de tempo para que o caos se espalhasse.

– Não parece nem um pouco abalado com o que aconteceu? - Astória se encostou no muro ao meu lado, estava com um manto preto preso por fitas e um sorriso amargo nos lábios.

– E por que estaria? - dei de ombros. - O rato Weasley tinha tanta consideração por mim quanto eu tenho por ele, se fosse eu que estivesse inchado e indo para cova, aposto que fariam festa.

– Não, são bonzinhos demais para isso. Talvez apenas sussurrasse um já vai tarde, quando estivessem sozinhos. - ela me cutucou e eu sorri.

– Por que está aqui? - eu sabia porque ela estava ali, mas não custava perguntar.

– Papai me mandou vê-lo, tinha a ver com reafirmar seus votos. - ela me encarou. - Vai mesmo se casar com Esther?

– Não, e nunca disse que iria. - chutei um pedra que rolou pela encosta e parou rodando no mesmo lugar. - Ela deduziu isso sozinha.

– Talvez você não se dê conta de como age, é algo tão instintivo que nem você nota. - ela encostou seus lábios no meu rosto e sussurrou antes de correr da chuva que começava a cair. - Você faz que as pessoas gostem de você, apesar de tudo elas gostam de você, mas quando vê que corre o risco de gostar também destrói tudo ao seu redor.

Fazia algum tempo que eu me esquecera como Astória era antes de toda a obsessão e as maluquices, costumava ser a garota mais interessante que eu conhecera. Linda, inteligente e mais realista que qualquer outra, não se enganava com a falsa bondade das pessoas, ela sabia tão bem quanto eu que o mal estava em nosso interior e não em nossas atitudes.

– Você não parece ser tão assustador quanto todos falam, na verdade, não parece nada com o que todos falam. - ela me dissera na primeira vez em que nos vimos.

– E o que todos dizem? - perguntei, naquela época eu realmente me interessara por ela.

– Não interessa, e posso apostar que você não liga. - ela estava certa em um ponto, não interessava. Mas isso não queria dizer que eu não ligava.

Pensar em como as coisas eram fáceis com Astória me fez pensar se com Granger tudo seria igual. Mas afastei o pensamento da minha cabeça tão rápido quanto veio, Granger não era nem um pouco parecida com Astória, nem agora nem antes. Astória aceitava o lado negro que parecia existir em mim, mas Granger parecia gostar deste lado. Ela incentivava e esperava pelo meu pior e isso me enlouquecia. Saber que depois de tanta mal que eu fiz, ela ainda não se convencera de que não há esperança para mim e que esperar por redenção era perca de tempo.

– A diretora Minerva deseja falar com o senhor, Malfoy. - o fantasma parecia entediado e meio distraído enquanto dava o recado. Se eu fosse um fantasma também não me preocuparia com a morte de alguém.

– O que ela quer comigo? - perguntei, mas ele se limitou a dar de ombros e sair flutuando sem rumo.

Eu já podia esperar uma bronca por não ter comparecido as aulas na última semana, ou por ter levado garotas ao meu quarto ou ter saído do castelo sem premissão, mas nem por isso ela me chamara, sempre mandava meus castigos por cartas. Eu queria saber o que ela teria para me dizer, mas sabia que não era nada bom.

– Senhor Malfoy, sente-se por favor. - disse quando entrei em sua sala.

Ela andava de um lado para o outro na sala e parecia se esforçar para pensar e por um momento me fez lembrar de Dumbledore, o velho babaca parecia sempre impertigado com alguma coisa, parecia que sua mente funcionava sem parar.

– Acho que não imagina porque eu o chamei. - ela me encarava, no rosto uma expressão resignada e os olhos duros. Parecia não querer demonstrar suas emoções e ainda assim tentar me fazer revelar as minhas.

– Na verdade, tenho quase certeza de que é algo que supostamente eu levei a culpa de ter feito. - minhas palavras saíram fria e cortantes, e pelo olhar surpreso dela, era exatamente isso.

– Draco, onde estava esta noite? - perguntou.

– Em meu quarto. - sorri, e ergui uma sobrancelha. - Onde mais eu estaria?

– Não faça brincadeiras comigo senhor, esta não é uma hora de se fazer piadas. - ela ergueu a voz num tom sério.

– Sinceramente, não faço a menor ideia do que a senhora esta falando. E na verdade, não sei nem ao menos porque estou aqui.

Ela soltou um suspiro lento, eu a havia irritado.

– Houveram denúncias e alunos suspeitam que você possa ser culpado pela morte do senhor Ronald Weasley.

A fúria me invadiu em questões de segundos, sabia que não seria bom explodir na frente de Minerva, mas estava ficando difícil controlar. Forcei minha mente a trabalhar e me desviar da raiva.

– Acusações sem provas, e eu já estou sendo chamado para interrogatório? Isso não me parece muito justo. - dei uma gargalhada, meus punhos se fechando com tanta força que podia sentir o sangue escorrendo onde as unhas encontravam a pele. - Mas por que eu estou surpreso com isso? Já pensou que existem outros alunos nessa escola?

– Viram uma discussão entre o senhor e o senhor Weasley nos corredores pouco antes do toque de recolher.

Eu havia me esquecido deste detalhe, é claro que todo mundo tinha visto quando eu humilhara o rato Weasley.

– Digamos, que não seja uma descoberta do século que eu não era amigo dos Weasley's.

– E talvez seja esse o motivo de eu achar que você está me escondendo algo. - não, ela não poderia saber da voz. Ninguém sabia.

Quando cheguei em meu quarto, Hermione sorria com uma caixa nas mãos. Eu a escondia no fundo do meu baú e nem me lembrava mais da última vez que havia mexido.

– Estava mexendo nas minhas coisas? - perguntei, enquanto tentava tomar a caixa de suas mãos.

Ela correu rindo, subiu em cima da cama e soltou uma gargalhada quando a puxei pela cintura impedindo-a de fugir. Tomei a caixa de suas mãos voltando a guardá-la dentro do baú.

– Por que não deixa que ninguém o conheça de verdade? - ela se aproximou com um sorriso que eu sabia exatamente o que significava.

– O que está fazendo aqui? - perguntei, enquanto a puxava para mais perto. Plantei um beijo em seu pescoço, sentindo o cheiro dela me inebriar.

– Vim perguntar se você matou o Rony, mas parece que pela sua surpresa os boatos são falsos, né? - ela sorriu.

A voz ecoou em meus ouvidos outra vez, "todos que se aproximam dela acabam mortos". Eu não sabia o que estava acontecendo, mas tinha certeza de que essa mudança súbita mudança de atitude de Hermione tinha alguma coisa a ver com isso.


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Notas finais do capítulo

Acho que meus medos foram infundados, já que aqui só tem Dramiones (Um Weasley a mais ou a menos, não faz muita diferença né?) *Brincadeirinha gente*.
Espero os comentários, bons ou ruins, estou aceitando qualquer coisa. kkk