Amor de um Anjo escrita por Pupils Nómada
Dias se passaram e Andrew vinha ter comigo em todos os meus tempos livres. Segundo ele, mais ninguém o via porque ele assim o quis, o que era bom. Comecei a sentir-me menos sozinha… até já sorria mais, segundo os meus pais… o que é bom, acho. Já não ia todos os dias ao meu blog e quando ia era por muito pouco tempo. Andrew simplesmente me compreendia e me fazia sorrir mais vivamente e com um sentimento mais quente do que quando era eu a escrever tais sentimentos sem os compreender.
Andrew não tentara-me beijar de novo. Sempre que eu ficava hipnotizada pelos seus olhos e ele se aproximava com intenções de me beijar, ele acabava por se afastar sempre.
–Anda Andrew! Aqui ninguém nos verá! – fiz uma pausa, apercebendo-me do que acabara de dizer. – Quer dizer, aqui ninguém me verá.
Eu puxava Andrew pela não para um dos cantos menos visitados da escola. Era a minha hora de almoço e como aquele lugar era um jardim, não se via lá ninguém.
–Não te obrigues a desenhar quando não gostas… !
Fiz cara de chateada para ele, puxando-o um pouco mais.
–Eu não me estou a obrigar! Eu quero-te mesmo desenhar! Até comprei um caderno de desenho durante o intervalo entre as duas primeiras aulas da manhã!
–Está bem então… - desistiu ele, sentando-se na cadeira branca que eu lhe indicara.
Com o meu pucho, prendi-lhe o cabelo. Fui buscar então uma outra cadeira branca e pu-la mesmo à frente dele, sentando-me de frente para ele e cruzando as pernas em cima da cadeira, para poisar o caderno. Ele ficou quieto, olhando-me nos olhos e observando todos os meus movimentos. Comecei então a desenhar.
Passei quase a hora de almoço toda mas consegui acabar. Comparei o meu desenho com Andrew e logo a seguir estendi-lho. Ele esbugalhou os olhos e logo de seguida olhou para mim.
–Está perfeito! Não sabia que sabia desenhar tão perfeitamente bem!
Senti as minhas bochechas aquecerem-se.
–Obrigada. – agradeci, tentando esconder um sorriso.
Andrew levantou-se da cadeira e inclinou-se para a frente, na minha direcção. Eu simplesmente fiquei quieta, fixando os seus olhos até estes ficarem fora do meu alcance visual. A sua respiração e seu hálito fresco vinham contra a minha pele da cara e do pescoço e de repente senti uns lábios macios e mornos poisarem na minha face corada e quente. Eles mantiveram-se lá por algumas fracções de segundo que passaram arrastando-se mas deixando aquela tão famosa sensação de querer mais que eu lera em livros e histórias da internet.
Ele afastou-se de mim sorrindo e voltou a olhar para o desenho.
–Não gostas de artes porquê?
–Não sei bem… acho que o facto de o meu pai ser obrigado a desenhar quando mesmo não quer e vê-lo com aquela expressão cansada e a sua mudança de comportamento com isso foi o que me afetou.
–_O que aconteceu nessa altura?
–Muita coisa… - respondi num suspiro. – Ele mudara completamente pois antes tinha muito mais trabalho que agora e ele chegou até a bater em mim e na minha mãe. Mas nãofoi nada de grave… Só na altura é que foi mais marcante.
–Mas agora tudo é diferente; podias tentar.
Eu sorri-lhe levemente e desculpei-me:
–Não vale apena.
A conversa terminou ali e segundos depois tocou.
–Eu vou andando. – disse, levantando-me e pagando o caderno que ele me estendia.
–Até logo. – despediu-se ele.
–Fui até à sala de aula de novo com a mente preenchida por Andrew, coisa que me incomodava já que não tinha motivo para tal.
–Estiveste a desenhar, estúpida?
Não respondi. Quem falara era Marah, a convencida da turma e a mais popular.
–Ei, Yurika! Responde atrasada!
O professor chegou e eu entrei logo a seguir a ele para tirar o meu caderno da vista de todos. A aula passou e o professor por algum motivo deixou-nos sair mais cedo. Fui então indo para casa sem Andrew pois ele não sabia que eu saíra mais cedo. Como o caderno era grande demais, tive que o levar na mão.
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