Capítulo 19 – Double Training (Parte final)

–Infelizmente. – Jim revirou os olhos.

–Não pedi pra nascer teu irmão.

–Vai ter DR mesmo? Erin questionou. Jim foi até ela e levantou seu queixo.

–Erin, Erin, você ficou uma graça com esse curativo no nariz, mas ia ficar ainda mais com algumas faixar que vai ganhar se não se calar. – Jim falou rangendo os dentes.

–Só tenta. – Erin respondeu tirando a mão dele de seu queixo com um tapa.

–Sou o tipo de cara que consegue o que quer, pode acreditar. – Falou se afastando.

–Que isso jovens? Estão piores que o Aiden e a Cherise! – Connor brincou.

–Cala a boca e vai lutar logo! – Françoise reclamou. Connor sorriu de canto pra ela e levantou.

Um palhaço azul, gordo de roupas roxas e vermelhas, botinhas amarelas e chapéu de bobo da corte verde e amarelo apareceu.

–Conheço esse cara... - Connor falou coçando a nuca. Num lapso de memória, conseguiu se lembrar.

FLASHBACK ON

Um garotinho moreno estava sentado no chão, ao lado do piano, onde seu pai tocara pra ele. Nas mãos do menino havia um boneco palhaço gordinho, azul, de roupas roxas e vermelhas, com chapéu verde e amarelo, e botinhas amarelas. Um grito interrompeu a música do piano, um grito feminino. O pai dele saiu as pressas na direção do som, sem notar o filho o seguindo.

O pai se virou de uma vez, quase machucando o garoto, fechou a porta com força para que o mesmo não visse a cena. Levou-o pra sala e depois o buscou novamente com uma bolsa média, e saíram da casa as pressas. O garoto ainda não entendia muita coisa, mas sabia que algo muito, muito ruim acontecera.

FLASHBACK OFF

Connor não se mexeu muito, mas em poucos minutos o boneco estava em pedacinhos e o garoto sem expressão que segurava a arma com força. Bethany correu até ele e o abraçou.

–Connor, para! Já chega, por favor! Por favor... irmão... – Ela falou com o rosto no peito dele. Connor só voltou a si quando ouviu o fim de sua frase. “Irmão”.

–Bethy.. D-Desculpa... – Ele sussurrou afagando seus cabelos.

–Irmão..

–Mais irmãos? Sério? – Leandro protestou.

–Você não tem que reclamar de nada! – Maki falou se levantando e indo até eles. – São irmãos mesmo?

–De criação. – Beth respondeu

–Na verdade, somos irmãos de verdade. – Connor confessou.

–De pai e de mãe?

–De pai e de mãe.

–Então meu primeiro beijo foi incesto?

–Nosso. – Connor corrigiu-a, e ambos foram sentar. Maki pegou sua lança animada.

Uma raposa branca gigante apareceu. Seus olhos vermelhos brilhavam e exalavam fúria, em seu pescoço era visível um sinal negro em forma de camélia, e suas nove caudas balançavam quase causando um terremoto.

–Maki! – Liv e Blaze falaram ao mesmo tempo. – Não a machuque, desfaça o selo! Isso a fará voltar ao normal! – Continuaram, com a voz quase se unindo numa só. Maki assentiu com a cabeça e se posicionou.

–Eita, cuida da tua mulher Luke, que se não ela se mistura com a do Ron! – Tate brincou.

–É O QUE? – Luke gritou corado. Ron revirou os olhos e só ignorou.

Maki avançou e num santo, sentou-se no dorso da raposa. Firmou-se com dificuldade e começou a tentar apagar o selo, ela parecia estar brincando num touro mecânico.

Blaze jogou uma borracha verde pra ela, segundos antes da lança da mesma ser arremessada pelos movimentos da raposa na direção de Jim.

–Depois dessa eu estou saindo. – Ele levantou e foi até a porta, se abaixando e pegando um lenço branco que estava ali. – Gabriela, querida, esse lenço é seu? Tem um perfume de puta tão forte que só pode ser teu.

–Não querido, não é meu. – Gabi respondeu sem lhe dar atenção. Erin levantou de uma vez e tomou o lenço da mão dele.

–Você me odeia né?

–O suficiente pra te querer na minha cama toda noite. – O rosto de Erin foi tomado de um rubor que ela nunca imaginara ser possível em sua vida.

–Oi? – Jim sorriu e piscou pra ela, saindo do ginásio assobiando. Sabrine correu até ela e a tirou dali antes que a raposa lhe acertasse com uma das caudas.

–Deixa pra ficar avoada depois amiga.

Voltando a luta de Maki, a garota conseguiu apagar uma fina linha do selo, que começou a deslizar do pescoço da raposa pro pulso de Maki. A raposa diminui de tamanho rapidamente, voltando ao tamanho original e derrubando Maki de uma vez.

O selo foi crescendo e se espalhando pelo corpo de Maki e quando chegou em sua nuca, seus olhos ficaram vermelhos e ela se levantou num pulo. Blaze e Liv se entreolharam, e as duas piscaram pra Tony, que corou extremamente ao se dar conta do recado. Maki tentava se mexer, mas parecia que seu corpo pesava toneladas, e ela mal se mexia, e quando se mexia, era bem lentamente. Tony respirou fundo e levantou, foi até Maki rapidamente e a abraçou, enquanto ela tentava se soltar, os dois acabaram por cair de costas. Maki estava furiosa, não ficava quieta, até que Tony a beijou, e ela se acalmou, por fim ele a soltou.

–Eu precisei ser possuída pra você me beijar? Sério? – Ela falou rindo, e quase o beijando-o novamente graças a raposa, que pulou em sua cabeça, antes de sair correndo do ginásio. Tony riu sem graça, e em seguida, Liv levantou, e foi até o centro do ginásio. Blaze foi até ela.

–Tem certeza que quer lutar mana?

–Toda.

–Vou com você então.

–Blaze.. – Liv começou, Blaze sorriu.

–Não estou perguntando, você pode precisar da ajuda da sua maninha sabe?

–Ah, pessoas, subam por aqui, é mais seguro olhar lá de cima sabe? – Cristine falou apontando pra escada que levava a um tipo de sala. Os outros alunos subiram resmungando, ainda mais Cassie que meio que falava dormindo, antes de subir, Luke murmurou um “Boa sorte” pra Blaze, que piscou pra ele como resposta.

Dois monstros saíram das celas. Uma formiga vermelha gigante e uma garota morena com corpo de escorpião. Liv estremeceu, e um grito veio da sala onde os outros alunos estavam.

“FORMIGAS INGRATAS”

Tate estava em choque, sentado no canto da sala, encolhido, chorando. Ninguém sabia o porquê, além de Victória, que foi abraça-lo na tentativa de tentar acalma-lo. Logo, as duas garotas começaram a lutar. Liv sacou suas pistolas, Blaze sacudiu a cabeça pra soltar o cabelo, que se espalhou pelas suas costas em pequenos cachos, assim como os de Liv, porém a outra era lisa. Blaze girou dois lápis nos dedos, que foram aumentando até alcançar 25 centímetros e se tornarem espadas curtas, semelhante a Wakizashis .

–Eu pego a garota-escorpião e você a formiga? – Sugeriu Blaze.

–Vamos nessa. – Liv respondeu avançando na formiga. Blaze se posicionou e avançou, esquivando de jatos de veneno, enquanto Liv atirava nas patas da formiga, Blaze ainda tentava se aproximar da escorpião. Lançou uma das espadas na direção da cabeça da escorpião, que agarrou-a com uma das mãos, Blaze sorriu sombria, um brilho arroxeado passeou por seus olhos. A espada que estava com a adversária começou a derreter em sua mão, fazendo-a gritar, era um ganido assustador, mas nenhuma das irmãs parecia se importar. As duas se entreolharam de longe; o metal da espada que derretera se espalhava pelo corpo da escorpião, fazendo-a derreter também. Blaze lançou a outra espada, decepando o ferrão que jorrava veneno pra todo lugar. A escorpião gritou pela última vez, e então virou pó por alguns segundos, desaparecendo pouco depois.

Liv atirou na cabeça da formiga, e em seguida foi atirando pela extensão de seu corpo derrubando-a com um chute depois.

–Moleza.

–Com certeza. – Blaze concordou enquanto as duas subiam pra sala. Quando entraram, Trent estava lá, e puxou Blaze assim que ela se aproximou, ele a beijou com um desejo que era quase visível no ar, pegou-a no colo e a apoiou numa mesinha ali, descendo um pouco os beijos para o seu pescoço, e passando a mão pelas suas coxas. Parou um pouco e sussurrou em seu ouvido.

–Você poderia dificultar um pouco as coisas não? – Ela o empurrou discretamente e sussurrou de volta.

–Você poderia deixar de ser panaca não? – E saiu. Luke, apesar do choque, foi atrás dela, e só conseguiu alcança-la no corredor.

–Blaze, espera.

–Me deixa em paz.

–O que ele te disse?

–Me chamou de puta.

–Você não é puta!

–Fala isso pra ele então, agora me deixa em paz!

–Blaze..

–Me deixa, aprendi a cuidar das minhas feridas sozinha. – Ela falou dando de ombros e finalmente se virando pra ele. Ele a abraçou.

–Mas somos amigos, e eu não vou te deixar em paz, vou ajudar a cuidar de você, ok? – Sussurrou, olhando em seus olhos, e por pouco, não se beijaram.