A ultima dança escrita por angeltome


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

É apenas uma one, imaginando um momento fofo entre eles!! (Olicity) *--*



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Ela alisava pela milésima vez o vestido lilás com tons de rosa, que caia pouco acima do joelho.

O espelho mostrava uma Felicity diferente da maioria dos dias. Ao invés de óculos, lentes, e olhos marcados com delineador. Substituindo o costumeiro rabo de cavalo, uma trança frouxa na lateral, maquiagem leve, um pequeno salto... Decidiu por fim que o resultado era satisfatório, ao menos até ouvir o som da campainha, lembrando-a que ele estava do outro lado e abalando de vez sua frágil confiança.

Nervosamente caminhou até a porta, obrigando-se a por um sorriso no rosto, e girou a maçaneta. ‘Respire garota, é apenas um baile. Claro que você é um fracasso em eventos sociais, enquanto seu par é basicamente a personificação de um deus grego, mas... Como eu ia dizendo, apenas relaxe, e lembre-se de respirar’.

-Felicity, oi! Você está... Diferente. –Oliver Queen, o solteiro mais cobiçado de Starling City estava bem na sua frente, vestindo um terno impecável, sorriso perfeito, e uma pequena flor a tira colo.

‘Okey, respirar pra que? Ar é mesmo super valorizado’. –Oliver, finalmente! Achei que nunca iria me pegar... Digo, me pegar para o baile, não me p... Enfim, estamos atrasados, e por que a flor?

-Posso? –Perguntou enquanto segurava sua mão, deslizando o enfeite entre seu pulso, causando pequenas ondas elétricas onde tocava. –É um localizador, caso nos separemos no meio da missão, o meu está na gravata, e Diggle pode nos monitorar o tempo todo.

Missão, claro, por um segundo seu cérebro bloqueou a ideia de que tudo não passava de uma missão, de que nada daquilo era real, estavam juntos não como um casal, mas como parceiros, porque precisavam estar.

-Certo, vamos então, não quero chegar atrasada na reunião da minha própria turma.

-Pelo menos vamos chegar com estilo. –Estendeu-lhe a mão, guiando-a até a limusine.

-Um limusine, serio? –Quase não conteve um gritinho histérico. –Um carro desses, e um Queen de acompanhante a tira colo, parece que vou fazer algum sucesso, pra variar. –Diante de seu olhar intrigado, explicou. –Talvez seja difícil pra você acreditar, mas eu não era exatamente a rainha da popularidade no colégio.

-Eu nunca imaginaria isso. –Sorriu enquanto abria a porta de trás para que entrasse.

-É, aparentemente ser a vencedora por três anos do campeonato de maratomatica não te rende muitos pontos com a ‘galera legal’. –Se ajeitava no banco traseiro, ele sentou a seu lado, o cotovelo roçando no seu. – A não ser que os dizeres ‘Nerd sabe-tudo’ em vermelho no meu armário fosse uma espécie de elogio. Ou o leite derramado no meu cabelo... Por que estou fazendo isso mesmo?

-Pela sua amiga. –E isso foi tudo o que precisou dizer, para que ela seguisse adiante.

Melissa, a melhor amiga de Felicy, que ela não via já algum tempo, mas tudo mudou com um telefonema.

‘-Licy, por favor me ajude! Você é a única que pode me ajudar, a única em quem confio. Estou com medo, medo dele, do que ele pode fazer e... Me ligue assim que receber essa mensagem, precisamos muito conversar.’

Mas ela não teve chance de fazê-lo, naquela mesma tarde recebeu a noticia de que a amiga estava morta. O relatório oficial dizia suicídio, mas depois de um recado daqueles, Felicity sabia que tinha algo a mais na historia.

Depois de investigar um pouco por conta própria, descobriu que a amiga saia com alguém, e essa tal pessoa parecia ameaça-la, intimida-la, mas ninguém sabia dizer ao certo quem era.

Cavando mais a fundo, achou uma anotação na caderneta da amiga, era a data da reunião de classe de sua turma, ela nem se lembrava e não tinha a menor intenção de ir. Porem a data estava grifada, com os dizeres ‘tudo ou nada’, na frente. Aquilo por si só não dizia muita coisa, mas a mãe de Mel contou que a filha andava ansiosa para o baile, mais que o normal, como se alguma coisa terrível fosse acontecer. E aconteceu, entes do que ela imaginava.

Não sabia dizer que ligação à noite do baile tinha com a morte da amiga, mas sabia que precisava estar lá, que talvez o assassino também estivesse, e principalmente, sabia que não poderia fazer isso sozinha, foi então que recorreu à única pessoa em quem podia confiar.

-... Então preciso que seja meu cara... Quero dizer, meu namorado... ou melhor, não meu namorado pra valer, meu par apenas... Mas não realmente um par... Um parceiro, isso, preciso que seja meu parceiro. –Ela se atrapalhava toda explicando a situação a Oliver, que nem pensava em interrompê-la, afinal uma parte dele gostava de ver a jovem sabe-tudo nervosa, corada, sem saber bem o que dizer. –E ai, topa?

-Felicity, eu já te disse uma vez, você é minha parceira, isso quer dizer que se precisa de mim, eu estou por você. –A moça encolheu os ombros esperando por seu toque, como da ultima vez que disse isso, mas ele apenas ficou lá parado, a encarando, o que era ainda mais perturbador.

-Okey, então será na próxima sexta, arranje um terno, e passe pra me pegar às nove. Ah, e claro leve suas flechas, as mascara, e... Bem, você entendeu, vá como Oli, mas traga o Arrow pra festinha, e eu levarei a nerd sabe-tudo em baixo do vestido rosa.

-Você vai usar um vestido?

-Não me provoque.

O salão estava lotado, luzes e muito brilho adornavam o local. Quando o belo casal adentrou o salão, causou uma pequena comoção, afinal, aquele era ninguém menos que o milionário maravilhosamente lindo Oliver Queen, que estava acompanhando, quem mesmo?

-Felicia, querida, é você mesmo? –Uma ruiva muito magra e com a cara esticada a cumprimentava com uma fingida simpatia. –Quase não te reconheci sem o aparelho, óculos e rabo de cavalo.

-É Felicity, Peiton, e eu já não usava aparelho no ultimo ano... bom, tive que voltar a usar alguns dias quando aquela bola bateu em mim no treino de basquete, mas...

-Certo, certo, querida. Mas porque não me apresenta seu amigo. –A vadia estava olhando pra ele com olhar de que iria devora-lo ali mesmo.

‘A Mesma exibida de sempre, isso porque me disseram que ela estava casada.’ –Claro, esse é Oliver Queen, você já deve ter visto ele em alguma revista de multimilionários.

Oliver estendeu a mão para cumprimenta-la, mas Felicity a agarrou antes que tivesse tempo.

-Acho que me lembro, você está na lista dos solteiros mais cobiçados da cidade, não está? –Mais um risinho insinuantes daqueles e Felicity seria obrigada a esticar ainda mais a cara da perua.

-Não mais! –Oliver não teve nem tempo de processar a pergunta, e ela já estava agarrada a ele possessivamente. –Como dizem, não se deve acreditar em tudo o que Le, e apesar do MEU Oli continuar cobiçado, a parte do solteiro ficou pra traz, não é amor? ‘Meu Deus, eu perdi o juízo? Só espero que ele não me desminta na frente dessa lambisgoia.’

-Ah sim, amor. Ela me fisgou de uma maneira irreversível. –Para sua surpresa disse puxando-a pela cintura, e beijando sua testa.

Totalmente sem fala a despeitada ruiva apenas assentiu sem graça, saindo em seguida pra encontrar com o marido barrigudo e sem sal do outro lado da mesa.

-10 Felicity, 0 líder de torcida despeitada, resultado final, nerds arrasam! – Felicity comemorava com o inicio de uma dancinha, quando percebeu o olhar divertido de Oliver sobre ela. –O que foi? Uma garota não pode ter uma pequena vingancinha contra uma tirana do passado?

-Hoje você pode tudo. –Por que dizer aquilo com a voz tão rouca? E o que queria dizer isso afinal?

-Ah, pessoal? –Era a voz do Diggle pelo comunicador, quase se esqueceu que ele acompanhava tudo do quartel. –Não quero interromper o momento ‘nos tempos da brilhantina’ de vocês, mas o resultado do legista acabou de chegar, como você me mostrou, Felicity, eu interceptei, e... Bom, parece que sua amiga ingeriu uma grande dose de sedativo antes de supostamente pular no prédio, do tipo que se usa em consultórios.

-Ou seja, ela precisaria de uma receita, eu sabia que ela não tinha pulado, alguém a matou.

-Tem mais uma coisa. –Disse hesitante. –Ela estava grávida.

-Grávida? –Uma leve tontura tomou conta dela, se não fosse os braços firmes de Oliver, teria tombado. –Não pode ser, ela... Ela sempre quis ser mãe, e quando isso acontece... Oliver, temos que descobrir o que aconteceu com ela.

-Nos vamos. –O aperto em sua mão era tão gentil, gerava tanta confiança, que por um segundo soube que tudo ficaria bem.

Já passava da meia noite, falaram com quase todas as pessoas da festa, uma aparente conversa casual, mas que serviu para reunir muita informação, as peças do quebra cabeça começavam a se encaixar.

Melissa realmente estava saindo com alguém, alguém que era problema. Segundo alguns comentários soltos, deduziram que o cara era casado, e talvez esse fosse o motivo do crime, ela grávida, ele comprometido. Mas quem? Alguém que estaria ali? Jennifer, uma das amigas mencionou que ela pretendia apresentar o amante misterioso na festa, ‘você vai cair pra trás’, foi o que disse.

Por que isso? Era alguém importante? Alguém que ela já conhecia? Um reitor talvez...

-De vagar com o ponche, ouvi dizer que o batizaram. –A voz ao pé do ouvido de Felicity soou estremam ente familiar, foi impossível não se engasgar com a surpresa.

-Marcus? Você, não mudou nada. –Marcus era apenas o cara mais lindo da escola, atleta, inteligente, o sonho de todas as garotas, dela inclusive. Mas claro, que a garota estranha metida a CDF estava totalmente fora do radar de alguém como ele. Pelo menos até o momento.

-Já você, está outra pessoa. –Disse analisando-a com um olhar devorador.

-Obriga, eu acho. –Um pouco corada. –Sua mulher veio também? –Da ultima vez que teve noticias dele, tinha se casado com Angela, a filha do de um importante empresário, uma riquinha mimada e sem graça.

-Não soube? Estamos nos divorciando. Estou completamente desacompanhado essa noite. –Fez carinha de cão sem dono. – E você...

-Ela já tem companhia, certo, querida? –Mal percebeu quando Oliver chegou por trás, agarrando-a pelo quadril e puxando para si.

-Sim, eu... Este é meu amigo, Oliver. –Um pouco atordoada apontou para o moço carrancudo.

-Amigo? –Marcus sentiu um Q de oportunidade.

-Não, namorados, Minha garota é tímida, não gosta de expor a intimidade. –Os braços envolverem sua cintura, e ela quase não se lembrava como se mantinha os pés no chão, como fazer tudo parar de girar, e as borboletas no estomago se aquietarem.

-Sim, namorados. –Girou o calcanhar, virando-se pra ele.

Como se percebesse que já tinha perdido a jogada, o ex atleta simplesmente se retirou, sem alarde, deixando os dois ainda presos nos olhos um do outro.

-Um drinque? –Ele ofereceu apontando a concha com a bebida.

-Claro, pode colocar... Digo, colocar o ponche. –Bebeu tudo em um único gole. –E então, o que descobriu? –Era melhor se focar, antes que ficasse ainda mais sem graça.

Contaram então o que cada um descobriu, e a conclusão era uma só, o assassino de Melissa estava ali, aquela noite, mas quem?

-Certamente alguém com um cargo importante, ou algo a perder, caso a noticia de um filho fora do casamento vazasse. –Analisava.

-Imagino que um professor, diretor, ou algo do gênero. Os caras da minha sala eram idiotas, mas não imagino nenhum como um assassino.

-Acho que nem todos eram idiotas, pelo que percebi. –Disse com um tom de irritação na voz.

-Do que está falando? –Ela perguntou com algum interesse.

-Você sabe, o cara com pinta de banqueiro vigarista, te distraindo do caso.

-O que? Você... Em primeiro lugar, Marcus não se parece em nada com um ‘banqueiro vigarista’? O que é isso afinal? E depois, eu não estava me distraindo do caso, apenas conversando.

-Flertando, quer dizer.

-Não estava ‘flertando’, ele nunca nem deu bola pra mim. –Os ânimos começavam a se exaltar, Diggle ouvia tudo risonho, do outro lado da escuta, nem sonharia interromper o momento DR do ‘casal’.

-Bom, acho que ele parecia bastante interessado...

-Eu não acho, mas... Bem, se ele estivesse, e se eu por acaso flertasse com ele, acho que isso não seria um problema, seria?

-No meio de um caso? Que envolve a morte de sua amiga? –Explodiu, e se arrependeu na hora, pode ver a magoa em seu rosto. –Felicity, me desculpe, eu...

-Quer saber, Oliver, eu agradeço por me ajudar, mas isso não te dá o direito de se meter na minha vida, como aliás você sempre faz. –Ia sair andando, mas ele a deteve.

-Felicity, já me desculpei. Alem do mais, se eu me meto, é por que me preocupo. Me importa saber quem está interessado em você, porque... –Segurando-a pelo pulso a trouxe mais perto.

-Por que? Por que importa quem se interessa por mim? –Perguntou débil, os olhos semi serrados, sentindo sua respiração mais próxima, o halito roçando em sua pele.

-Por que eu... eu... me preocupo, você... –Mais perto. –Você... é como se fosse uma irmã mais nova pra mim.

PLAFT, e o clima havia se quebrado completamente. O sangue de Felicity fervia de tal maneira, que se tivesse algo cortante por perto, certamente o belo rostinho de Oliver não ficaria tão belo assim.

-Quer saber Oliver? –Soltou-se bruscamente. –Se você ainda não percebeu, eu não sou sua ‘irmãzinha’. –E saiu marchando na direção oposta.

-Felicity, espere! O que, eu disse? Eu...

-Essa mancada eu não daria nem nos meus piores dias. –Digg deixou escapar sem querer, deixando-o ainda mais nervoso.

-Irmã, irmãzinha... Arrgg, que raiva! –Caminhava apressada pelo corredor vazio. –Esse vestido custou um terço do meu salário, a droga do sapato está esmagando meus pés, eu mal posso enxergar com essas lentes, e o que eu ganho com isso, um elogio? Não que eu me importe, mas irmãzinha? Ai já é demais. Esse, esse...

-Perdida? –Era ele de novo, Marcus, o belo Marcus, cavalheiro, lindo, e pela forma como a olhava, certamente não a via como uma irmã mais nova.

-Não, apenas tomando um ar. –Sorriu ajeitando o decote.

-Sozinha? Se fosse minha namorada não te deixaria longe um segundo. –Falou galante.

-Poxa, isso seria meio, sufocante. –Sorriu nervosa. –Mas, Oliver não é meu namorado, pelo menos não é mais, nós brigamos.

-Se eu dissesse que sinto por isso, seria uma grande mentira. –Pegou em seu braço, descendo até as mãos.

-Ual, isso foi... Egoisticamente romântico, eu acho. –Era estranho estar com o cara que por tanto tempo foi o homem dos seus sonhos, mas agora não parecia significar muita coisa. Ele ainda era lindo, de tirar o fôlego, e a queria, aquilo estava obvio, mas então o que havia de errado?

-Felicity, não quero parecer inapropriado, mas esse salão é do meu sogro, e tem um quarto vazio no piso superior, não gostaria de subir, para ficarmos mais confortáveis?

Subir com ele? Não, ela não queria. Aquilo por algum motivo lhe causava repulsa. Mas o que faria então, voltar pro seu ‘irmão’? Deixar um cara perfeito, que poderia muito bem se o tal cara que ela sempre esperou ali plantado?

-Claro, eu... Gostaria. ‘Oliver, o que você me obriga a fazer?’

-Por aqui, eu te guio. –Levando-a pela mão.

-Ela é tão teimosa, e... Eu estava fazendo um elogio, queria dizer que ela é como parte da família, minha família. Mas não, mulheres sempre entendem tudo errado e...

-Oliver! –Diggle chamou na linha.

-Agora não Dig, não tenho tempo pras suas teorias de ‘como entender as mulher’, estou procurando a Felicity.

-Primeiro, não é uma teoria, apenas uma lição simples, ‘nunca a chame de irmãzinha’, e segundo, é sobre o caso, algo importante que deveria saber.

-Diga.

-O computador que a Felicity programou pra enviar todas as imagens do notebook da Melissa acaba de mandar uma foto dela e um rapaz, pode ser quem procuramos.

-Certo, mande pra mim, enquanto isso vou acha-la. Onde se meteu afinal? –Andava pela festa se acotovelando com o pessoal já embriagado, que dançava ao ritmo de musicas antigas.

-Oli, nos esbarramos de novo? –Era Peiton, que depois de novamente se livrar do marido pançudo dançava solta na pista, insinuante.

-Ah, me desculpe, mas estou procurando a Felicity, você a viu em algum lugar?

-Na verdade... –Lançou-lhe um olhar malicioso. –Não sei se deveria te dizer, mas vi ela subindo as escadas com Marcus, era um atleta bonitão que estudou com a gente, ele...

-Sei bem quem é, obrigado pela informação. –O maxilar estava tão rijo que não passava um sopro de ar. Mas agora tinha que encontra-la, tinha uma pista, precisavam se apressar, pois algumas pessoas já deixavam a festa.

Blim!

O Celular tocou, era a foto de Melissa com o tal sujeito. –Não pode ser!

-Aceita uma taça de champanhe? –Ofereceu educado.

-Sim, obrigada! –Engoliu tudo em um único gole. O quarto era lindo, o champanhe gelado e dava um toque romântico à cena, mas ela ainda não se sentia confortável, algo não estava certo.

-Ual, se continuar a beber rápido assim, acho que alguém terá que cuidar de você. –Disse sentando-se ao lado dela na cama, a mão direita a envolvendo.

-Bom, eu... já fui escoteira, então, acho que sei me cuidar sozinha. –Ela se livrou do abraço, virando-se pro outro canto, mas o homem era insistente.

Debruçou-se sobre ela, tirando uma mexa de seu cabelo. –Uma escoteira? Isso é bom... Mas acho que um medico seria melhor. –Começou a beijar seu ombro, e aquilo não estava bem, se sentia enjoada.

-Medico? Não conheço nenhum. -Novamente a tentativa de afasta-lo foi em vão, e ele beijava seu pescoço exposto pelo vestido sem alça.

-Conhece um dentista, eu. E meu diagnostico, e que deite e relaxe. –Jogou seu corpo por cima dela, começando a explora-lo com as mãos.

‘Relaxe, está tudo bem, você quer isso...’ Mas ela não queria, não podia. Tinha alguma coisa muito errada naquilo tudo, e então uma palavra começou ecoar em seus ouvidos, ‘dentista’.

-Você disse que é dentista? –Empurrando-o para desgosto do rapaz.

-Isso mesmo, dentista. –Disse frustrado. –Não sei o porque da empolgação, mas se precisa de uma consulta particular, terei todo o prazer em atende-la, mas agora... –Voltou a beija-la, mas ela estava fria, estática.

-Um dentista... Que mexe com anestesia, remios controlados que... você conhecia ela, no colégio ela também sentia atração por você e...

-O que está dizendo? –Perguntou já irritado.

-Agora tudo faz sentido, o divórcio, sua mulher é dona de todo seu dinheiro, se ela descobrisse a traição, a gravidez.

-Sabe, eu realmente não sei do que está falando, se não quer dormir comigo, é só dizer, não precisa surtar. –Foi levantando um pouco apreensivo.

-Foi você, meu deus, você a matou! –Exclamou sem se conter, estava horrorizada demais pra esconder as emoções.

-Sabe o que dizem sobre garotas espertas? –Disse colocando-se entre ela e a saída. –Que elas não são tão espertas assim. –Apontou uma arma pra sua cabeça, fazendo-a tremer.

-Eu não acredito que foi você... Por que? Ela te amava.

-Ela era um pé no saco. Bonita, mas grudenta. Não entendia a diferença entre uma caso de umas noites, e a fortuna que minha mulher pode me fornecer.

-Por dinheiro?

-Claro, aquela vadia queria contar tudo pra minha esposa, eu ficaria na miséria. Mas chega de conversa, sabe, foi ótimo te reencontrar, Felicity, mas... –Mirando entre seus olhos. –Como é mesmo aquele ditado sobre os amores de baile? –Ela fechou os olhos. –Claro, eles nunca duram.

Ploft... Zipt!

A porta foi chutada, e antes que Marcus tivesse tempo de se espantar, uma flechada certeira atravessava seu peito. Era seu fim.

-Oliver! –Ela pulou em seus braços aos prantos.

-Ei, agora está tudo bem, não deixaria que ninguém te machucasse. –Disse gentil enquanto a abraçava.

O barulho da festa foi substituído por sirenes, em horas que pareceram dias os depoimentos foram dados, aparentemente Marcus e Melissa eram amantes, mas Marcus tinha um acordo pré nupcial onde perderia direito a toda fortuna da mulher caso a traísse. Ele tentou segurar Mel até o termino do casamento, mas ela estava grávida, isso seria a prova de que tinha relações com ela ainda casado. Tentou suborná-la para que tirasse o bebe, mas isso não era uma opção. Então desesperado depois de todas as ameaças soarem em vão, convidou-a para um jantar onde resolveriam tudo, batizou o drinque com anestesiante, e atirou-a do próprio prédio, deixando-o antes que alguém tivesse a chance de identifica-lo.

O que ele não contava era que Melissa tivesse alertado uma amiga sobre as ameaças, Felicity, e ela não descansaria até solucionar a morte da amiga.

A limusine parou na rua vazia. Dela saiu a jovem ainda abalada, envolta em um blazer elegante, e apoiada em seu ‘amigo’.

-Vai ficar bem? –Conduzindo-a até a porta.

-Sim, eu... Não hoje, mas vou ficar. –Encostando-se na porta. –Oli, obrigada por ter me ajudado e... E ter salvado minha vida, mesmo depois que eu... –Uma lagrima histérica começou a brotar, mas ele a enxugou.

-Ei, tudo bem, você está segura agora! –Puxou pra tão perto que ela quase podia sentir as batidas do seu coração.

-Acho que é melhor eu entrar. –Se afastou um pouco, estar tão perto dele lhe dava ideias perigosas.

-Espere. –Segurando-a pela mão. –Tempo pra uma dança, dessa vez?

-O que? Perguntou chocada, como se aquilo não soasse real.

-Foi o seu baile, e nós nem dançamos, estou me sentindo um péssimo par.

Sorrindo. –Mas... Não tem nem musica aqui.

-Não seja por isso. –Foi até o carro, dando sinal ao motorista que tocasse uma canção, ‘Can't take my eyes off you’. –Me permite? –Puxando-a para os braços.

-Isso é muito estranho. –Aceitou hesitante.

Os passos lentos ao som da musica, trôpegos no inicio, moviam-se desajeitados, até irem encontrando seu ritmo.

-Você dança muito bem. –Ele sussurrou em seu ouvido.

-Danço nada, eu sempre tropeço. Você é quem sabe me conduzir, como se estivesse flutuando. –O braço envolveu seu pescoço, foi difícil disfarçar a tensão.

-É fácil te conduzir. É natural. –Descansou o pescoço em seu ombro. –Também estou flutuando, leve... – Interrompeu os passos, olhando-a nos olhos. –Felicity, hoje quando disse que era como uma irmã, não queria te ofender, é complicado, quem eu sou e... eu apenas...

-Oliver, shii. –Calou-a com seus dedos. –Apenas dance.

Voltaram então a rodopiar, a musica já havia acabado, mas nenhum dos dois percebeu, era bom estarem juntos, era certo, se encaixava.

Em algum momento a ausência do som os traria a realidade, realidade em que ele era Oliver Queen, o arqueiro responsável por livrar a cidade do crime, alguém que não pode se envolver, não com quem realmente se importe. E ela, era apenas sua parceira.

Mas não ainda.

-Você ficou linda nesse vestido, sabia?

-Essa velharia? Nem me lembro quanto paguei por ele.

F I M .


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, me deixe saber o que acharam!!



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