Inside The Blue Box escrita por Queen Of Peace


Capítulo 13
12 - Farewell and Goodnight


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo TT_TT



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Thomas suspirou aliviado ao ver que era ela. Deixou que o taco caísse no chão e aproximou-se dela, abaixando-se junto à ela e acariciando o gato marrom que ela segurava.

— Pensei que nunca mais fosse ver você — confessou, a voz baixa e transbordando agonia. — Onde arrumou o gato? — Sabia que aquele não era o assunto de maior interesse no momento, mas não conseguia segurar sua curiosidade. Não conseguia se lembrar de histórias onde ela tivesse algum animal de estimação.

— Achei na rua enquanto ia até a casa do seu amigo — contou, os dedos passeando entre os pelos do animal. — Achei que você fosse esperar por mim. — Ergueu os olhos do gato pra pra pudesse olhar para Tom. — Na lanchonete. Eu pensei que você fosse me esperar lá.

Thomas se sentiu mal na hora. Não queria dizer em voz alta que pensara que ela nunca apareceria. Que pegaria sua nave e se mandaria pra algum planeta bem longe dali e que eles nunca mais se encontrariam. Queria agradecê-la por toda a história com os robôs. Queria dizer que se ainda estava vivo era por causa dela, porque ela o salvara. Mas todas as palavras ficaram entaladas em sua garganta, e ele apenas deu de ombros, como se aquilo fosse resposta suficiente para ela.

— Eu me esqueci. Fiquei cansado e acabei vindo pra casa. — Arrependeu-se de suas palavras quando viu o olhar desapontado que surgiu nos olhos da Doutor. Como ele podia ser tão idiota assim com ela? Deveria ter ficado na maldita lanchonete e esperado por ela. — Mas você está aqui agora, certo? — perguntou, a voz agora soando extremamente nervosa. — E nós podemos viajar, igual você falou, lembra? — Ele começou a se sentir meio desesperado. Parecia que nada do que ele planejara iria acontecer naquela noite. Ou em qualquer outra noite.

A menina se levantou, o gato ainda em seu colo. Ele parecia estranhamente calmo e relaxado pra um gato. Permaneceu quieto e tranquilo nos braços da morena, que o embalava e acariciava seu pelo.

— Thomas... — ela começou a dizer, a voz saindo entrecortada por motivos que ela não conseguia entender. — Tom. Você não vem comigo. Você vai ficar aqui. Vai cuidar da sua vida, investir na sua carreira como escritor — e ao dizer isso, ela apontou com a cabeça em direção à pequena mesa que ficava no centro da sala, onde alguns manuscritos de Thomas estavam empilhados. — Você é bom, pode conseguir fazer sucesso com isso. Ou pelo menos ganhar algum dinheiro pra poder viver confortavelmente...

— Não! — Thomas falou em voz alta, sem nem ao menos se preocupar se acordaria os vizinhos. — Eu vou com você! Você prometeu! Você não pode me deixar aqui. Você não pode fazer isso comigo. — E agora ele gritava. Como ela era capaz de fazer aquilo com ele? Prometer uma coisa e não cumprir. Deixá-lo pra trás quando sabia que tudo o que ele queria era uma viagem... Uma chance de conhecer o universo com ela. Mas a menina balançava a cabeça negativamente. E se afastava mais e mais de Thomas enquanto ele berrava e caminhava em sua direção.

— Tom, por favor... — ela suplicava, e apesar dos gritos de Thomas, o gato continuava dormindo calmamente nos braços da menina. — Vai ser melhor assim. Confia em mim. Eu tenho certeza de que você vai me agradecer por isso depois. — Ela queria fazer com que ele entendesse que aquilo era o certo a se fazer. Ela não poderia se dar ao luxo de levá-lo consigo, de tomá-lo como companheiro em suas viagens. Não suportaria se algo de ruim lhe acontecesse. Não poderia conviver com o peso de mais uma morte ou final infeliz sobre suas costas.

É claro que Thomas não concordava com aquilo. Nada fazia sentido, ele sentiu que seus olhos ardiam, e xingou em voz alta ao perceber que estava chorando. E isso também fez com que a menina chorasse. Muitos podem pensar que era um exagero dos dois, toda aquela cena. Mas Thomas nunca deixaria de ser a primeira pessoa que aparecera em sua vida depois da regeneração. Era dele o primeiro rosto que viu minutos depois de abrir aqueles olhos pela primeira vez. E Thomas... Bem, Thomas estava sozinho e infeliz. Apesar do pouco tempo que passara com ela, ele tinha certeza de que ela poderia ajudá-lo. De que ela faria com que ele melhorasse e que lhe daria uma nova razão pra viver. Teve vontade de dizer isso em voz alta, mas não queria parecer mais idiota do que já estava parecendo.

— Não faz isso comigo. Por favor... — Foi tudo o que conseguiu dizer. Queria pedir pra que ela ficasse. Ela não precisava levá-lo pra viajar, mas poderia ficar ali. Eles poderiam explorar a cidade, ele a levaria no fliperama e ao cinema, ou ao parque, se fosse isso o que ela quisesse. Faria qualquer coisa, contanto que estivesse com ela.

— Eu preciso fazer isso. Me desculpe, Thomas. — E ao dizer isso, ela deixou o gato sobre o sofá. E foi só aí que o bichano acordou, espreguiçou-se e depois voltou a dormir. — Adeus, Thomas. E boa noite. — Ela se virou e foi embora, deixando para trás um gato adormecido e um Thomas triste e preocupado com o que faria com aquele bicho.


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Notas finais do capítulo

Então... É isso. Eu sou péssima com finais de histórias, e eu sei que esse ficou meio triste, mas eu não consegui escrever nenhum final feliz pros dois TT_TT Comentem e me digam o que acharam, e se querem ou não uma segunda temporada de ITBB. xx