Rose.. Uma Weasley? escrita por Gabs


Capítulo 1
Introdução. Quem sou eu?


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma historia entre Rose e Scorpius... Embora esse capitulo não mostre muito isso.. Mas esse capitulo é apenas uma introdução da vida da rose, pra que assim comece a historia real.



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    Eu deveria ser a filha perfeita.

    Meus colocaram muitas expectativas em mim e antes mesmo de me dar conta meus ombros já estavam cansados da minha obrigação de ser perfeita. Sempre fiz tudo de acordo com o que meus pais achavam correto. Me sentia aprisionada, mesmo que não soubesse reconhecer isso.

    Minha vida se resumia em me desdobrar para ser quem eles desejavam que eu fosse. Minha motivação era deixa-los orgulhosos, fazer os olhos deles brilharem quando me vissem. Fazia tudo isso e por mais cansativo que fosse fingir ser alguém que eu não, não me importava, achava que era amor.

   As festas de famílias eram um tormento.

   Havia uma certa obrigação de todos os primos serem amigos, mas nunca me sentia confortável com eles, nunca senti que eles me conhecessem de verdade, ou que pelo menos desejassem me ver além do papel de perfeitinha que eu aparentava. O resto da família enxergavam somente as semelhanças com a minha mãe, não me viam, não me enxergavam, para eles eu era só um reflexo da grande Hermione Granger e deveria me comportar como tal.

   Hugo, meu irmão, era o único que via além, que sabia que eu não era perfeita e apesar disso gostava de mim.

   A verdade era que ser filha de Ronald Weasley e Hermione Granger era cansativo.

   Hogwarts foi o grande divisor de água na minha vida. Estar longe da minha família me permitiu perceber que não tinha nenhum problema em eu ser eu. A mudança não foi repentina, mas quando voltei no fim do primeiro ano eu já não era mais eu, ou melhor, eu finalmente era eu.

   Meu pai nunca me perdoou. Passei as férias de castigo, fui proibida de ver qualquer outra pessoa que não fosse meus primos. Ele achava que eu estava sendo influenciada, gostaria de ter dito que na verdade eu só tinha parado de fingir ser alguém que eu não era.

   Ou talvez o castigo tenha sido porque eu não fui a melhor aluna da classe e pior porque “deixei” que Scorpius Malfoy tivesse ganhado esse título.

   Pensando bem, talvez, o real motivo do castigo tenha sido porque eu tinha ferido o orgulho das duas pessoas mais orgulhosas do mundo.

   No segundo ano meus pais tiveram a péssima notícia de o castigo não havia me mudado. E, como forma de me forçar a voltar a ser garota perfeitinha que eles tanto queriam fui informada que minha presença não seria bem vinda nas férias de Natal e de Páscoa.

   Hugo foi o único que ficou do meu lado e se recusou a voltar para casa naquelas férias. Nunca ficamos tão próximos quanto naqueles feriados.

   Segundo meus primos eu estava sendo influenciada por amizades ruins e eventualmente quando conversámos me davam conselhos. E, aos poucos eu fui me afastando da minha família.

   No terceiro ano as coisas foram mais amenas, embora não menos complicadas.

   Colecionei detenções, vivia duelando pelos corredores e os professores chamavam sempre sua atenção durante as aulas. A falta de atenção durante as aulas era tanto que a diretora McGonnal supôs que eu tivesse utilizando outros meios para manter minhas notas acima da média e em razão disso me obrigou a fazer as provas finais na sala dela – uma vergonha para minha família. Contudo, como respondi as avaliações corretamente e rápido não houve mais questionamentos sobre a minha intelectualidade.

   O quarto ano foi marcada pela rebeldia.

   Cansada e irritada com a minha família deixei todas as amarras e fiz tudo aquilo que eu desejava fazer, sem me importar com as consequências ou os impactos que minhas ações poderiam ter na imagem que a comunidade bruxa tinha dos Weasley’s e Potter’s.

   Meu comportamento foi, como esperado, desaprovado por todos. Até mesmo Hugo disse que eu tinha passado do limite. E, foi a partir das palavras dele que notei que de fato minhas ações não foram motivadas na minha felicidade em si, mas em irritar minha família. Percebi naquele momento que em algum momento durante aquele ano eu tinha me tornado alguém que não era eu e pior que eu já não lembrava quem era eu.

   No quinto ano os ministérios de magia de todo mundo estavam promovendo intercâmbios entre as escolas de bruxaria. Me inscrevi para passar um período na escola de bruxaria Alemã. Meus pais estavam tão ansiosos para me afastar das más influências de Hogwarts que sequer se importaram que a escola que me inscrevi tinha pouca tradição em relação as demais europeias e quando passei assinaram rapidamente os papéis necessários.

   Ir para a Alemanha salvou minha vida. Aprendi lá muito mais do que uma nova cultura e outros métodos de ensino. Foi em uma tarde caminhando com meus amigos em Hamburgo que descobri como os mundos dos trouxas e bruxos coexistiam pacificamente. Os trouxas, obviamente, não sabiam da nossa existência, no entanto, era comum que os bruxos exercessem profissões que atendessem tanto trouxas quanto bruxos. Exigia uma dose de estudos a mais, é claro, mas bruxos e trouxas viviam em plena comunhão. Eu não descobri quem eu era durante o ano que passei na Alemanha, mas finalmente sabia quem eu queria ser. Desejava ter uma profissão que atendesse os dois lados.

   Além disso, aprendi na Alemanha sobre valores, adquiri uma nova perspectiva sobre o mundo e sobre as pessoas.

   Quando voltei no sexto ano para Hogwarts eu já era outra versão desconhecida de mim, mas eu sabia o que não queria ser e de certa forma saber disso já é metade do caminho.

   No sétimo e último foi a segunda vez que fui passar as férias de natal na Toca, desde que tinha entrado em Hogwarts. Toda a família estava reunida, mas nós já tínhamos nos afastado muito nos últimos anos. A única pessoa que gostava de mim era Hugo, e mesmo esse já estava mais lá do que cá.

   A ceia foi marcada por conselhos de todas as partes... sobre o que eu deveria fazer, como eu deveria fazer, como e poderia sair da enrascada que eu tinha me metido, o mesmo discurso de sempre. Eles ainda não me viam.

   Meu pai vendo todos os conselhos levantou-se irritado e me intimou:

Você não tem vergonha de si? Há anos escuto piadinhas no Ministério sobre o filho de Draco Malfoy ser melhor que minha filha. Não tem vergonha de ser inferior ao sobrinho da mulher que torturou sua mãe? T-O-R-T-U-R-O-U sua mãe? Quer saber uma coisa? Já que você não faz questão de fazer o mínimo, o mínimo, para ser parte dessa família... se você não vencer o prêmio Granger nesse ano esqueça que eu sou o seu pai.

   Eu já tinha perdido a esperança da minha família me aceitar como eu era há muito tempo, mas aquelas palavras... aquelas palavras me machucaram. Senti como se tivesse levado um crucio no coração. Não o respondi. Não poderia fazer sem começar a chorar e me recusava a mostrar fraqueza na frente deles. Sai da Toca e fui para uma árvore no jardim.

   Desejei profundamente que alguém tivesse ido atrás de mim, mesmo que para concordar com meu pai, mas ninguém veio e continuaram a ceia de natal como se nada tivesse acontecido, como se minha presença não fosse importante.

   Perceber isso me deixou com ódio e decidi que tiraria nos NIEM’s apenas o necessário para garantir a profissão que eu queria. Que o Malfoy levasse o prêmio Granger – troféu dado ao melhor aluno do último ano, uma homenagem a uma das melhores alunas de Hogwarts, minha mãe.

   Ao fim do ano letivo Scorpius, como esperado, ganhou o prêmio e Ronald Weasley nunca mais falou comigo. Minha família, assim como no dia do natal, ficou do lado dele e mutuamente nos afastamos. Eles fingem que eu nunca nasci e eu finjo que não sou um deles.

   Após Hogwarts morei um tempo com uns amigos trouxas ao mesmo tempo que estudava direito trouxa e bruxo. Trabalhei em diversos lugares em diversas funções juntado dinheiro. Hoje moro em Berlim, divido um apartamento com duas amigas que fiz na escola de bruxaria Alemã, sou advogada bruxa especializada em situações trouxas, seja as de competência do mundo bruxo seja as de competência do mundo trouxa.

   De forma resumida:

Sou Rose Granger Weasley, tenho 22 anos e a 5 anos não tenho nenhum contado com minha família. Moro em Berlim, Alemanha. Solteira.


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