Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas
Notas iniciais do capítulo
"O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos." - Eleanor Roosevelt.
Era manhã e os alunos começavam a chegar à escola. Como era novato, Lucas tratou de chegar bem cedo. Ele ainda não sabia onde era seu armário, nem mesmo se tinha um, então foi andando pelos corredores com os cadernos e livros na mão.
Gustavo vinha com dois outros garotos na direção contrária e fez questão de esbarrar nele.
– Olha por anda, novato!
– Foi você que esbarrou em mim!
Gustavo o segurou pela camisa.
– Olha aqui, novato, quem manda nesses corredores sou eu... Se eu disse pra você olhar por onde anda, é melhor olhar se não quer que eu esbarre com mais força da próxima vez!
Ele o largou e Lucas se abaixou para recolher seu material. Foi quando Gustavo viu o caderno de desenhos em meio aos livros no chão. Pegou antes que Lucas pegasse.
– Olha... Voltamos ao primário... – Disse mostrando o caderno de desenho aos seus “seguidores” que riam de Lucas. – A menina aqui gosta de desenhinhos! Desenha o quê? Florzinhas... Borboletinhas... Ah, não... Desenha machos?! Olhem isso...
Já vinham outros alunos pelo corredor, que ouviram essa última conversa. Ele abriu mais o caderno, levantando para todos verem. Abriu onde havia o desenho da quadra de basquete e ao lado Lucas havia começado a desenhar alguns jogadores.
– Hum... Gosta do time de basquete novato? Qual o seu jogador preferido?
Lucas ficou ruborizado. Puxou o caderno da mão de Gustavo de repente, mas este não soltou logo, fazendo com que a folha em que estava aberto se rasgasse.
– Olha o que você fez! – Disse Lucas com os olhos vermelhos.
– Ah, a mocinha vai chorar... Vamos embora! – Disse para os outros, que saíram rindo de Lucas. O garoto apenas fechou o caderno e o guardou na mochila. Depois, se abaixou para recolher os livros novamente, quando alguém se aproximou e se abaixou para ajudá-lo.
– J-Jayme?!
– Oi, Lucas! Acabei de chegar, mas, imagino que isso deve ter sido obra do Gustavo!
– É, foi aquele que você disse... Eu acho que ele já não gostou de mim logo de cara...
– Ah, ele não gosta de ninguém... Liga não! Vem, vou te mostrar a sala e onde você pode guardar seu material!
Foram. Gustavo os observava escondido.
–--
Jayme e Lucas andavam para o ginásio na hora do intervalo. Jayme avistou seu treinador e foi falar com ele. Chamou Lucas dando-lhe uma notícia.
– Olha Lucas, o treinador disse que você tem que fazer algum esporte ou alguma prova de educação física para poder concluir.
– Mas... Mas, eu nunca pratiquei esporte algum! Na outra escola, minha mãe conseguiu que eu fosse dispensado da educação física!
O treinador respondeu:
– Pois aqui não vai dar! Já está muito perto do fim do ano letivo para você conseguir a dispensa! Mas, você pode participar de outras formas que não seja exatamente envolvido com a atividade física, pode se envolver indiretamente com os times, por exemplo, como ajudante nos vestuários, com o material dos jogos, etc.! Tem muitas coisas que você pode fazer... No momento estamos precisando de um ajudante para o time de basquete!
– Tudo bem, eu posso fazer isso! – Lucas se animou com a ideia.
O treinador saiu e ele perguntou a Jayme: - Jayme, o que exatamente um ajudante de time faz!
– Olha... Espero que você aguente, por que... O último ajudante que tivemos, desistiu por causa do cansaço... Um ajudante faz de tudo, desde recolher as roupas no vestiário, até ser gandula e até mascote!
– Poxa, vai ser puxado... Mas, eu vou conseguir! Até porque falta tão pouco para acabar as aulas né?! Eu não vou desistir!
Jayme pôs o braço em volta dos ombros dele.
– É assim que se fala cara! Não desistir nunca! É isso aí! Vamos tomar um lanche?
Eles saíram. Jayme manteve o braço nos ombros do amigo por alguns segundos enquanto andavam e não percebeu que Lucas havia ficado com as bochechas rosadas.
–--
Em casa, Félix e Niko esperavam por uma visita.
– Adriana, o quarto de hóspedes já está arrumado?
– Tá sim, seu Félix! Tá prontinho!
– Ótimo! Ah, carneirinho, estou tão ansioso...
– Eu sei meu amor, também estou com saudade! Sabe que eu também passei a considerar o Jonathan como um filho, mesmo eu não tendo tanta idade para ser o pai dele não é?!
– Ah ah ah Niko, faz me rir! Você tem idade suficiente para ser pai de alguém da idade do Jonathan! Se quiser continuar me chamando de velho fala diretamente ok?!
– Tô brincando, Félix... Adoro sua cara de bravo!
Um carro para em frente à casa.
– Jonathan!
Félix saiu correndo para abraçá-lo. Niko vinha logo atrás. Jonathan chegou acompanhado por Ana.
Logo que entraram Félix pôs-se logo a falar.
– Olha, é incrível! Não sei como um namoro dura tanto tempo!
– Eu amo muito o seu filho, senhor Félix! – Disse Ana, segurando no braço de Jonathan.
– Ah, pelas contas do rosário, senhor não, só Félix, você já é praticamente minha nora há tanto tempo...
Jonathan respondeu: - É pai, mas não esqueça que a gente ficou um bom tempo separados quando eu fui fazer a pós-graduação nos Estados Unidos e a Ana fazia universidade no Rio Grande do Sul! Se bem que acho que foi esse tempo separados que nos uniu mais quando voltamos a nos encontrar né, meu amor?!
Eles deram um selinho, fazendo com que Félix e Niko exclamassem um “ooowwwnnnn” a uma só voz.
– Ah pai, e que bom que você mencionou que a Ana já é quase sua nora, porque, agora que eu estou trabalhando como arquiteto como sempre quis, e ela também tem trabalho, eu quero dizer que ela vai se tornar sua nora definitivamente!
– Ah, não acredito! Vocês vão se casar?! Que ótima notícia meu filho! Deixa eu dar outro abraço em vocês...
Félix os abraçou de novo e Niko também os parabenizando. Jonathan então pediu:
– Podemos ir para a sala ou para a cozinha? Para acabar de dar as novidades...
– Por que não diz logo aqui?! – Perguntou Félix.
– Ah Félix, lá dentro é mais confortável, não vamos ficar aqui na varanda... – Respondeu Niko.
Jonathan completou: – É... E é melhor que esteja sentado pai!
– Por quê?! Você não está querendo me chamar de velho também não é Jonathan?!
– Não pai, de onde tirou isso?
Niko respondeu: - Ah Jonathan... São as paranoias do seu pai, liga não!
Eles entraram, sentaram e Jonathan começou a falar.
– Bom, temos três novidades: a primeira, é sobre meu trabalho... Demorou sete anos para concluir os estudos de arquitetura, fiz o estágio e fui contratado... Agora... Eu fui chamado para ser o segundo arquiteto em dois projetos!
– Filho, que coisa boa... Logo, logo, você passa de segundo arquiteto para arquiteto principal e faz obras importantíssimas e ganha reconhecimento, fama e fortuna...
– Ah, pai, não é pra tanto! Por enquanto eu tive sorte de ser chamado para esses... Contanto que eu esteja fazendo o que gosto...
– Tá bom... Qual a segunda novidade?
– Bom, a segunda eu já contei, que eu e a Ana pretendemos nos casar...
– Ah, tá... Mas, você disse que eram três, falta uma!
Ele e a noiva se olharam sorrindo.
– Pai, lembra quando você me flagrou no seu antigo quarto com a Ana, lá na casa da vó Pilar, e você disse para eu tomar cuidado porque você ainda era muito jovem para ser avô?! Bom... Acho que você não é mais tão jovem assim né?!
– Eu lembro sim Jonathan, mas como assim não sou mais tão jovem... – Félix arregalou os olhos. – Esperem aí... O que querem dizer com... Não... – Félix levou a mão à boca para tentar conter a surpresa, mas não conseguiu conter o grito. – EU VOU SER AVÔ!
...
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Comentem... Em breve tem parte 3!