Félix & Niko - Dias Inesquecíveis escrita por Paula Freitas


Capítulo 56
Festas Juninas - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Mais uma que se passa durante o namoro de Félix e Niko!
Junho chegou com muita agitação, festas, brincadeiras...



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– Junho, inverno, e nada melhor que ficar numa cama quentinha e aconchegante, ainda mais na companhia de quem se ama... Pena que já temos que levantar, não é Félix?! – Falava Niko, embaixo dos lençóis, quando percebeu que seu amado estava novamente cochilando.

– Ei, Félix! Amor, acorda!

– Hã?! Hein?!

– Amor, eu tinha acabado de te chamar, pensei que tivesse acordado...

– Ah, eu... – Félix bocejou. – Eu acordei... Acordei... – Se espreguiçou e sentou. – Você estava falando alguma coisa, carneirinho?

Niko riu ao ver que Félix não tinha ouvido absolutamente nada do que ele falava.

– Ainda com sono?

Félix arrumava os cabelos com os dedos, mas ainda tinha o rosto de quem acabou de acordar.

– Eu? Imagina, carneirinho... Por que eu estaria com sono se a gente dormiu a noite toda?! – Perguntou com ironia.

Niko deu um sorriso nada inocente lembrando a ótima noite que tiveram. – Seu bobinho... Eu também fiquei cansado, mas você ainda está quase dormindo!

– Hum... Não estou não, é só...

– Mentiroso... Você ainda tá com sono!

– Não tô não!

– Tá sim...

– Não estou!

– Tá sim... Preguiçoso!

– Mas, será... - Félix foi se aproximando de seu carneirinho com um sorriso. – Será que eu dormi durante a santa ceia... – Começou a fazer cócegas nele. - Pra você me chamar de mentiroso e preguiçoso assim tão cedo?!

Niko dava gargalhadas tentando se esquivar das mãos de Félix. – Ai, para... Para, Félix... Félix... Para...

Félix parou, mas só quando já estava sobre ele, para ficar olhando para aquele rostinho que achava tão lindo enquanto este parava de rir.

– Ai, ai... O que tá olhando hein? – Perguntou Niko dengoso.

– Você quase não parava de rir...

– Por que me faz cócegas assim? Sabe que não aguento...

– Eu sei... Eu te tiro o fôlego né?!

– É sim... De várias maneiras...

– Por isso estava esperando você recuperar o fôlego...

– Pra quê?

– Pra tirá-lo de novo! – Félix o surpreendeu com um beijo repentino e demorado.

– Realmente... Você me tira o fôlego! – Disse Niko, ofegante após o beijo.

Se olhavam, com um sorriso suave, e como sempre, se perderam no olhar um do outro por um breve instante. Instante que era como se o tempo parasse para os dois. Mas, antes que acontecesse outro beijo, Niko lembrou porque havia acordado Félix tão cedo.

– Ah Félix, é melhor levantar...

– Já estou levantando... – Disse com voz maliciosa.

– Félix! – Exclamou após entender a piadinha. – Sai de cima de mim, vai! – Empurrou-o. – Lembra que você disse ao Jayminho que também ia à festinha da escola? Agora, tem que cumprir, meu amor!

Félix sentou na cama enrolado nos lençóis com a cara de quem ia protestar, enquanto Niko pegava uma roupa para vestir.

– Eu sei que eu disse, carneirinho, mas... Será que é uma boa ideia mesmo eu ir? Assim... Festinha da escola... Niko, eu não ia nem às festinhas da escola do Jonathan!

– Félix, não tenta se esquivar, vai! Não acha que justamente por não ter ido a essas festinhas quando o Jonathan era pequeno você pode recuperar um pouco o que perdeu de viver com ele?

– Recuperar o que perdi do meu filho... Com seus filhos?

– Por que não? – Niko segurou em sua mão, o olhando docemente. – Eles poderão ser seus filhos também!

Ambos já haviam falado várias vezes sobre morarem juntos, sobre a mudança para a casa de praia da família Khoury em Angra dos Reis, e Félix até já havia prometido levar Niko para conhecê-la. Além disso, poucos dias atrás, no dia dos namorados, Félix já havia lhe dado de presente uma aliança simbolizando o compromisso que tinham firmado. Era como se já fossem noivos esperando para morarem juntos. Isso ainda demoraria alguns meses, havia muito ainda para ser resolvido, mas ambos sabiam bem o que queriam. E o que queriam era compartilhar a vida um com o outro, cada dia mais, e cada dia de suas vidas. Portanto, Félix já considerava há um bom tempo a possibilidade, quase certeza, de se tornar um pai para os filhos do seu querido carneirinho.

Após aquela afirmação de Niko, Félix apenas sorriu confirmando o que sentia e que o loiro tinha toda razão.

... ... ...

No dia anterior...

Estavam a brincar na casa de Niko, Félix e Jayminho, quando o loiro chegou do restaurante um pouco mais tarde que o horário de sempre, por ser domingo, dia de muito movimento.

– Oi!

– Oi, pai! – Jayminho respondeu, mas continuou brincando com o jogo que Félix havia levado.

– Nossa... Nem vem me dar um abraço?

O garoto sorriu e levantou para dar um abraço no pai.

– Oi, carneirinho! Vê se não atrapalha nosso jogo!

– Félix, eu estou atrapalhando?

– Está! Não chama mais o Jayminho que eu estou quase ganhando dele! – Falou brincando com o menino.

– Não tá não, Félix! Quem tá ganhando sou eu! – Voltou depressa para continuar o jogo.

– Hum... Tá, mas agora é minha vez! Vou jogar...

Niko só sabia sorrir orgulhoso com a amizade que Félix tinha conseguido estabelecer com seus filhos e com o carinho que demonstrava por eles.

– Vou deixar vocês jogando... Cadê a Adriana?

– Está botando o mini-carneirinho pra dormir! – Respondeu Félix.

– Tá bom, eu vou lá ver o Fabrício... Depois me digam quem ganhou! Ah, e acaso você perca, Félix, sem revanche tá!

– Ora... Tá me chamando de competitivo?!

– Sim... – Respondeu rindo. – É que o Jayminho tem que dormir cedo hoje! Amanhã tem uma festinha na escola e é logo de manhã, porque à tarde tudo vai parar de novo por causa do último jogo do Brasil nas eliminatórias da Copa...

– E que festinha é essa logo assim na segunda de manhã?

– Ah, Félix, amanhã é véspera de São João, e a escola dele vai fazer uma festinha típica! Parece que fazem todos os anos, e esse não poderia ser diferente, vai ser com tema de copa do mundo, mas com o estilo caipira!

– Nossa... Deve ser divertido! – A expressão de Félix não condizia com suas palavras, mas não foi claramente irônico por Jayminho estar presente.

– Vai ser divertido sim, tá, Félix!

– Sim, claro...

– Félix, você quer ir com a gente? – Perguntou Jayminho.

Félix ficou surpreso com o convite, mas não era o tipo de evento pelo qual se interessava. – Ah... Ah não, Jayminho, não posso... Tenho muita coisa pra fazer...

– Mas, ninguém faz nada amanhã! Nem tem aula... Nem trabalho no restaurante...

– É... Eu sei... – Antes que Félix inventasse mais qualquer desculpa Jayminho continuou:

– E o papai Niko disse que você nem trabalha!

Félix olhou indignado para Niko. – Ah é?! Obrigado, carneirinho! Quer dizer que eu não faço nada da vida?!

– Ai, Félix... Eu disse alguma mentira, por acaso? Você está mesmo sem emprego! Não sei por que ainda não aceitou ser o gerente efetivo do meu restaurante!

– Cada coisa em seu tempo, Niko! E, quanto a essa festinha... – Félix olhou para Jayminho e sentiu que o menino o olhava com uns olhinhos pidões, além de que ele já tinha adquirido um afeto tão especial por aqueles meninos que não podia sequer pensar em desapontá-los. Deu um profundo suspiro e disse: - Tá bom, tá bom, Jayminho, carneirinho... Já que estão me convidando, ok! Eu vou a essa festinha!

Jayme e Niko se olharam.

– Tá falando sério, Félix? Seria muito bom que você fosse com a gente, né meu filho?!

– É sim! Você vai mesmo, Félix?

– É... Vou, vou, já disse que vou!

– Eba! – Félix se surpreendeu mais uma vez quando Jayminho pulou em cima dele, abraçando-o. Mas, sua emoção aflorou quando o menino lhe disse: - Eu vou gostar muito que você vá com a gente! É que todo mundo vai com os pais, vai ser como se eu tivesse dois pais! – Félix o olhou, incrivelmente emocionado. Jayme sentou de novo perguntando: - Vamos continuar o jogo?!

Niko notou que Félix havia ficado emocionado e distante. Já via os olhos castanhos do namorado se tornarem marejados, e tão emocionado quanto pediu:

– Jayminho, filho, deixa só eu falar uma coisa com o Félix, daqui a pouco vocês continuam o jogo, tá!

– Tá!

Pegou na mão de Félix e o levou para o quarto. Ao sentarem um de frente para o outro, lágrimas rolaram ao mesmo tempo de seus olhos. Félix sentiu uma das mãos macias de seu amado carneirinho enxugar aquela lágrima e ele fez o mesmo, mas ficou com a mão em seu rosto fazendo uma suave carícia.

– Você ouviu o que o Jayminho disse?

– Sim...

– Se ainda restar alguma dúvida...

– Não! – Sussurrou, mas com tom de certeza. – Não tenho mais dúvidas! Eu estou e quero continuar fazendo tudo para merecer fazer parte da sua família, carneirinho!

Niko adorou ouvir aquilo e sorriu, com a boca, com os olhos, com a alma. O abraçou também sem mais dúvidas, como há muito tempo já não tinha, de que Félix era o melhor que já acontecera em sua vida.

Em seu ouvido, enquanto o abraçava, o loiro sussurrou: - Você vai ver... Quando formos viver juntos, você será um ótimo pai, um ótimo companheiro...

– Tomara... Tomara que eu consiga, carneirinho... E que dê tudo certo! Lembra que eu vou levar o papi também...

– Eu sei... Mas, vai dar tudo certo! Acredite! E eu sempre estarei ao seu lado!

Félix lhe beijou o ombro sem querer soltá-lo daquele abraço. – Você é tão bom... Eu não quero te soltar!

Niko riu. – Vamos acabar morrendo à míngua!

Félix riu por a piadinha ter partido de Niko dessa vez, mas falou sério.

– Se eu morresse nos seus braços, carneirinho, valeria a pena morrer!

Niko se afastou um pouco sem soltá-lo, apenas para olhá-lo. Raras vezes tinha ouvido algo assim, tão profundo, ainda mais vindo de Félix.

– N-não fala isso...

– É verdade... Se eu morresse nos braços de um anjo como você, Niko, eu até passaria a acreditar em vida após a morte no último segundo, porque, eu morreria com a certeza de viver feliz na eternidade!

Aquilo lhe fez chorar e seu coração bater forte. O loiro estava simplesmente sem palavras. – Ah Félix... – Foi tudo que conseguiu pronunciar antes de dar-lhe outro abraço e um longo beijo apaixonado. Longo até que o filho bateu na porta.

– Pai, o Félix ainda vai jogar comigo?

Afastaram-se e, sorrindo, Niko avisou: - Se prepara porque vamos ter muitas interrupções assim! – Gritou para o menino. – Ele já vai, Jayminho! – Virou para Félix encostando suas testas. – Vai lá terminar de brincar com ele pra ele poder dormir!

– Eu vou... – O sorriso de Félix mudou. – Eu vou, e depois eu venho brincar com você! – Deu-lhe um selinho e foi.

... ... ...

Após o café da manhã, Niko começou a aprontar os filhos para a festa e, claro, o namorado também.

– Olha como estão lindos! – Exclamou mostrando Jayminho e Fabrício para Félix.

– Ah, que bonitos!

Niko, com a ajuda de Adriana, vestiu os filhos com roupinhas de caipira, e detalhes com temática da Copa.

– E sua roupa, Félix? – Perguntou Jayme.

– Ai, Jayminho, é... Acredita que eu não tenho... Como não sabia que ia, né?! Ai, acho que não vou poder ir...

– Sem desculpas, Félix! Eu já tenho uma roupa pra você!

– Como é que é, carneirinho?! Como você já tem uma roupa pra mim se só ontem à noite eu disse que ia?

– Err... A-ah, Félix... Vamos lá no quarto que eu te conto... Aproveito e te mostro a roupa... – Niko o puxou pelo braço para o quarto.

Ao entrar foi logo trancando a porta, e Félix foi logo cruzando os braços.

– Então, meu querido carneirinho, vai me contar desde quando você é vidente para ter comprado uma roupa para eu ir nessa festa antes mesmo de saber se eu aceitaria ir?

Niko coçou a cabeça, olhou para Félix com a carinha de carneirinho pidão, como o próprio Félix chamava, e falou a verdade.

– Tá, foi assim... Quando eu soube dessa festinha na escola do Jayme eu fiquei super empolgado porque não é sempre que tem algo assim que os pais podem participar e, bom, eu comentei que seria legal se você fosse com a gente, só comentei... Mas, o Jayminho gostou tanto da ideia de você ir também que eu fiquei decidido a te convencer! Aí, eu disse pra o Jayminho que quando estivesse com você te perguntasse se você gostaria de ir...

– Ah é?! E como sabia que eu ia aceitar? Por acaso tem bola de cristal agora, Niko? Por que você não foi comprar essa roupa ontem à noite!

– Não, eu já tinha comprado... Ah, Félix, eu já te conheço suficientemente bem pra saber que você acabaria aceitando!

– Será que eu fiz um gol com a rede dos peixes multiplicados para estar ficando tão óbvio assim?

– Não, amor, você não tem nada de óbvio, pelo contrário, você me surpreende a cada dia! Tipo... Essa noite, por exemplo... – O olhar e o sorriso de Niko se tornaram maliciosos ao falar isso.

– Nem preciso falar o quanto você também sempre me surpreende...

– Tenho meus truques!

– Tem mesmo... Você é cheio de truques! – Félix já estava até esquecendo o assunto que estavam discutindo há pouco, mas desviou o olhar por um segundo de Niko e começou a compreender. – Hum... Deixa ver se eu entendi, carneirinho... Você já tinha tudo armado?

– Tudo o quê?

– Tudo isso, criatura! – Apontou o dedo pra ele e sorrindo exclamou: - Você me deu um bote!

– Eu?! – Niko tentou se fazer de ofendido, mas não conseguia disfarçar o sorriso. – Eu não dei bote nenhum!

– Não! – Foi irônico. – Claro que deu bote! Você usou o Jayminho para me pedir para ir fazendo aquela carinha de carneirinho pidão tipo a que você faz...

– Eu?!

– Você! É isso mesmo... E depois jogou charme, me seduziu, e fez tudo que fez na cama só para que eu prometesse que ia, né?! São esses seus truques?!

... ... ...

No dia anterior...

– Boa noite, meu filho! – Niko dava um beijinho em Jayminho antes de ele dormir.

– Boa noite, pai! Boa noite, Félix! – Félix os observava da porta.

– Boa noite, Jayminho! Durma bem!

– Outro dia você joga comigo de novo?

– Jogo sim! Mas, da próxima vez eu ganho!

O menino riu. – Ganha nada! Eu não deixo!

– Ok... Agora é hora de dormir! Outro dia você ganha de novo do Félix, meu filho!

– Ei, carneirinho!

Os três riram e o casal saiu do quarto deixando o garoto dormir. Foram ver se Fabrício também dormia. Adriana já tinha ido embora. Em pouco tempo, Niko voltou para o quarto para ver se o filho mais velho já havia pegado no sono, já que o mais novo dormia tranquilamente. Ao comprovar que ambos estavam bem quietinhos, foi até a sala onde Félix acabava de guardar as peças do jogo com que brincara com Jayminho.

– Féliiix... – Chamou o namorado tão manhoso que quase miava como um gato.

Félix o olhou com um sorriso surpreso e ajeitou a sobrancelha já sabendo que seu carneirinho estava com todas as segundas, terceiras, quartas intenções possíveis.

– Já acabou de guardar o brinquedo? – Perguntou Niko.

– Já...

Niko fez a voz mais manhosa que podia e até meio infantil, porém sexy.

– Você disse que depois ia brincar comigo! Você disse!

Félix adorou aquilo.

– Ah, eu sei o que eu disse! E eu vou sim brincar com você! – O agarrou pela cintura, puxando-o contra seu corpo. – Você nem sabe o brinquedinho que eu tenho aqui pra você!

– Hum... Sei sim! Mas, não é um brinquedinho...

Félix deu uma risada, mas se segurou para não rir alto e acabar acordando os meninos.

– Seu carneirinho danado...

Niko perguntou, então, com a voz normal.

– Félix... Você vai mesmo com a gente amanhã na festa, não vai?

– Ai, Niko... Não sei... Eu sei que falei pra o Jayminho que ia, mas... Eu acho que não fui feito para ir à festinhas escolares, carneirinho!

– Poxa Félix... – Abaixou o olhar com uma expressão de decepção. – O Jayminho ficou tão alegre! Como eu vou falar pra ele amanhã que você desistiu de ir?!

– Ué, fala que eu tinha coisas pra fazer, sei lá...

– Ele é um garoto esperto, não vai acreditar! Mas, tudo bem... – Niko deu um longo suspiro. – Se você não quer mesmo acompanhar a gente...

– Ai... Mas, não faz essa cara, vai...

Niko deu um meio sorriso, mas continuava com a expressão decepcionada e triste. Félix bateu o pé no chão e passou a mão no rosto, como se estivesse impaciente.

– Quer saber? Eu vou! Eu vou, pronto! Eu faço um esforço!

– Você promete?

– Já disse que vou!

– Promete que vai, Félix?! Por favor... Olha, eu não quero te pressionar, sei que pode parecer uma coisa chata, mas pensa que vai ser uma oportunidade para você conviver com os meninos fora daqui de casa...

– Eu prometo! Prometo que vou! Pronto! Tá satisfeito?

Niko mudou completamente a expressão e voltou com o sorriso que estava antes.

– Hum... Não, ainda não tô satisfeito!

– O que mais você quer?

Com ar malicioso e a mesma voz manhosa de antes, respondeu:

– Quero que brinque comigo! A gente ainda nem começou a brincar...

... ... ...

– Depois você se faz de carneirinho bobo e inocente... Quem quiser que te compre, Niko! – Falava Félix enquanto vestia a roupa que Niko havia comprado.

– Ah Félix, não reclama! Você bem que gostou da nossa brincadeirinha!

– Isso eu não posso negar... Adorei! Mas, você é muito manhoso... Juro que antes, quando éramos só amigos, jamais imaginei que você fazia certas coisas...

– Ah... Todo carneirinho que se preze tem um lobo escondido! Mas, tem certas coisas que eu nunca tinha feito! Sabe... O meu lobo interior, confesso, só está se libertando com você, Félix!

Dessa vez Félix riu alto. O contentamento por saber que Niko se sentia satisfeito com ele em todos os aspectos o fez exclamar sem pensar. – Ah, carneirinho, eu te amo!

Niko se surpreendeu tanto com aquelas poucas palavras tão significativas que derrubou todas as roupas que tirava do guarda-roupa. Por mais que ele já tivesse certeza do sentimento de Félix por ele, tais palavras pronunciadas por ele ainda eram como encontrar um diamante: algo raro e de valor inestimável.

Quando Félix percebeu o que havia dito, perdeu as palavras que poderiam explicar. Também não se faziam necessárias, ele sabia que havia dito sem pensar, mas não da boca pra fora. Aquilo veio do mais profundo da sua alma, do fundo do seu coração, da mais pura verdade. Ele amava Niko e ainda não compreendia, nem procurava mais explicar, apenas aceitava o que seu próprio amor o havia dito e repetido: “sentimento não tem explicação”. Se o que ele sentiu o fez pronunciar em voz alta as palavras que guardava em sua mente ou em seu coração, ou em ambos, tudo que tinha a fazer era aceitar em silêncio. Tudo já havia sido dito. E amar seu carneirinho era o tudo para ele.

Após a surpresa com aquelas inestimáveis palavras, Niko também não falou ou perguntou nada. Mesmo percebendo que saiu sem querer, seu amor por Félix lhe fazia entender tudo, e entender que embora Félix não estivesse preparado para expressar um sentimento como o amor em palavras, ele sentia. E como sentia. Tanto que quando falava, era assim, sem querer; mas, querendo. E era exatamente nesses momentos de pura sinceridade que Niko o adorava mais e mais.

O loiro o abraçou por trás e encostou a cabeça em suas costas. Ficaram assim por uns segundos, sentindo o calor um do outro e até mesmo as batidas dos corações. Uma mão de Niko estava sobre o peito de Félix e o loiro podia sentir bem a palpitação acelerada do coração de seu amado namorado.

...


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Notas finais do capítulo

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